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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 
 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WILYAN RODRIGO LUCIANO 
 
 
 
 
 
 
AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO PRODUTOR 
RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO - SP 
 
 
 
 
 
Rio Claro -SP 
2017 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
Instituto de Geociências e Ciências Exatas 
Câmpus de Rio Claro 
 
 
WILYAN RODRIGO LUCIANO 
 
 
 
 AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO 
PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE RIO 
CLARO - SP 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - 
Câmpus de Rio Claro, da Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para 
obtenção do grau de Bacharel em Geografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Claro - SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WILYAN RODRIGO LUCIANO 
 
 
 
AGRICULTURA FAMILIAR NO CONTEXTO DA FEIRA DO 
PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” NO MUNICÍPIO DE 
RIO CLARO - SP 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - 
Câmpus de Rio Claro, da Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para 
obtenção do grau de Bacharel em Geografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 Comissão Examinadora 
 
Darlene Aparecida Ferreira de Oliveira (orientador) 
 
Sibeli Fernandes 
 
Diego Corrêa Maia 
 
 
 
 
 
 
Rio Claro, _____ de __________________________ de ________. 
 
 
Assinatura do (a) aluno(a) assinatura do(a) orientador(a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Os princípios da multifuncionalidade da paisagem rural e da agricultura destacam a produção 
em moldes sustentáveis, a segurança alimentar e a reprodução socioeconômica dos produtores 
familiar como balizadores de um novo paradigma produtivo que opõe o modelo agroindustrial 
à promoção de sistemas agroalimentares locais e sustentáveis. Nesta pesquisa buscaremos 
discutir agricultura e alimentação sob a ótica das relações produtores-consumidores estudando 
o impacto geográfico, social e econômico da Feira Corujão que se desenvolve em um 
município de grande urbanização e industrialização do interior paulista/Brasil. A iniciativa 
centra-se na instituição de um mercado local de venda direta que objetiva promover o 
encurtamento das distâncias entre produção e consumo e oferecer a opção por dietas baseadas 
em produtos frescos e menos processados. 
 
Palavras Chave: circuitos curtos de comercialização; agricultura familiar; feiras. 
 
ABSTRACT 
 
The multifunctional principles of the rural landscape and agriculture emphasize sustainable 
production, food security and socioeconomic reproduction of family farmers as a catalyst for 
a new productive paradigm that opposes the agroindustrial model to the promotion of local 
and sustainable agro-food systems. In this research we will try to discuss agriculture and food 
from the viewpoint of producer-consumer relations by studying the geographical, social and 
economic impact of the Corujão Fair that develops in a municipality of great urbanization and 
industrialization in the interior of São Paulo/Brazil. The initiative focuses on the 
establishment of a local direct selling market that aims to promote the shortening of distances 
between production and consumption and offer the option of diets based on fresh and less 
processed products. 
 
Keywords: short marketing circuits; family farming; fairs 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5 
OBJETIVOS ............................................................................................................................... 5 
JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 5 
METODOLOGIA ....................................................................................................................... 6 
FEIRA LIVRES: PROCESSO HISTORICO DA SUA DINÂMICA ESPACIAL ................... 7 
AS TRANSFORMAÇÕES RECENTES E A INSERÇÃO DOS CIRCUITOS CURTOS DE 
COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................................................. 7 
A FEIRA CORUJÃO: OS PRODUTORES RURAIS/FEIRANTES E OS 
CONSUMIDORES/FREQUENTADORES ............................................................................. 11 
CARACTERIZAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS 
PROPRIEDADES .................................................................................................................... 17 
ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO ................................. 22 
RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO. ................................ 29 
DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS 
QUESTIONÁRIO AOS AGRICULTORES FAMILIARES QUE PARTICIPAM ................ 35 
DA “FEIRA DO CORUJÃO” - RIO CLARO –SP ................................................................. 35 
CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA 
CORUJÃO ................................................................................................................................ 36 
MODELO DO QUESTIONÁRIO RESPONDIDO ONLINE PELOS FREQUENTADORES 
DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” ................................................ 38 
ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS COM AS RESPOSTAS OBTIDAS ATRAVÉS 
DO PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ONLINE E DIGITAL ........................... 41 
ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA 
CORUJÃO”. ............................................................................................................................. 42 
ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS 
PÚBLICOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS .............................................................. 49 
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 55 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 56 
 
5 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os princípios da multifuncionalidade da paisagem rural e da agricultura destacam a 
produção em moldes sustentáveis, a segurança alimentar e a reprodução socioeconômica dos 
produtores familiar como balizadores de um novo paradigma produtivo que opõe o modelo 
agroindustrial à promoção de sistemas agroalimentares locais e sustentáveis. 
Neste texto buscamos discutir agricultura e alimentação sob a ótica das relações 
produtores-consumidores estudando o impacto geográfico, social e econômico da Feira 
Corujão que se desenvolve em Rio Claro, município de grande urbanização e industrialização 
do interior do Estado de São Paulo no Brasil. A iniciativa centra-se na instituição de um 
mercado local de venda direta e intenta promover o encurtamento das distâncias entre 
produção e consumo e oferecer a opção por dietas baseadas em produtos frescos e menos 
processados. 
O levantamento de informações foi realizado através de técnicas de observação 
simples e aplicação de formulários junto aos dois grupos pesquisados, buscando caracterizaros elementos internos e elementos externos do sistema agricultura nas propriedades rurais e 
apontando para a definição do potencial do capital sociocultural e econômico do grupo em 
questão, avaliando a importância da feira do produtor da agricultura familiar também 
conhecida popularmente como feira Corujão, como sendo um local de relações econômicas, 
sociais, culturais e principalmente de como forma de resistência e identidade para os 
agricultores que participam da sua construção e mostrando a importância da participação dos 
consumidores e do poder público para a sua formação, consolidação e desenvolvimento da 
mesma. 
 
OBJETIVOS 
 
Este projeto tem como principal objetivo caracterizar os produtores rurais/feirantes e 
os consumidores/frequentadores da feira do produtor da agricultura familiar, também 
conhecida como Feira Corujão – Rio Claro/SP, como forma alternativa de comercialização de 
produtos agrícolas. 
 
JUSTIFICATIVA 
 
A feira tem um papel importante na cooperação entre os agricultores, consumidores e 
o poder público, busca a valorização do produtor e da produção agrícola local, mostra a 
importância da sua realização como forma de identidade, fortificação e resistência comercial, 
pautada na relação direta com o consumidor já que não há intermediário no processo de 
6 
 
 
comercialização, contribuindo para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor 
familiar pela busca da sua manutenção no campo e para os consumidores que buscam 
produtos de qualidade com preços mais acessíveis, e contribuindo para o desenvolvimento 
rural local. 
 
METODOLOGIA 
 
• Pesquisa bibliográfica: Consolidação do corpo teórico e conceitual, a partir de análise 
de monografias, dissertações, teses, textos entre outras fontes acadêmicas, necessário 
para o conhecimento e construção dos aspectos geográficos, sociais, políticos, 
econômicos e ambientais sobre a temática multifuncionalidade, feiras livres, circuitos 
curtos. 
 
• Estudo da área – Realização de visitas no local onde ocorre a feira do produtor rural, 
procurando conhecer a realidade dos agricultores, bem como sua relação com os 
consumidores tendo por objetivo a coletar informações para a elaboração e aplicação 
dos questionários, permitindo a divulgação das mesmas, além de registros fotográficos 
da Feira do Produtor Rural. 
 
• Elaboração, teste e aplicação de questionários contendo questões objetivas e 
dissertativas junto aos produtores rurais (12) e consumidores (183) que participam da 
feira, com a finalidade de levantar, sistematizar e mensuras os registros e informações 
através da construção de um banco de dados, permitindo a divulgação das mesmas, 
tendo como parâmetro as características ecológicas, demográficas e culturais de suas 
propriedades e famílias, caracterizando seus elementos internos (tríade 
produtor/propriedade/produção) e elementos externos (ecológico, econômico, político 
e demográfico-cultural); 
 
• Realização de entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos e 
entidades representativas, tendo por objetivo um levantamento do histórico do 
processo de formação da feira, visando mostrar a importância da participação do poder 
público para a sua formação, consolidação e desenvolvimento. 
 
