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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS WILYAN RODRIGO LUCIANO AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO - SP Rio Claro -SP 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro WILYAN RODRIGO LUCIANO AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO - SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Rio Claro - SP 2017 WILYAN RODRIGO LUCIANO AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO - SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Comissão Examinadora Darlene Aparecida Ferreira de Oliveira (orientador) Sibeli Fernandes Diego Corrêa Maia Rio Claro, _____ de __________________________ de ________. Assinatura do (a) aluno(a) assinatura do(a) orientador(a) RESUMO Os princípios da multifuncionalidade da paisagem rural e da agricultura destacam a produção em moldes sustentáveis, a segurança alimentar e a reprodução socioeconômica dos produtores familiar como balizadores de um novo paradigma produtivo que opõe o modelo agroindustrial à promoção de sistemas agroalimentares locais e sustentáveis. Nesta pesquisa buscaremos discutir agricultura e alimentação sob a ótica das relações produtores-consumidores estudando o impacto geográfico, social e econômico da Feira Corujão que se desenvolve em um município de grande urbanização e industrialização do interior paulista/Brasil. A iniciativa centra-se na instituição de um mercado local de venda direta que objetiva promover o encurtamento das distâncias entre produção e consumo e oferecer a opção por dietas baseadas em produtos frescos e menos processados. Palavras Chave: circuitos curtos de comercialização; agricultura familiar; feiras. ABSTRACT The multifunctional principles of the rural landscape and agriculture emphasize sustainable production, food security and socioeconomic reproduction of family farmers as a catalyst for a new productive paradigm that opposes the agroindustrial model to the promotion of local and sustainable agro-food systems. In this research we will try to discuss agriculture and food from the viewpoint of producer-consumer relations by studying the geographical, social and economic impact of the Corujão Fair that develops in a municipality of great urbanization and industrialization in the interior of São Paulo/Brazil. The initiative focuses on the establishment of a local direct selling market that aims to promote the shortening of distances between production and consumption and offer the option of diets based on fresh and less processed products. Keywords: short marketing circuits; family farming; fairs SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5 OBJETIVOS ............................................................................................................................... 5 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 5 METODOLOGIA ....................................................................................................................... 6 FEIRA LIVRES: PROCESSO HISTORICO DA SUA DINÂMICA ESPACIAL ................... 7 AS TRANSFORMAÇÕES RECENTES E A INSERÇÃO DOS CIRCUITOS CURTOS DE COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................................................. 7 A FEIRA CORUJÃO: OS PRODUTORES RURAIS/FEIRANTES E OS CONSUMIDORES/FREQUENTADORES ............................................................................. 11 CARACTERIZAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PROPRIEDADES .................................................................................................................... 17 ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO ................................. 22 RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO. ................................ 29 DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIO AOS AGRICULTORES FAMILIARES QUE PARTICIPAM ................ 35 DA “FEIRA DO CORUJÃO” - RIO CLARO –SP ................................................................. 35 CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA CORUJÃO ................................................................................................................................ 36 MODELO DO QUESTIONÁRIO RESPONDIDO ONLINE PELOS FREQUENTADORES DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” ................................................ 38 ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS COM AS RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ONLINE E DIGITAL ........................... 41 ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO”. ............................................................................................................................. 42 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS .............................................................. 49 CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 56 5 INTRODUÇÃO Os princípios da multifuncionalidade da paisagem rural e da agricultura destacam a produção em moldes sustentáveis, a segurança alimentar e a reprodução socioeconômica dos produtores familiar como balizadores de um novo paradigma produtivo que opõe o modelo agroindustrial à promoção de sistemas agroalimentares locais e sustentáveis. Neste texto buscamos discutir agricultura e alimentação sob a ótica das relações produtores-consumidores estudando o impacto geográfico, social e econômico da Feira Corujão que se desenvolve em Rio Claro, município de grande urbanização e industrialização do interior do Estado de São Paulo no Brasil. A iniciativa centra-se na instituição de um mercado local de venda direta e intenta promover o encurtamento das distâncias entre produção e consumo e oferecer a opção por dietas baseadas em produtos frescos e menos processados. O levantamento de informações foi realizado através de técnicas de observação simples e aplicação de formulários junto aos dois grupos pesquisados, buscando caracterizaros elementos internos e elementos externos do sistema agricultura nas propriedades rurais e apontando para a definição do potencial do capital sociocultural e econômico do grupo em questão, avaliando a importância da feira do produtor da agricultura familiar também conhecida popularmente como feira Corujão, como sendo um local de relações econômicas, sociais, culturais e principalmente de como forma de resistência e identidade para os agricultores que participam da sua construção e mostrando a importância da participação dos consumidores e do poder público para a sua formação, consolidação e desenvolvimento da mesma. OBJETIVOS Este projeto tem como principal objetivo caracterizar os produtores rurais/feirantes e os consumidores/frequentadores da feira do produtor da agricultura familiar, também conhecida como Feira Corujão – Rio Claro/SP, como forma alternativa de comercialização de produtos agrícolas. JUSTIFICATIVA A feira tem um papel importante na cooperação entre os agricultores, consumidores e o poder público, busca a valorização do produtor e da produção agrícola local, mostra a importância da sua realização como forma de identidade, fortificação e resistência comercial, pautada na relação direta com o consumidor já que não há intermediário no processo de 6 comercialização, contribuindo para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor familiar pela busca da sua manutenção no campo e para os consumidores que buscam produtos de qualidade com preços mais acessíveis, e contribuindo para o desenvolvimento rural local. METODOLOGIA • Pesquisa bibliográfica: Consolidação do corpo teórico e conceitual, a partir de análise de monografias, dissertações, teses, textos entre outras fontes acadêmicas, necessário para o conhecimento e construção dos aspectos geográficos, sociais, políticos, econômicos e ambientais sobre a temática multifuncionalidade, feiras livres, circuitos curtos. • Estudo da área – Realização de visitas no local onde ocorre a feira do produtor rural, procurando conhecer a realidade dos agricultores, bem como sua relação com os consumidores tendo por objetivo a coletar informações para a elaboração e aplicação dos questionários, permitindo a divulgação das mesmas, além de registros fotográficos da Feira do Produtor Rural. • Elaboração, teste e aplicação de questionários contendo questões objetivas e dissertativas junto aos produtores rurais (12) e consumidores (183) que participam da feira, com a finalidade de levantar, sistematizar e mensuras os registros e informações através da construção de um banco de dados, permitindo a divulgação das mesmas, tendo como parâmetro as características ecológicas, demográficas e culturais de suas propriedades e famílias, caracterizando seus elementos internos (tríade produtor/propriedade/produção) e elementos externos (ecológico, econômico, político e demográfico-cultural); • Realização de entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos e entidades representativas, tendo por objetivo um levantamento do histórico do processo de formação da feira, visando mostrar a importância da participação do poder público para a sua formação, consolidação e desenvolvimento. 