Teorias da biogênese e abiogênese

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Microbiologia 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS DA BIOGÊNESE E ABIOGÊNESE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução .................................................................................................................................... 2 
1. O debate sobre a geração espontânea ................................................................................ 2 
1.1. As primeiras observações............................................................................................. 2 
1.2. Biogênese ..................................................................................................................... 3 
Exercícios ...................................................................................................................................... 4 
Gabarito ........................................................................................................................................ 5 
Resumo ......................................................................................................................................... 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Na apostila “Histórico da microbiologia”, aprendemos um pouquinho sobre a 
história da microbiologia. 
Agora nesta apostila iremos aprender sobre os conceitos de biogênese e 
abiogênese. Mas oque exatamente se trata esses dois conceitos? Como os 
microrganismos surgiam? Veremos, qual era a visão que os primeiros cientistas a 
respeito deste assunto. Afinal, os micróbios surgiam espontaneamente ou havia algo 
que antecedesse seu surgimento? 
 
Objetivos 
• Conhecer os conceitos sobre geração espontânea; 
• Explicar as diferenças entre biogêndese e a abiogênse. 
 
1. O debate sobre a geração espontânea 
1.1. As primeiras observações 
Com as descobertas de Van Leeuwenhoek sobre o mundo “invisível” dos 
microrganismos, a comunidade científica voltou seus olhos para a origem desses 
minúsculos seres vivos. 
Até 100 anos atrás, as pessoas acreditavam que sapos, cobras e ratos surgiam 
do solo úmido; que moscas surgiam do estrume; e que as larvas eram originadas de 
cadáveres em decomposição. Acreditava-se, portanto que as formas de vida surgiam 
de maneira espontânea da matéria morta; este processo ficou conhecido como 
geração espontânea ou abiogênese. Seus principais defensores foram: Aristóteles, 
Jean Baptitste Van Helmot, Willian Harvey, René Descartes, Isaac Newton e John 
Needhan 
Em 1668 o médico Francesco Redi demostrou que as larvas não eram geradas 
espontaneamente. Em seu experimento Redi encheu duas jarras com carne em 
decomposição. Na primeira Redi a deixou completamente aberta, permitindo a 
entrada de moscas, essas por sua vez colocavam seus ovos na carne, que, 
posteriormente, desenvolviam em larvas. A segunda jarra foi selada e, portanto, 
nenhuma mosca apareceu no interior do frasco. Entretanto, muitos ainda 
duvidavam das constatações apresentadas por Redi; acreditando que o ar fresco era 
necessário para ocorrer a geração espontânea. Então, Redi decidiu realizar um 
segundo experimento, neste uma jarra foi coberta com uma fina rede, em vez de ser 
lacrada. E mesmo assim nenhuma mosca surgiu, embora o ar estivesse presente. 
 
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As constatações apresentadas por Redi representaram um forte golpe na 
teoria da geração espontânea. Contudo, muitos cientistas ainda acreditavam que os 
“animáculos” de Van Leeuwenhoek, eram simples o bastante para serem gerados 
espontaneamente. John Needham era um daqueles que não acreditava nas 
descobertas de Redi e refutou sua teoria ao aquecer o caldo de galinha e o caldo de 
milho antes de armazená-los em frascos cobertos, as soluções resfriadas em pouco 
tempo ficaram repletas de microrganismos. Needham então afirmou que os 
micróbios surgiam espontaneamente a partir de caldos. 
Porém 20 anos mais tarde, o cientista Lazzaro Spallanzani sugeriu que 
microrganismos provenientes do ar provavelmente entraram nas soluções de 
Needham após serem fervidas. Ele comprovou isso ao aquecer os caldos e os 
lacrarem após o processo de fervura, não apresentando desenvolvimento 
microbiano. Entretanto, Needham para reforçar seu ponto de vista alegou que a 
“força vital” necessária para a geração espontânea tinha sido destruída pelo calor 
excessivo e que não existia oxigênio suficiente nos frascos lacrados para o 
desenvolvimento da vida microbiana. 
 
1.2. Biogênese 
No ano de 1858, Rudolf Virchow desafiou a questão da geração espontânea 
com o conceito de biogênese, estabelecendo como hipótese que novos organismos 
só surgiam a partir de organismos vivos pré-existentes. Como ele não conseguiu 
estabelecer nenhuma prova científica a teoria da geração espontânea manteve-se 
até 1861, ano em que o cientista francês Louis Pasteur demostrou que 
microrganismos estão presentes no ar e podem contaminar soluções estéreis, porém 
o ar, por si próprio, não origina micróbios. 
Para tanto ele realizou um experimento relativamente simples, Pasteur 
encheu vários frascos, que tinham a abertura em forma de pescoço curto, com caldo 
de carne e, então, ferveu o conteúdo. Em alguns deles ele deixou que esfriassem 
abertos. Em poucos dias, os frascos que se mantiveram abertos estavam 
contaminados com micróbios. Porém os outros frascos, lacrados após a fervura, 
estavam livres de microrganismos. Com estes resultados Pasteur afirmou que os 
micróbios do ar eram os responsáveis pela contaminação da matéria não viva. 
Em outro experimento Pasteur, colocou caldo em frascos de pescoço longo, 
com abertura terminal, e dobrou os pescoços, formando curvas no formato de um S 
(Figura seguinte). Os conteúdos dos frascos foram então fervidos e resfriados. O 
meio de cultura contido no interior dos frascos não apodreceu e nenhum 
microrganismo se desenvolveu mesmo após meses. O experimento criado por 
Pasteur permitia que o ar entrasse no frasco, mas como seu pescoço era curvado 
 
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capturava todos os microrganismos do ar que poderiam contaminar o meio de 
cultura. É possível inclusive nos dias atuais ver alguns desses frascos originais, que 
estão expostos no Instituto Pasteur, em Paris. Atualmente eles foram lacrados, mas 
mesmo 100 anos após seu experimento não há sinais de contaminação. 
 