 
7 
 
 
FEIRA LIVRES: PROCESSO HISTORICO DA SUA DINÂMICA ESPACIAL 
 
Desde que o homem deixou de ser nômade passando a dominar a técnica de plantio e 
assim fixando – se sobre a terra, tem a necessidade de trocar o excedente da sua produção por 
outros produtos. 
As primeiras referências que se tem sobre as feiras estão relacionadas às festividades 
religiosas. A própria origem da palavra Latina Feria, dando origem à palavra portuguesa feira, 
que significa dia santo, feriado. 
Na Europa durante a idade média principalmente com o advento das cruzadas as feiras 
tiveram uma grande importância no processo de desenvolvimento das cidades e do comércio, 
pois atendia as necessidades dos comerciantes e dos viajantes contribuindo com o chamado 
renascimento comercial do século XVIII. Os Camponeses que não conseguiam vender a sua a 
sua produção excedente trocavam por outros produtos, essas trocas comerciais possibilitaram 
uma padronização dos meios de trocas, exercendo um importante papel para a implantação do 
dinheiro e para a manutenção, consolidação e desenvolvimento do capitalismo. 
No Brasil, consolidou-se como uma forma de costume implantada pelos portugueses 
desde época colonial, existiam as chamadas quitandas ou feiras africanas que eram um 
comercio em locais estabelecidos que funcionavam ao ar livre a onde as vendedoras negras 
negociavam os produtos cultivados na lavoura, da pesca e de mercadorias feitas em casa. 
Os frequentadores advindos das mais variadas localidades da cidade se deslocam até a 
feira na busca de produtos sempre frescos e saudáveis com o preço mais acessíveis, já que não 
há intermediário no processo de comercialização, fazendo com que o consumidor reconheça a 
importância de sua realização, valorizando assim os produtos oriundos da agricultura familiar, 
fortalecendo e incentivando o pequeno produtor familiar a investir na diversificação de suas 
atividades rurais e contribuindo para a consolidação de políticas públicas voltada ao pequeno 
agricultor familiar. 
AS TRANSFORMAÇÕES RECENTES E A INSERÇÃO DOS CIRCUITOS CURTOS 
DE COMERCIALIZAÇÃO 
Como já abordado por muitos autores, os avanços nos meios de transporte e de 
comunicação e a melhoria da qualidade de vida das populações provocaram mudanças 
fundamentais em relação ao comércio local. A materialização do processo de globalização, 
instituindo uma economia global, permitiu o acesso a produtos agrícolas antes inacessíveis. A 
sazonalidade que relacionava produto, local e tempo deixou de ser realidade, estando à venda, 
8 
 
 
hoje, qualquer tipo de fruta e legume, seja qual a época do ano ou o local onde nos 
encontramos. 
Essa realidade é abordada sob o prisma dos Movimentos Alimentares que, no contexto 
global, podem ser evidenciados em quatro correntes, conforme Giménez e Shattuck (2011). 
Para os autores o Estado, empresas, organizações filantrópicas e instituições globais têm 
produzido um conjunto de instituições, programas e campanhas vinculadas às agriculturas 
alternativas e movimentos alimentares, por exemplo Buy Fresh, Buy Local (EUA) ou Local 
Food Program (União Europeia). 
As quatro correntes identificadas por Giménez e Shattuck (2011) são: 
- neoliberal: corrente hegemônica, vinculada ao liberalismo econômico e de mercado, 
conduzida pelas corporações agroalimentares e gerida por instituições como o USDA, UE, 
OMC e o FMI, ela estabelece a empresa alimentar; 
- reformista: pressupõe reproduzir o sistema, mitigando os efeitos negativos através de 
reformas suaves com base em redes sociais de apoio, mercados de nicho, iniciativas de 
responsabilidade social; 
- progressista: estabelece a construção de alternativas com base na agroecologia e agricultura 
biológica e em redes comunitárias de consumidores e produtores; 
- e, por último, a radical que visa promover reformas estruturais nos mercados e regimes de 
propriedade com base no conceito de soberania alimentar. 
A consequência principal desse processo foi a distância que se estabeleceu entre o 
mercado e os produtores locais. As limitações de competitividade e afirmação ao nível de 
preços de mercado levaram muitas famílias produtoras ao abandono da atividade rural e, 
consequentemente, das terras agrícolas. 
Neste cenário surge a necessidade de estimular os produtores, empreendedores e 
prestadores de serviços para novas formas de oferta, desenvolvendo acções dirigidas 
à promoção dos produtoslocais, conferindo visibilidade ao território e às pessoas 
que nele trabalham e habitam. Uma das alternativas passa pela criação e utilização 
de instrumentos e métodos que permitam testar novas formas de comercialização de 
proximidade, que auxiliem os pequenos produtores a escoar os seus produtos 
agrícolas directamente aos consumidores, decorrendo desta transacção um benefício 
para ambos os intervenientes (BANDEIRA et al., 2009, s/p.). 
 
Adicionada a esses aspectos, ainda há uma desvalorização da atividade agrícola em 
relação àquelas atividades desenvolvidas em espaços urbanos como a indústria, o comércio e 
a prestação de serviços, consideradas essenciais para a geração de trabalho e renda. Muitos 
pequenos produtores têm uma história familiar vinculada à agricultura e produção, sem 
conseguir ou desejar se desvencilhar delas. 
Diante de um novo cenário no qual os consumidores urbanos passaram a procurar bens 
e serviços rurais, buscando produtos locais de qualidade, espaços de lazer e recreio e 
9 
 
 
atividades turísticas, estabeleceu-se a oportunidade para se encontrar dinâmicas e 
oportunidades de negócio que impulsionam a interação entre o rural e o urbano. 
The development of ‘alternative food chains,’ or networks has attracted much 
attention in recent years, with a new food politics beginning to fill gaps left by 
conventional government regulation and with the growing public concern over the 
provenance and manipulation of foods. From a rural development point of view, this 
new resurgence of interest in ‘more natural’ or ‘more local’ [...] types of food comes 
at a critical time for the land-based production sector (MARSDEN; BANKS; 
BRISTOW, 2000, p. 424). 
 
A comercialização dos produtos agroalimentares, efetuada por venda direta do 
produtor ao consumidor, é uma dessas dinâmicas que associa uma proximidade geográfica e 
relacional entre produtores e consumidores. Tal processo perpassa o conceito de circuito curto 
agroalimentar (Figura 1). 
As iniciativas bem sucedidas em CC acontecem, normalmente, em locais onde se 
verifica a formação de uma rede com estreita parceria entre o poder público, 
entidades não governamentais, organizações de agricultores e consumidores 
(DAROLT; LAMINE; BRANDEMBURG , 2013, p. 12). 
 
Figura 1 - Tipos de circuitos curtos de comercialização 
 
Fonte: Adaptado de: DAROLT; LAMINE; BRANDEMBURG (2013, p. 9) 
 
 
No contexto da lógica progressista (GIMÉNEZ; SHATTUCK, 2011) a 
comercialização de produtos agroalimentares é distinta, porque tem bens comercializáveis 
cuja origem é local e identificada por produtor. O produtor/feirante intervém diretamente na 
produção e, frequentemente, também na transformação e comercialização dos produtos. Ao 
consumidor são apresentadas informações sobre a origem do produto, o seu modo de 
produção e as respectivas qualidades específicas. Todos esses aspectos desencadeiam um 
fluxo de comunicação entre produtores e consumidores, permitindo criar confiança mútua e 
diferenciar os produtos locais dos restantes. 
10 
 
 
Trata-se de formas de comercialização por proximidade, que não são novos. 
Entretanto, assumiram novas e diversas dimensões que conjugam múltiplas motivações por 
parte de consumidores e produtores. 
A possibilidade de comprar produtos locais diretamente ao produtor é, para muitos 
consumidores, a forma mais satisfatória de garantir a qualidade, rastreabilidade e 
autenticidade aos produtos e uma maneira de apoiar a economia local. As preocupações pelas 
questões ambientais têm levado, igualmente, a um interesse crescente por métodos 
alternativos de comercialização dos alimentos. Os produtores, que não possam ou não 
pretendam aceder às exigências estabelecidas pelas cadeias de distribuição, optam por 
comercializar os seus produtos através de circuitos curtos. A aposta não é apenas escoar e 
remunerar melhor os produtos ou valorizar a qualidade e a singularidade de alguns deles, mas, 
frequentemente, conseguir obter o reconhecimento social da sua atividade (REDE RURAL, 
2013, s/p.). 
Ao olhar para os produtores rurais o que se constata é uma série de benefícios tais 
como: o escoamento regular dos bens produzidos, o aumento do rendimento dos produtores, o 
pagamento imediato e justo dos produtos, desencadeando, ainda, a possibilidade de 
diversificação das atividades da exploração. Na ótica dos consumidores é uma relação 
benéfica, porque oferece o consumo de produtos diversos, frescos e com qualidade garantida 
pelo contato direto com os produtores. 
Nessas circunstâncias, as feiras locais, como a aqui estudada, ou as feiras regionais 
que são realizadas sazonalmente em regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste brasileiros 
podem associar e, em muitos casos constituem, o principal meio de escoamento de produtos 
agrícolas alimentares. São eventos organizados por organismos municipais articulados às 
associações de produtores ou outras, realizando-se com periodicidade regular, numa 
determinada época do ano ou em datas fixas, como a Feira do Corujão que acontece duas 
vezes na semana em uma cidade do interior paulista brasileiro. 
É importante destacar que esses eventos trazem significativos retornos aos produtores, 
mas, também, para os territórios. 
Para além de permitirem escoar grande parte dos produtos produzidos na região, 
aumentar o volume de vendas e os rendimentos dos produtores, atraem visitantes e 
turistas, o que tem promovido o desenvolvimento de outras atividades ligadas ao 
artesanato, à gastronomia, ao turismo e à promoção da cultura e identidade das 
regiões (BANDEIRAS; ALVAREZ, 2007, s/p). 
 