7 FEIRA LIVRES: PROCESSO HISTORICO DA SUA DINÂMICA ESPACIAL Desde que o homem deixou de ser nômade passando a dominar a técnica de plantio e assim fixando – se sobre a terra, tem a necessidade de trocar o excedente da sua produção por outros produtos. As primeiras referências que se tem sobre as feiras estão relacionadas às festividades religiosas. A própria origem da palavra Latina Feria, dando origem à palavra portuguesa feira, que significa dia santo, feriado. Na Europa durante a idade média principalmente com o advento das cruzadas as feiras tiveram uma grande importância no processo de desenvolvimento das cidades e do comércio, pois atendia as necessidades dos comerciantes e dos viajantes contribuindo com o chamado renascimento comercial do século XVIII. Os Camponeses que não conseguiam vender a sua a sua produção excedente trocavam por outros produtos, essas trocas comerciais possibilitaram uma padronização dos meios de trocas, exercendo um importante papel para a implantação do dinheiro e para a manutenção, consolidação e desenvolvimento do capitalismo. No Brasil, consolidou-se como uma forma de costume implantada pelos portugueses desde época colonial, existiam as chamadas quitandas ou feiras africanas que eram um comercio em locais estabelecidos que funcionavam ao ar livre a onde as vendedoras negras negociavam os produtos cultivados na lavoura, da pesca e de mercadorias feitas em casa. Os frequentadores advindos das mais variadas localidades da cidade se deslocam até a feira na busca de produtos sempre frescos e saudáveis com o preço mais acessíveis, já que não há intermediário no processo de comercialização, fazendo com que o consumidor reconheça a importância de sua realização, valorizando assim os produtos oriundos da agricultura familiar, fortalecendo e incentivando o pequeno produtor familiar a investir na diversificação de suas atividades rurais e contribuindo para a consolidação de políticas públicas voltada ao pequeno agricultor familiar. AS TRANSFORMAÇÕES RECENTES E A INSERÇÃO DOS CIRCUITOS CURTOS DE COMERCIALIZAÇÃO Como já abordado por muitos autores, os avanços nos meios de transporte e de comunicação e a melhoria da qualidade de vida das populações provocaram mudanças fundamentais em relação ao comércio local. A materialização do processo de globalização, instituindo uma economia global, permitiu o acesso a produtos agrícolas antes inacessíveis. A sazonalidade que relacionava produto, local e tempo deixou de ser realidade, estando à venda, 8 hoje, qualquer tipo de fruta e legume, seja qual a época do ano ou o local onde nos encontramos. Essa realidade é abordada sob o prisma dos Movimentos Alimentares que, no contexto global, podem ser evidenciados em quatro correntes, conforme Giménez e Shattuck (2011). Para os autores o Estado, empresas, organizações filantrópicas e instituições globais têm produzido um conjunto de instituições, programas e campanhas vinculadas às agriculturas alternativas e movimentos alimentares, por exemplo Buy Fresh, Buy Local (EUA) ou Local Food Program (União Europeia). As quatro correntes identificadas por Giménez e Shattuck (2011) são: - neoliberal: corrente hegemônica, vinculada ao liberalismo econômico e de mercado, conduzida pelas corporações agroalimentares e gerida por instituições como o USDA, UE, OMC e o FMI, ela estabelece a empresa alimentar; - reformista: pressupõe reproduzir o sistema, mitigando os efeitos negativos através de reformas suaves com base em redes sociais de apoio, mercados de nicho, iniciativas de responsabilidade social; - progressista: estabelece a construção de alternativas com base na agroecologia e agricultura biológica e em redes comunitárias de consumidores e produtores; - e, por último, a radical que visa promover reformas estruturais nos mercados e regimes de propriedade com base no conceito de soberania alimentar. A consequência principal desse processo foi a distância que se estabeleceu entre o mercado e os produtores locais. As limitações de competitividade e afirmação ao nível de preços de mercado levaram muitas famílias produtoras ao abandono da atividade rural e, consequentemente, das terras agrícolas. Neste cenário surge a necessidade de estimular os produtores, empreendedores e prestadores de serviços para novas formas de oferta, desenvolvendo acções dirigidas à promoção dos produtoslocais, conferindo visibilidade ao território e às pessoas que nele trabalham e habitam. Uma das alternativas passa pela criação e utilização de instrumentos e métodos que permitam testar novas formas de comercialização de proximidade, que auxiliem os pequenos produtores a escoar os seus produtos agrícolas directamente aos consumidores, decorrendo desta transacção um benefício para ambos os intervenientes (BANDEIRA et al., 2009, s/p.). Adicionada a esses aspectos, ainda há uma desvalorização da atividade agrícola em relação àquelas atividades desenvolvidas em espaços urbanos como a indústria, o comércio e a prestação de serviços, consideradas essenciais para a geração de trabalho e renda. Muitos pequenos produtores têm uma história familiar vinculada à agricultura e produção, sem conseguir ou desejar se desvencilhar delas. Diante de um novo cenário no qual os consumidores urbanos passaram a procurar bens e serviços rurais, buscando produtos locais de qualidade, espaços de lazer e recreio e 9 atividades turísticas, estabeleceu-se a oportunidade para se encontrar dinâmicas e oportunidades de negócio que impulsionam a interação entre o rural e o urbano. The development of ‘alternative food chains,’ or networks has attracted much attention in recent years, with a new food politics beginning to fill gaps left by conventional government regulation and with the growing public concern over the provenance and manipulation of foods. From a rural development point of view, this new resurgence of interest in ‘more natural’ or ‘more local’ [...] types of food comes at a critical time for the land-based production sector (MARSDEN; BANKS; BRISTOW, 2000, p. 424). A comercialização dos produtos agroalimentares, efetuada por venda direta do produtor ao consumidor, é uma dessas dinâmicas que associa uma proximidade geográfica e relacional entre produtores e consumidores. Tal processo perpassa o conceito de circuito curto agroalimentar (Figura 1). As iniciativas bem sucedidas em CC acontecem, normalmente, em locais onde se verifica a formação de uma rede com estreita parceria entre o poder público, entidades não governamentais, organizações de agricultores e consumidores (DAROLT; LAMINE; BRANDEMBURG , 2013, p. 12). Figura 1 - Tipos de circuitos curtos de comercialização Fonte: Adaptado de: DAROLT; LAMINE; BRANDEMBURG (2013, p. 9) No contexto da lógica progressista (GIMÉNEZ; SHATTUCK, 2011) a comercialização de produtos agroalimentares é distinta, porque tem bens comercializáveis cuja origem é local e identificada por produtor. O produtor/feirante intervém diretamente na produção e, frequentemente, também na transformação e comercialização dos produtos. Ao consumidor são apresentadas informações sobre a origem do produto, o seu modo de produção e as respectivas qualidades específicas. Todos esses aspectos desencadeiam um fluxo de comunicação entre produtores e consumidores, permitindo criar confiança mútua e diferenciar os produtos locais dos restantes. 