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Rede de Proteção à Pessoa Idosa no Município de Vinhedo

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Faculdade Anhanguera de Valinhos
Curso de Serviço Social
Disciplinas
Pesquisa em Serviço Social
Projetos de Pesquisa em Serviço Social
Política Social de Atenção à Criança e ao Adolescente
Rede Socioassistencial e Terceiro Setor
Tratamento da Informação e Indicadores Sociais
Aluno
Daniel Clayton dos Santos Freire
RA 8786791667
6ª série
Rede de atendimento à pessoa idosa no Município de Vinhedo
Tutora EaD: Marilena Jordão
Valinhos
2018
INTRODUÇÃO
Segundo dados do IBGE, em 1920 a expectativa de vida do brasileiro era de 35,2 anos, em média. Publicada no início dessa década, a lei Eloy Chaves foi precursora de nosso atual sistema previdenciário, ancorando-lhe as bases. Acontecimento histórico interessante, eis que nessa época, como podemos inferir a partir dos dados do Instituto Brasileiro de Estatísticas (IBGE), a velhice era uma eventualidade.
Havia então um estereótipo de idoso: alguém que deixou de contribuir produtivamente para a sociedade, que deixou de desempenhar papéis de liderança, mantinha-se recolhido, limitado, quando muito, aos cuidados complementares dos netos, que sequer precisava tirar seu pijama. Esse estereótipo ainda tem alguma representatividade no imaginário popular, porém, na prática, cada vez mais esse rótulo tem ficado no passado.
O idoso, figura rara no século passado, tinha restrito acesso a tratamentos e procedimentos médicos e terapêuticos. Nem se fale de acesso a atividades de lazer, cultura, educação e de saúde mental e emocional.
A longevidade, contudo, cresceu significativamente nas últimas décadas, alcançou mais do que o dobro no início do século XXI e, segundo projeção do IBGE, divulgada em julho deste ano, a longevidade do brasileiro alcançou a marca de 76,25 anos. Hoje, as pessoas com 65 anos 13,45% da população brasileira, devendo alcançar a marca de 22,41% em vinte anos.
Destarte, já não é mais possível considerar a velhice como uma eventualidade, as pessoas idosas precisam ser vistas como integrantes efetivos da sociedade, como de fato são. Fazem-se necessárias políticas públicas adequadamente pensadas para esse grupo social, a fim de integrá-los à sociedade de modo a garantir que essa conquista social que é o aumento da expectativa de vida seja acompanhada de qualidade de vida e dignidade.
Partindo destas breves considerações, passo a analisar a rede socioassistencial de proteção e atendimento à pessoa idosa no município de Vinhedo/SP.
REDE SOCIOASSISTENCIAL DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO À PESSOA IDOSA NO MUNICÍPIO DE VINHEDO
		Visando assegurar os direitos sociais do cidadão idoso, bem como promover sua autonomia e efetiva participação na sociedade, é publicada em 23 de março de 2000, a Lei Municipal 2.457/2000, a qual dispõe sobre a Política Municipal do Idoso e cria o Conselho Municipal do Idoso (CMI), dentre outras providências.
		Tal norma municipal está afinada com a Lei Federal 8.842/1994 (Política Nacional do Idoso), regulamentada pelo Decreto nº 1948/1996.
		A Política Municipal do Idoso em Vinhedo enumera seus princípios norteadores: I) o concorrente dever entre família, Estado e sociedade de assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania, garantindo sua participação em sociedade, sua dignidade, bem-estar e direito à vida; II) a premissa de que o processo de envelhecimento é de interesse de toda a sociedade, e dando-lhe papel de objeto de conhecimento e ampla informação; III) a vedação à discriminação de qualquer natureza à pessoa idosa, reconhecendo-a não somente como destinatário, mas como principal agente das transformações efetivadas através da Política ali inaugurada.
		A paridade prevista na composição do CMI local (art. 6º e incisos) é medida essencial ao equilíbrio pretendido na formulação de políticas públicas, bem como à correta percepção da realidade da classe em tela e de suas necessidades mais relevantes.
		Vale ressaltar que a Política do Idoso não é uma matéria estanque e limitada ao idoso tão somente: na indigitada lei municipal estão previstas ações que têm por destinatários imediatos, por exemplo, crianças e jovens. Senão, vejamos:
			
Art. 13 Considerar na implantação da Política Municipal do Idoso as características e diversidades da população idosa, adequando as ações às peculiaridades dos grupos identificados:
[...]