Apresentamos, aqui, aspectos gerais sobre uma iniciativa de circuito curto instituída 
no município de Rio Claro, denominada Feira da Agricultura Familiar – Feira Corujão. 
 
11 
 
 
A FEIRA CORUJÃO: OS PRODUTORES RURAIS/FEIRANTES E OS 
CONSUMIDORES/FREQUENTADORES 
 
A feira da agricultura familiar, também conhecida como Feira Corujão, foi criada no 
dia 12 de dezembro de 2012, em ação conjunta da Secretaria Municipal de Agricultura, 
Abastecimento e Silvicultura com a Associação dos Produtores Familiares de Rio Claro, que 
se tornou cooperativa em 2014, tendo como objetivo valorizar o produtor e incentivar a 
produção agrícola local. As edições da feira acontecem em dois dias da semana, às terças e 
sextas-feiras, das 18h00 às 21h00, na Central de Agronegócio localizada na Rua 3 A, nº 1155, 
Vila Martins, oferecendo variedade de produtos, como frutas, verduras, legumes, cachaça 
artesanal, embutidos, pães, doces, lanches, tortas e, ainda, peças de artesanato confeccionadas 
pelos empreendedores do Programa de Economia Solidária (Figura 2). 
 
Figura 1 - Município de Rio Claro – São Paulo – Brasil 
 
 
 Fonte: Sila Nogueira de Melo, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Foto 01: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Secretaria 
da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura durante o ano de 2013. 
 
 
 
 
 
Fonte: Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura de Rio Claro, 2013 
 
13 
 
 
Foto 02: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Secretaria 
da Agricultura, Abastecimento e Silvicultura de Rio Claro durante o ano de 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2014. 
 
14 
 
 
 
Desde o dia 06 de janeiro de 2015 a Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira 
Corujão” passou a ser realizada sempre as terças e sextas-feiras das 18:00hs às 21:00hs na 
Central de Agronegócio, no antigo espaçolivre da Vila Martins, localizada na Rua 3 A, nº 
1155, Vila Martins, devido a questão de o espaço proporcionar uma melhor infraestrutura para 
sua realização e como forma de melhor atender o público local. 
 
Figura 2 – Croqui da Central de Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila 
Martins 
 
 
Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2015. 
 
 
15 
 
 
Foto 03: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Central de 
Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila Martins durante o ano de 2015. 
 
 
 
 
 
Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Foto 04: Edição da Feira do Produtor da Agricultura Familiar realizada na Central de 
Agronegócio, no antigo espaço livre da Vila Martins durante o ano de 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS 
PROPRIEDADES 
 
As atividades desenvolvidas consistiu na aplicação e análise de formulários junto aos 
12 produtores rurais que fazem parte da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira 
Corujão”, tendo como parâmetro as características ecológicas, demográficas e culturais de 
suas propriedades e famílias, caracterizando seus elementos internos (tríade 
produtor/propriedade/produção) e elementos externos (ecológico, econômico, político e 
demográfico-cultural). Para completar esta etapa realizaremos entrevistas semiestruturadas 
com representantes dos órgãos públicos e entidades representativas. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 
CAMPUS DE RIO CLARO – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA 
 
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS AGRICULTORES FAMILIARES DO 
MUNICÍPIO DE RIO CLARO. 
 
 
Identificação do entrevistador: ____________________________________________________ 
Data: ____/___/_____ 
 
I – CARACTERIZAÇÃO DO PROPRIETÁRIO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PROPRIEDADE 
Entrevistado (A) 
_________________________________________________________________________________ 
Situação do entrevistado: 
( ) proprietário ( ) membro da família ( ) outras qual? 
_________________________________________________________________________________ 
Sexo ( ) masculino ( ) feminino 
Idade: ______ 
Naturalidade_______________________________________________________________________ 
1. Localização: 
______________________________________________________________________________ 
 
2. Nome: 
______________________________________________________________________________ 
 
3. GPS:__________________________________________________________________________ 
 
4. Distância da cidade de Rio Claro: _____km. 
 
18 
 
 
 
II – TAMANHO, LOCALIZAÇÃO E EXPLORAÇÃO DA PROPRIEDADE 
1 - Há quanto tempo a propriedade pertence a família?______________________________ 
 
2- A propriedade foi obtida por: 
( ) compra ( ) herança ( ) doação ( ) outros Quais?____________________________ 
 
3 - Quem reside na propriedade? ( ) proprietário ( ) proprietário e família ( ) membros 
familiares. Outros Quais?____________________________________________________________ 
 
4 - Tamanho da propriedade em hectares ou alqueires:_____________________________________ 
 
4.1 A propriedade é dirigida por: 
( ) proprietário ( ) Administrador ( ) Outro Qual ? _________________________________ 
 
4.2- A propriedade é explorada: 
( ) apenas pela família ( ) pela família e outras pessoas ( ) Outras Quais ? _____________ 
 
4.3 Quantos hectares (alqueires) são explorados pela família? ____________________________ 
 
4.4 - Quem explora o restante? 
( ) Arrendatário ( ) parceiro ( ) posseiro com o que ?__________________________ 
 
 
1.7.1- CARÁTER DA MÃO DE OBRA UTILIZADA NA PROPRIEDADE 
 
QDTE, TEMPO E 
CUSTOS FAMILIAR 
ASSALARIADA 
OUTROS 
TEMPORÁRIA PERMANENTE 
Quantos 
Período 
Custo 
 
 
 
III - ATIVIDADADES DESENVOLVIDAS E RENTABILIDADE: 
 
1- As atividades desenvolvidas na propriedade são do tipo: 
( ) agropecuária ( ) não agrícola ( ) as duas anteriores 
 
2- Qual a atividade principal? _________________________________________________________ 
3- A Atividade que gera maior renda é: _________________________________________________ 
4- Renda: ( ) de 1 a 2 Salários mínimos ( ) de 2 a 3 Salários mínimos ( ) de 3 a 4 Salários 
mínimos ( ) de 4 a 5 Salário mínimo ( ) mais de 5 Salários mínimos 
5- Participa do PAA ou do PNAE? ( ) sim ( ) não. Qual a quantidade de quilo/porcentagem da 
produção total é destinada ao PAA __________________________ e PNAE _________________ 
 
 
 
 
19 
 
 
IV- PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, ÁREA OCUPADA E RENTABILIDADE 
 
AGRICULTURA 
Área ou alqueire; valor da produção em R$. 
 
 
 
 
V - EQUIPAMENTOS TECNOLÓGICOS QUE PERMITEM DIVERSIFICAR A PRODUÇÃO AGRÍCOLA 
A família possui: 
Respostas Trator Colheitadeira Semeadeira Máq. 
Despolpar 
grão 
Arado 
Tração 
animal 
Outros Nenhum 
Sim Se sim 
qual? 
 