10 Trata-se de formas de comercialização por proximidade, que não são novos. Entretanto, assumiram novas e diversas dimensões que conjugam múltiplas motivações por parte de consumidores e produtores. A possibilidade de comprar produtos locais diretamente ao produtor é, para muitos consumidores, a forma mais satisfatória de garantir a qualidade, rastreabilidade e autenticidade aos produtos e uma maneira de apoiar a economia local. As preocupações pelas questões ambientais têm levado, igualmente, a um interesse crescente por métodos alternativos de comercialização dos alimentos. Os produtores, que não possam ou não pretendam aceder às exigências estabelecidas pelas cadeias de distribuição, optam por comercializar os seus produtos através de circuitos curtos. A aposta não é apenas escoar e remunerar melhor os produtos ou valorizar a qualidade e a singularidade de alguns deles, mas, frequentemente, conseguir obter o reconhecimento social da sua atividade (REDE RURAL, 2013, s/p.). Ao olhar para os produtores rurais o que se constata é uma série de benefícios tais como: o escoamento regular dos bens produzidos, o aumento do rendimento dos produtores, o pagamento imediato e justo dos produtos, desencadeando, ainda, a possibilidade de diversificação das atividades da exploração. Na ótica dos consumidores é uma relação benéfica, porque oferece o consumo de produtos diversos, frescos e com qualidade garantida pelo contato direto com os produtores. Nessas circunstâncias, as feiras locais, como a aqui estudada, ou as feiras regionais que são realizadas sazonalmente em regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste brasileiros podem associar e, em muitos casos constituem, o principal meio de escoamento de produtos agrícolas alimentares. São eventos organizados por organismos municipais articulados às associações de produtores ou outras, realizando-se com periodicidade regular, numa determinada época do ano ou em datas fixas, como a Feira do Corujão que acontece duas vezes na semana em uma cidade do interior paulista brasileiro. É importante destacar que esses eventos trazem significativos retornos aos produtores, mas, também, para os territórios. Para além de permitirem escoar grande parte dos produtos produzidos na região, aumentar o volume de vendas e os rendimentos dos produtores, atraem visitantes e turistas, o que tem promovido o desenvolvimento de outras atividades ligadas ao artesanato, à gastronomia, ao turismo e à promoção da cultura e identidade das regiões (BANDEIRAS; ALVAREZ, 2007, s/p). Apresentamos, aqui, aspectos gerais sobre uma iniciativa de circuito curto instituída no município de Rio Claro, denominada Feira da Agricultura Familiar – Feira Corujão. 11 A FEIRA CORUJÃO: OS PRODUTORES RURAIS/FEIRANTES E OS CONSUMIDORES/FREQUENTADORES A feira da agricultura familiar, também conhecida como Feira Corujão, foi criada no dia 12 de dezembro de 2012, em ação conjunta da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Silvicultura com a Associação dos Produtores Familiares de Rio Claro, que se tornou cooperativa em 2014, tendo como objetivo valorizar o produtor e incentivar a produção agrícola local. As edições da feira acontecem em dois dias da semana, às terças e sextas-feiras, das 18h00 às 21h00, na Central de Agronegócio localizada na Rua 3 A, nº 1155, Vila Martins, oferecendo variedade de produtos, como frutas, verduras, legumes, cachaça artesanal, embutidos, pães, doces, lanches, tortas e, ainda, peças de artesanato confeccionadas pelos empreendedores do Programa de Economia Solidária (Figura 2). Figura 1 - Município de Rio Claro – São Paulo – Brasil Fonte: Sila Nogueira de Melo, 2011. 12 Foto 01: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura durante o ano de 2013. Fonte: Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura de Rio Claro, 2013 13 Foto 02: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura de Rio Claro durante o ano de 2014. Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2014. 14 Desde o dia 06 de janeiro de 2015 a Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão” passou a ser realizada sempre as terças e sextas-feiras das 18:00hs às 21:00hs na Central de Agronegócio, no antigo espaçolivre da Vila Martins, localizada na Rua 3 A, nº 1155, Vila Martins, devido a questão de o espaço proporcionar uma melhor infraestrutura para sua realização e como forma de melhor atender o público local. Figura 2 – Croqui da Central de Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila Martins Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2015. 15 Foto 03: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Central de Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila Martins durante o ano de 2015. Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2015. 16 Foto 04: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Central de Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila Martins durante o ano de 2016. Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2016. 17 CARACTERIZAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS PROPRIEDADES As atividades desenvolvidas consistiu na aplicação e análise de formulários junto aos 12 produtores rurais que fazem parte da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão”, tendo como parâmetro as características ecológicas, demográficas e culturais de suas propriedades e famílias, caracterizando seus elementos internos (tríade produtor/propriedade/produção) e elementos externos (ecológico, econômico, político e demográfico-cultural). Para completar esta etapa realizaremos entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos e entidades representativas. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS DE RIO CLARO – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA QUESTIONÁRIO APLICADO AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO. Identificação do entrevistador: ____________________________________________________ Data: ____/___/_____ I – CARACTERIZAÇÃO DO PROPRIETÁRIO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PROPRIEDADE Entrevistado (A) _________________________________________________________________________________ Situação do entrevistado: ( ) proprietário ( ) membro da família ( ) outras qual? _________________________________________________________________________________ Sexo ( ) masculino ( ) feminino Idade: ______ Naturalidade_______________________________________________________________________ 1. Localização: ______________________________________________________________________________ 2. Nome: ______________________________________________________________________________ 3. GPS:__________________________________________________________________________ 4. Distância da cidade de Rio Claro: _____km. 18 II – TAMANHO, LOCALIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO DA PROPRIEDADE 1 - Há quanto tempo a propriedade pertence a família?______________________________ 2- A propriedade foi obtida por: ( ) compra ( ) herança ( ) doação ( ) outros Quais?____________________________ 3 - Quem reside na propriedade? ( ) proprietário ( ) proprietário e família ( ) membros familiares. Outros Quais?____________________________________________________________ 4 - Tamanho da propriedade em hectares ou alqueires:_____________________________________ 4.1 A propriedade é dirigida por: ( ) proprietário ( ) Administrador ( ) Outro Qual ? _________________________________ 4.2- A propriedade é explorada: ( ) apenas pela família ( ) pela família e outras pessoas ( ) Outras Quais ? _____________ 4.3 Quantos hectares (alqueires) são explorados pela família? ____________________________ 4.4 - Quem explora o restante? ( ) Arrendatário ( ) parceiro ( ) posseiro com o que ?__________________________ 1.7.1- CARÁTER DA MÃO DE OBRA UTILIZADA NA PROPRIEDADE QDTE, TEMPO E CUSTOS FAMILIAR ASSALARIADA OUTROS TEMPORÁRIA PERMANENTE Quantos Período Custo III - ATIVIDADADES DESENVOLVIDAS E RENTABILIDADE: 1- As atividades desenvolvidas na propriedade são do tipo: ( ) agropecuária ( ) não agrícola ( ) as duas anteriores 2- Qual a atividade principal? _________________________________________________________ 3- A Atividade que gera maior renda é: _________________________________________________ 4- Renda: ( ) de 1 a 2 Salários mínimos ( ) de 2 a 3 Salários mínimos ( ) de 3 a 4 Salários mínimos ( ) de 4 a 5 Salário mínimo ( ) mais de 5 Salários mínimos 5- Participa do PAA ou do PNAE? ( ) sim ( ) não. Qual a quantidade de quilo/porcentagem da produção total é destinada ao PAA __________________________ e PNAE _________________ 19 IV- PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, ÁREA OCUPADA E RENTABILIDADE AGRICULTURA Área ou alqueire; valor da produção em R$. V - EQUIPAMENTOS TECNOLÓGICOS QUE PERMITEM DIVERSIFICAR A PRODUÇÃO AGRÍCOLA A família possui: Respostas Trator Colheitadeira Semeadeira Máq. Despolpar grão Arado Tração animal Outros Nenhum Sim Se sim qual? Não Utilização Assistência técnica e financiamento: A família conta com: Resposta Assistência técnica Financiamento Atividade agrícola Sim Agrícola Não- agrícola Não Custo Quem Frequência Como você avalia a atuação dos seguintes órgãos junto ao pequeno produtor rural: RESPOSTA ÓRGÃO Secretaria Municipal da Agricultura Cada da agricultura Sindicato Rural Bancos Ótima Boa Regular Ruim Não sabe responder Produtos vegetais Área cultivada Produção Qtd auto consumida Excedente Destino Excedente Valor da produção (R$) 20 VI- RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS E COMUNICAÇÃO DA PROPRIEDADE 1- Recursos hídricos – na propriedade há: Respostas Rio Lagoa Represa Nascente Sim Não Utilização Atividade 2- O abastecimento de água é feito por: Respostas ÁGUA DAAE Rio Poço artesiano Nascente Outros Sim Não 3- Recursos energéticos – na propriedade há: Respostas Energia elétrica Gerador próprio Outros Concessionaria Elektro Outra Concessionária Sim Não 4- Recursos de comunicação – Na propriedade há: Respostas Telefone fixo Telefone Celular Outros Operadora Internet Sim Não ASPECTOS RELACIONADOS A FEIRA 1. O que levou você a participar da Feira Corujão de Rio Claro? