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Retardo Mental

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Retardo mental
Prof. Richard Couto
Por muito tempo o retardamento foi considerado o único transtorno mental infantil.
O primeiro período cobre os três primeiros quartos do século XIX. Ele é exclusivamente consagrado à discussão da noção de retardamento mental, tal como constituída por Esquirol já ante de 1820, sob o nome de Idiotia. Não se trata de uma noção elaborada a partir de uma observação da criança, mas de um conceito que marca um momento capital da formação da psiquiatria do adulto.
Pinel havia descrito, em seu Tratado da Mania (1801), o idiotismo, definindo-o como uma obliteração das faculdades intelectuais e afetivas do conjunto da atividade mental, ficando o sujeito reduzido a uma existência vegetativa, com alguns resquícios de manifestações psicológicas: devaneios, sons semi-articulados, crises de agitação. Este estado podia ser adquirido e, portanto, curável ou congênito e irreversível. 
A idiotia de Esquirol é uma descrição objetiva, de estilo behaviorista, e não um conceito etiopatogênico. O idiota é aquele que não pode adquirir conhecimentos, que corriqueiramente se pode obter pela educação, o que o diferencia do demente é que este “é um rico que ficou pobre, ao passo que o idiota sempre esteve no infortúnio e na miséria”, evidentemente, do ponto de vista intelectual. 
O selvagem de Aveyron foi capturado em 1799 e examinado por Pinel que o considerou um idiota sem cura.
A criança selvagem foi entregue a Jean Itard que tentou educá-la aplicando um método pedagógico para crianças surdas-mudas. A tentativa é considera um semi-fracasso, pois a criança acabou por ser considerada um idiota. Para o historiador da psiquiatria Paul Bercherie, o selvagem de Aveyron possuía traços que o aproximavam de uma criança autista, mas até 1930, a noção global de idiotia recobre esse tipo caso.
Séguin, aluno de Itard, retomará e desenvolverá seu método, o que deu origem a uma tradição importante, a saber, a da educação especial; que será seguida na França por Delasiauve, Bourneville e seus alunos.
O próprio Séguin funda nos EUA, todo o sistema de instituições especializadas para crianças anormais, e , através de Maria Montessori, inspirará o que se chama de nova pedagogia. 
O problema, colocado pela seleção das crianças retardadas e sua orientação nas classes especiais, conduzirá, por outro lado, Binet e Simon a inventar seu famoso teste, nos primeiros anos do século XX.
Os testes psicométricos não existiram desde sempre, e sua história está relatada de forma completa na pesquisa de Santiago (2005). Nesse percurso histórico os testes psicométricos são relativamente recentes, mas a classificação das perturbações da inteligência em níveis de gravidade, não. 
Conforme Ajuriaguerra (1978), antigamente, o campo global da inteligência era chamado campo das “funções superiores” e o nível de comprometimento dessas funções era estabelecido por avaliação clínica. O prejuízo intelectual era, portanto, igualmente definido por níveis de gravidade, que, do mais leve ao mais grave, possuíam a seguinte nomenclatura, respectivamente: debilidade mental, imbecilidade e idiotia. Essa nomenclatura foi desgastada pelo mau uso, pois extrapolou o âmbito médico e passou a figurar na linguagem cotidiana como referência pejorativa. 
Com o intuito de retirar a noção depreciativa da categoria e nomeá-la com maior cientificidade, o termo ‘oligofrenia’ apresentou-se como opção de substituto. A palavra se origina do grego oligos = pouco e phren = espírito. Dessa forma, oligofrenia representaria a ideia de que se tratava de uma categoria sobre os níveis de ‘fraqueza mental’. Assim, a debilidade mental passou a ser chamada de ‘oligofrenia leve’, a imbecilidade, de ‘oligofrenia moderada’, e a idiotia, de ‘oligofrenia grave’. 
Dalgalarrondo, (2000) que fornece a seguinte definição para a debilidade mental, enfim apresentada em sua especificidade:
“Retardo Mental Leve: Também denominado Oligofrenia Leve ou Debilidade Mental: Os indivíduos que apresentam este grau de retardo revelam nos testes de inteligência um QI na faixa de 50 a 69. A idade mental do adulto corresponde a uma criança de cerca de 9 a 12 anos. Uma etiologia orgânica raramente é encontrada. Este é o grupo mais frequente de pessoas com retardo mental, compreendendo cerca de 85% de todos os casos de indivíduos com retardo mental.” (2000, p.175).
O DSM IV (1995) elenca os fatores que causariam déficits orgânicos, dentre eles a hereditariedade (síndrome do X frágil e erros inatos do metabolismo), as alterações precoces do desenvolvimento embrionário (síndrome de Down devido à trissomia do 21 e danos pré-natais causados por toxinas), problemas de gravidez e perinatais (desnutrição, infecções, hipóxia e traumas) e condições médicas gerais adquiridas no início da infância causadas por infecções, traumas e envenenamentos. Ao lado desses fatores de incidência orgânica direta, o manual não deixa de classificar com igual peso etiológico fatores de influências ambientais e psíquicas, tais como privação de afeto e cuidados, estimulação social, linguística e educação, além dos diversos transtornos mentais, citando o autismo como exemplo. 
As possibilidades etiológicas são vastas, e nesse sentido parece ser consenso na literatura psiquiátrica que, a despeito da etiologia principal, o grau de a gravidade do Retardo é determinada por uma combinação de fatores psíquicos, ambientais e orgânicos, exceto em casos de lesões maciças ou de síndromes genéticas avassaladoras, nas quais as impossibilidades de funcionamento do SNC imperam sobre quaisquer tentativas de estimulação social, psicomotora ou de investimento afetivo. 
