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A penhora é um processo de execução, que tem o objetivo primordial de satisfazer o credito devido ao exequente utilizando-se dos meios necessários e possíveis, de acordo com o art. 4º da NCPC ''As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa'' e ainda no art. 824 ''A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais''.
	De acordo com o Código de Processo Civil em seu Art. 833 inciso IV, estabelece que são impenhoráveis os vencimentos. O salario que consiste na prestação de serviços prestados pelo empregado no desenvolvimento de um vínculo empregatício, trata-se de meio de sobrevivência para a maior parte da população, por configurar o principal meio de obtenção de renda. Dessa forma o legislador se preocupou em criar tal impedimento à penhora, sob um olhar do Art. 1º inciso III da Constituição federal de 1988, para garantir o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, garantindo a vida digna do empregado e de sua família.
	Em contrapartida, o credor tem o direito fundamental à satisfação do seu crédito, conforme Art. 5º inc. XXXV da CF/88 ''a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito''. Dessa forma o direito não poderia criar uma lacuna onde qualquer pessoa que fosse muito bem remunerada, fizesse inúmeras dividas e deixasse de quitar suas obrigações, sem nenhum outro bem para arrecadação seus credores seriam prejudicados pela proteção criada pela lei sob os vencimentos, gerando uma instabilidade jurídica, e um comprometimento com o tratamento processual isonômico.
	O próprio Código de Processo Civil de 2015 enumera exceções à regra da impenhorabilidade salarial. O §2º do art. 833 dispõe ''não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais''. Ou seja, o NCPC admite expressamente a penhora dos salários em duas situações, para pagamento de obrigações alimentícias e quando o salário do devedor exceder a 50 vezes o salário mínimo vigente, podendo assim ser dito que tem sua impenhorabilidade mitigada. 
	Ante o exposto, o juiz de direito de direito da 2ª Vara Cível que determinou a penhora de 30% dos vencimentos do executado, tem sua decisão acertada, por mesmo que seja contrário ao descrito no Código Processual Civil, tal decisão ainda garante que o devedor consiga manter sua qualidade de vida e a sobrevivência de sua família, não ferindo assim o principio da Dignidade Da Pessoa humana que a impenhorabilidade busca proteger, garantindo assim o direito do credor ter seu titulo satisfeito conforme o Art. 904 inc. I do NCPC.

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