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. Você pretende continuar a vender os seus produtos na feira? ( ) Sim ( ) Não porquê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. A venda da sua produção é feita de que forma? ( ) Direta ( ) Intermediários ( ) Direta e intermediários ( ) Outros. Quais? ___________________________________________________________________ 21 4. Quais são os principaislocais de venda da sua produção? ( ) Cooperativas ( ) Feiras ( ) Ceasas ( ) Associações de produtores ( ) No próprio estabelecimento ( ) Outros. Quais? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Qual o peso da renda da feira na sua renda familiar? ( ) 100% ( )50% ( ) 25% ( ) 10 % ( ) menos que 10 % 6. Fazer parte de uma associação para produtores rurais é importante para vender a sua produção? ( ) Sim ( ) Não, por quê? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 7. O consumidor desta feira aceita produtos processados e semi-processados (descascados, picados, congelados, semi-cozidos)? ( ) Sim ( ) Não, por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. No seu entendimento, Feira Corujão de Rio Claro, considerando o modo como hoje está organizada, têm um futuro promissor? ( ) Sim ( ) não, por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. O que você acha sobre a divulgação da feira e que modo esse trabalho de divulgação da feira ajudaria no seu desenvolvimento? Por quê? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 10. Vale a pena investir na melhoria da qualidade dos produtos e na apresentação desta feira? ( ) Sim ( ) Não por quê? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 11. Você costuma participar de eventos como palestras, cursos, reuniões técnicas da Secretaria de Agricultura e da Associação dos agricultores familiares de Rio Claro? 22 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 12. Na sua opinião o que precisa ser melhorado na Feira Corujão de Rio Claro? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 13. Aponte os pontos positivos e negativos sobre a feira Corujão de Rio Claro. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Observações. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO Através da análise da tabela 1, podemos concluir que dos 11 questionários aplicados junto aos agricultores familiares que participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP, 11 são os proprietários de suas propriedades e somente 1 é arrendatário, sendo que 7 são do sexo masculino e 5 são do sexo feminino. Tabela 1 - Situação do entrevistado Situação do entrevistado Número de propriedade Proprietário 11 Arrendatário 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 2 mostra o número de propriedades e quanto tempo (em anos) que a propriedade pertence à família, sendo que a propriedade mais nova que participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP, tem cerca de 2 (dois) anos à família e a mais velha tem mais de 100 anos que pertence a família. Sexo Masculino 7 Feminino 5 23 Tabela 2 - Tempo em que à propriedade pertence à família (em anos). Tempo em que a propriedade pertence à família (em anos) Número de propriedade 1 – 10 3 11- 20 3 21 – 40 1 41 – 60 2 61- 80 2 Mais de 100 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 3 mostra a forma de obtenção das propriedades dos agricultores familiares que participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP, sendo que as principais formas de obtenção encontradas durante a realização do trabalho de campo foram pela compra ou obtidas através de herança. Tabela 3 – Forma de obtenção da propriedade. A propriedade foi obtida por: Número de propriedade Compra 7 Herança 4 Doação 0 Arrendamento 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 4 informa o número de propriedades dos agricultores familiares que participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP e quem está residindo na propriedade, sendo o principal residente na propriedade encontrado foi o proprietário junto com a sua família. Tabela 4 – Residente na propriedade. Residentes na propriedade Número de propriedade Proprietário e família 11 Arrendatário 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 5 informa o número de propriedades que participam do “Projeto “Pluviômetros” na Microrregião de Rio Claro/SP e seus respectivos tamanhos em hectares, sendo que a menor propriedade tem menos de 1 hectare e a maior propriedade tem 60,5 hectares. Tabela 5 – Tamanho da propriedade em Hectares. 24 Número de propriedade Tamanho da propriedade em Hectares 1 0,0042 1 0,0050 1 1 1 4,8 1 6,5 1 14,5 1 23 1 25 1 48,4 1 60,5 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 6 mostra o principal responsável pela administração da propriedade, sendo que o principal responsável pela administração da propriedade encontrada durante a realização do trabalho de campo foi o próprio proprietário. Tabela 6 – Administração da propriedade. Direção da propriedade Número de propriedade Proprietário 11 Arrendatário 1 Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. A tabela 7 mostra quem são os principais responsáveis pela exploração da propriedade, sendo que a própria família é a principal responsável pela exploração da propriedade encontrada durante a realização o trabalho de campo. Tabela 7 – Exploração da propriedade. Exploração da propriedade Número de propriedade Apenas pela família 11 Arrendatário 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 8 mostra a quantidade de hectares explorados pela família com algum tipo de atividade na propriedade. Tabela 8 – Hectares explorados pela família Quantidade de hectares explorados pela famíliaNúmero de propriedade 1 – 5 5 6- 10 2 11 - 15 0 25 16 - 20 0 21 - 30 4 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 9 mostra o caráter da mão de obra utilizada na propriedade, sendo que o principal caráter da mão de obra utilizada nas propriedades foi a familiar encontrada durante a realização o trabalho de campo nas propriedades. Tabela 09 – Caráter da mão de obra utilizada na propriedade. Caráter da mão de obra utilizada na propriedade Número de propriedade Familiar 11 Assalariada Permanente 1 Assalariada temporária 3 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 10 mostra os tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades, sendo que a agropecuária, é a atividade principal desenvolvida pelos agricultores encontrada durante a realização o trabalho de campo nas propriedades. Tabela 10 –Tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades. Tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades Número de propriedade Agropecuária 12 Não agrícola 0 Agropecuária e não agrícola 0 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 11 mostra as atividades principais desenvolvidas nas propriedades, sendo que o plantio de hortaliças é o tipo de atividade principal desenvolvida pelos agricultores encontrada durante a realização o trabalho de campo nas propriedades. Tabela 11 – Atividade principal desenvolvida na propriedade. Atividade principal desenvolvida na propriedade Número de propriedade Plantio de hortaliças 12 Cultivo de cana de açúcar 1 Criação de frango 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 26 A tabela 12 mostra as principais atividades desenvolvidas nas propriedades, sendo que a agricultura especialmente o plantio de hortaliças é o principal tipo de atividade desenvolvida pelos agricultores em suas propriedades, mostrando a importância dessa atividade para a manutenção e consolidação do agricultor no campo e como isso acaba se refletindo em sua renda. Tabela 12 – Atividade desenvolvida na propriedade que gera maior renda. Atividade desenvolvida na propriedade que gera maior renda Número de propriedade Agricultura 12 