Não 
Utilização 
 
 
Assistência técnica e financiamento: 
A família conta com: 
Resposta Assistência técnica Financiamento Atividade agrícola 
 
Sim Agrícola Não- agrícola 
Não 
Custo 
Quem 
Frequência 
 
 
Como você avalia a atuação dos seguintes órgãos junto ao pequeno produtor rural: 
 
RESPOSTA 
ÓRGÃO 
Secretaria Municipal da 
Agricultura 
Cada da agricultura Sindicato 
Rural 
Bancos 
Ótima 
Boa 
Regular 
Ruim 
Não sabe responder 
 
 
 
Produtos vegetais Área cultivada Produção Qtd auto 
consumida 
Excedente Destino 
Excedente Valor da produção (R$) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
VI- RECURSOS HÍDRICOS E ENERGÉTICOS E COMUNICAÇÃO DA PROPRIEDADE 
1- Recursos hídricos – na propriedade há: 
 
Respostas Rio Lagoa Represa Nascente 
Sim 
Não 
Utilização 
Atividade 
 
2- O abastecimento de água é feito por: 
 
 
Respostas ÁGUA 
 DAAE Rio Poço artesiano Nascente Outros 
Sim 
Não 
 
3- Recursos energéticos – na propriedade há: 
 
 
Respostas Energia elétrica Gerador 
próprio 
Outros Concessionaria 
Elektro 
Outra 
Concessionária 
Sim 
Não 
 
 
 
4- Recursos de comunicação – Na propriedade há: 
 
 
Respostas Telefone fixo Telefone 
Celular 
Outros Operadora Internet 
Sim 
Não 
 
 
ASPECTOS RELACIONADOS A FEIRA 
 
1. O que levou você a participar da Feira Corujão de Rio Claro? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
2. Você pretende continuar a vender os seus produtos na feira? ( ) Sim ( ) Não 
porquê? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
3. A venda da sua produção é feita de que forma? 
( ) Direta ( ) Intermediários ( ) Direta e intermediários ( ) Outros. Quais? 
___________________________________________________________________ 
 
21 
 
 
 
4. Quais são os principaislocais de venda da sua produção? 
 
( ) Cooperativas ( ) Feiras ( ) Ceasas ( ) Associações de produtores 
( ) No próprio estabelecimento ( ) Outros. Quais? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
5. Qual o peso da renda da feira na sua renda familiar? 
( ) 100% ( )50% ( ) 25% ( ) 10 % ( ) menos que 10 % 
 
6. Fazer parte de uma associação para produtores rurais é importante para 
vender a sua produção? ( ) Sim ( ) Não, por quê? 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
 
7. O consumidor desta feira aceita produtos processados e semi-processados 
(descascados, picados, congelados, semi-cozidos)? ( ) Sim ( ) Não, por quê? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
8. No seu entendimento, Feira Corujão de Rio Claro, considerando o modo como 
hoje está organizada, têm um futuro promissor? ( ) Sim ( ) não, por quê? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
9. O que você acha sobre a divulgação da feira e que modo esse trabalho de 
divulgação da feira ajudaria no seu desenvolvimento? Por quê? 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
10. Vale a pena investir na melhoria da qualidade dos produtos e na 
apresentação desta feira? ( ) Sim ( ) Não por quê? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
11. Você costuma participar de eventos como palestras, cursos, reuniões técnicas 
da Secretaria de Agricultura e da Associação dos agricultores familiares de Rio 
Claro? 
22 
 
 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_________________________________________________________________ 
 
12. Na sua opinião o que precisa ser melhorado na Feira Corujão de Rio Claro? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
13. Aponte os pontos positivos e negativos sobre a feira Corujão de Rio Claro. 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
Observações. 
 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________ 
 
ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO 
 
Através da análise da tabela 1, podemos concluir que dos 11 questionários aplicados junto aos 
agricultores familiares que participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira 
Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP, 11 são os proprietários de suas propriedades e 
somente 1 é arrendatário, sendo que 7 são do sexo masculino e 5 são do sexo feminino. 
 
Tabela 1 - Situação do entrevistado 
Situação do entrevistado Número de propriedade 
Proprietário 11 
 Arrendatário 1 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 2 mostra o número de propriedades e quanto tempo (em anos) que a propriedade 
pertence à família, sendo que a propriedade mais nova que participam da Feira do Produtor da 
Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP, tem cerca de 2 (dois) 
anos à família e a mais velha tem mais de 100 anos que pertence a família. 
 
 
Sexo 
Masculino 7 
Feminino 5 
23 
 
 
 
Tabela 2 - Tempo em que à propriedade pertence à família (em anos). 
Tempo em que a propriedade pertence à família (em anos) Número de propriedade 
1 – 10 3 
11- 20 3 
21 – 40 1 
41 – 60 2 
61- 80 2 
Mais de 100 1 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 3 mostra a forma de obtenção das propriedades dos agricultores familiares que 
participam da Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de 
Rio Claro/SP, sendo que as principais formas de obtenção encontradas durante a realização do 
trabalho de campo foram pela compra ou obtidas através de herança. 
 
Tabela 3 – Forma de obtenção da propriedade. 
A propriedade foi obtida por: Número de propriedade 
Compra 7 
Herança 4 
Doação 0 
Arrendamento 1 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 4 informa o número de propriedades dos agricultores familiares que participam da 
Feira do Produtor da Agricultura Familiar “Feira Corujão na Microrregião de Rio Claro/SP e 
quem está residindo na propriedade, sendo o principal residente na propriedade encontrado foi 
o proprietário junto com a sua família. 
 
Tabela 4 – Residente na propriedade. 
Residentes na propriedade Número de propriedade 
Proprietário e família 11 
Arrendatário 1 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 5 informa o número de propriedades que participam do “Projeto “Pluviômetros” na 
Microrregião de Rio Claro/SP e seus respectivos tamanhos em hectares, sendo que a menor 
propriedade tem menos de 1 hectare e a maior propriedade tem 60,5 hectares. 
Tabela 5 – Tamanho da propriedade em Hectares. 
24 
 
 
Número de propriedade Tamanho da propriedade em Hectares 
1 0,0042 
1 0,0050 
1 1 
1 4,8 
1 6,5 
1 14,5 
1 23 
1 25 
1 48,4 
1 60,5 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 6 mostra o principal responsável pela administração da propriedade, sendo que o 
principal responsável pela administração da propriedade encontrada durante a realização do 
trabalho de campo foi o próprio proprietário. 
 
Tabela 6 – Administração da propriedade. 
Direção da propriedade Número de propriedade 
Proprietário 11 
Arrendatário 1 
Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. 
 
 
A tabela 7 mostra quem são os principais responsáveis pela exploração da propriedade, sendo 
que a própria família é a principal responsável pela exploração da propriedade encontrada 
durante a realização o trabalho de campo. 
 
Tabela 7 – Exploração da propriedade. 
Exploração da propriedade Número de propriedade 
Apenas pela família 11 
Arrendatário 1 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 8 mostra a quantidade de hectares explorados pela família com algum tipo de 
atividade na propriedade. 
 
Tabela 8 – Hectares explorados pela família 
Quantidade de hectares explorados pela famíliaNúmero de propriedade 
1 – 5 5 
6- 10 2 
11 - 15 0 
25 
 
 
16 - 20 0 
21 - 30 4 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
 
A tabela 9 mostra o caráter da mão de obra utilizada na propriedade, sendo que o principal 
caráter da mão de obra utilizada nas propriedades foi a familiar encontrada durante a 
realização o trabalho de campo nas propriedades. 
 
Tabela 09 – Caráter da mão de obra utilizada na propriedade. 
Caráter da mão de obra utilizada na propriedade Número de propriedade 
Familiar 11 
Assalariada Permanente 1 
Assalariada temporária 3 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 10 mostra os tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades, sendo que a 
agropecuária, é a atividade principal desenvolvida pelos agricultores encontrada durante a 
realização o trabalho de campo nas propriedades. 
 
Tabela 10 –Tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades. 
Tipos de atividades desenvolvidas nas propriedades Número de propriedade 
Agropecuária 12 
Não agrícola 0 
Agropecuária e não agrícola 0 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
 
A tabela 11 mostra as atividades principais desenvolvidas nas propriedades, sendo que o 
plantio de hortaliças é o tipo de atividade principal desenvolvida pelos agricultores encontrada 
durante a realização o trabalho de campo nas propriedades. 
 
Tabela 11 – Atividade principal desenvolvida na propriedade. 
Atividade principal desenvolvida na propriedade Número de propriedade 
Plantio de hortaliças 12 
Cultivo de cana de açúcar 1 
Criação de frango 1 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
 
 
 
26 
 
 
A tabela 12 mostra as principais atividades desenvolvidas nas propriedades, sendo que a 
agricultura especialmente o plantio de hortaliças é o principal tipo de atividade desenvolvida 
pelos agricultores em suas propriedades, mostrando a importância dessa atividade para a 
manutenção e consolidação do agricultor no campo e como isso acaba se refletindo em sua 
renda. 
 
Tabela 12 – Atividade desenvolvida na propriedade que gera maior renda. 
Atividade desenvolvida na propriedade que gera maior 
renda 
Número de propriedade 
Agricultura 12 
Cultivo de cana de açúcar 1 
Criação de frango 1 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 13 mostra a renda obtida através das atividades desenvolvidas nas 
propriedades, sendo que a renda média familiar obtida nas propriedades é de dois a quatro 
salários minímos (R$937,00 o valor do salário mínimo para o ano de 2017). Esta renda é 
obtida considerando-se o desenvolvimento nas propriedades, unicamente, de atividades 
agropecuárias principalmete através do plantio e da venda de hortaliças . 
 
