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Cálculos GET (Vasconcelos, 2000) O que é? Porque é importante? “O estado resultante do equilíbrio entre suprimento de nutrientes e o gasto do organismo do outro” (Vasconcelos, 2000) ENERGIA • “a capacidade de realizar trabalho”. • As necessidades energéticas são definidas como a ingestão de energia dietética que é necessária para manter o balanço energético em pessoas saudáveis de idade, sexo, peso e estatura definidos, e grau de atividade física compatível com a saúde. • O peso corporal é um indicador de adequação ou inadequação de energia, mas não é um indicador confiável da adequação de macronutrientes ou micronutrientes. Krause, 2018 Necessidades energéticas A necessidade energética é definida como a ingestão energética alimentar necessária para o crescimento e a manutenção de uma pessoa de uma determinada idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividade física. Em crianças, gestantes e lactantes, as necessidades energéticas incluem as necessidades associadas à deposição de tecidos ou a secreção de leite em taxas compatíveis com uma boa saúde. Em pessoas doentes ou machucadas, os fatores de estresse têm o efeito de aumentar ou diminuir o consumo energético. Krause, 2018 Componentes do Gasto Energético (GET): Metabolismo basal: • É a quantidade de calor liberada por um indivíduo durante o descanso físico, digestivo e emocional. • É a energia necessária para os processos indispensáveis à vida. Termogênese por atividade física: é qualquer gasto de energia além do MB. Efeito térmico do alimento: é o calor produzido pelo consumo dos alimentos. Gasto Energético Basal (GEB) e de Repouso (GER): • O GEB pode ser definido como a quantidade mínima de energia gasta que é compatível com a vida. • O GEB é a quantidade de energia durante 24h enquanto se descansa física e mentalmente em um ambiente termo-neutro que impede a ativação de processos de geração de calor. Krause, 2018 Fatores que Afetam o Gasto Energético em Repouso Idade: Uma vez que o GER é muito afetado pela proporção de massa corporal magra (MCM), ele é mais alto durante os períodos de crescimento rápido, especialmente no primeiro e segundo anos de vida. Depois do início da idade adulta, há um declínio do GER para 1% a 2% por quilograma da massa livre de gordura (MLG) por década. Composição corporal: A MLG, ou MCM, compõe a maioria dos tecidos metabolicamente ativos do corpo e é o principal preditor do GER. A MLG contribui com aproximadamente 80% das variações no GER. Krause, 2018 Composição corporal • MLG maior, os atletas com mais desenvolvimento muscular têm um metabolismo de repouso aproximadamente 5% maior do que o metabolismo de indivíduos não atletas. • Os órgãos do corpo contribuem para a produção de calor. • Aproximadamente 60% do GER pode ser causado pelo calor produzido pelos órgãos de taxa metabólica elevada (OTME): fígado, cérebro, coração, baço, intestinos e rins. Krause, 2018 Composição corporal Tamanho do corpo: Pessoas maiores geralmente têm taxas metabólicas mais altas que pessoas pequenas, mas pessoas altas e magras têm taxas metabólicas mais altas que pessoas baixas e robustas. Clima: GER é afetado por temperaturas ambientais extremas. Pessoas que vivem em climas tropicais normalmente têm GERs 5% a 20% mais altos do que aquelas que vivem em áreas temperadas. Sexo: Diferenças nas taxas metabólicas de acordo com o sexo são atribuíveis principalmente às diferenças do tamanho e composição do corpo. As mulheres, que normalmente têm uma proporção gordura–músculo maior do que a dos homens, têm taxas metabólicas que são aproximadamente 5% a 10% mais baixas que homens com a mesma massa corporal e estatura. Concentração hormonal: Os hormônios afetam a taxa metabólica. Distúrbios endócrinos, tais como hipertireoidismo e hipotireoidismo, aumentam ou diminuem GER. Krause, 2018 Composição corporal Temperatura: A febre aumenta o GER em aproximadamente 7% para cada grau de aumento da temperatura corporal acima de 37 °C ou 13% para cada grau acima de 37 °C, conforme os estudos clássicos. Outros fatores: Cafeína, nicotina e álcool estimulam as taxas metabólicas. A ingestão de cafeína de 200 a 350 mg, para homens, ou de 240 mg, para mulheres, pode aumentar a média de GER em 7% a 11% e 8% a 15%, respectivamente. Krause, 2018 Ou seja....interferem no GER • Tamanho e composição corporal: altos e baixos, MLG e tecido adiposo • A massa livre de gordura (MLG) é o principal determinante do GER (80%) e pode ser medida por vários métodos de referência, como pesagem hidrostática, absorciometria de raio x de dupla energia (DEXA) e pletismografia de deslocamento de ar (BOD POD). Entretanto, devido ao alto custo, pode-se usar a antropometria de dobras cutâneas e a bioimpedância elétrica (BIA). • Idade: é maior em crinaças e adolescents em