Cultivo de cana de açúcar 1 Criação de frango 1 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 13 mostra a renda obtida através das atividades desenvolvidas nas propriedades, sendo que a renda média familiar obtida nas propriedades é de dois a quatro salários minímos (R$937,00 o valor do salário mínimo para o ano de 2017). Esta renda é obtida considerando-se o desenvolvimento nas propriedades, unicamente, de atividades agropecuárias principalmete através do plantio e da venda de hortaliças . Tabela 13 – Renda obtida pelos agricultores (Em Reais). Renda obtida pelos agricultores. Número de propriedade De 1 a 2 salários mínimos 0 De 2 a 3 salários mínimos 6 De 3 a 4 salários mínimos 6 De 4 a 5 salários mínimos 0 Mais que 5 salários mínimos 0 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 14 mostra os agricultores que participam do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos ou do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), sendo que todos os agricultores entrevistados participam de um destes programas. Por se tratar de programas institucionais de aquisição de alimentos, esses programas têm por objetivo incentivar a produção e o consumo de alimentos oriundos da agricultura familiar, promovendo a sua inclusão econômica e social, garantindo ás pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional o acesso à alimentos em quantidade, qualidade e regularidade suficientes, apoiando a formação e organização de cooperativas e entre outras organizações formais de agricultores familiares, contribuindo para o fortalecimento dos 27 circuitos locais e regionais de produção e comercialização, dando novas oportunidades de geração de renda e emprego para essas famílias. Tabela 14– Agricultores que participam do PAA ou do PNAE. Agricultores que participam do PAA ou do PNAE. Número de propriedade Participam 12 Não participam 0 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 15 mostra os agricultores que contam com algum equipamento tecnológico que permite diversificar a produção agrícola, sendo que 10 agricultores utilizam o trator para realizar diversas operações dentro da propriedade rural, ajudando ao pequeno agricultor familiar a preparar o solo para o plantio, fazer a manutenção das lavouras, a transportar outros equipamentos e implementos agrícolas, contribuindo para o aumento da quantidade e na qualidade da sua produção. Tabela 15 – Equipamentos Tecnológicos que permitem diversificar a produção agrícola das propriedades. Equipamentos Tecnológicos que permitem diversificar a produção agrícola das propriedades Número de propriedade Trator 10 Colheitadeira 0 Semeadeira 0 Máquina de despolpar grão 0 Arado Tração animal 1 Nenhum 2 Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. A tabela 16 mostra as propriedades que contam ou não com algum tipo de assistência técnica na propriedade, sendo que a maioria dos agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo não contam com nenhum tipo de assistência técnica em sua propriedade. Tabela 16 – Assistência Técnica. Assistência Técnica na propriedade Número de propriedade Propriedades que contam com algum tipo de assistência técnica 3 Propriedades que não contam com nenhum tipo de assistência técnica 9 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 28 A tabela 17 mostra os agricultores que acessam ou não contam com algum tipo de financiamento, sendo que a metade dos agricultores entrevistados dos agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo conta com nenhum tipo de financiamento em sua propriedade. Tabela 17 – Financiamento. Financiamento Número de propriedade Propriedades que contam com algum tipo de financiamento 6 Propriedades que não contam com nenhum tipo de financiamento 6 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela número 18 mostra os recursos hídricos disponíveis nas propriedades rurais, sendo que 7 (sete) agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo possuem algum tipo de recurso hídrico disponível em sua propriedade na qual se utilizam para realizar diversas atividades dentro da propriedade como irrigação da lavoura, criação de peixes, usos nos afazeres domésticos. Tabela 18 – Recursos hídricos disponíveis nas propriedades. Recursos hídricos disponíveis nas propriedades Número de propriedade Rio 2 Lagoa 1 Represa 1 Nascente 2 córrego 1 nenhum 6 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 19 mostra as formas de abastecimento de água nas propriedades rurais, sendo 9 (nove) agricultores que foram entrevistados durante a realização do trabalho de campo contam como forma principal de abastecimento de água em suas propriedades o poço artesiano e em 4 (quatro) propriedades por sistema de serviço municipal (DAAE - Departamento Autonômo de Água e Esgoto). Tabela 19 – Abastecimento de água nas propriedades. Forma de abastecimento de água nas propriedades Número de propriedade DAAE (Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Rio Claro) 4 Rio 0 Poço artesiano 8 29 Nascente 0 Outros 0 Nenhum 0 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 20 mostra os recursos energéticos disponíveis nas propriedades rurais, todos os agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo contam com energia elétrica como forma principal de recursos energético em sua propriedade distribuída principalmente pela concessionária Elektro. Tabela 20 – Recursos energéticos nas propriedades. Recursos energéticos disponíveisnas propriedades Número de propriedade Energia elétrica 12 Gerador próprio 0 Outros 0 Concessionaria Elektro 12 Outra Concessionária Fonte: Trabalho de Campo, 2015. A tabela 21 mostra os recursos de comunicação disponíveis nas propriedades rurais, sendo que todos os agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo contam com o celular como a principal forma de comunicação em sua propriedade. Por tratar- se de um município com grande desenvolvimento urbano e atendido por serviços públicos em grande parte de seu território a telefonia fixa ou móvel, também está disponível para as proriedades pesquisadas. A novidade é a presença dos serviços de internet em três delas. Tabela 21 – Recursos de comunicação nas propriedades. Recursos de comunicação disponíveis nas propriedades. Número de propriedade Celular 12 Telefone fixo 8 Internet 3 Nenhum 0 Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO. Os resultados obtidos através da análise dos 12 (doze) questionários e da realização do trabalho de campo, podemos observar no gráfico 01 que os principais motivos que levaram o agricultor a participar da feira foram o incentivo dos órgãos públicos e a venda da produção, sendo que todos os agricultores pretendem continuar a vender os seus produtos, mostrando a 30 importância da sua realização como forma de resistência comercial, pautada na relação direta com o consumidor já que não há intermediário no processo de comercialização, contribuindo para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor familiar pela busca da sua manutenção no campo e para os consumidores que buscam produtos de qualidade com preços mais acessíveis. Gráfico 01- Principal motivo que levou o agricultor a participar da feira da agricultura familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Podemos observar no gráfico 02 o peso da renda da feira na renda familiar do agricultor varia entre 10% a 75%, mostrando a real importância da venda dos produtos na feira para a complementação da renda dos pequenos produtores familiares, assim contribuindo para a sua manutenção no campo e para a obtenção de outros produtos de necessidades primárias na qual ele não produz em sua propriedade. 31 Gráfico 02 - O peso da renda da feira da agricultura familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Podemos observar no gráfico 03 os principais locais de comercialização da produção do agricultor familiar que participa da feira da agricultura familiar, também conhecida como “Feira do Corujão” - Rio Claro –SP, sendo que a própria feira e os programas de políticas públicas como é o caso do Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa de Aquisição de Alimentos, mostra a real importância da participação dos órgão públicos para o desenvolvimento da agricultura familiar, desde o incentivo para a produção até a sua comercialização, contribuindo para o fortalecimento desses pequenos agricultores e possibilitando obter uma geração de renda, em caso de excedente os produtores costumam destinar a sua produção para outros estabelecimentos comerciais como por exemplo supermercados e varejões contribuindo para complementar a renda familiar. 