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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
BASES FISIOLÓGICAS DO 
MOVIMENTO HUMANO
25© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
1. INTRODUÇÃO
O estudo da história da Fisiologia do Exercício é muito 
importante, pois nos possibilita entender como foram iniciadas 
as pesquisas científicas e quais contribuições elas deram para 
a prática de atividade física. Com base no estudo dos nossos 
antepassados, podemos entender o processo de transformação 
e evolução de toda a estrutura relacionada à atividade física. O 
acúmulo de conhecimentos proporciona mudanças substanciais 
no modo de vida da humanidade e no próprio homem, além 
de abrir horizontes de transformações e, em se tratando deste 
estudo, contribuir para uma sociedade mais saudável e com 
melhor qualidade de vida.
Então, vamos aos estudos!
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de 
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua 
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo 
estudo do Conteúdo Digital Integrador.
2.1. HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO 
As Bases Fisiológicas do Movimento Humano tratam das 
adaptações agudas e crônicas durante a prática de atividade 
física. Vamos às suas definições.
A adaptação aguda ocorre quando o indivíduo está se 
exercitando. Por exemplo: durante uma caminhada, a frequência 
cardíaca aumenta para suprir a demanda de oxigênio e nutrientes 
26 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
nas células musculares. Já a adaptação crônica acontece com 
o decorrer do tempo (podem ser semanas, meses ou anos), 
quando o indivíduo pratica a atividade física regularmente. Por 
exemplo: a frequência cardíaca em repouso de maratonistas é 
menor do que a frequência cardíaca em indivíduos sedentários.
Independentemente de qual conteúdo você estudará, é 
importante conhecer e preservar a sua história. A história da 
Fisiologia do Exercício possibilita ao aluno conhecer as suas 
"raízes". A seguir, faremos um breve resumo dos acontecimentos 
históricos relacionados à Fisiologia do Exercício.
Em 1789, Lavoisier (Figura 1) e Sequin (França) começaram 
a observar a captação de oxigênio em um indivíduo em repouso 
e durante a prática de atividade física.
Figura 1 Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794).
27© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
O francês François Magendie (Figura 2), em 1821, médico 
e fisiologista experimental, escreveu a primeira revista sobre 
o estudo da Fisiologia Experimental. Ele estudou a ação da 
estricnina, do iodeto, do brometo, do ópio, da morfina etc. 
Estudou, ainda, o nitrogênio e as funções motoras e sensoriais 
dos nervos espinhais. 
Figura 2 François Magendie (1783-1855).
Em 1822, o norte-americano William Beaumont estudou 
os líquidos estomacais com a ingestão de diferentes alimentos.
O francês Jean-Baptiste Boussingault analisou, na década 
de 30 (século 19), a nutrição animal, comparando-a com a 
nutrição humana. Analisou os efeitos da ingestão de cálcio, ferro 
e outros nutrientes. Estudou, também, a produção de dióxido de 
carbono pelas plantas.
O alemão Hermann von Helmholtz (Figura 3), em 1847, 
relatou sobre a lei de conservação da energia.
28 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Figura 3 Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz (1821-1894).
Em 1860 (século 19), Edward Hitchcock (Figura 4) foi 
designado professor de Higiene e Educação Física e escreveu o 
livro intitulado Anatomia e Fisiologia elementar para colégios, 
academias e outras escolas. Além disso, estudou sobre a 
composição corporal, força muscular, capacidade pulmonar e 
pilosidade (quantidade de pelos). 
Figura 4 Edward Hitchcock (1793-1864).
29© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
O francês Claude-Louis Berthollet (Figura 5) estudou sobre 
a quantidade de calor eliminado pelo corpo e a relação com a 
queima de carboidrato e gordura. 
Figura 5 Claude-Louis Berthollet (1748-1822).
Em 1866, o norte-americano Austin Flint Jr. (Figura 6) 
realizou várias pesquisas em Fisiologia Humana para investigar 
a função do fígado e a produção de glicogênio. Escreveu várias 
obras sobre a fisiologia do corpo humano.
Figura 6 Austin Flint Jr. (1836-1915).
30 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Outro alemão, chamado Max Rubner (Figura 7), em 
1894, realizou experiências com a utilização de um calorímetro 
direto para observar o gasto de energia em cães. Essas 
experiências, junto às dos norte-americanos Atwater e Benedict, 
determinaram que é possível medir as taxas metabólicas no ser 
humano, medindo o volume e a composição do ar expirado. O 
que essas experiências têm a ver com o nosso dia a dia? São elas 
que possibilitam medir as calorias dos carboidratos, gorduras 
e proteínas, dos alimentos ingeridos. Além disso, foram a base 
para, posteriormente, calcular o gasto calórico no repouso e 
durante a prática de atividade física.
Figura 7 Max Rubner (1855-1949).
Otto Meyerhof (Figura 8) estudou a Bioenergética e 
ganhou o Prêmio Nobel em 1923. Estudou, também, o sistema 
enzimático que intensificava a formação de ácido lático a partir 
do glicogênio.
31© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Figura 8 Otto Fritz Meyerhof (1884-1951).
Em 1929, Frederick Gowland Hopkins (Figura 9) ganhou 
o Prêmio Nobel por estudar o aminoácido triptofano, também 
pesquisando sobre a química muscular e a cinética do ácido 
lático durante o repouso e a prática de atividade física.
Figura 9 Frederick Hopkins (1861-1947).
32 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Os bioquímicos nascidos em Praga, na República Tcheca, 
Carl Ferdinand Cori e sua esposa Gerty Cori (Figura 10), ganharam 
o Prêmio Nobel de 1947 de Fisiologia por terem descoberto a 
sequência da conversão do glicogênio para a regulação da glicose 
sanguínea. Além disso, criaram o Ciclo de Cori (que leva os seus 
nomes) para explicar a conversão de lactato a glicose no fígado.
Figura 10 Carl Ferdinand Cori (1896-1984) e Gerty Theresa Cori (1896-1957).
Claude Bernard (Figura 11), médico francês, foi aclamado 
como o grande fisiologista do século 19 e originou o pensamento 
sobre a Fisiologia Moderna. Por volta de 1860, denominou o 
meio interno como milieu intérieur. Estudou o suco gástrico e 
a sua ação na digestão dos alimentos, o fígado e a produção de 
glicose, a secreção pancreática na digestão dos lipídios, bem 
como a temperatura corporal e a ação do monóxido de carbono 
na respiração.
33© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Figura 11 Claude Bernard (1813-1878).
A norte-americana Rosalyn Sussman Yalow (Figura 12) 
ganhou o Prêmio Nobel em 1977 por ter estudado e desenvolvido 
o Radioimunoensaio (RIA, do inglês Radio Imuno Assay), um 
método que usa elementos radioativos para estudar doenças e 
reações químicas, medindo substâncias químicas ou biológicas 
como hormônios, vírus, vitaminas, enzimas e medicamentos.
Figura 12 Rosalyn Sussman Yalow (1921-2011).
34 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Você, provavelmente, não está entendendo muito bem 
todos esses “estudos” e as conquistas desses diversos fisiologistas 
no decorrer dos séculos 19 e 20.
Quando você começar a estudar o próximo tópico e 
prosseguir, perceberá que estes mesmos fisiologistas serão 
citados no decorrer daleitura.
Por isso, não precisa ficar assustado com todas essas 
terminologias mencionadas anteriormente. Você será capaz 
de entendê-las e, assim, estará preparado para aplicar esses 
conceitos na prática de atividade física com diferentes indivíduos 
e populações.
Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas 
no Tópico 4, você deve fazer a leitura indicada no Tópico 3.1. 
para compreender a evolução do treinamento físico através 
da História.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
•	 Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone 
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível 
de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo 
(Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a 
lista de vídeos.
•	 Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e 
selecione: Bases Fisiológicas do Movimento Humano – Vídeos 
Complementares – Complementar 1. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
35© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. A EVOLUÇÃO DO TREINAMENTO FÍSICO
No artigo indicado a seguir, o conteúdo abordado é muito 
importante para garantir o seu aprendizado com profundidade e 
abrangência. Como você poderá constatar no referido artigo, a 
evolução do treinamento físico se deu graças ao embasamento 
da ciência do desporto. Para tanto, acesse o seguinte link:
•	 ALMEIDA, H. F. R.; ALMEIDA, D. C. M.; GOMES, A. C. 
Uma ótica evolutiva do treinamento desportivo através 
da história. Revista Treinamento Desportivo, Curitiba, v. 
5, n. 1, p. 40-52, 2000. Disponível em: <https://www.
antoniocgomes.com/cms/pdf/28022011154104.pdf>. 
Acesso em: 27 ago. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Lavoisier e Sequin (França) começaram, em 1789, a observar em indivíduos 
no repouso e durante a prática de atividade física:
a) a captação de oxigênio num indivíduo em repouso e durante a prática 
de atividade física.
b) o consumo máximo de oxigênio e a diferença arteriovenosa de oxigênio.