III - na área de Educação:
a) proporcionar à criança, através da rede municipal de ensino, informações sobre o envelhecimento, estimulando consideração e respeito ao idoso, com reflexos na atitude da família e influência em sua formação por toda a vida, até a velhice;
		Ademais, cabe ainda salientar que a referida lei traz dipositivos norteadores nas áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Trabalho e Previdência Social, Habitação, Urbanismo, Transportes, Justiça, Segurança Pública, Cultura, Esporte e Lazer, a regulamentação, no entanto, de todas essas diretrizes fica por conta dos decretos do executivo e são concretizadas por meio de programas, serviços e projetos, oriundos tanto do poder público quanto da sociedade civil organizada e, ainda, organizações não governamentais.
		Um dos serviços, talvez o mais importante deles, é o Serviço de proteção social especial para pessoas idosos e suas famílias – Quero Vida – , o qual “oferta atendimento especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum grau de dependência, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos”. Considerando que a violação dos direitos da pessoa idosa tem potencial lesivo de agravar a dependência e comprometer o desenvolvimento de sua autonomia, o serviço busca promover-lhes a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida.
Não obstante a busca pela autonomia da pessoa idosa, a ação da equipe multidisciplinar envolvida no programa, reconhece o potencial da família e do cuidador, na aceitação e valorização da diversidade e na redução da sobrecarga do cuidador, decorrente da prestação de cuidados diários prolongados.
O Serviço atende a pessoas idosas de todo o município, independentemente do bairro em que reside, porém concentrando seu atendimento em três núcleos na cidade (Capela, Jardim São Mateus e Três Irmãos), sendo referência o núcleo do bairro Jardim São Mateus, anexo ao Centro Integrado de Saúde do bairro São Mateus, local escolhido com base na proximidade a diversos recursos, tais como Centro Integrado de Saúde (CIS São Mateus), Centro Aquático da Melhor Idade, Grupo Bem Viver, acessibilidade, dentre outros.
O público-alvo do Serviço é o idoso (assim considerados aqueles maiores de 60 anos) semi-dependente, ou seja, com algum grau de dependência para realização de atividades cotidianas, mas que não tenham, porém, comprometimento cognitivo ou que tenha alteração cognitiva controlada (graus de dependência I e II, segundo definição expressa no item 3.4, alínea “a” da Resolução de Diretoria Colegiada nº 283/2005 da ANVISA). É requisito, ainda, que os familiares do idoso não tenham disponibilidade de promoverem os cuidados necessários por estarem trabalhando ou estudando.
O Serviço está integrado à rede de proteção local e busca integrar seus assistidos aos diversos programas e atividades existentes no município. Não se limitando a meros e mecânicos cuidados materiais, o Serviço objetiva também propiciar atividades sociais adaptadas às necessidades e condições específicas de seus “clientes”, cuidar e recuperar sua saúde física, psicológica e emocional, dar suporte às famílias, propiciar alimentação e educação alimentar adequadas, fortalecimento de vínculos, prevenir situações de risco pessoal e social, evitar o isolamento social, estigmatização e institucionalização da pessoa idosa.
Não obstante a existência de espaços de acolhimento - que funciona de segunda à sexta-feira das 7h30 às 17h00, com mais de mil moradores cadastrados -, o Serviço não está limitado a quatro paredes: visitas domiciliares; integração com o CRAS e o CREAS; encaminhamentos médicos, psicológicos e odontológicos; atividades grupais recreativas, de lazer,culturais, de educação física e interação - como passeios -; reuniões socioeducativa com familiares e cuidadores e promoção de convivência intergeracional, são importantes atividades desenvolvidas pelo Serviço.
Para sua concretização, o Serviço disponibiliza à pessoa idosa semi-dependente, cujas famílias não têm disponibilidade para realizar os cuidados necessários durante o dia por motivo de trabalho e/ou estudo, espaço adequado e equipe formada por 1 Assistente Social (encarregado(a) do Serviço), 1 psicólogo(a), 1 nutricionista, 1 educador(a) físico(a), 1 enfermeiro(a), 2 técnicos(as) de enfermagem, 1 recepcionista (administrativo), 1 auxiliares de limpeza, 1 merendeiro(a), 1 estagiário(a) de psicologia e 1 cuidador(a). Ali, e através da equipe fixa, com eventuais participações de voluntários e outros profissionais da rede, são desenvolvidas atividades de música, leitura, massagem, lazer, dentre outras.