Tabela 13 – Renda obtida pelos agricultores (Em Reais). 
Renda obtida pelos agricultores. Número de propriedade 
 De 1 a 2 salários mínimos 0 
De 2 a 3 salários mínimos 6 
De 3 a 4 salários mínimos 6 
De 4 a 5 salários mínimos 0 
Mais que 5 salários mínimos 0 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 14 mostra os agricultores que participam do PAA (Programa de Aquisição de 
Alimentos ou do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), sendo que todos os 
agricultores entrevistados participam de um destes programas. 
Por se tratar de programas institucionais de aquisição de alimentos, esses programas 
têm por objetivo incentivar a produção e o consumo de alimentos oriundos da agricultura 
familiar, promovendo a sua inclusão econômica e social, garantindo ás pessoas em situação de 
insegurança alimentar e nutricional o acesso à alimentos em quantidade, qualidade e 
regularidade suficientes, apoiando a formação e organização de cooperativas e entre outras 
organizações formais de agricultores familiares, contribuindo para o fortalecimento dos 
27 
 
 
circuitos locais e regionais de produção e comercialização, dando novas oportunidades de 
geração de renda e emprego para essas famílias. 
 
Tabela 14– Agricultores que participam do PAA ou do PNAE. 
Agricultores que participam do PAA ou do PNAE. Número de propriedade 
Participam 12 
Não participam 0 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 15 mostra os agricultores que contam com algum equipamento tecnológico que 
permite diversificar a produção agrícola, sendo que 10 agricultores utilizam o trator para 
realizar diversas operações dentro da propriedade rural, ajudando ao pequeno agricultor 
familiar a preparar o solo para o plantio, fazer a manutenção das lavouras, a transportar outros 
equipamentos e implementos agrícolas, contribuindo para o aumento da quantidade e na 
qualidade da sua produção. 
 
Tabela 15 – Equipamentos Tecnológicos que permitem diversificar a produção agrícola das 
propriedades. 
Equipamentos Tecnológicos que permitem 
diversificar a produção agrícola das propriedades 
Número de propriedade 
Trator 10 
Colheitadeira 0 
Semeadeira 0 
Máquina de despolpar grão 0 
Arado Tração animal 1 
Nenhum 2 
Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. 
 
A tabela 16 mostra as propriedades que contam ou não com algum tipo de assistência técnica 
na propriedade, sendo que a maioria dos agricultores entrevistados durante a realização do 
trabalho de campo não contam com nenhum tipo de assistência técnica em sua propriedade. 
 
 Tabela 16 – Assistência Técnica. 
Assistência Técnica na propriedade Número de propriedade 
Propriedades que contam com algum tipo de assistência técnica 3 
Propriedades que não contam com nenhum tipo de assistência técnica 9 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
28 
 
 
A tabela 17 mostra os agricultores que acessam ou não contam com algum tipo de 
financiamento, sendo que a metade dos agricultores entrevistados dos agricultores 
entrevistados durante a realização do trabalho de campo conta com nenhum tipo de 
financiamento em sua propriedade. 
 
Tabela 17 – Financiamento. 
Financiamento Número de propriedade 
Propriedades que contam com algum tipo de financiamento 6 
Propriedades que não contam com nenhum tipo de financiamento 6 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela número 18 mostra os recursos hídricos disponíveis nas propriedades rurais, sendo 
que 7 (sete) agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo possuem 
algum tipo de recurso hídrico disponível em sua propriedade na qual se utilizam para realizar 
diversas atividades dentro da propriedade como irrigação da lavoura, criação de peixes, usos 
nos afazeres domésticos. 
 
Tabela 18 – Recursos hídricos disponíveis nas propriedades. 
Recursos hídricos disponíveis nas propriedades Número de propriedade 
Rio 2 
Lagoa 1 
Represa 1 
Nascente 2 
córrego 1 
nenhum 6 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 19 mostra as formas de abastecimento de água nas propriedades rurais, sendo 
9 (nove) agricultores que foram entrevistados durante a realização do trabalho de campo 
contam como forma principal de abastecimento de água em suas propriedades o poço 
artesiano e em 4 (quatro) propriedades por sistema de serviço municipal (DAAE - 
Departamento Autonômo de Água e Esgoto). 
 
Tabela 19 – Abastecimento de água nas propriedades. 
 Forma de abastecimento de água nas propriedades Número de propriedade 
DAAE (Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Rio Claro) 4 
Rio 0 
Poço artesiano 8 
29 
 
 
Nascente 0 
Outros 0 
Nenhum 0 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 20 mostra os recursos energéticos disponíveis nas propriedades rurais, todos os 
agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo contam com energia 
elétrica como forma principal de recursos energético em sua propriedade distribuída 
principalmente pela concessionária Elektro. 
 
Tabela 20 – Recursos energéticos nas propriedades. 
Recursos energéticos disponíveisnas propriedades Número de propriedade 
Energia elétrica 12 
Gerador próprio 0 
Outros 0 
Concessionaria Elektro 12 
Outra Concessionária 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
A tabela 21 mostra os recursos de comunicação disponíveis nas propriedades rurais, 
sendo que todos os agricultores entrevistados durante a realização do trabalho de campo 
contam com o celular como a principal forma de comunicação em sua propriedade. Por tratar-
se de um município com grande desenvolvimento urbano e atendido por serviços públicos em 
grande parte de seu território a telefonia fixa ou móvel, também está disponível para as 
proriedades pesquisadas. A novidade é a presença dos serviços de internet em três delas. 
 
Tabela 21 – Recursos de comunicação nas propriedades. 
Recursos de comunicação disponíveis nas propriedades. Número de propriedade 
Celular 12 
Telefone fixo 8 
Internet 3 
Nenhum 0 
Fonte: Trabalho de Campo, julho de 2015. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE RIO CLARO. 
 
Os resultados obtidos através da análise dos 12 (doze) questionários e da realização 
do trabalho de campo, podemos observar no gráfico 01 que os principais motivos que levaram 
o agricultor a participar da feira foram o incentivo dos órgãos públicos e a venda da produção, 
sendo que todos os agricultores pretendem continuar a vender os seus produtos, mostrando a 
30 
 
 
importância da sua realização como forma de resistência comercial, pautada na relação direta 
com o consumidor já que não há intermediário no processo de comercialização, contribuindo 
para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor familiar pela busca da sua 
manutenção no campo e para os consumidores que buscam produtos de qualidade com preços 
mais acessíveis. 
 
Gráfico 01- Principal motivo que levou o agricultor a participar da feira da agricultura 
familiar. 
 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
 
Podemos observar no gráfico 02 o peso da renda da feira na renda familiar do 
agricultor varia entre 10% a 75%, mostrando a real importância da venda dos produtos na 
feira para a complementação da renda dos pequenos produtores familiares, assim contribuindo 
para a sua manutenção no campo e para a obtenção de outros produtos de necessidades 
primárias na qual ele não produz em sua propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Gráfico 02 - O peso da renda da feira da agricultura familiar. 
 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
Podemos observar no gráfico 03 os principais locais de comercialização da produção 
do agricultor familiar que participa da feira da agricultura familiar, também conhecida como 
“Feira do Corujão” - Rio Claro –SP, sendo que a própria feira e os programas de políticas 
públicas como é o caso do Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Programa de 
Aquisição de Alimentos, mostra a real importância da participação dos órgão públicos para o 
desenvolvimento da agricultura familiar, desde o incentivo para a produção até a sua 
comercialização, contribuindo para o fortalecimento desses pequenos agricultores e 
possibilitando obter uma geração de renda, em caso de excedente os produtores costumam 
destinar a sua produção para outros estabelecimentos comerciais como por exemplo 
supermercados e varejões contribuindo para complementar a renda familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Gráfico 03- Principais locais de comercialização da produção do agricultor familiar. 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
Podemos observar no gráfico 04 que os principais aspectos que precisam ser 
melhorados para a realização da feira é a questão da falta da divulgação para a população 
local, pois a mesma acaba não tendo o conhecimento da sua existência e a questão do horário 
que precisaria ser mudado como forma a atender melhor os frequentadores que dela 
participam, contribuindo para a sua visibilidade e realização. 
 