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Experimento de Pasteur 
 
 
Exercícios 
1. Qual evidência sustenta a geração espontânea? 
 
2. A origem da vida é um tema que sempre intrigou a sociedade desde a 
Antiguidade. Alguns pensadores, como Aristóteles, acreditavam que a vida 
surgia a partir de matéria bruta. Essa teoria ficou conhecida como: 
a) Teoria da evolução; 
b) Teoria da abiogênese; 
c) Teoria da biogênese; 
d) Teoria da seleção natural; 
e) Teoria da herança dos caracteres adquiridos. 
 
 
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3. Alguns pesquisadores tentaram refutar a teoria de que a vida surgia a 
partir da matéria bruta. Para isso, um deles colocou carne no interior de 
vidros de boca larga e cobriu alguns com gaze e deixou outros abertos. Nos 
abertos, apareceram larvas de moscas; mas nos vidros tampados com gaze 
nenhuma larva surgiu. Entre as alternativas a seguir, marque o nome do 
pesquisador que realizou essa experiência: 
a) Pasteur; 
b) Spallanzani; 
c) Redi; 
d) Aristóteles; 
e) Isaac Newton. 
 
4. (Cesgranrio- RJ) Em 1995 – cem anos da morte de Pasteur – o prédio do 
antigo correio, no Rio de Janeiro, abrigou uma exposição comemorativa: 
Vida. Estava lá representada a conhecida experiência dos frascos com 
pescoço de cisne, contendo líquidos nutritivos que, apósfervura, não 
apresentavam micro-organismos. Com essa experiência, Pasteur 
conseguiu: 
a) Incentivar a geração espontânea. 
b) Incentivar a teoria do fixismo. 
c) Derrubar a hipótese heterotrófica. 
d) Derrubar a abiogênese. 
e) Destruir a lei do uso e desuso. 
Gabarito 
1. As pessoas acreditavam que sapos, cobras e ratos surgiam do solo úmido ou 
que as larvas eram originadas de cadáveres em decomposição. John 
Needham era um destes cientistas e tentou comprovar isso com seus 
experimentos aquecendo caldo de galinha e o caldo de milho e os 
armazenando em frascos cobertos, as soluções quando resfriadas 
apresentavam-se repletas de microrganismos. Needham então afirmou que 
os micróbios surgiam espontaneamente a partir de caldos 
 
2. Alternativa “B”. 
 
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A teoria da abiogênese ou da geração espontânea afirmava que todas as 
formas de vida surgiam da matéria bruta. 
 
3. Alternativa “C”. 
Francesco Redi (1626-1697) foi um dos primeiros pesquisadores a questionar a 
teoria da abiogênese com seu experimento utilizando gaze, vidros de boca 
larga e pedaços de carne. 
 
4. Alternativa “D”. 
Com sua experiência, Pasteur pretendia derrubar definitivamente a teoria de 
que um ser vivo poderia surgir de matéria bruta. 
Resumo 
Nesta apostila você aprendeu que após as descobertas de Van Leeuwenhoek 
sobre seus pequeninos “animaculus”, inúmeros cientistas tentaram explicar como 
os microrganismos surgiam. Duas vertentes pensadoras surgem neste momento, 
aqueles que acreditavam que os seres vivos surgiam de forma espontânea em 
matéria não viva (abiogênese), e aqueles que contestavam e afirmavam que na 
verdade é necessário outro ser vivo para originar um novo (biogênese). Além disso, 
vimos que Pasteur em seus experimentos conseguiu comprovar que a teoria da 
biogênese era verdadeira, demonstrando que os micróbios são responsáveis pela 
deterioração dos alimentos, conduzindo os pesquisadores à conexão entre 
micróbios e doenças. E, portanto, seus experimentos e observações forneceram a 
base para o desenvolvimento de técnicas de assepsia, que são utilizadas na 
prevenção da contaminação microbiana. 
 
 
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Referências bibliográficas 
T Tortora, Gerard J. Microbiologia [recurso eletrônico] / Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke, Christine L. Case ; 
tradução: Danielle Soares de Oliveira Daian, Luis Fernando Marques Dorvillé ; revisão técnica: Flávio Guimarães 
da Fonseca, Ana Paula Guedes Frazzon, Jeverson Frazzon. – 12. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017. 
Referências imagéticas 
Figura 01. T Tortora, Gerard J. Microbiologia [recurso eletrônico] / Gerard J. Tortora, Berdell R. Funke, Christine 
L. Case ; tradução: Danielle Soares de Oliveira Daian, Luis Fernando Marques Dorvillé ; revisão técnica: Flávio 
Guimarães da Fonseca, Ana Paula Guedes Frazzon, Jeverson Frazzon. – 12. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.