“A característica essencial do Retardo Mental é um funcionamento intelectual significativamente inferior à média (Critério A), acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/ interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, trabalho, lazer, saúde e segurança (Critério B). O início deve ocorrer antes dos 18 anos (Critério C).” (DSM IV,1995, p.39).
A Deficiência Intelectual possui muitas etiologias diferentes e pode ser vista como uma via final comum de vários processos patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central: a) Hereditariedade (5%): Mutações gênicas, erros inatos metabólicos; b) Alterações precoces do desenvolvimento embrionário (aproximadamente 30%): alterações cromossômicas (ex: Síndrome de Down) ou dano pré-natal causado por toxinas (por ex., consumo materno de álcool, infecções como a Rubéola); c) Problemas da gravidez e perinatais (aproximadamente 10%): desnutrição fetal, prematuridade, hipóxia, infecções virais, trauma encefálico, entre outras; d) Condições médicas gerais adquiridas no início da infância (aproximadamente 5%): infecções, traumas e envenenamento (por ex., devido ao chumbo); d) Influências ambientais e outros transtornos mentais (aproximadamente 15-20%): privação de afeto e cuidados (maus tratos) bem como a falta estimulação social, linguística e outras; e) Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Severo.
Diagnóstico
O diagnóstico de Deficiência Intelectual é feito pelo psicólogo, pois é o único profissional habilitado para utilizar os instrumentos psicológicos necessários para constatação do QI-Quoeficiente Intelectual do indivíduo através de vários instrumentos padronizados para este fim, entre eles estão: as Escalas Wechsler de Inteligência: WISC-III (6 a 16 anos) e WAIS – III (adulto), Stanford-Binet e Bateria Kaufman de Avaliação para Crianças que somados as informações da história de vida da pessoa e as condições atuais que vivencia.  Será diagnosticado com Deficiência Intelectual os indivíduos que apresentarem QI abaixo de 70 com déficits significativos no comportamento adaptativo. Não deve ser diagnosticada em indivíduos com um QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos no funcionamento adaptativo (DSM-IV), nestasituação é importante aprofundar a investigação a fim de verificar as variáveis que influenciaram no resultado.
No DSM 5: Os critérios para Deficiência Intelectual enfatizaram que, além da avaliação cognitiva é fundamental avaliar a capacidade funcional adaptativa.
No CID-10
F70-F79 Retardo mental
Parada do desenvolvimento ou desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual, caracterizados essencialmente por um comprometimento, durante o período de desenvolvimento, das faculdades que determinam o nível global de inteligência, isto é, das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social. O retardo mental pode acompanhar um outro transtorno mental ou físico, ou ocorrer de modo independentemente.
Usar código adicional, se necessário, para identificar as afecções associadas, por exemplo, autismo, outros transtornos do desenvolvimento, epilepsia, transtornos de conduta ou uma incapacidade física grave.
As seguintes subdivisões de quarto caractere devem ser usadas com as categorias F70-F79 para identificar a extensão do comprometimento comportamental:
0 Menção de ausência de ou de comprometimento mínimo do comportamento
1 Comprometimento significativo do comportamento, requerendo vigilância ou tratamento
8 Outros comprometimentos do comportamento
9 Sem menção de comprometimento do comportamento
F70.- Retardo mental leve
Amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em adultos, idade mental de 9 a menos de 12 anos). Provavelmente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na escola. Muitos adultos serão capazes de trabalhar e de manter relacionamento social satisfatório e de contribuir para a sociedade.
Inclui:
Atraso mental leve
Debilidade mental
Fraqueza mental
Oligofrenia leve
Subnormalidade mental leve
F71.- Retardo mental moderado
Amplitude aproximada do QI entre 35 e 49 (em adultos, idade mental de 6 a menos de 9 anos). Provavelmente devem ocorrer atrasos acentuados do desenvolvimento na infância, mas a maioria dos pacientes aprendem a desempenhar algum grau de independência quanto aos cuidados pessoais e adquirir habilidades adequadas de comunicação e acadêmicas. Os adultos necessitarão de assistência em grau variado para viver e trabalhar na comunidade.
Inclui:
Atraso mental médio
Oligofrenia moderada
Subnormalidade mental moderada
F72.- Retardo mental grave
Amplitude aproximada de QI entre 20 e 40 (em adultos, idade mental de 3 a menos de 6 anos). Provavelmente deve ocorrer a necessidade de assistência contínua.
Inclui:
Atraso mental grave
Oligofrenia grave
Subnormalidade mental grave
 
F73.- Retardo mental profundo
QI abaixo de 20 (em adultos, idade mental abaixo de 3 anos). Devem ocorrer limitações graves quanto aos cuidados pessoais, continência, comunicação e mobilidade.
Inclui:
Atraso mental profundo
Oligofrenia profunda
Subnormalidade mental profunda
F78.- Outro retardo mental
[Ver subdivisões no início do agrupamento]
F79.- Retardo mental não especificado
[Ver subdivisões no início do agrupamento]
Inclui:
Deficiência mental SOE

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