Gráfico 04- Aspectos que precisam ser melhorados na realização da feira da 
agricultura familiar. 
 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
33 
 
 
Podemos observar no gráfico 05 que os há uma grande aceitação por parte dos 
consumidores por produtos processados /semi processados, face a sua praticidade, pois são 
comercializados já limpos, descascados, cortados e empacotados, facilitando o seu preparo 
final. 
 Devido às exigências de legislações específicas a prefeitura Municipal de Rio Claro, 
por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e Silvicultura, criou o Serviço de 
Inspeção Municipal (S.I.M), sendo um serviço sanitário do munícipio responsável pela 
fiscalização e inspeção das propriedades estabelecimentos que processam algum tipo de 
alimento de origem animal, como carne, ovos, leite, pescados, mel e seus derivados 
comercializados dentro do municipio, com isso certificando com selo de garantia e qualidade 
os produtos que chegam à mesa dos consumiroes locais, pretendendo minimizar os riscos de 
transmissão de contaminação e doenças ao ser humano, causando danos irreversíveis à sua 
saúde e assim procurando transformar a produção artesanal desses produtos em uma atividade 
regulamentada, e coloca-los dentro do molde exigidos pelos orgão públicos, tornando-os mais 
lucrativos e contribuindo para o desenvolvimento do agricultor. 
 
Gráfico 05- Aceitação por parte dos consumidores por produtos processados e 
semi/processados. 
 
Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
Podemos observar no gráfico 06, considerando o modo que a feira está organizada, 
que ela tem um futuro promissor, podemos perceber isso através do seu crescimento 
envolvendo outras atividades não agrícolas como artesanatos e produtos semi processados e 
contando desde o dia 16 de novembro de 2015 a ampliação para mais um local, oferecendo ao 
consumidor uma diversidade de produtos com preços mais acessíveis. 
 
34 
 
 
 
Gráfico 06- Aspectos sobre o modo como a feira da agricultura familiar. 
 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
Gráfico 07- Aspectos sobre os investimentos na melhoria na qualidade dos produtos 
para a realização da feira da agricultura familiar. 
 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO BANCO DE DADOS A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS 
QUESTIONÁRIO AOS AGRICULTORES FAMILIARES QUE PARTICIPAM 
 DA “FEIRA DO CORUJÃO” - RIO CLARO –SP 
 
 
 Fonte: Trabalho de Campo, 2015. 
 
Com dados coletados a partir da aplicação dos questionários junto aos agricultores 
familiares que participam da feira da agricultura familiar, também conhecida como “Feira do 
Corujão” - Rio Claro –SP foram sintetizados, agrupados e analisados em um banco de dados, 
com o intuito de atender aos objetivos desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA 
CORUJÃO 
 
Com a utilização da quantificação através do método de amostragem para calcular o tamanho 
da amostra a ser entrevistada chegamos ao resultado total de 316 questionários, no qual foram 
aplicados 183 questionários, juntos aos frequentadores da Feira do produtor rural “Feira 
Corujão”, para tal coloca-se uma series de questões que abrange o tema a ser investigado pelo 
pesquisador. Deste modo, através da aplicação do questionário aos consumidores é possível 
recolher informações que permitam conhecer melhor o objeto de estudo, bem como melhorar 
a metodologias da pesquisa. A importância dos questionários passa também pela facilidade 
com que se interroga um elevado número de pessoas, num espaço de tempo relativamente 
curto.
37QUESTIONÁRIO APLICADO 
AOS CONSUMIDORES 
1. Nome: 
_____________________ 
2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino 
3. Idade: ___________ anos 
4. Cidade: ___________________ 
5. Bairro: ____________________ 
6. Profissão: _________________ 
 
7. Com que frequência vem a feira? 
( ) 1 x por semana 
( ) 2 x por semana 
( ) A cada duas semanas 
( ) Outro: ____________________ 
 
8. O (A) Sr. (a) vem à feira para: 
( ) Fazer compras de hortifrutigranjeiros 
( ) Fazer compras de artesanato 
( ) Fazer compras de alimentos 
preparados 
( ) Fazer refeições 
( ) Para lazer 
( ) Outros: ___________________ 
9. Por qual motivo você frequenta a 
feira? 
( ) Pela qualidade dos produtos 
( ) Pelo preço 
( ) Pela confiança no produtor 
( ) Pela variedade de opções 
( ) Pelo fácil acesso 
( ) Pelo horário de funcionamento 
( ) Pela produção ser em Rio Claro 
 
10. O que você mais compra na feira? 
( ) hortifrutigranjeiros 
( ) artesanato 
( ) alimentos preparados 
 
11. Em relação aos 
hortifrutigranjeiros, o que mais 
compra? 
( ) Verduras variadas (folhas em geral) 
( ) Legumes 
( ) Frutas 
( ) Ovos 
( ) Outros: ____________________ 
 
12. Qual o valor médio gasto em reais 
(R$) a cada visita à feira? (Compras 
e alimentação) 
( ) menos de 10 
( ) De 11 a 20 
( ) De 21 a 30 
( ) De 31 a 40 
( ) De 41 a 50 
( ) De 50 a 100 
13. Qual é a sua opinião sobre a 
organização da feira? 
( ) ótimo 
( ) regular 
( ) ruim 
14. Qual é a sua opinião sobre o 
espaço físico da feira? 
( ) Tamanho adequado 
( ) Tamanho inadequado 
Comentários: 
________________________________
________________________________
 
 
38 
 
 
 
Procurando alcançar o objetivo desta pesquisa e com isso facilitar o processo de 
tabulação dos dados coletados, utilizou-se um uma ferramenta de formulário online contendo 
a estrutura de perguntas do questionário físico aplicado junto aos frequentadores da Feira do 
produtor rural “Feira Corujão”. 
Link do questionário online: http://goo.gl/forms/OSCo85ZA1c 
 
MODELO DO QUESTIONÁRIO RESPONDIDO ONLINE PELOS 
FREQUENTADORES DA FEIRA DO PRODUTOR RURAL “FEIRA CORUJÃO” 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS COM AS RESPOSTAS OBTIDAS 
ATRAVÉS DO PREENCHIMENTO DOS QUESTIONÁRIOS ONLINE E DIGITAL 
 
 
Fonte: Wilyan Rodrigo Luciano, 2016. 
 
A sistemática de obtenção de dados aliou a pesquisa bibliográfica e o trabalho de 
campo, possibilitando um estudo histórico da formação e desenvolvimento da Feira do 
Produtor Rural “Feira Corujão” contribuindo para descrever e analisar os fenômenos sociais, 
econômicos, políticos, ambientais relacionados à feira. 
A aplicação dos questionários aconteceu durante os dias de realização da Feira do 
Produtor Rural (terças e sextas feiras das 18:00 às 21:00 hs, na qual foram aplicados em 
média 10 questionários a cada edição, incidindo numa escolha aleatória das pessoas presentes 
no local, tendo como próximo passo uma breve apresentação do questionário e o principal 
objetivo da pesquisa, sendo que até o presente momento não encontramos maiores 
dificuldades de aplicação, isso se deve ao fato da importância do trabalho para a os 
frequentadores que sempre buscam por produtos de qualidade e principalmente melhorias 
que visam a manutenção e consolidação da feira. 
Para avaliar a eficiência dos questionários em atender, com suas respostas, aos 
objetivos desse trabalho, realizou-se um pré-teste com 10 (dez) entrevistados, escolhidos 
aleatoriamente cuidando- se em abortar somente pessoas que estavam presentes na feira, 
esclarecendo aos entrevistados sobre a importância deste trabalho para a realização e 
manutenção da feira. 
 
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ANÁLISE DOS DADOS REFERENTE AOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS 
CONSUMIDORES QUE FREQUENTAM A FEIRA DO PRODUTOR RURAL 
“FEIRA CORUJÃO”. 
Conforme apresentado em fase anterior desta pesquisa, cujo foco foram os produtores-
feirantes, na qual os resultados foram obtidos com a aplicação de 12 (doze questionário) 
sendo 5 (cinco) do sexo masculino e 7 (sete) do sexo feminino, cuja a média de idade é de 52 
anos, sendo 11 proprietários e 1 arrendatário obtidas através da compra e por herança cuja a 
família é a principal responsável pela mão de obra na propriedade tendo como atividade 
principal o desenvolvimento da agropecuária, obtendo uma renda média familiar de dois a 
quatros salários mínimos (R$ 937,00 valor do salário mínimo em 2017). Os principais 
motivos que levaram o agricultor a participar da feira foram o incentivo dos órgãos públicos 
e a venda da produção, sendo que todos os agricultores pretendem continuar a vender os seus 
produtos, mostrando a importância da sua realização como forma de resistência comercial, 
pautada na relação direta com o consumidor já que não há intermediário no processo de 
comercialização, contribuindo para o fortalecimento e organização do pequeno agricultor 
familiar pela busca da sua manutenção no campo e para os consumidores que buscam 
produtos de qualidade com preços mais acessíveis. 
Apresentamos a seguir os resultados obtidos durante a aplicação dos questionários 
junto aos consumidores que frequentam a Feira do Produtor Rural “Feira Corujão”, quais 
foram obtidos com a aplicação de forma online e presencial de 183 questionários, sendo 122 
(cento e vinte e dois) do sexo feminino e 61 (sessenta e um) do sexo masculino, cuja média de 
idade é de 37 anos, com destaque para a faixa entre 21 a 30 anos de idade, tendo como 
principais frequentadores os estudantes. 
Gráfico 08 – Frequência dos consumidores na feira 
 
 
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Fonte: Trabalho de campo (2016) 
 
O gráfico 09 mostra os principais bairros onde se localizam os consumidores que 
frequentam a Feira do Produtor Rural, podemos perceber que os maiores destaques vão para 
os bairros da Bela Vista, Vila Alemã, e Vila Nova, sendo estes próximos ao local de 
realização da feira, esse fator de proximidade da residência, também contribui para a 
fidelização dos clientes, indicada pelo número de repetições de compra semanal e mensal 
contribuindo para sua realização e manutenção. 
 