CONCLUSÃO
Depreende-se das informações e dados levantados que o município de Vinhedo desenvolve um trabalho muito bem direcionado na articulação da rede de proteção sociassistencial e oferta de serviços à população idosa, com um Conselho do Idoso bastante atuante.
Políticas públicas acertadas lograram ao município a 2ª no ranking de Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade, do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, dentre os municípios com populações entre 50 e 100 mil habitantes, se levado em conta o índice agregado (índice 60-75 anos e índice 75+). Considerando-se apenas a população com mais de 75 anos, Vinhedo ficou em 1º lugar entre as pequenas cidades e, considerando-se apenas a população entre 60 e 75 anos, em 5º lugar.
No relatório do Instituto supramencionado, foi apontado que:
“A cidade está entre as cinco de maior PIB per capita e entre as cinco detentoras do maior número de agências bancárias, sugerindo a pujança econômica de Vinhedo. O rendimento dos idosos de Vinhedo está entre os dez maiores entre as cidades Pequenas. Além disso, é uma das cinco cidades de melhor conectividade, com elevada parcela de seus moradores com acesso a internet fixa, estando ainda entre as dez cidades com maior número de habitantes com acesso a serviços de TV por assinatura.”
Não obstante, ainda segundo o relatório, precisa ser trabalhado:
“O número de leitos existentes na cidade, comparativamente às demais cidades, pode ser considerado como reduzido, inspirando maiores cuidados em termos de investimentos em saúde. A disponibilidade de condomínios residenciais para idosos é um indicador que pode motivar investimentos na cidade.”
Assim, não obstante os excelentes índices, a ampliação dos programas e serviços já existentes é desejável. Ressaltando-se que tal ampliação não precisa estar limitada à ampliação estrutural e à dita terceira idade. O município poderia oferecer serviços e atividades educativas, de conscientização e preventivas à população com idade próxima, por volta dos 55 anos, por exemplo.
Conclui-se, portanto, que o município pode e deve avançar ainda mais no desenvolvimento e aplicação de políticas públicas voltadas à população idosa, especialmente na rede assistencial hospitalar e de emergência e àqueles que vivem em situação mais precária e vulnerável. Envelhecimento é conquista da civilização humana do século XX e XXI, não um problema. E o envelhecimento com dignidade e qualidade de vida é um direito, não privilégio.
BIBLIOGRAFIA
Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil [recurso eletrônico]: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nºs 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nºs 1/92 a 99/2017 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2015. 3.663 KB ; PDF 
 
BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei Federal nº 10.741, de 1º de Outubro 2003. Brasília: Governo Federal, 2003. 
VINHEDO. Lei Municipal nº 2.457, de 23 de março de 2000. Dispõe sobre a Política Municipal do Idoso, Cria o Conselho Municipal do Idoso e dá outras providências. Boletim Municipal. Vinhedo, SP, 23 mar. 2000. Disponível em: http://srvweb.intra.martinformatica.com.br/pmvinhedo/camver/leimun/2000/02457.pdf. Acesso em: 20 de outubro de 2018.
SILVA, Maria do Rosário de Fátima e; YAZBEK, Maria Carmelita. Proteção social aos idosos: concepções, diretrizes e reconhecimento de direitos na América Latina e no Brasil. Revista Katálysis. Florianópolis: Ed. UFSC, v. 17, n. 1, p. 102/110, jan/jun 2014.
SANTOS, Carla T. B.	; ANDRADE Luiz O. M. de; SILVA, Maria J.; SOUZA, Maria F. de. Percurso do idoso em redes de atenção à saúde: um elo a ser construído. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 26 [ 1 ]: 45-62, 2016.
BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada nº 283, de 26 de setembro de 2005. Aprova o Regulamento Técnico para as normas de funcionamento de Instituições de Longa Permanência para Idosos. Diário Oficial da União. Brasília, 27 set. 2005. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_283_2005_COMP.pdf/a38f2055-c23a-4eca-94ed-76fa43acb1df. Acesso em: 20 de outubro de 2018.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico 2010: panorama do município de Vinhedo/SP. Rio de Janeiro, 2011. (12º Recenseamento Geral do Brasil). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv49230.pdf. Acesso em: 31 de outubro de 2018.
INSTITUTO DE LONGEVIDADE MONGERAL AEGON; FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Relatório do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade – 2017. São Paulo, 2017. Disponível em: https://idl.institutomongeralaegon.org/ (clique em “baixe o Relatório IDL 2017). Acesso em: 22 de outubro de 2018.

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