36 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
c) o retorno venoso e a frequência cardíaca.
d) o débito cardíaco e o volume sistólico.
e) o distúrbio do meio interno e o estado estável.
2) Qual médico francês foi aclamado como o grande fisiologista do século 
19 e originou o pensamento sobre a Fisiologia Moderna? Por volta de 
1860, ele denominou o meio interno como milieu intérieur. Além disso, 
estudou o suco gástrico e a sua ação na digestão dos alimentos; o fígado 
e a produção de glicose; a secreção pancreática na digestão dos lipídios; 
a temperatura corporal e a ação do monóxido de carbono na respiração.
a) Claude Bernard.
b) Lavoisier.
c) François Magendie.
d) William Beaumont.
e) Hermann von Helmholtz.
3) Em 1821, o francês François Magendie escreveu a primeira revista sobre o 
estudo da Fisiologia Experimental. Ele estudou:
a) a ação muscular durante o exercício.
b) a ação da estricnina, do iodeto, do brometo, do ópio, da morfina; além 
disso, estudou o nitrogênio e as funções motoras e sensoriais dos 
nervos espinhais.
c) a frequência respiratória e o volume corrente.
d) o metabolismo corporal e o exercício na prevenção das doenças.
e) a retroalimentação negativa e o centro de integração.
4) Na década de 30 (século 19), o francês Jean-Baptiste Boussingault anali-
sou a nutrição animal, comparando-a com a nutrição humana. Analisou 
também:
a) a homeostasia e o centro efetor.
b) a insulina e a glicemia.
c) os efeitos da ingestão de cálcio, ferro e outros nutrientes; estudou, 
também, a produção de dióxido de carbono pelas plantas.
d) o aumento do desempenho e o distúrbio do meio interno.
e) a sacarose e a frutose.
37© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
5) Edward Hitchcock, na década de 60 (século 19), estudou:
a) os sítios ativos e as moléculas reagentes.
b) a fosforilação oxidativa e o sistema ATP-PC.
c) a degradação da glicose e a ressíntese de PC.
d) a composição corporal, a força muscular, a capacidade pulmonar e a 
pilosidade (quantidade de pelos).
e) a fosfofrutoquinase e a creatina quinase.
6) O francês Claude-Louis Berthollet estudou a quantidade de calor eliminado 
pelo corpo e a relação entre:
a) as proteínas e os carboidratos.
b) os carboidratos e o exercício de longa duração.
c) as enzimas oxidativas e a creatina quinase.
d) os íons hidrogênio e a acetil-CoA.
e) a queima de carboidratos e gorduras.
7) O norte-americano Austin Flint Jr., em 1866, escreveu sobre a fisiologia do 
corpo humano e realizou várias pesquisas em Fisiologia Humana sobre:
a) a função do fígado e a produção de glicogênio.
b) a função dos pulmões e a produção da substância surfactante.
c) a função do cérebro e a produção de acetilcolina.
d) a função dos rins e a produção de renina.
e) a função do coração e a hipertensão.
8) Otto Meyerhof é reconhecido devido aos seus estudos relacionados ao 
(à):
a) metabolismo das gorduras durante o repouso.
b) formação de ácido lático a partir do glicogênio.
c) consumo máximo de oxigênio.
d) metabolismo do ácido cítrico.
e) débito de oxigênio.
9) Hopkins, em 1929, ganhou o Prêmio Nobel por estudar o:
a) aminoácido triptofano.
b) aminoácido valina.
38 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 1 – BREVE HISTÓRICO DA FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
c) aminoácido fenilalanina.
d) aminoácido aspartato.
e) aminoácido glutâmico.
10) Quem ganhou o Prêmio Nobel em 1947, na República Tcheca, por terem 
descoberto a sequência da conversão do glicogênio para a regulação da 
glicose sanguínea? Além disso, criaram o Ciclo de Cori para explicar a 
conversão de lactato a glicose no fígado. 
a) Max Rubner e Claude-Louis Berthollet.
b) Carl Ferdinand Cori e sua esposa Gerty Cori.
c) Claude Bernard e Rosalyn Sussman Yalow.
d) Frederick Gowland Hopkins e Edward Hitchcock.
e) Otto Meyerhof e Hermann von Helmholtz.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 A
2 A
3 B
4 C
5 D
6 E
7 A
8 B
9 A
10 B
45© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Ciclo energético biológico e Adenosina Trifosfato (ATP)
A energia solar provém da energia nuclear. Essa energia 
alcança a Terra em forma de energia térmica (por isso, sentimos 
o calor do Sol) e luminosa (responsável pela claridade). Por 
meio da fotossíntese, com a água e o dióxido de carbono, os 
vegetais verdes utilizam a energia da luz, transformando-a em 
energia química. Essa energia é utilizada para elaborar moléculas 
alimentares de glicose, proteínas, lipídios e celulose. Os animais 
alimentam-se dos vegetais verdes para se abastecer de energia. 
Os seres humanos alimentam-se desses vegetais ou dos animais 
para obter energia e, consequentemente, dependem da luz solar 
para a sobrevivência.
Os alimentos que ingerimos junto ao oxigênio que 
absorvemos são transformados em dióxido de carbono (CO2) 
e água (H2O), sendo liberada grande quantidade de energia 
química. Essas reações químicas recebem o nome de respiração. 
Esta, por sua vez, fornece energia para a realizaçãode trabalho. 
Como já mencionado, o trabalho pode ser externo (correr, nadar, 
pedalar etc.) e/ou interno (para o funcionamento dos órgãos). 
Todo esse processo é conhecido como ciclo energético biológico 
(Figura 1).
46 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 19).
Figura 1 Ciclo energético biológico.
Infelizmente, não temos a capacidade de converter os 
nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas) diretamente em 
energia. Esses nutrientes que ingerimos durante a alimentação 
são utilizados para produzir o composto denominado Adenosina 
Trifosfato (ATP) (Figura 2).
47© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 35).
Figura 2 Adenosina Trifosfato.
O ATP é composto por uma base denominada “adenina” 
e um açúcar chamado “ribose”, que se unem para formar a 
“adenosina”. Além disso, possui três grupos fosfatos. A ligação 
entre esses grupos é rica em energia.
Para qualquer trabalho interno (funcionamento do corpo) 
ou externo (prática de atividades físicas), a energia provém do ATP. 
Quando este é utilizado, converte-se em difosfato de adenosina 
(ADP, de Adenosine Diphosphate), ou Adenosina Difosfato, e 
fosfato inorgânico (Figura 3). Para que essa reação química 
ocorra, é necessária a água, sendo liberados, aproximadamente, 
9 quilocalorias de energia. A enzima que participa dessa reação é a 
Adenosinatrifosfatase (ATPase, do inglês Adenosinetriphosphatase).
48 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Kenney; Wilmore; Costill (2013, p. 120).
Figura 3 Separação do fosfato da molécula de ATP pela ação da enzima ATPase.
Nessa reação, é liberado íon hidrogênio em sua forma livre 
(H+), que, por sinal, provoca acidez no interior celular. Observe 
a presença de íons H+ na formação estrutural do trifosfato de 
adenosina na Figura 4.
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 35).
Figura 4 Formação estrutural do trifosfato de adenosina.
49© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
A quantidade de ATP no interior da célula muscular é 
bastante limitada. Se uma pessoa correr na maior velocidade 
(ou intensidade) possível, as suas reservas de ATP intramuscular 
acabam em torno de 3 a 4 segundos.
Mas, e se a pessoa continuar correndo? Como poderia obter 
mais energia? Lembre-se de que os seres humanos só podem 
obter energia da desintegração do ATP e, como já mencionado, 
ele é bastante limitado na célula muscular.
Ainda bem que há três vias (ou sistemas) que produzem 
energia para formar novamente o ATP, ou seja, juntar o ADP 
com o fosfato. Desse modo, a referida pessoa terá mais ATP para 
obter mais energia e continuar realizando a sua atividade física. 
Esses três sistemas são:
•	 Anaeróbio alático.
•	 Anaeróbio lático.
•	 Aeróbio.
Sistema anaeróbio alático ou sistema ATP-PC
Iniciaremos nossa discussão com este sistema porque ele 
é mais simples e, assim, você poderá entender facilmente como 
o ATP é formado novamente.
O sistema anaeróbio alático pode também ser denominado 
como sistema ATP-PC ou ATP-CP ou, ainda, sistema dos 
fosfagênios.
Recebe o nome de sistema ATP-PC ou CP porque nessa 
reação química é utilizada a fosfocreatina. E o nome de sistema 
dos fosfagênios é devido ao fato de que tanto o ATP quanto a PC 
têm fosfato em suas ligações. Qualquer uma dessas terminologias 
é válida, por isso devemos conhecê-las. 