32 Gráfico 03- Principais locais de comercialização da produção do agricultor familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Podemos observar no gráfico 04 que os principais aspectos que precisam ser melhorados para a realização da feira é a questão da falta da divulgação para a população local, pois a mesma acaba não tendo o conhecimento da sua existência e a questão do horário que precisaria ser mudado como forma a atender melhor os frequentadores que dela participam, contribuindo para a sua visibilidade e realização. Gráfico 04- Aspectos que precisam ser melhorados na realização da feira da agricultura familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 33 Podemos observar no gráfico 05 que os há uma grande aceitação por parte dos consumidores por produtos processados /semi processados, face a sua praticidade, pois são comercializados já limpos, descascados, cortados e empacotados, facilitando o seu preparo final. Devido às exigências de legislações específicas a prefeitura Municipal de Rio Claro, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e Silvicultura, criou o Serviço de Inspeção Municipal (S.I.M), sendo um serviço sanitário do munícipio responsável pela fiscalização e inspeção das propriedades estabelecimentos que processam algum tipo de alimento de origem animal, como carne, ovos, leite, pescados, mel e seus derivados comercializados dentro do municipio, com isso certificando com selo de garantia e qualidade os produtos que chegam à mesa dos consumiroes locais, pretendendo minimizar os riscos de transmissão de contaminação e doenças ao ser humano, causando danos irreversíveis à sua saúde e assim procurando transformar a produção artesanal desses produtos em uma atividade regulamentada, e coloca-los dentro do molde exigidos pelos orgão públicos, tornando-os mais lucrativos e contribuindo para o desenvolvimento do agricultor. Gráfico 05- Aceitação por parte dos consumidores por produtos processados e semi/processados. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Podemos observar no gráfico 06, considerando o modo que a feira está organizada, que ela tem um futuro promissor, podemos perceber isso através do seu crescimento envolvendo outras atividades não agrícolas como artesanatos e produtos semi processados e contando desde o dia 16 de novembro de 2015 a ampliação para mais um local, oferecendo ao consumidor uma diversidade de produtos com preços mais acessíveis. 34 Gráfico 06- Aspectos sobre o modo como a feira da agricultura familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Gráfico 07- Aspectos sobre os investimentos na melhoria na qualidade dos produtos para a realização da feira da agricultura familiar. Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 35 DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIO AOS AGRICULTORES FAMILIARES QUE PARTICIPAM DA “FEIRA DO CORUJÃO” - RIO CLARO –SP Fonte: Trabalho de Campo, 2015. Com dados coletados a partir da aplicação dos questionários junto aos agricultores familiares que participam da feira da agricultura familiar, também conhecida como “Feira do Corujão” - Rio Claro –SP foram sintetizados, agrupados e analisados em um banco de dados, com o intuito de atender aos objetivos desse trabalho. 36 CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA CORUJÃO Com a utilização da quantificação através do método de amostragem para calcular o tamanho da amostra a ser entrevistada chegamos ao resultado total de 316 questionários, no qual foram aplicados 183 questionários, juntos aos frequentadores da Feira do produtor rural “Feira Corujão”, para tal coloca-se uma series de questões que abrange o tema a ser investigado pelo pesquisador. Deste modo, através da aplicação do questionário aos consumidores é possível recolher informações que permitam conhecer melhor o objeto de estudo, bem como melhorar a metodologias da pesquisa. A importância dos questionários passa também pela facilidade com que se interroga um elevado número de pessoas, num espaço de tempo relativamente curto. 37QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CONSUMIDORES 1. Nome: _____________________ 2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino 3. Idade: ___________ anos 4. Cidade: ___________________ 5. Bairro: ____________________ 6. Profissão: _________________ 7. Com que frequência vem a feira? ( ) 1 x por semana ( ) 2 x por semana ( ) A cada duas semanas ( ) Outro: ____________________ 8. O (A) Sr. (a) vem à feira para: ( ) Fazer compras de hortifrutigranjeiros ( ) Fazer compras de artesanato ( ) Fazer compras de alimentos preparados ( ) Fazer refeições ( ) Para lazer ( ) Outros: ___________________ 9. Por qual motivo você frequenta a feira? ( ) Pela qualidade dos produtos ( ) Pelo preço ( ) Pela confiança no produtor ( ) Pela variedade de opções ( ) Pelo fácil acesso ( ) Pelo horário de funcionamento ( ) Pela produção ser em Rio Claro 10. O que você mais compra na feira? ( ) hortifrutigranjeiros ( ) artesanato ( ) alimentos preparados 11. Em relação aos hortifrutigranjeiros, o que mais compra? ( ) Verduras variadas (folhas em geral) ( ) Legumes ( ) Frutas ( ) Ovos ( ) Outros: ____________________ 12. Qual o valor médio gasto em reais (R$) a cada visita à feira? (Compras e alimentação) ( ) menos de 10 ( ) De 11 a 20 ( ) De 21 a 30 ( ) De 31 a 40 ( ) De 41 a 50 ( ) De 50 a 100 13. Qual é a sua opinião sobre a organização da feira? ( ) ótimo ( ) regular ( ) ruim 14. Qual é a sua opinião sobre o espaço físico da feira? ( ) Tamanho adequado ( ) Tamanho inadequado Comentários: ________________________________ ________________________________ 38 Procurando alcançar o objetivo desta pesquisa e com isso facilitar o processo de tabulação dos dados coletados, utilizou-se um uma ferramenta de formulário online contendo a estrutura de perguntas do questionário físico aplicado junto aos frequentadores da Feira do produtor rural “Feira Corujão”. Link do questionário online: http://goo.gl/forms/OSCo85ZA1c MODELO DO QUESTIONÁRIO RESPONDIDO ONLINE PELOS FREQUENTADORES DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” 39 40 41 ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS COM AS RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS DO PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ONLINE E DIGITAL Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2016. A sistemática de obtenção de dados aliou a pesquisa bibliográfica e o trabalho de campo, possibilitando um estudo histórico da formação e desenvolvimento da Feira do Produtor Rural “Feira Corujão” contribuindo para descrever e analisar os fenômenos sociais, econômicos, políticos, ambientais relacionados à feira. A aplicação dos questionários aconteceu durante os dias de realização da Feira do Produtor Rural (terças e sextas feiras das 18:00 às 21:00 hs, na qual foram aplicados em média 10 questionários a cada edição, incidindo numa escolha aleatória das pessoas presentes no local, tendo como próximo passo uma breve apresentação do questionário e o principal objetivo da pesquisa, sendo que até o presente momento não encontramos maiores dificuldades de aplicação, isso se deve ao fato da importância do trabalho para a os frequentadores que sempre buscam por produtos de qualidade e principalmente melhorias que visam a manutenção e consolidação da feira. Para avaliar a eficiência dos questionários em atender, com suas respostas, aos objetivos desse trabalho, realizou-se um pré-teste com 10 (dez) entrevistados, escolhidos aleatoriamente cuidando- se em abortar somente pessoas que estavam presentes na feira, esclarecendo aos entrevistados sobre a importância deste trabalho para a realização e manutenção da feira. 