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PARECER JURÍDICO
Requerente: Isabela
Ementa: EXTRAVIO DE BAGAGEM – DANOS MORAIS E MATERIAS – CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – CONVENÇÕES DE VARSÓVIA E MONTREAL 
DA CONSULTA
Trata-se de consulta formulada por Isabela, a consulta tem como objetivo analisar a situação da requerente, brasileira, solteira, administradora, CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua progresso, nº 144 na cidade de Manaus/AM, CEP 00000-00 que promoveu ação de reparação por danos morais e matérias (extravio de bagagem), em face da companhia aérea GOL.
A autora da ação viajou de Manaus para Cairo/Egito e, quando chegou ao seu destino, foi informada de que sua bagagem havia sido extraviada. Por essa razão, quando retornou ao Brasil, ajuizou uma ação de reparação por danos morais e matérias, com base na legislação brasileira. 
A companhia aérea GOL, em sua contestação, pugnou pela limitação da indenização com base nas convenções de Varsóvia e Montreal.
Logo em seguida, após ajuizar a ação na Defensoria Pública do Estado do Amazonas, a concessionária aérea contestou a sua ação pugnando pela limitação da indenização com base nas convenções internacionais de Varsóvia e Montreal.
É o relatório. Passo a opinar.
DA FUNDAMENTAÇÃO
 O caso concreto eleva a duas normas em conflitos, entre a qual a requerente da ação ajuizou pelo o Código de Defesa do Consumidor e a qual a companhia aérea contestou pela a convenções de Varsóvia e Montreal, sendo assim a antinomia aparente é a espécie para essa condição, pois ao longo da ação as normas estão em desacordos. Entretanto, o conflito tem solução para o caso, pois nessa situação com o entendimento do STF a legislação especial irá suprir a lei maior. Nesse caso, a conversão de Varsóvia e Montreal irá ser aplicada no lugar do CDC, quando se referir extravio de cargas e pessoas internacional.
 Nesse sentido, o STF compreende que a companhia aérea GOL está apropriada ao caso, cabendo limitação de indenização, a requerente não irá receber o valor integral, pois o dano é baseado com as convenções de Varsóvia e Montreal, levando em consideração o valor da mercadoria. Assim como especifica o artigo 22, alínea 3 da Convenção de Montreal abaixo.
Art. 22, alínea 3. No transporte de carga, a responsabilidade do transportador em caso de destruição, perda, avaria ou atraso se limita a uma quantia de 17 Direitos Especiais de Saque por quilograma, a menos que o expedidor haja feito ao transportador, ao entregar-lhe o volume, uma declaração especial de valor de sua entrega no lugar de destino, e tenha pago uma quantia suplementar, se for cabível. Neste caso, o transportador estará obrigado a pagar uma quantia que não excederá o valor declarado, a menos que prove que este valor é superior ao valor real da entrega no lugar de destino.
 Com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, relatado pelo Ministro Gilmar Mendes, onde o mesmo estabeleceu que o artigo 178 da Constituição Federal, as normas e os tratados internacionais devem ser aplicados às questões envolvendo transporte internacional, seja de pessoas ou coisas, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal (RE 636.331). Dessa forma refiro o acordão e o artigo abaixo.
 Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano material. Limitação. Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento de mérito. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de Defesa do Consumidor. Indenização superior ao limite previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão recorrida reformada, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar estabelecido na legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento.
Art. 178 A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. 
Perante o exposto, artigo 23, alínea 1, da convenção de Varsóvia e Montreal. O acolhimento da indenização por danos morais será a partir da sentença, conforme refiro o artigo abaixo.
Art. 23, alínea 1. As quantias indicadas em Direitos Especiais de Saque mencionadas na presente Convenção consideram-se referentes ao Direito Especial de Saque definido pelo Fundo Monetário Internacional. A conversão das somas nas moedas nacionais, no caso de ações judiciais, se fará conforme o valor de tais moedas em Direitos Especiais de Saque, na data da sentença. O valor em Direitos Especiais de Saque da moeda nacional de um Estado Parte, que seja membro do Fundo Monetário Internacional, será calculado de acordo com o método de avaliação adotado pelo Fundo Monetário Internacional para suas operações e transações, vigente na data da sentença. O valor em Direitos Especiais de Saque da moeda nacional de um Estado Parte que não seja membro do Fundo Monetário Internacional será calculado na forma estabelecida por esse Estado. ”
CONCLUSÃO 
Ante exposto, respondendo as questões formulado na consulta, a companhia aérea GOL contestou de forma correta, pois com base na convenção de Varsóvia e Montreal, terá um limite de indenização. Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal, em seu acordão (RE 636.331) também entende que caberá essa convenção. Na fundamentação foi citado o acordão do relator Ministro Gilmar Mendes, onde relata quando se tratar de extravio de cargas e pessoas internacional, vai ser aplicado a convenção e não o Código de Defesa do Consumidor.
Cabe ressaltar, se o pedido relatado pela autora da ação for julgado improcedente, caberá recurso de apelação, de acordo com o artigo 1.009 do NCPC/2015.
É o parecer.
Manaus, 13 de maio de 2019
Thayane Thays Pinto
OAB...

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