 
Gráfico 09 – Bairros onde se localizam os consumidores 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016) 
 
O mapa 01 - Bairros de origem dos consumidores que participam da feira do produtor 
rural “Feira Corujão mostra uma análise sócio espacial do local de origem dos consumidores, 
percebemos ao analisar o mapa que a feira tem uma influência em diversos bairros do 
município reforçando a importância sua realização e consolidação. Nos Bairros (43, 51, 52, 
62, 50) é realizado uma pequena feira de rua aos finais de semana influenciando na população 
dos bairros adjacentes. 
 
 
 
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Mapa 01 – Bairros de origem dos consumidores que participam da Feira do produtor 
Rural “Feira Corujão”. 
 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016), elaborado por Wilyan Rodrigo Luciano. 
 
Através da análise das informações obtidas com a aplicação dos questionários (183 
aplicados) e da realização do trabalho de campo, podemos observar os motivos pelos quais 
levam a população a frequentar a feira são distintos, vão desde daqueles que pretendem 
conhecer a sua dinâmica de funcionamento, até aqueles que preferem efetuar a compra direto 
com o produtor. O Gráfico 10 mostra a frequência dos consumidores durante os dias de 
realização da feira, na qual pode ser dividido entre aqueles que tem hábito de frequentar a 
feira duas (2) vezes por semana e até aqueles que a frequentam esporadicamente,tornando 
esse local um lugar de pertencimento no qual as pessoas se encontram sejam elas advindas de 
áreas rurais ou urbanas, resultando no fortalecimento das relações sociais, nutrindo a 
aproximidade e a confiança entre consumidores e feirantes, contribuindo para a manutenção e 
consolidação de sua idealização. 
 
 
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Gráfico 10 – Frequência dos consumidores na feira 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016) 
 
O Gráfico 11 procura conhecer quais são os produtos mais consumidos pelos 
frequentadores da feira, tratando-se de uma feira de agricultura familiar voltado a venda de 
produtos agrícolas, a compra de produtos hortifrutigranjeiro é o principal atrativo para os 
consumidores. A busca por uma alimentação mais saudável que envolvam alimentos de 
qualidade com preços mais acessíveis tem levado as pessoas a procurarem por esse tipo de 
comércio, o que acaba valorizando a agricultura familiar. 
 
Gráfico 11 – O consumidor vai a feira para: 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016) 
 
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Um importante fator analisado foi o gasto médio por compra. O Gráfico 12 mostra o 
valor médio gasto em reais (R$) a cada visita a feira realizada pelos consumidores. A maioria 
dos entrevistados gastam em média cerca de 11 a 20 reais por compra, seguido pelos 
consumidores que gastam entre 21 a 30 reais, mostrando a fidelidade por parte dos 
consumidores em frequentar a feira. 
 
Gráfico 12 – Valor médio gasto em reais (R$) a cada visita a feira. 
 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016) 
 
O Gráfico 13 mostra a opinião dos frequentadores da Feira do Produtor Rural sobre o 
espaço físico onde ocorre a sua realização, podemos observar que a maioria dos consumidores 
entrevistados 171 (cento e setenta e um) consideram o tamanho e a infraestrutura do local 
adequado para sua realização e somente 12 (doze) consideram o espaço inadequado para a sua 
realização. No decorrer da realização das entrevistas os consumidores opinaram e propuseram 
ideias de melhorias para o local, objetivando aprimorar a qualidade do atendimento para os 
clientes e demais frequentadores da feira. Os principais aspectos apontados foram melhorias 
na iluminação do espaço, na ventilação, na sinalização das placas indicando acesso aos 
banheiros, na organização do estacionamento para os veículos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gráfico 13 – Opinião sobre o espaço físico da feira. 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016). 
 
O Gráfico 14 mostra o motivo pelo qual os consumidores frequentam a feira do 
Produtor Rural, através da análise e tabulação dos dados, podemos observar que a maioria dos 
consumidores entrevistados 151 (cento e setenta e um) frequentam a feira devido a qualidade 
dos produtos, seguido pelo preço 119 (cento e dezenove) e pelo horário de funcionamento 69 
entrevistados (sessenta e nove). 
 
Gráfico14 – Motivo pelo qual os consumidores frequentam a feira. 
 
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Fonte: Trabalho de campo (2016). 
 
O Gráfico 15 mostra o que os consumidores mais compram em relação aos 
hortifrutigranjeiros, através da análise e tabulação dos dados, podemos observar que a maioria 
dos consumidores entrevistados 153 (cento e setenta e três) compram verduras variadas 
(folhas em geral), seguido por legumes 136 (cento e dezenove) e pelas frutas 73 (setenta e 
três). 
Gráfico 15 – O que os consumidores mais compram em relação aos 
hortifrutigranjeiros. 
 
Fonte: Trabalho de campo (2016). 
 
 
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ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM REPRESENTANTES DOS ÓRGÃOS 
PÚBLICOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS 
 
Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com representantes dos órgãos públicos 
e entidades representativas, tendo por objetivo um levantamento do histórico do processo de 
formação da feira, visando mostrar a importância da participação do poder público para a sua 
formação, consolidação e desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 
CAMPUS DE RIO CLARO – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA 
 
 
 
ROTEIRO PARA SECRETARIA DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO E 
SILVICULTURA DO MUNICIPIO DE RIO CLARO/SP. 
 
 
Levantamento do histórico e dinâmica da feira e qual a sua importância cultural, 
social e econômica para o município de Rio Claro 
 
 
1. Como surgiu a ideia da feira? 
2. Como se deu a escolha de sua localização? - O espaço físico atende à 
demanda? 
 
3. Quais foram os critérios para a escolha do local da feira, tanto na vila Cristina 
quanto na vila Martins? Se a Feira funcionasse no centro da cidade ela não 
seria mais frequentada? 
 
4. Como se deu a aproximação/seleção da Secretaria junto aos agricultores para 
a organização/funcionamento (convite)? Quais foram os requisitos para o 
agricultor poder inserir-se no processo? 
 
5. De que forma é feita a organização da feira? (Investimento, Montagem das 
bancas, limpeza, questões relacionadas a infraestrutura da feira). 
 
 
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6. Existe algum documento oficial ou legislação municipal que legitima e 
institucionaliza a feira? 
 
7. Qual é o número de agricultores participantes no início? Quantas pessoas 
(incluindo agricultores e artesãos) fazem parte da feira hoje? E se existe 
alguma possiblidade de aumentar esse número? 
 
8. Existe por parte dos agricultores adesão à feira? 
9. Os agricultores recebem algum tipo de apoio ou capacitação (cursos, 
palestras, oficinas) – manuseio adequado dos alimentos, atendimento ao 
público, legislação sanitária vigente. 
 
10. Existe algum diálogo entre os agricultores e a Secretaria? (Existe um comitê 
formado pelos próprios agricultores que se reúne uma vez por mês). E de que 
forma é realizado esse diálogo? 
 
11. Existe algum diálogo entre os consumidores e a Secretaria, visando de 
alguma forma tentar buscar melhorias para a feira? E de que forma é 
realizado esse diálogo? 
 
 
12. De que forma é realizada a divulgação da feira? (Existe algum material de 
divulgação que valoriza seus aspectos econômicos, sociais e culturais?). 
 
13. Como a Secretaria avalia recepção da população em relação à feira? 
 
14. O senhor pode definir quem é o consumidor da feira? (Renda, escolaridade) e 
de que bairros da cidade ele vem? 
 
 
15. Que tipos de mudanças de comportamento (hábitos alimentares, volume de 
dinheiro gasto) da população podem ser identificadas? 
 