50 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Uma grande vantagem desse sistema é que ele é muito 
rápido, e a energia liberada é imediatamente utilizada para formar 
novamente o ATP, porque a ligação entre o fosfato e a creatina é 
muito simples. Por isso, ela é fácil de "quebrar" e liberar energia, 
funcionando da seguinte maneira: após a formação de ADP, a 
reação pode ser convertida para formar novamente o ATP. Tal 
processo requer mais energia, que pode provir da fosfocreatina 
(PC) armazenada nos músculos, como mostra a Figura 5.
Fonte: Kenney; Wilmore; Costill (2013, p. 121).
Figura 5 Utilização da PC para ressíntese do ATP.
Uma desvantagem desse sistema é que as nossas reservas 
de PC no músculo são bastantes limitadas. Por exemplo, se uma 
pessoa corresse na maior intensidade possível, as suas reservas 
musculares de PC depletariam (acabariam) em torno de 6 a 9 
segundos.
Se você analisar o conteúdo citado, irá perceber que 
o ATP depletaria em torno de 3 a 4 segundos e a PC, de 6 a 9 
segundos. Isso corresponde ao total de 9 a 13 segundos de 
atividade física máxima. Um bom exemplo de atividade que usa 
predominantemente esse sistema é a prova de 100 metros no 
atletismo ou a prova de 25 metros na natação. É importante 
51© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
lembrar que ambas as provas devem ser realizadas na maior 
intensidade possível.
Quando mencionamos a palavra “predominantemente”, 
queremos dizer que esse é o principal sistema utilizado, mas 
não o único. Os demais sistemas indicados a seguir participam 
menos das atividades físicas.
Exemplos de atividades em que há participação 
predominante do sistema ATP-PC:
1) Saltos em altura e a distância.
2) Corridas de 50 m e 100 m.
3) Levantamento e arremesso de peso.
4) Lançamento de disco, martelo etc.
O ATP vai sendo depletado e, ao mesmo tempo, a 
fosfocreatina quebra e libera energia para a ressíntese do ATP. 
Isso ocorre a todo momento até que as reservas de PC terminem. 
Dessa maneira, as reservas de ATP vão acabando, pois não há 
mais PC para ressintetizá-lo (Figura 6).
52 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Kenney; Wilmore; Costill (2013, p. 121).
Figura 6 Utilização do ATP e da PC durante o exercício.
Sistema anaeróbio lático ou sistema glicolítico
Este “sistema” é chamado de “anaeróbio” porque o 
oxigênio não participa das séries de reações químicas para 
a produção de energia. E é “lático” porque um dos produtos 
formados na reação é o ácido lático. É também denominado 
“sistema glicolítico” porque utiliza a glicose ou o glicogênio.
Quando ingerimos carboidratos em nossa dieta, estes 
são transformados em glicose durante o processo de digestão. 
A glicose pode ir para a corrente sanguínea ou ser armazenada 
no fígado ou no músculo sob a forma de glicogênio. Quando 
necessário, o glicogênio pode ser transformado novamente em 
glicose. Tal processo é denominado “glicogenólise”.
53© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Nesse sistema, o glicogênio ou a glicose passa por várias 
sequências glicolíticas até formar o ácido pirúvico. Como não 
há oxigênio, o ácido pirúvico, catalisado pela enzima Lactato 
Desidrogenase (LDH, do inglês Lactate Dehydrogenase), é 
convertido em acido lático (Figura 7).
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 38).
Figura 7 Utilização do glicogênio e formação do ácido lático.
O sistema glicolítico ocorre no citoplasma da célula 
muscular (denominado “sarcoplasma”) e produz energia para a 
ressíntese de duas moléculas de ATP e duas moléculas de ácido 
pirúvico ou ácido lático por molécula de glicose utilizada.
Esse sistemapode ser explicado detalhadamente da 
seguinte maneira: a primeira fase, em que há investimento de 
energia, sendo necessária a degradação de ATP, e a segunda 
fase, de geração de energia, em que é liberada energia para a 
ressíntese de ATP (Figura 8).
54 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 38).
Figura 8 Fase de investimento e fase de geração de energia.
A Figura 9 mostra, detalhadamente, em duas fases, esse 
sistema e todas as enzimas que participam das reações químicas 
até a formação do lactato.
55© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 37).
Figura 9 Fontes de ATP proveniente da glicólise anaeróbia.
Esse sistema não é tão rápido quanto o sistema anaeróbio 
alático (sistema ATP-PC), mas consegue fornecer energia por mais 
56 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
tempo. As maiores concentrações de ácido lático encontradas 
nos músculos são aquelas que permitem que o indivíduo corra 
(ou outra atividade física que envolva grande massa muscular) 
entre 30 e 40 segundos, na maior intensidade possível.
Exemplos de provas em que esse sistema tem participação 
predominante: dos 400 metros no atletismo e dos 100 metros 
na natação.
Sistema aeróbio ou oxidativo
Este sistema pode utilizar a glicose (ou glicogênio), os ácidos 
graxos e os aminoácidos para a produção de energia. Porém, são 
utilizados, principalmente, a glicose e os ácidos graxos.
Para compreender o funcionamento desse sistema, 
podemos dividi-lo em três partes:
1) Glicólise aeróbia.
2) Ciclo de Krebs.
3) Cadeia transportadora de elétrons.
Glicólise aeróbia
Glicólise é a quebra da glicose. Nesta fase, a glicose (ou 
o glicogênio) é convertida em piruvato. A única diferença entre 
a glicólise anaeróbia, vista anteriormente, e a glicólise aeróbia 
é que nesta última não há a formação do ácido lático devido à 
participação do oxigênio nas reações químicas (Figura 10).
57© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 28).
Figura 10 Comparação entre a glicólise aeróbia e a glicólise anaeróbia.
Nessas reações, um mol de glicogênio é transformado em 
2 moles de ácido pirúvico, com a liberação de energia para a 
ressíntese de 3 moles de ATPs.
Ciclo de Krebs
Nesta etapa, o ácido pirúvico formado na glicólise aeróbia 
continua sendo metabolizado nas mitocôndrias. Como resultado, 
são produzidos hidrogênio, elétrons, dióxido de carbono e ATP. 
Além disso, no Ciclo de Krebs, é liberada energia para a ressíntese 
de 2 moles de ATPs (Figura 11).
58 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 41).
Figura 11 Ciclo de Krebs.
59© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Sistema de transporte de elétrons (STE)
No sistema de transporte de elétrons, os íons hidrogênio 
e elétrons formados no Ciclo de Krebs unem-se ao oxigênio que 
respiramos para formar água. Nesse sistema, são produzidos 34 
moles de ATPs (Figura 12).
Fonte: Powers; Howley (2014, p. 44).
Figura 12 Sistema de transporte de elétrons.
Exemplos de atividades em que há a participação 
predominante do sistema aeróbio (Figura 13):
1) corridas de longa duração;
2) natação em águas abertas;
3) ciclismo de estrada;
4) ou qualquer atividade em que a execução ultrapassa 1 
minuto de duração.
60 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 111).
Figura 13 Participação dos sistemas durante o exercício.
Sistema aeróbio e metabolismo das gorduras
Enquanto os carboidratos podem ser metabolizados na 
presença ou ausência de oxigênio, as gorduras só podem ser 
metabolizadas na presença do oxigênio (Figura 14). A maior 
diferença entre a metabolização das gorduras e a dos carboidratos 
é que, para que as gorduras sejam utilizadas, são necessários 3,96 
litros de oxigênio por mol de ATP ressintetizado, contrastando 
com os 3,45 litros por mol de ATP ressintetizado, utilizando o 
glicogênio. As gorduras, portanto, apesar de necessitarem de 
mais oxigênio, produzem mais energia e são mais utilizadas em 
atividades de baixa intensidade, tais como caminhada, natação, 
pedalar etc.
61© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: adaptado de Powers; Howley (2014, p. 45).
Figura 14 Sistema de transporte de elétrons.
62 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Sistema aeróbio e metabolismo das proteínas
A participação das proteínas na produção de energia é 
muito pequena, apenas entre 5% e 10% da energia total utilizada 
ou até menos do que isso. Apenas em provas de ultraduração 
(vários dias) ou em casos de inanição, como greve de forme, as 
proteínas podem ter participação mais efetiva. Essa energia é 
proporcionada pelo ciclo de glicose-alanina (Figura 15).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 44).
Figura 15 Ciclo de glicose-alanina e Ciclo de Cori.
Comparação entre os sistemas
De maneira bastante resumida, podemos comparar os três 
sistemas energéticos da seguinte forma:
63© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 O sistema anaeróbio alático não utiliza oxigênio; a 
velocidade de produção de energia é muito rápida; 
e a quantidade de produção de ATP é muito baixa.
•	 O sistema anaeróbio lático não usa oxigênio; a velocidade 
de produção de energia é rápida; e a quantidade de 
produção de ATP é baixa.