42 ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO”. Conforme apresentado em fase anterior desta pesquisa, cujo foco foram os produtores- feirantes, na qual os resultados foram obtidos com a aplicação de 12 (doze questionário) sendo 5 (cinco) do sexo masculino e 7 (sete) do sexo feminino, cuja a média de idade é de 52 anos, sendo 11 proprietários e 1 arrendatário obtidas através da compra e por herança cuja a família é a principal responsável pela mão de obra na propriedade tendo como atividade principal o desenvolvimento da agropecuária, obtendo uma renda média familiar de dois a quatros salários mínimos (R$ 937,00 valor do salário mínimo em 2017). Os principais motivos que levaram o agricultor a participar da feira foram o incentivo dos órgãos públicos e a venda da produção, sendo que todos os agricultores pretendem continuar a vender os seus produtos, mostrando a importância da sua realização como forma de resistência comercial, pautada na relação direta com o consumidor já que não há intermediário no processo de comercialização, contribuindo para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor familiar pela busca da sua manutenção no campo e para os consumidores que buscam produtos de qualidade com preços mais acessíveis. Apresentamos a seguir os resultados obtidos durante a aplicação dos questionários junto aos consumidores que frequentam a Feira do Produtor Rural “Feira Corujão”, quais foram obtidos com a aplicação de forma online e presencial de 183 questionários, sendo 122 (cento e vinte e dois) do sexo feminino e 61 (sessenta e um) do sexo masculino, cuja média de idade é de 37 anos, com destaque para a faixa entre 21 a 30 anos de idade, tendo como principais frequentadores os estudantes. Gráfico 08 – Frequência dos consumidores na feira 43 Fonte: Trabalho de campo (2016) O gráfico 09 mostra os principais bairros onde se localizam os consumidores que frequentam a Feira do Produtor Rural, podemos perceber que os maiores destaques vão para os bairros da Bela Vista, Vila Alemã, e Vila Nova, sendo estes próximos ao local de realização da feira, esse fator de proximidade da residência, também contribui para a fidelização dos clientes, indicada pelo número de repetições de compra semanal e mensal contribuindo para sua realização e manutenção. Gráfico 09 – Bairros onde se localizam os consumidores Fonte: Trabalho de campo (2016) O mapa 01 - Bairros de origem dos consumidores que participam da feira do produtor rural “Feira Corujão mostra uma análise sócio espacial do local de origem dos consumidores, percebemos ao analisar o mapa que a feira tem uma influência em diversos bairros do município reforçando a importância sua realização e consolidação. Nos Bairros (43, 51, 52, 62, 50) é realizado uma pequena feira de rua aos finais de semana influenciando na população dos bairros adjacentes. 44 Mapa 01 – Bairros de origem dos consumidores que participam da Feira do produtor Rural “Feira Corujão”. Fonte: Trabalho de campo (2016), elaborado por Wilyan Rodrigo Luciano. Através da análise das informações obtidas com a aplicação dos questionários (183 aplicados) e da realização do trabalho de campo, podemos observar os motivos pelos quais levam a população a frequentar a feira são distintos, vão desde daqueles que pretendem conhecer a sua dinâmica de funcionamento, até aqueles que preferem efetuar a compra direto com o produtor. O Gráfico 10 mostra a frequência dos consumidores durante os dias de realização da feira, na qual pode ser dividido entre aqueles que tem hábito de frequentar a feira duas (2) vezes por semana e até aqueles que a frequentam esporadicamente,tornando esse local um lugar de pertencimento no qual as pessoas se encontram sejam elas advindas de áreas rurais ou urbanas, resultando no fortalecimento das relações sociais, nutrindo a aproximidade e a confiança entre consumidores e feirantes, contribuindo para a manutenção e consolidação de sua idealização. 45 Gráfico 10 – Frequência dos consumidores na feira Fonte: Trabalho de campo (2016) O Gráfico 11 procura conhecer quais são os produtos mais consumidos pelos frequentadores da feira, tratando-se de uma feira de agricultura familiar voltado a venda de produtos agrícolas, a compra de produtos hortifrutigranjeiro é o principal atrativo para os consumidores. A busca por uma alimentação mais saudável que envolvam alimentos de qualidade com preços mais acessíveis tem levado as pessoas a procurarem por esse tipo de comércio, o que acaba valorizando a agricultura familiar. Gráfico 11 – O consumidor vai a feira para: Fonte: Trabalho de campo (2016) 46 Um importante fator analisado foi o gasto médio por compra. O Gráfico 12 mostra o valor médio gasto em reais (R$) a cada visita a feira realizada pelos consumidores. A maioria dos entrevistados gastam em média cerca de 11 a 20 reais por compra, seguido pelos consumidores que gastam entre 21 a 30 reais, mostrando a fidelidade por parte dos consumidores em frequentar a feira. Gráfico 12 – Valor médio gasto em reais (R$) a cada visita a feira. Fonte: Trabalho de campo (2016) O Gráfico 13 mostra a opinião dos frequentadores da Feira do Produtor Rural sobre o espaço físico onde ocorre a sua realização, podemos observar que a maioria dos consumidores entrevistados 171 (cento e setenta e um) consideram o tamanho e a infraestrutura do local adequado para sua realização e somente 12 (doze) consideram o espaço inadequado para a sua realização. No decorrer da realização das entrevistas os consumidores opinaram e propuseram ideias de melhorias para o local, objetivando aprimorar a qualidade do atendimento para os clientes e demais frequentadores da feira. Os principais aspectos apontados foram melhorias na iluminação do espaço, na ventilação, na sinalização das placas indicando acesso aos banheiros, na organização do estacionamento para os veículos. 47 Gráfico 13 – Opinião sobre o espaço físico da feira. Fonte: Trabalho de campo (2016). O Gráfico 14 mostra o motivo pelo qual os consumidores frequentam a feira do Produtor Rural, através da análise e tabulação dos dados, podemos observar que a maioria dos consumidores entrevistados 151 (cento e setenta e um) frequentam a feira devido a qualidade dos produtos, seguido pelo preço 119 (cento e dezenove) e pelo horário de funcionamento 69 entrevistados (sessenta e nove). Gráfico14 – Motivo pelo qual os consumidores frequentam a feira. 48 Fonte: Trabalho de campo (2016). O Gráfico 15 mostra o que os consumidores mais compram em relação aos hortifrutigranjeiros, através da análise e tabulação dos dados, podemos observar que a maioria dos consumidores entrevistados 153 (cento e setenta e três) compram verduras variadas (folhas em geral), seguido por legumes 136 (cento e dezenove) e pelas frutas 73 (setenta e três). Gráfico 15 – O que os consumidores mais compram em relação aos hortifrutigranjeiros. Fonte: Trabalho de campo (2016). 49 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos e entidades representativas, tendo por objetivo um levantamento do histórico do processo de formação da feira, visando mostrar a importância da participação do poder público para a sua formação, consolidação e desenvolvimento. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS DE RIO CLARO – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA ROTEIRO PARA SECRETARIA DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E SILVICULTURA DO MUNICIPIO DE RIO CLARO/SP. Levantamento do histórico e dinâmica da feira e qual a sua importância cultural, social e econômica para o município de Rio Claro 1. Como surgiu a ideia da feira? 2. Como se deu a escolha de sua localização? - O espaço físico atende à demanda? 3. Quais foram os critérios para a escolha do local da feira, tanto na vila Cristina quanto na vila Martins? Se a Feira funcionasse no centro da cidade ela não seria mais frequentada? 4. Como se deu a aproximação/seleção da Secretaria junto aos agricultores para a organização/funcionamento (convite)? Quais foram os requisitos para o agricultor poder inserir-se no processo? 5. De que forma é feita a organização da feira? (Investimento, Montagem das bancas, limpeza, questões relacionadas a infraestrutura da feira). 50 6. Existe algum documento oficial ou legislação municipal que legitima e institucionaliza a feira? 7. Qual é o número de agricultores participantes no início? Quantas pessoas (incluindo agricultores e artesãos) fazem parte da feira hoje? E se existe alguma possiblidade de aumentar esse número? 8. Existe por parte dos agricultores adesão à feira? 9. Os agricultores recebem algum tipo de apoio ou capacitação (cursos, palestras, oficinas) – manuseio adequado dos alimentos, atendimento ao público, legislação sanitária vigente. 10. Existe algum diálogo entre os agricultores e a Secretaria? (Existe um comitê formado pelos próprios agricultores que se reúne uma vez por mês). E de que forma é realizado esse diálogo? 11. Existe algum diálogo entre os consumidores e a Secretaria, visando de alguma forma tentar buscar melhorias para a feira? E de que forma é realizado esse diálogo? 12. De que forma é realizada a divulgação da feira? (Existe algum material de divulgação que valoriza seus aspectos econômicos, sociais e culturais?). 13. Como a Secretaria avalia recepção da população em relação à feira? 14. O senhor pode definir quem é o consumidor da feira? (Renda, escolaridade) e de que bairros da cidade ele vem? 15. Que tipos de mudanças de comportamento (hábitos alimentares, volume de dinheiro gasto) da população podem ser identificadas? 