16. A Secretaria tem uma estimativa do número de frequentadores por semana e 
o valor médio gasto por consumidor e quanto à feira custa para o município? 
 
17. A feira pode ser considerada um espaço de sociabilidade (de encontro) ou 
apenas de compras? 
 
18. Do início até agora que mudanças foram realizadas a partir do projeto original 
e por quê? 
 
19. Há resistências ao funcionamento da feira no município por parte de outros 
comerciantes do setor de alimentos? 
 
 
Participação pública e privada 
 
20. A feira está inserida em que programa da Secretaria e do município? 
 
21. Existe algum plano ou alguma política pública de apoio e expansão da feira? 
 
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22. Há algum tipo de apoio de outros setores da prefeitura e de alguma empresa 
privada? 
 
23. A Secretaria busca apoio financeiro junto ao governo estadual e federal? 
 
24. Quais são as principais dificuldades encontradas durante a realização da 
feira? 
 
25. Infraestrutura existente atende as necessidades dos agricultores e dos 
consumidores? 
 
26. Principais problemas apontados pelos agricultores? 
 
27. Principais problemas apontados pelos consumidores? 
 
Observações: 
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ENTREVISTA REALIZADA NO DIA 04 DE MAIO DE 2015 COM CARLOS DE 
LUCCA - SECRETÁRIO DA AGRICULTURA, SILVILCULTURA E 
ABASTECIMENTO DO MUNICIPIO DE RIO CLARO. 
 
Quando começamos no governo, em 2013 queríamos reativar as feiras livres, porque 
Rio Claro tinha perdido essa prática, existiam no município feiras livres grandes. 
 No primeiro dia que eu assumi o meu cargo como secretário, o prefeito me convidou 
fiz um discurso onde eu falei que iriamos reativar as feiras livres para que o produtor tivesse 
mais uma chance de comércio, quando eu entrei no governo, através de um planejamento 
existiam a ideia das feiras livres. 
Existiam feiras livres na Unesp que estava muito fraca que era de produtos orgânicos, 
existia uma feira no Jardim São Benedito em 2009 e outra no Cerverzon, uma na rua 6 com a 
avenida 40 tinha uma intenção de feira uma barraca de pastel e um pouco perto da Fricock na 
avenida 22 com a Ulisses Guimarães, essas feiras estavam fracassando e pensamos em 
estimular a cadeia produtiva, mas para isso é necessário que tenha escoamento, não vamos 
estimular a produzir para entregar para o atravessador. 
 
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Umas das estratégias do governo foi fazer a merenda escolar que era privada 
(terceirizada), então como que terceiro ganhava dinheiro, era através de menos quantidade ou 
em menos qualidade no produto da merenda da alimentação escolar. 
Houve um projeto do Governo Federal chamado de PNAE (Programa Nacional de 
Alimentação Escolar) que poderia comprar da agricultura familiar no mínimo 30 % de repasse 
do dinheiro feito pelo do Governo Federal para alimentação escolar da agricultura familiar e 
também tem um banco de alimentos que poderia absorver bastante e naquela época também 
tinha o compra direta de aquisição de alimentos, tinha a possibilidade da pessoa poder vender 
até quatro mil e quinhentos reais por ano e na merenda escolar até nove mil e quinhentos reais 
por ano cada produtor familiar para isso era preciso ter uma DAPE (Declaração de Aptidão do 
PRONAF – Programa Nacional da Agricultura Familiar ) e para as cidades onde que a verba 
atinge o valor acima de cem mil reais e tem mais de cem mil habitantes tinha que ser feito 
através de associação e cooperativismo, queríamos agregar as pessoas, porque nós temos mil e 
quatrocentos propriedades no município , sendo que 80% delas com menos de cinquenta 
hectares e 60 com menos de 20 hectares, são propriedades bem pequenas, então a nossa 
intenção éramos se organizar coletivamente, com essa ajuda que teve por norma do Governo 
Federal de montar a associação, então montamos a associação que então ficou a associação 
001 a nível de Brasil e teve essa declaração de aptidão familiar jurídica, pois existe a DAPE 
familiar física que é por cada pessoas e dentro de uma associação é jurídica, como a muitos 
anos estávamos com a parte agrícola perdida dentro do nosso município, já aviamos perdido 
a visão. 
Criou-se a Associação, por município ter uma visão muito maior para a indústria e 
comércio, as propriedades estavam bastante sem tendência para a exportação agrícola, 
algumas pessoas insistiam no campo e tinha técnica para plantio e sabiam produzir e outras 
pessoas que tem a propriedade que são filhos dos herdeiros das propriedades, como ficou 
muito forte a indústria e comércio eles perderam a capacidade de plantio. 
Mas essas pessoas estão voltando para o campo, então essas pessoas tiraram a DAPE 
física e com essa DAPE física eles entraram na associação e a merenda escolar é uma coisa 
muito séria na época era cerca de 53 mil refeições diárias que tinham que ser feitas para as 
crianças e ali é um compromisso que não pode chegar lá e falar “hoje não pode trazer as 
minhas verduras, não pode trazer os meus produtos “a criançada da escola tem que comer, 
então tem que ser um produto bem sério. 
 Precisava produzir, produzir com frequência e com quantidade, só que as pessoas que 
não sabiam produzir tiveram que aprender com as pessoas que produziam, dentro da 
 
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associação e da cooperativa as pessoas começaram a trabalhar, fizemos células, uma pessoa 
que é boa me plantio de cenoura, ai eu não sei plantar então vou naquela pessoa e aquela 
pessoa coordenava um grupo de plantadores de cenoura, outro bom de alface ordenava um 
grupinho , então para multiplicar para a pessoa começar a aprender a plantar, daí começou a 
atender a merenda e começou a ter um excedente, bom agora temos que fazer um outro 
mercado , qual outro mercado ?, para gente procurar o supermercado ou outros clientes que 
também queriam ter com frequência, a gente também não tinha capacidade de carga suficiente 
para entregar , então vamos fazer feira, isso surgiu coletivamente entre a secretária e os 
produtores naquele momento, uma feira diferente, nós já tínhamos esses pontos de feira livre 
em decadência decidimos vamos montar uma feira a noite, onde o público pode vir a noite 
nos locais da prefeitura, o espaço escolhido para ser montada foi na 3 A, no espaço livre da 
Vila Martins. 
 A feira não ficou apenas no agricultor, para criar mais público pegamos pessoas que 
fazem artesanato, pessoas que fazem algum manufaturado de preferência produtor rural, 
convidamos também o pessoal da economia solidaria, convidamos o pessoal que faz 
espetinho, tem obedecessem alguns requisitos como o Selo de inspeção municipal, os 
produtores rurais vieram desta associação, sendo que hoje é uma cooperativa. 
 Hoje também Temos um conselho municipal de desenvolvimentos rural, que dão as 
diretrizes para o planejamento rural, ajudando esses os agricultores. Também oferecemos 
vários cursos para esse pequeno agricultor rural para que possa desenvolver a sua atividade 
dentro da sua propriedade, ajudando a agregar valor à sua produção. Também ajudamos na 
divulgação através da panfletagem da feira para a população local. 
 Referente ao número de pessoas pode varias de 1000 a 1.500 pessoas por edição, nós 
sabemos informar o quanto cada consumidor gasta, nem perguntamos para os agricultores 
sobre isso, até como uma forma de confiabilidade, também não sabemos definir o tipo de 
consumidor. 
 Não obtivemos reclamação nem por parte dos agricultores, nem por parte dos 
consumidores, trabalhamos através de um processo de gestão tentando ajudar o produtor e o 
consumidor na busca por produtos frescos e com qualidade. 
 
ENTREVISTA REALIZADA NO DIA 04 DE MAIO DE 2015 COM A MARIA 
HELENA DIRETORA/COORDENADORA DA SECRETÁRIA AGRICULTURA, 
SILVILCULTURA E ABASTECIMENTO DO MUNICIPIO DE RIO CLARO. 
 
O processo de formação da feira começou através da reunião de alguns agricultores em 
parceria com a secretaria da agricultura na busca pela revalorização das feiras livres que já 
 
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aconteciam no município, quando começamos esse hábito estava se perdendo e para isso 
voltar a ser algo viável tanto para os agricultores quanto para os consumidores tivemos que 
formar uma associação dos agricultores familiares rurais , começamos a convidar os 
agricultores para participar dessa associação a princípio éramos em cinco e hoje somos mais 
de quarenta agricultores associados de várias partes da região de Rio Claro. Com a associação 
formada começamos a participar do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do 
Programa de Aquisição de alimentos (municipal) também criamos um banco de alimentos na 
qual oferecemos parte destes produtos para instituições de assistência social. 
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