•	 O sistema aeróbio utiliza oxigênio; a velocidade de 
produção de energia é lenta; e a quantidade de produção 
de ATP é alta.
No Quadro 1, mostramos as características gerais dos três 
sistemas pelos quais o ATP é formado.
Quadro 1 Características gerais dos sistemas energéticos.
Sistema Combustível alimentar ou químico
O2 
necessário Velocidade
Produção 
relativa 
de ATP
Sistema 
ATP-PC
Fosfocreatina Não Mais rápida
Pouca; 
limitada
Sistema da 
glicólise
Glicogênio ou glicose Não Rápida
Pouca; 
limitada
Sistema 
aeróbio
Glicogênio, gorduras, 
proteínas
Sim Lenta
Muita; 
ilimitada
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 33).
Demandas energéticas no repouso e no exercício
No repouso, aproximadamente 65% da energia é obtida a 
partir das gorduras e cerca de 35% dos carboidratos (Figura 16).
64 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Figura 16 Contribuição dos substratos durante o repouso.
Além disso, o sistema aeróbio é o responsável pela produção 
de quase 100% da energia requerida. Consequentemente, as 
concentrações de ácido lático no sangue são baixas (entre 0,8 e 
1,2 milimol por litro).
Transição do repouso para o exercício
Se você está em repouso e vai iniciar um exercício, como 
correr em uma velocidade de 12 km por hora, há aumento do 
consumo deoxigênio até atingir um estado estável dentro de 
1 a 4 minutos. Antes desse estado, a energia para o início do 
exercício foi fornecida pelo sistema anaeróbio. Provavelmente, 
no início do exercício, a energia foi suprida pelo sistema ATP-
PC e, em menor parte, pelo sistema glicolítico. Mesmo assim, 
o sistema aeróbio é o principal fornecedor de energia para a 
realização dessa atividade.
Observe, na Figura 17, o aumento da frequência cardíaca e 
do consumo de oxigênio do repouso até atingir o estado estável.
65© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 19).
Figura 17 Aumento da frequência cardíaca e do consumo de oxigênio até atingir o 
estado estável.
Como pode ser observado na figura anterior, demorou 
quase 3 minutos para a frequência cardíaca e o consumo de 
oxigênio atingirem um estado estável.
Exercício intenso de curta duração e alta intensidade
Como exemplos de exercícios intensos de curta duração e 
alta intensidade, podemos citar os 100 e os 200 m no atletismo 
e 25 m e 50 m na natação.
66 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
O principal nutriente utilizado para a realização dos 100 
m no atletismo ou dos 25 m na natação é o carboidrato, com a 
gordura tendo uma pequena participação (Figura 18).
Figura 18 Contribuição dos substratos durante o exercício intenso de curta duração e 
alta intensidade.
O sistema energético predominante é o ATP-PC. 
Contudo, para correr os 400 m no atletismo ou nadar os 50 
m, há participação do sistema ATP-PC, do sistema aeróbio e, 
principalmente, do sistema anaeróbio lático. Para atividades 
com duração acima de 5 a 6 segundos, portanto, a participação 
do sistema anaeróbio lático é cada vez maior, até atingir o 
ápice. Depois de, aproximadamente, 1 minuto de exercício, a 
participação do sistema aeróbio passa a ser mais predominante.
Duffield, Dawson e Goodman (2004) analisaram a 
contribuição energética nos 100 m e 200 m. Eles concluíram que 
a participação do sistema anaeróbio é, respectivamente, de 79% 
e 72%para os homens, de 75% e 67% para as mulheres.
Os mesmos autores citados anteriormente compararam 
a contribuição dos sistemas energéticos nos 400 m e 800 m. 
67© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Eles observaram que a contribuição do sistema anaeróbio era, 
respectivamente, de 59% e 40% para os homens, de 55% e 30% 
para as mulheres (Quadro 2).
Quadro 2 Contribuição em termos percentuais do sistema 
anaeróbio para produção de energia em diferentes provas do 
atletismo.
100 m 200 m 400 m 800 m 1.500 m
Homens 79% 72% 59% a 63% 39% a 40% 20%
Mulheres 75% 67% 55% a 62% 30% a 39% 17%
Hill (1999), após realizar um estudo com atletas corredores 
de meia distância, mencionou que, para o sexo feminino, nos 
400 m, 800 m e 1.500 m, a contribuição de energia advinda do 
sistema anaeróbio era, respectivamente, de 62%, 33% e 17%, ao 
passo que, para o sexo masculino, a contribuição era de 63%, 
39% e 20%.
Após analisar os Quadros 1 e 2, podemos mostrar a 
participação, em termos percentuais, dos sistemas anaeróbio 
e aeróbio em diferentes provas do atletismo, como ilustra o 
Quadro 3.
Quadro 3 Contribuição em termos percentuais do sistema 
aeróbio para produção de energia em diferentes provas do 
atletismo.
100 m 200 m 400 m 800 m 1.500 m
Homens 21% 28% 37% a 41% 60% a 61% 80%
Mulheres 25% 33% 38% a 45% 61% a 70% 83%
68 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
É interessante notar que, para a prova dos 400 m, cujo 
tempo é de aproximadamente 45 segundos para os homens e de 
50 segundos para as mulheres (alto nível) e, para a dos 800 m, 
cujo tempo é de aproximadamente 1min45s para os homens e 
de 1min55s para as mulheres, a participação aeróbia é próxima 
ou levemente superior à participação anaeróbia.
Dessa forma, para provas com duração entre 45s e 50s, a 
participação aeróbia fica entre 37% e 45% e, para provas com 
duração entre 1min45s e 1min55s, ela mantém-se entre 60% e 
70%.
Exercício prolongado
Para a realização de exercícios prolongados, ou seja, 
exercícios com duração acima de 10 minutos, a predominância é 
do sistema aeróbio. Para esses exercícios, a capacidade aeróbia 
é imprescindível para um bom desempenho na atividade (Figura 
19). Os principais nutrientes utilizados nesses exercícios são as 
gorduras e, principalmente, os carboidratos.
Figura 19 Contribuição dos substratos durante o exercício intenso de curta duração e 
alta intensidade.
69© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Dependendo da temperatura ambiente e da umidade rela-
tiva do ar ou da intensidade do exercício, o organismo não con-
segue ficar em "estado estável", ou seja, durante a realização da 
prática esportiva, há aumento da frequência cardíaca e do con-
sumo máximo de oxigênio, devido ao aumento da temperatura 
corporal e ao aumento dos hormônios adrenalina e noradrena-
lina (que você estudará adiante). Nesse tipo de exercício, há pou-
co acúmulo de ácido lático, em razão da pequena participação 
do sistema anaeróbio lático.
Já o sistema anaeróbio alático (ATP-PC) participa somente 
no início do exercício. Nas atividades com duração superior a uma 
hora, começa a ocorrer uma depleção das reservas de glicogênio, 
e a participação das gorduras como fonte de energia aumenta. 
Porém, a participação dos carboidratos e das gorduras depende, 
também, do nível de aptidão física, do estado de treinamento e 
das reservas iniciais de glicogênio do indivíduo.
É comum, em provas de longa duração, os indivíduos, ao 
estar próximo o término da prova, realizarem um sprint, ou seja, 
aumentarem bastante a intensidade do exercício. Quando isso 
acontece, aumenta a participação do sistema anaeróbio alático 
e glicolítico e, consequentemente, diminui a participação do 
sistema aeróbio.
Em provas com duração acima de 2 horas, os indivíduos 
alcançam a fadiga devido aos seguintes fatores:
1) Diminuição das reservas de glicogênio hepático e mus-
cular, como também diminuição da glicose sanguínea. 
A baixa concentração de glicogênio muscular está as-
sociada à queda do desempenho (Figura 20).
2) Perda de água e eletrólitos (desidratação).
3) Aumento da temperatura corporal.
4) Cansaço ou abatimento físico.
70 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 123).
Figura 20 Diminuição do glicogênio muscular, taxa de percepção de esforço e da glicose 
sanguínea durante o exercício.
71© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Com a leitura proposta no Tópico 3.1., você conhecerá 
os efeitos do treinamento aeróbio de alta intensidade sobre 
a economia de corrida em atletas. Antes de prosseguir para o 
próximo assunto, realize a leitura indicada, procurando assimi-
lar o conteúdo estudado.
2.2. RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO
Todos nós já realizamos, em algum momento, uma atividade 
física. Quando a intensidade dessa atividade física é alta, como 
ao correr uma certa distância, percebemos que, mesmo após o 
término do exercício, a nossa frequência cardíaca e respiratória 
continua alta. Por que será que, mesmo parados, isso acontece?É isto que iremos estudar neste tópico: a recuperação do nosso 
organismo após o término do exercício.
Antes de iniciarmos a nossa discussão, é importante definir 
o termo "oxigênio de recuperação".