16. A Secretaria tem uma estimativa do número de frequentadores por semana e o valor médio gasto por consumidor e quanto à feira custa para o município? 17. A feira pode ser considerada um espaço de sociabilidade (de encontro) ou apenas de compras? 18. Do início até agora que mudanças foram realizadas a partir do projeto original e por quê? 19. Há resistências ao funcionamento da feira no município por parte de outros comerciantes do setor de alimentos? Participação pública e privada 20. A feira está inserida em que programa da Secretaria e do município? 21. Existe algum plano ou alguma política pública de apoio e expansão da feira? 51 22. Há algum tipo de apoio de outros setores da prefeitura e de alguma empresa privada? 23. A Secretaria busca apoio financeiro junto ao governo estadual e federal? 24. Quais são as principais dificuldades encontradas durante a realização da feira? 25. Infraestrutura existente atende as necessidades dos agricultores e dos consumidores? 26. Principais problemas apontados pelos agricultores? 27. Principais problemas apontados pelos consumidores? Observações: ___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ENTREVISTA REALIZADA NO DIA 04 DE MAIO DE 2015 COM CARLOS DE LUCCA - SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, SILVILCULTURA E ABASTECIMENTO DO MUNICIPIO DE RIO CLARO. Quando começamos no governo, em 2013 queríamos reativar as feiras livres, porque Rio Claro tinha perdido essa prática, existiam no município feiras livres grandes. No primeiro dia que eu assumi o meu cargo como secretário, o prefeito me convidou fiz um discurso onde eu falei que iriamos reativar as feiras livres para que o produtor tivesse mais uma chance de comércio, quando eu entrei no governo, através de um planejamento existiam a ideia das feiras livres. Existiam feiras livres na Unesp que estava muito fraca que era de produtos orgânicos, existia uma feira no Jardim São Benedito em 2009 e outra no Cerverzon, uma na rua 6 com a avenida 40 tinha uma intenção de feira uma barraca de pastel e um pouco perto da Fricock na avenida 22 com a Ulisses Guimarães, essas feiras estavam fracassando e pensamos em estimular a cadeia produtiva, mas para isso é necessário que tenha escoamento, não vamos estimular a produzir para entregar para o atravessador. 52 Umas das estratégias do governo foi fazer a merenda escolar que era privada (terceirizada), então como que terceiro ganhava dinheiro, era através de menos quantidade ou em menos qualidade no produto da merenda da alimentação escolar. Houve um projeto do Governo Federal chamado de PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que poderia comprar da agricultura familiar no mínimo 30 % de repasse do dinheiro feito pelo do Governo Federal para alimentação escolar da agricultura familiar e também tem um banco de alimentos que poderia absorver bastante e naquela época também tinha o compra direta de aquisição de alimentos, tinha a possibilidade da pessoa poder vender até quatro mil e quinhentos reais por ano e na merenda escolar até nove mil e quinhentos reais por ano cada produtor familiar para isso era preciso ter uma DAPE (Declaração de Aptidão do PRONAF – Programa Nacional da Agricultura Familiar ) e para as cidades onde que a verba atinge o valor acima de cem mil reais e tem mais de cem mil habitantes tinha que ser feito através de associação e cooperativismo, queríamos agregar as pessoas, porque nós temos mil e quatrocentos propriedades no município , sendo que 80% delas com menos de cinquenta hectares e 60 com menos de 20 hectares, são propriedades bem pequenas, então a nossa intenção éramos se organizar coletivamente, com essa ajuda que teve por norma do Governo Federal de montar a associação, então montamos a associação que então ficou a associação 001 a nível de Brasil e teve essa declaração de aptidão familiar jurídica, pois existe a DAPE familiar física que é por cada pessoas e dentro de uma associação é jurídica, como a muitos anos estávamos com a parte agrícola perdida dentro do nosso município, já aviamos perdido a visão. Criou-se a Associação, por município ter uma visão muito maior para a indústria e comércio, as propriedades estavam bastante sem tendência para a exportação agrícola, algumas pessoas insistiam no campo e tinha técnica para plantio e sabiam produzir e outras pessoas que tem a propriedade que são filhos dos herdeiros das propriedades, como ficou muito forte a indústria e comércio eles perderam a capacidade de plantio. Mas essas pessoas estão voltando para o campo, então essas pessoas tiraram a DAPE física e com essa DAPE física eles entraram na associação e a merenda escolar é uma coisa muito séria na época era cerca de 53 mil refeições diárias que tinham que ser feitas para as crianças e ali é um compromisso que não pode chegar lá e falar “hoje não pode trazer as minhas verduras, não pode trazer os meus produtos “a criançada da escola tem que comer, então tem que ser um produto bem sério. Precisava produzir, produzir com frequência e com quantidade, só que as pessoas que não sabiam produzir tiveram que aprender com as pessoas que produziam, dentro da 53 associação e da cooperativa as pessoas começaram a trabalhar, fizemos células, uma pessoa que é boa me plantio de cenoura, ai eu não sei plantar então vou naquela pessoa e aquela pessoa coordenava um grupo de plantadores de cenoura, outro bom de alface ordenava um grupinho , então para multiplicar para a pessoa começar a aprender a plantar, daí começou a atender a merenda e começou a ter um excedente, bom agora temos que fazer um outro mercado , qual outro mercado ?, para gente procurar o supermercado ou outros clientes que também queriam ter com frequência, a gente também não tinha capacidade de carga suficiente para entregar , então vamos fazer feira, isso surgiu coletivamente entre a secretária e os produtores naquele momento, uma feira diferente, nós já tínhamos esses pontos de feira livre em decadência decidimos vamos montar uma feira a noite, onde o público pode vir a noite nos locais da prefeitura, o espaço escolhido para ser montada foi na 3 A, no espaço livre da Vila Martins. A feira não ficou apenas no agricultor, para criar mais público pegamos pessoas que fazem artesanato, pessoas que fazem algum manufaturado de preferência produtor rural, convidamos também o pessoal da economia solidaria, convidamos o pessoal que faz espetinho, tem obedecessem alguns requisitos como o Selo de inspeção municipal, os produtores rurais vieram desta associação, sendo que hoje é uma cooperativa. Hoje também Temos um conselho municipal de desenvolvimentos rural, que dão as diretrizes para o planejamento rural, ajudando esses os agricultores. Também oferecemos vários cursos para esse pequeno agricultor rural para que possa desenvolver a sua atividade dentro da sua propriedade, ajudando a agregar valor à sua produção. Também ajudamos na divulgação através da panfletagem da feira para a população local. Referente ao número de pessoas pode varias de 1000 a 1.500 pessoas por edição, nós sabemos informar o quanto cada consumidor gasta, nem perguntamos para os agricultores sobre isso, até como uma forma de confiabilidade, também não sabemos definir o tipo de consumidor. Não obtivemos reclamação nem por parte dos agricultores, nem por parte dos consumidores, trabalhamos através de um processo de gestão tentando ajudar o produtor e o consumidor na busca por produtos frescos e com qualidade. ENTREVISTA REALIZADA NO DIA 04 DE MAIO DE 2015 COM A MARIA HELENA DIRETORA/COORDENADORA DA SECRETÁRIA AGRICULTURA, SILVILCULTURA E ABASTECIMENTO DO MUNICIPIO DE RIO CLARO. O processo de formação da feira começou através da reunião de alguns agricultores em parceria com a secretaria da agricultura na busca pela revalorização das feiras livres que já 54 aconteciam no município, quando começamos esse hábito estava se perdendo e para isso voltar a ser algo viável tanto para os agricultores quanto para os consumidores tivemos que formar uma associação dos agricultores familiares rurais , começamos a convidar os agricultores para participar dessa associação a princípio éramos em cinco e hoje somos mais de quarenta agricultores associados de várias partes da região de Rio Claro. Com a associação formada começamos a participar do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do Programa de Aquisição de alimentos (municipal) também criamos um banco de alimentos na qual oferecemos parte destes produtos para instituições de assistência social. Em relação
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