O oxigênio de recuperação é a quantidade total de 
oxigênio que consumimos após o término do exercício, além 
daquela quantidade que consumimos em repouso (Figura 21). 
Esse oxigênio de recuperação também pode ser denominado 
como consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC, do 
inglês Excess Post-exercise Oxygen Consumption).
72 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 126).
Figura 21 Oxigênio de recuperação.
Para calcularmos o oxigênio de recuperação, é necessário, 
em primeiro lugar, saber qual o consumo de oxigênio que estamos 
utilizando no repouso. Em segundo lugar, é necessário saber 
qual a quantidade de oxigênio total que estamos consumindo 
após o término do exercício em determinado momento. E, assim, 
utilizamos a seguinte fórmula:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Oxigênio total da recuperação = consumo de oxigênio da recuperação – 
consumo de oxigênio em repouso.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Por exemplo: vamos imaginar que você realizou uma 
atividade física durante um minuto e, após o término dessa 
atividade, o consumo total de oxigênio foi de 5 litros. É sabido 
que, durante o repouso, nós consumimos, aproximadamente, 
um litro de oxigênio. Então, vamos aos cálculos:
73© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Oxigênio total da recuperação = 5 litros – 1 litro.
Oxigênio total da recuperação = 4 litros.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
São necessários, portanto, 4 litros de oxigênio adicionais 
para suprir o oxigênio, além do que é consumido normalmente. 
De acordo com o exemplo, esse gasto de oxigênio corresponde a 
1 minuto. Se você fizer 10 minutos de atividade, basta multiplicar 
esse valor (4 litros) por 10. Então, haverá oxigênio total de 
recuperação de 40 litros por 10 minutos de atividade.
Componentes rápido e lento
Como você pode observar na Figura 22, com o passar do 
tempo, após o término do exercício, o consumo de oxigênio 
diminui exponencialmente. No início, entre 2 e 3 minutos, essa 
diminuição é muito acentuada. Depois, a diminuição é mais 
gradativa.
74 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 28).
Figura 22 Consumo de oxigênio e componentes rápido e lento.
Essa diminuição acentuada é denominada "componente 
rápido" e a diminuição mais gradativa, “componente lento”.
No componente rápido de recuperação, o consumo de 
oxigênio supre as necessidades de energia após o término do 
exercício para:
•	 refazer o oxigênio que estava na mioglobina muscular e 
na hemoglobina sanguínea;
75© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 fornecer oxigênio para a musculatura respiratória e 
cardíaca que está consumindo oxigênio em um ritmo 
acima do consumo durante o repouso;
•	 fornecer oxigênio para restaurar as reservas de PC que 
foram depletadas durante o exercício.
No componente lento de recuperação, o consumo de 
oxigênio acima daquele utilizado no repouso é fundamental 
para:
1) fornecer oxigênio para a musculatura respiratória 
e cardíaca que está em um ritmo de trabalho mais 
intenso quando comparado com o repouso;
2) redistribuição iônica;
3) ajustar as demandas de oxigênio devido a uma 
atividade metabólica mais alta;
4) contribuir para o fornecimento de energia devido ao 
aumento das atividades da bomba de sódio e potássio; 
ressíntese de glicogênio;
5) oxidação do ácido lático.
Resumindo, todos os sistemas do nosso corpo que 
aumentaram o trabalho durante o exercício ainda ficam 
"acelerados" durante a recuperação.
A quantidade de oxigênio de recuperação é diferente entre 
os atletas (Figura 23).
76 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 281).
Figura 23 Oxigênio de recuperação de diferentes atletas treinados.
Qual a importância de você saber por que o oxigênio está 
sendo utilizado em uma intensidade maior após o término do 
exercício? Porque, dependendo, principalmente, da intensidade 
e duração do exercício, a recuperação tem que ser diferente para 
o indivíduo estar novamente possibilitado a realizar o mesmo ou 
outro tipo de exercício.
Por exemplo: se você deu um tiro de 100 m (correu 100 m 
na maior intensidade possível), em quanto tempo você estaria 
100% recuperado para dar outro tiro? 
O conhecimento desse "tempo" é extremamente 
importante para saber prescrever corretamente como o indivíduo 
77© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
deve treinar, como também para aprimorar o funcionamento 
dos sistemas energéticos (anaeróbio e aeróbio).
Em razão dessa importância, nós vamos agora explicar 
como cada sistema se recupera após determinado exercício.
Restauração da PC
A energia para restaurar a PC provém do sistema aeróbio 
(oxigênio) durante o componente rápido de recuperação.
Após a realização de um exercício de alta intensidade, por 
exemplo, um tiro de 100 metros, 50% das reservas de PC são 
reabastecidas em aproximadamente 30 segundos. No entanto, 
para abastecer totalmente as reservas de PC, são necessários 
entre 6 e 9 minutos.
Existe alguma maneira de melhorar o desempenho 
em provas de alta intensidade e curta duração? A resposta é 
sim! O indivíduo pode treinar e aumentar as suas reservas de 
PC no músculo. Além disso, pode usar um suplemento com 
creatina para aumentar essas reservas. Ainda, como o sistema 
aeróbio é utilizado para fornecer energia para a ressíntese da 
PC, aumentando a eficiência do sistema aeróbio, consegue-se 
ressintetizar a PC mais rapidamente. Dessa forma, o indivíduo 
estaria mais prontamente preparado para realizar outra 
atividade.
Restauração do glicogênio muscular
Para que o glicogênio possa ser depletado, é importante 
saber qual o tipo de exercício realizado e a quantidade de 
carboidrato consumido durante a recuperação.
78 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Tipo de exercício realizado
•	 Exercício contínuo de resistência: após a realização 
de uma hora de um exercício contínuo de resistência, 
apenas uma pequena quantidade de glicogênio é 
ressintetizada nas duas primeiras horas. Para ressintetizar 
totalmente as reservas de glicogênio, são necessárias, 
aproximadamente, 48 horas de recuperação e uma 
dieta rica em carboidratos. Se a dieta for pobre em 
carboidratos, a ressíntese de glicogênio é muito menor 
(Figura 24).
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 53).
Figura 24 Ressíntese de glicogênio durante a recuperação, sem alimento, com uma 
dieta rica em carboidrato e outra com gordura e proteína.
Dessa forma, se você fosse um treinador, e o seu atleta 
utilizasse todas as reservas de glicogênio, o ideal seria que esse 
79© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
atleta tivesse uma alimentaçãorica em carboidratos para que 
sua recuperação fosse mais rápida.
•	 Exercício intermitente de curta duração: é importante 
que você saiba, já de início, que exercício intermitente 
é realizado com estímulos e pausas. Nesse tipo de 
exercício, a ressíntese de glicogênio é muito mais 
rápida e são suficientes entre 30 minutos e duas horas 
de recuperação para reabastecer quase totalmente as 
reservas de glicogênio. Em aproximadamente 5 horas, 
todo o estoque de glicogênio é reabastecido. Para 
essa ressíntese, não é necessária uma dieta rica em 
carboidratos (Figura 25).
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 53).
Figura 25 Ressíntese de glicogênio durante a recuperação, com uma dieta normal e rica 
em carboidratos.
Após a explicação do componente rápido e lento e de como 
ocorre a recuperação da PC tanto quanto do glicogênio muscular, 
esperamos que você tenha compreendido a importância de 
80 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
saber qual exercício está sendo realizado, qual a intensidade dele 
e como deverá proceder para que o indivíduo se recupere mais 
rápido e esteja preparado para um novo estímulo.
2.3. MENSURAÇÃO DE ENERGIA, TRABALHO E POTÊNCIA
Ergometria
O gasto energético durante o exercício é estudado 
utilizando diferentes ergômetros. No entanto, você sabe o que 
é um ergômetro?
Ergo = “trabalho”, e metro = “medida”. Consequentemente, 
o ergômetro “mede o trabalho realizado”.
Quais os principais tipos de ergômetros encontrados?
•	 Esteira ergométrica (Figura 26).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 26 Esteira ergométrica.
81© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 Bicicleta ergométrica ou cicloergômetro (Figura 27).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 27 Bicicleta ergométrica.
•	 Ergômetro de natação (Figura 28).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 60).
Figura 28 Ergômetro de natação.
82 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 Ergômetro para esqui (Figura 29).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 29 Ergômetro para esqui.
•	 Ergômetro para remar (Figura 30).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 30 Ergômetro para remar.
83© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 Ergômetro step (Figura 31).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 31 Ergômetro step.
Mensuração de trabalho e potência
Para iniciar o nosso estudo sobre mensuração de trabalho, 
potência e energia, é necessário conhecermos algumas 
definições.
Trabalho é a aplicação de uma força por uma distância.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Trabalho = força x distância.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Por exemplo: se você levantar um peso de 10 kg em uma 
distância vertical de 1 metro, o trabalho realizado será:
Trabalho 10 kg 1 m 10 kgm= ⋅ =
Potência é a realização de um trabalho num determinado 
tempo.
84 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Potência = 
T
t
P = Potência; T = Trabalho; t = Tempo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Utilizando o exemplo anterior, qual a potência para levantar 
um peso de 10 kg em uma distância vertical de 1 metro, em meio 
segundo?
Potência T
t
=
10Potência
0,5
=
Potência 20 kgm / s=
Banco de step
O banco de step é um ergômetro muito utilizado devido ao 
seu baixo custo e à facilidade de operação.
Para calcular o trabalho realizado, basta o indivíduo subir e 
descer do step. Exemplo:
•	 Um indivíduo do sexo masculino, com 60 kg de peso 
corporal, sobe e desce de um step de 0,30 metro (30 
cm) de altura, durante 20 minutos, em um ritmo de 30 
passos por minuto.
85© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
O trabalho realizado é calculado da seguinte maneira:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Força = 60 kg (é o peso do indivíduo).
Distância = 0,30 metro (é a altura do step) x 30 (passos por minuto) x 20 
(tempo realizado do exercício).
O trabalho realizado é:
60 0,30 20 30 10800 kpmT = ⋅ ⋅ ⋅ =
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como você pôde observar, o resultado foi expresso em 
kpm, porque kg é uma medida de massa e kp, de força. Em 
outras palavras, 1 kp é a força que atua sobre a massa de 1 kg na 
aceleração normal da gravidade. O correto, portanto, é expressar 
o resultado em kpm.
Bicicleta ergométrica
A bicicleta ergométrica é um dos ergômetros mais utilizados 
para avaliar a eficiência do componente cardiorrespiratório do 
indivíduo. Exemplo:
•	 Um indivíduo pedala durante 20 minutos, com uma 
resistência contra o volante de 1,5 kp. A distância 
percorrida por rotação do pedal é de 6 m, e a velocidade 
de pedalagem, 60 rpm.
O trabalho total realizado é, portanto:
( ) ( ) ( )1,5 kp 6 metros por rotação 60 RPM 20 minutos
10800 kpm
=⋅ ⋅ ⋅
=
Para calcular a potência, basta dividir o trabalho total 
realizado pelo tempo:
86 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
10800Potência 
20 minutos
=
1Potência 540 kpm min−= ⋅
Você pode transformar o resultado em kpm para watts.
Para isso, basta consultar o Quadro 4 a seguir:
Quadro 4 Tabela de conversão.
Termo Abreviatura Tabela de conversão
Watt W 11 W 6,12 kpm min −= ⋅
Kilopond-metro.min-1 Kpm.min-1 11 kpm min 0,163 W−⋅ =
Fonte: adaptado de McArdle, Katch e Katch (2008, p. 232).
Dessa forma: 1540 kpm min 88,12 W−⋅ = .
Esteira ergométrica
Com a esteira na horizontal, não é possível calcular facilmente 
o trabalho realizado. Isso ocorre porque o deslocamento vertical 
do centro de gravidade do corpo não é facilmente mensurado. 
Portanto, para calcular o trabalho realizado, é necessário que a 
esteira esteja inclinada.
87© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Geralmente, a inclinação da esteira é expressa em graus de 
inclinação. Por exemplo: se um indivíduo caminha na esteira com 
10% de grau de inclinação, isso quer dizer que ele percorre 10 
metros verticalmente para cada 100 metros de deslocamento.
Vamos aprender a calcular o trabalho total realizado 
utilizando o exemplo a seguir:
•	 Um indivíduo do sexo masculino, de 60 kg de peso 
corporal, caminha na esteira numa velocidade de 180 
mmin-1, durante 20 minutos, com uma inclinação da 
esteira de 10% (
10% 0,10
100
= como grau funcional).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Peso corporal do indivíduo = 60 kg (massa utiliza 60 kp).
Velocidade da esteira = 180 mmin-1.
Ângulo da esteira = 0,10.
Tempo de exercício = 20 minutos.
Distância vertical total percorrida 
1180 mmin 0,10 20 360 m−= ⋅ ⋅ = .
Portanto, o trabalho realizado 60 kp 360 m 21600 kpm= ⋅ = .
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você sabe transformar esse resultado em watts?
Para isso, basta pegar o resultado e dividir por 6,12 
(observe o Quadro 1 já mostrado anteriormente no subtópico 
Sistema aeróbio e metabolismo das proteínas).
Trabalho realizado 21600 kpm 3529,41 W= = .
88 © BASES FISIOLÓGICASDO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Mensuração direta de energia: produção de calor
É muito importante saber qual o gasto de energia quando 
estamos no repouso ou realizando algum tipo de exercício. Com 
o conhecimento desse conteúdo, você será capaz de saber qual 
o gasto calórico em determinada atividade e como o indivíduo 
deverá realizar para diminuir (ou, se for o caso, aumentar) o 
percentual de gordura corporal.
Além disso, você poderia indicar qual o trabalhador está 
mais apto a realizar alguma atividade específica em determinado 
local.
Quando o nosso corpo gasta energia, é produzido calor. 
Essa energia provém dos alimentos que ingerimos. Para saber 
a quantidade de energia gasta em determinada atividade, 
portanto, basta saber a quantidade de calor liberada.
Essa afirmação é confirmada pela primeira lei da ter-
modinâmica, cujo enunciado é: "a energia mecânica transforma-
da em energia térmica, ou a energia térmica transformada em 
energia mecânica, é constante".
Existem dois tipos de determinação do gasto energético 
humano: calorimetria direta e calorimetria indireta. Vamos a 
elas!
Calorimetria direta é o processo de mensuração da taxa 
metabólica, tendo como referência a produção de calor.
Durante a realização de trabalho, é liberado calor. A 
liberação de calor pelas células do nosso corpo ocorre por 
meio da denominada "respiração celular", como mostrado no 
esquema a seguir:
Alimento + oxigênio (O2) ATP + calor.
89© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Dessa forma, a taxa de produção de calor é proporcional 
à taxa metabólica. Portanto, conhecendo a produção de calor, 
podemos calcular a taxa metabólica.
Uma caloria (cal) é definida como a quantidade de calor 
necessária para elevar a temperatura de um grama de água em 
1 grau Celsius.
Geralmente é mais comum a utilização da quilocaloria 
(kcal), que é igual a 1.000 calorias.
Nessa técnica, é colocado um animal, ou até mesmo um 
ser humano, em uma câmera totalmente fechada denominada 
calorímetro, permitindo apenas a troca livre de O2 por CO2 
(Figura 32).
Fonte: Foss; Keteyian (2000, p. 72).
Figura 32 Calorímetro para medir a energia térmica.
90 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
A temperatura do corpo dentro da câmara aumenta a 
temperatura da água que circula em volta. Podemos calcular o 
aumento da temperatura corporal, observando o aumento da 
temperatura da água e a quantidade circulante.
Calorimetria indireta: “todas as reações que liberam 
energia no corpo dependem essencialmente da utilização de 
oxigênio” (McARDLE; KATCH; KATCH, 2008, p. 185).
A calorimetria indireta não mensura a produção de calor 
diretamente. A mensuração de calor pode ser explicada pela 
relação a seguir:
Nutriente + O2 Calor + CO2 + H2O.
Como você pode observar, há uma relação direta entre o 
oxigênio (O2) consumido e o dióxido de carbono (CO2) eliminado. 
Diante disso, basta analisar o consumo de O2 e a produção de 
CO2 para analisar a taxa metabólica.
Para relacionar o O2 consumido com o calor produzido, 
é necessário saber qual alimento (carboidrato, gordura ou 
proteína) foi metabolizado.
Quando a gordura é o único nutriente metabolizado, a 
energia liberada é de 4,74 kcal. Se for metabolizado carboidrato, 
a energia liberada é de 5,05 kcal. Caso seja proteína, a energia 
liberada é de 4,46 kcal.
Para facilitar os cálculos para determinar o gasto calórico, 
quando um carboidrato, gordura ou proteína é utilizado para 
produção de energia, o rendimento energético é de aproximada-
mente 5 kcal para cada litro de oxigênio consumido (kcal/l).
91© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Para calcular o gasto calórico em determinada atividade 
física, siga o exemplo a seguir:
Um indivíduo está se exercitando em determinada 
intensidade e consumindo 3,0 litros de oxigênio por minuto (3,0 
l.min-1).
3,0 5 kcal 15 kcall ⋅ = de energia gastas por minuto.
Espirometria de circuito aberto é o método mais comum 
para medir o consumo de oxigênio (Figura 33).
Fonte: Robergs; Roberts (2002, p. 57).
Figura 33 Análise do consumo de oxigênio.
Nesse método, são medidas a quantidade de oxigênio 
absorvida e a quantidade de dióxido de carbono produzida. 
Resumidamente, o consumo de oxigênio (VO2) é calculado da 
seguinte maneira:
 
VO2 = (volume de O2 inspirado) – (volume de O2) expirado).
92 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
Para expressar o custo energético de uma atividade 
ou exercício em uma unidade simples e de fácil cálculo, foi 
desenvolvido o termo "Equivalente Metabólico", que hoje é 
denominado MET (do inglês Metabolic Equivalent Task). Um 
MET é igual ao consumo de oxigênio (VO2) de repouso, que é de 
aproximadamente 3,5 ml.kg-1·min-1. Portanto, o gasto energético 
na atividade física ou exercício pode ser descrito em múltiplos 
de METs.
Por exemplo: se você está fazendo uma atividade física 
que tem um consumo de oxigênio 10 vezes superior ao que você 
consome no repouso, isso representa um consumo de oxigênio 
de 35 ml.kg-1·min-1.
Observe o cálculo a seguir:
Atividade física 
1 110 3,5 m kg minl − −= ⋅ ⋅ ⋅
Atividade física 
1 135 m kg minl − −= ⋅ ⋅ .
Para calcular quantas calorias o indivíduo está gastando 
durante uma atividade física, basta seguir o que ensinamos 
anteriormente. Só para lembrar: para cada litro de oxigênio 
consumido, serão gastas aproximadamente 5 kcal.
Por exemplo: suponhamos que um indivíduo com 70 
kg de peso corporal esteja se exercitando em intensidade 
correspondente a 8 METs durante 30 minutos.
Inicialmente, você deve calcular quanto será consumido de 
oxigênio:
93© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
1 1
2VO 8 METs 3,5 m kg min 70 kg 30 minl
− −= ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
2VO 58800 m ou 58,8 l l= .
( )Kcal 58,8 5 kcal por litro de oxigênio 294 kcall= ⋅ =
Portanto, esse indivíduo gasta 294 kcal de energia para se 
exercitar durante 20 minutos.
A realização desses cálculos é muito importante quando o 
indivíduo tem como objetivo diminuir o percentual de gordura 
corporal ou se deseja saber qual o gasto calórico de determinada 
atividade. Porém, é preciso praticá-los para conseguir fazê-los 
com facilidade e destreza.
Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas 
no Tópico 4, você deve fazer as leituras indicadas nos Tópicos 
3.2. e 3.3., para compreender como se dá a determinação 
visual do componente rápido do excesso do consumo de 
oxigênio após o exercício e a avaliação da resistência de força 
explosiva em voleibolistas mediante testes de saltos verticais.
Vídeo complementar .................................................................
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
•	 Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone 
Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível 
de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo 
(Complementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a 
lista de vídeos.
94 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
•	 Paraassistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e 
selecione: Bases Fisiológicas do Movimento Humano – Vídeos 
Complementares – Complementar 2.
......................................................................................................
CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
2.1. EFEITOS DO TREINAMENTO AERÓBIO DE ALTA INTENSI�
DADE SOBRE A ECONOMIA DE CORRIDA EM ATLETAS
Os conteúdos abordados nesta unidade estão relacionados 
com a transformação de energia de uma forma para outra, com 
a recuperação e utilização de diferentes substâncias após o 
término do exercício tanto quanto com a mensuração de energia, 
trabalho e potência. Esses conteúdos são muito importantes 
para a sua formação e devem ser estudados com bastante 
dedicação e entusiasmo. Por isso, nós indicamos aqui alguns 
artigos relacionados a esses conteúdos.
Em se tratando de energia, apresentamos um artigo que 
relata os efeitos do treinamento aeróbio de alta intensidade 
sobre a economia de corrida em atletas de resistência. 
Esse artigo analisa os efeitos de dois tipos de programas de 
treinamento de alta intensidade, para verificar qual é o mais 
eficiente em proporcionar um menor gasto energético para 
o atleta. Geralmente, os alunos da Graduação têm certa 
dificuldade para ler e entender alguns artigos. Porém, para 
superar essa dificuldade, é preciso continuar lendo para, com o 
95© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
tempo, compreender cada vez mais o que os autores pretendem 
informar aos seus leitores.
Para facilitar a leitura e a compreensão de um artigo, é 
preciso ter em mãos um dicionário (pode ser on-line). Agora, 
acesse o link indicado a seguir para ler o referido artigo:
•	 ORTIZ, M. J. et al. Efeitos do treinamento aeróbio de alta 
intensidade sobre a economia de corrida em atletas de 
endurance. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 
Brasília, v. 11, n. 3, p. 53-56, jul./set. 2003. Disponível 
em: <http://www.arturmonteiro.com.br/wp-content/
uploads/2009/09/treinamento-de-corrida.pdf>. Acesso 
em: 2 set. 2015.
2.2. DETERMINAÇÃO VISUAL DO COMPONENTE RÁPIDO DO 
EXCESSO DO CONSUMO DE OXIGÊNIO APÓS O EXERCÍCIO
No segundo artigo indicado, abordamos a determinação 
visual do componente rápido do excesso do consumo de 
oxigênio após o exercício. Neste artigo, os autores analisam a 
validade, a reprodutibilidade e a objetividade do método de 
inspeção visual durante a identificação da fase rápida do excesso 
do consumo de oxigênio após o exercício. Como mencionamos 
anteriormente, não é tão fácil entender o artigo em sua íntegra, 
mas é muito importante continuar se esforçando para ampliar os 
seus conhecimentos. Veja agora o referido artigo:
•	 BERTUZZI, R. C. M. et al. Determinação visual do 
componente rápido do excesso do consumo de oxigênio 
após o exercício. Revista Brasileira de Medicina do 
Esporte, São Paulo, v. 16, n. 2, mar./abr. 2010. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v16n2/13.pdf>. 
Acesso em: 2 set. 2015.
96 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
2.3. AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE FORÇA EXPLOSIVA EM 
VOLEIBOLISTAS
No último artigo proposto, abordamos a avaliação da 
resistência de força explosiva em voleibolistas mediante testes 
de saltos verticais. Nele, você pode estudar a variação entre os 
testes de salto vertical contínuo (sem parar) e o teste intermitente 
(com intervalos). Este artigo é de fácil compreensão e auxilia 
na compreensão de métodos de avaliação para determinar a 
potência na prática esportiva.
•	 HESPANHOL, J. E. et al. Avaliação da resistência de força 
explosiva em voleibolistas através de testes de saltos 
verticais. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 
São Paulo, v. 13, n. 3, maio/jun. 2007. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/rbme/v13n3/v13n3a10.
pdf>. Acesso em: 2 set. 2015.
3. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Para realizar qualquer atividade física, a célula muscular precisa contrair-
-se. A energia necessária para essa contração é oriunda:
a) do ATP.
b) dos carboidratos.
c) das gorduras.
d) das proteínas.
e) dos minerais.
97© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
2) São as principais fontes de energia:
a) energia nuclear.
b) energia térmica e luminosa.
c) energia elétrica.
d) energia química e mecânica.
e) todas as alternativas anteriores estão corretas.
3) O(s) sistema(s) que produz (em) energia para a ressíntese de ATP é (são):
a) sistema anaeróbio alático.
b) sistema anaeróbio lático.
c) sistema aeróbio.
d) todas as alternativas anteriores estão corretas.
e) todas as alternativas anteriores estão incorretas.
4) Uma modalidade esportiva cuja predominância é do sistema anaeróbio 
alático é:
a) prova de atletismo de 100 metros rasos.
b) prova de 400 metros livres na natação.
c) prova de triatlo.
d) prova de maratona.
e) prova de 100 metros livres na natação.
5) O sistema anaeróbio lático é utilizado predominantemente em qual 
modalidade?
a) prova de atletismo de 100 metros rasos.
b) prova de atletismo de 400 metros.
c) prova de triatlo.
d) prova de maratona.
e) prova de 1.500 metros livres na natação.
6) O sistema aeróbio utiliza o oxigênio para produzir energia. Uma prova cuja 
predominância é do sistema aeróbio é: 
a) prova de atletismo de 100 metros rasos.
b) prova de 100 metros livres na natação.
c) prova de arremesso de peso.
98 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
d) prova de lançamento de disco.
e) prova de 1.500 metros livres na natação.
7) Em se tratando de nutrientes utilizados no repouso, a predominância é:
a) de carboidratos.
b) de proteínas.
c) de gorduras.
d) de minerais.
e) de eletrólitos.
8) Na prova dos 1.500 metros no atletismo, a contribuição do sistema anae-
róbio é de aproximadamente:
a) 60%.
b) 20%.
c) 5%.
d) 100%.
e) 90%.
9) A quantidade total de oxigênio que consumimos após o término do exer-
cício, além daquela quantidade que consumimos em repouso, é definida 
como:
a) componente lento de recuperação.
b) componente rápido de recuperação.
c) oxigênio consumido no repouso.
d) oxigênio de recuperação.
e) crédito de oxigênio.
10) Após o término do exercício, o consumo de oxigênio diminui exponencial-
mente. No início, entre 2 e 3 minutos, essa diminuição é muito acentuada, 
sendo definida como:
a) componente lento de recuperação.
b) componente rápido de recuperação.
c) oxigênio consumido no repouso.
d) oxigênio de recuperação.
e) crédito de oxigênio.
99© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
11) Após a realização de um exercício de alta intensidade, por exemplo, um 
tiro de 100 metros, 50% das reservas de PC são reabastecidas em, aproxi-
madamente, 30 segundos. No entanto, para abastecer totalmente as re-
servas de PC, são necessários(as) entre:
a) 1 e 2 minutos.
b) 50 e 60 minutos.
c) 10 e 20 segundos.
d) 6 e 9 minutos.
e) 1 e 2 horas.
12) Para ressintetizar totalmente as reservas de glicogênio, são necessários(as), 
aproximadamente, _________ de recuperaçãoe uma dieta rica em 
carboidratos.
a) 5 minutos.
b) 30 minutos.
c) 8 horas.
d) 12 horas.
e) 48 horas.
13) Se você levantar um peso de 10 kg em uma distância vertical de 2 metros, 
o trabalho realizado será:
a) 10 kgm.
b) 20 kgm.
c) 30 kgm.
d) 40 kgm.
e) 50 kgm.
14) Um indivíduo do sexo masculino, com 60 kg de peso corporal, sobe e des-
ce de um step de 0,30 metro (30 cm) de altura, durante 20 minutos, em 
um ritmo de 30 passos por minuto. O trabalho realizado é:
a) 10.800 kpm.
b) 24.000 kpm.
c) 50.000 kpm.
d) 100.000 kpm.
e) 200.000 kpm.
100 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 2 – FONTES DE ENERGIA, RECUPERAÇÃO APÓS O EXERCÍCIO E MENSURAÇÃO DE ENERGIA, 
TRABALHO E POTÊNCIA
15) O processo de mensuração da taxa metabólica, tendo como referência a 
produção de calor, é denominado:
a) calorimetria direta.
b) calorimetria indireta.
c) calorímetro bomba.
d) calorímetro anaeróbio.
e) calorímetro direto.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
Questões Resposta
1 A
2 E
3 D
4 A
5 B
6 E
7 C
8 B
9 D
10 B
11 D
12 E
13 B
14 A
15 A
105© BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 3 – SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR
1. INTRODUÇÃO
No início desta unidade, estudaremos a função do sistema 
respiratório, a definição da ventilação pulmonar, dos volumes, 
das capacidades e das medidas pulmonares durante o repouso 
e o exercício. Em seguida, examinaremos a capacidade vital em 
sedentários e atletas e a importância do seu conhecimento na 
prática da atividade física. 
Além disso, abordaremos o transporte de oxigênio e dióxido 
de carbono no sangue durante o repouso e a atividade física e, 
finalmente, em se tratando de sistema respiratório, analisaremos 
as principais variações dos padrões respiratórios normais.
Após o estudo do sistema respiratório, iniciaremos o estudo 
do sistema cardiovascular, explicando o comportamento da 
pressão arterial no repouso e durante o exercício. Discutiremos, 
também, o ciclo cardíaco, o Volume Sistólico, a fração de ejeção, 
a frequência cardíaca e o Débito Cardíaco no repouso e no 
exercício, comparando indivíduos sedentários e treinados.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de 
forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua 
compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo 
estudo do Conteúdo Digital Integrador.
2.1. SISTEMA RESPIRATÓRIO
A função básica do sistema respiratório é ofertar oxigênio 
ao organismo e remover o gás carbônico. Essa ação ocorre por 
meio da respiração pulmonar.
106 © BASES FISIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO
UNIDADE 3 – SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR
O sistema respiratório é de extrema importância na 
manutenção da homeostasia, regulando as concentrações de O2 
e CO2 no corpo durante a atividade física.
Neste tópico, você compreenderá o comportamento do 
sistema respiratório durante a prática de atividade física.
Ventilação pulmonar, volumes, capacidades e medidas pulmonares
Antes de iniciarmos a nossa discussão sobre ventilação 
pulmonar, é necessário que você relembre alguns conceitos 
relacionados ao sistema respiratório:
1) Ventilação pulmonar: é a entrada e a saída de ar dos 
pulmões (Quadro 1).
2) Volume Corrente (VC): é a quantidade de ar que entra 
ou que sai das vias respiratórias em cada inspiração ou 
expiração, respectivamente.
3) Frequência respiratória (f): é o número de incursões 
respiratórias por minuto, ou seja, o número de vezes 
que inspiramos ou expiramos por minuto.
4) Volume minuto respiratório: é a quantidade total de 
novo ar que entra nas vias respiratórias por minuto.
Veja o Quadro 1 a seguir.
Quadro 1 Valores típicos da ventição pulmonar durante o 
repouso e os exercícios moderado e intenso.
Condição FR (incursões/min) VC (l/incursão respiratória)
Ventilação 
pulmonar (l/min)
Repouso 12 0,5 6
Exercício 
moderado
30 2,5 75
Exercício intenso 50 3,0 150
Fonte: McArdle, Katch e Katch (2008, p. 269).
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O volume minuto respiratório (VMR) é o produto da 
frequência respiratória (f) pelo volume corrente. O VC é de 
cerca de 500 ml, enquanto a f é de, aproximadamente, 12 
incursões respiratórias por minuto. Portanto, o VMR é de, 
aproximadamente, 6.000 ml ou 6 litros por minuto: 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 V VC f= ⋅
500 12V = ⋅
6000 m ou 6 / minV l l=
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Antes de iniciar um exercício, há um pequeno aumento 
do VMR. Esse aumento ocorre devido ao estímulo proveniente 
do córtex cerebral agindo sobre o bulbo (área de controle 
respiratório).
Durante o exercício máximo, a ventilação pulmonar pode 
atingir algo próximo de 180 litros por minuto (Figura 1), com 
frequência respiratória de, aproximadamente, 50 incursões por 
minuto e volume corrente de 3,6 litros. Já que o VMR é de cerca 
de 6 litros por minuto, isso quer dizer que, durante o exercício 
máximo, há o aumento de 30 vezes em relação ao valor de 
repouso.
Observe a Figura 1 a seguir.
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Fonte: Robergs e Roberts (2002, p. 162).
Figura 1 Aumento da ventilação com o aumento da intensidade do exercício (VO2).
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Nos primeiros segundos após o início do exercício, há o 
aumento muito rápido do VMR. Depois de alguns segundos, 
a elevação do VMR torna-se mais lenta. Se o exercício não for 
muito intenso (submáximo), a tendência é o VMR alcançar um 
estado estável (steady-state). Porém, se o exercício for mais 
intenso (máximo), o VMR continuará aumentando até o término 
do exercício.
O aumento do VMR é proporcional aos aumentos do 
consumo de oxigênio e da produção de dióxido de carbono pelos 
músculos ativos.
Paralelamente a esse aumento da ventilação pulmonar, há 
o aumento proporcional do fluxo sanguíneo para os pulmões.
Mas, como os vasos sanguíneos pulmonares suportam 
um aumento tão grande? Os vasos sanguíneos pulmonares 
suportam esse grande aumento do fluxo sanguíneo devido à 
diminuição da resistência dos vasos pulmonares ocasionada pela 
distensão dos vasos e pelo aumento dos capilares utilizados para 
enviar o sangue aos músculos em atividade. Essa diminuição 
da resistência dos vasos pulmonares, com o aumento do fluxo 
sanguíneo pulmonar, se dá sem que haja o aumento significativo 
da pressão arterial pulmonar.
Geralmente, o VMR não limita a capacidade de exercitar 
em uma intensidade máxima. Porém, em alguns atletas de elite, 
o sistema pulmonar pode limitar o desempenho no exercício 
máximo. Isso pode ocorrer devido à diminuição da velocidade 
com que as hemácias podem fluir pelos vasos capilares 
pulmonares.
No Quadro 2, você verá as alterações dos diferentes 
volumes e capacidades durante o exercício.
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Quadro 2 Diferentes volumes e capacidades durante o exercício.
Volume ou 
capacidade 
pulmonar
Definição
Valores 
em 
repouso
Alteração no 
exercício
Volume Corrente 
(VC)
Volume de ar inspirado ou 
expirado a cada respiração.
600 ml Aumento
Volume de Reserva 
Inspiratório (VRI)
Volume máximo de ar 
inspirado após uma inspiração 
normal.
3.000 ml Diminuição
Volume de Reserva 
Expiratório (VRE)
Volume máximo de ar 
expirado após uma expiração 
normal.
1.200 ml Diminuição
Volume Residual 
(VR)
Volume de ar que permanece 
nos pulmões após uma 
expiração máxima.
1.200 ml Pequena 
diminuição
Capacidade

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