crescimento e diminui com o avanças da idade, relacionado com a diminuição da massa magra (MLG). • Sexo: as mulheres te TMB em torno de 5 a 10% menor que os homens. • Estado nutricional: desnutrição (até 50%). • Estado hormonal e/ou Estado patológico: hiper (70%) ou hipotireoidismo (30-50%), infecções, febre (13%/ grau >37ºC), estresse. A TMB flutua com o ciclo menstrual, aumentando levemente na fase lútea. • Gestação e lactação: 15-25% • Clima: frio e o calor • Outros: o uso de cafeína, nicotina e álcool estimula a TMB. Krause, 2018 Determinação da taxa metabólica basal (TMB ou GEB – 60 a 70% do GET): • É determinado em condições padronizadas logo cedo pela manhã: • Indivíduo em repouso absoluto e acordado • Jejum de pelo menos 10 a12 h (alimentos, bebida e nicotina) • Após uma noite de sono tranquila, descansado • Indivíduo sentado, reclinado, após repouso de 30 min, eliminando todos os fatores de estresse • Temperatura ambiente de 20-26ºC Krause, 2018 * Termogênese sem atividade física * Valor energético dos alimentos Krause, 2018 Efeito Térmico do Alimento (ETA) • ETA pode ser chamado de termogênese induzida pela dieta (TID), ação dinâmica específica dos alimentos (ADE) e efeito específico do alimento (EEA) e é o aumento no gasto energético associado ao consumo de alimento, aproximadamente 10% do GET (TMR + TA). • A termogênese obrigatória é a energia necessária para digerir, absorver, metabolizar e armazenar nutrientes. • A termogênese facultativa é o excesso de energia gasta, além da obrigatória, estimulado pela atividade nervosa simpática. Fatores que afetam a ETA • Composição da dieta: proteínas > carboidratos > gordura • Presença de condimentos: pimenta, mostrada TM Krause, 2018 Termogênese por Atividade (TA) • A TA é a energia gasta durante o exercício físico e esportes; a energia gasta durante as atividades do dia a dia é chamada de termogênese por atividade de não-exercício (TANE). • É o componente mais variável do GET. Krause, 2018 Fatores que afetam a TA • Tamanho corporal: quantidade de MLG • Idade: idade e MLG • Sexo: homens • Duração e magnitude do exercício: consumo excessivo de oxigênio após o exercício (COPE) TM Krause, 2018 Medição do gasto energético • Unidades de Energia: Definição • Caloria (Cal ou kcal): é a quantidade de calor necessária para elevar 1ºC a temperatura de 1kg de água (de 15 para 16ºC). • Joule: é a unidade de medida de energia do Sistema Métrico Internacional (SI). Krause, 2018 Conversão entre caloria e joule: 1 Quilocaloria (kcal) 1000 cal 4,184 kJ 4184 J 1 Quilojoule (kJ) 240 cal 0,24 kcal 1000 J Krause, 2018 Calorimetria: • é a medida da quantidade de calor liberado. O valor energético dos alimentos e as necessidades energéticas diárias de um indivíduo são determinados por calorimetria direta ou indireta e expressos em quilocaloria.• Calorimetria direta: a pessoa é colocada dentro de uma câmara (calorímetro ou sala calorimétrica) e o calor gerado é absorvido pela água em circulação na serpentina de metal, colocado perto do teto da câmara. Também se calcula o aumento do teor de água do ar da câmara. • A medição por esse método não é representativa de indivíduos em condições de vida normal, em um ambiente normal, porque a atividade física dentro da câmara é limitada. • O alto custo, a engenharia complexa e a escassez de instalações apropriadas limitam o uso desse método. • Calorimetria indireta: Mede-se a quantidade de oxigênio consumida e/ou dióxido de carbono produzida, o que indica indiretamente a quantidade de calor produzida pela oxidação das células do corpo. Na oxidação de uma dieta mista, 1 L de O2 = 4,82 kcal. Também se calcula o Quociente Respiratório (QR). Krause, 2018 QR = CO2 expirado / O2 consumido • QR carboidratos = 1 • QR lipídios = 0,7 • QR proteínas = 0,82 • QR de dieta mista = 0,85 • QR não-protéico de dieta mista = 0,92 Equação de WEIR: GER = 6,931 x VO2 Krause, 2018 Água duplamente Marcada (ADM): • é baseado no princípio de que a produção de CO2 pode ser estimada a partir da diferença nas taxas de eliminação de hidrogênio e oxigênio pelo corpo. • Após a administração de uma dose de carga oral de água marcada com óxido de deutério (2H2O) e oxigênio- 18 (H2 18O), o deutério é eliminado do corpo como água e o oxigênio como água e CO2. • As taxas de eliminação dos dois isótopos são medidas durante 10 a 14 dias através da urina, saliva ou plasma. • A diferença entre as duas taxas de eliminação é a medida da produção de CO2. O GET é calculado utilizando- se as técnicas de calorimetria indireta. • É considerado o método ideal, usada para desenvolver as equações de predição e tem precisão de 2 a 8%, mas é sofisticada e cara. Krause, 2018 Estimativas das Necessidades Energéticas • Tradicionalmente, as necessidades energéticas foram baseadas em estimativas de ingestão de indivíduos saudáveis. Porém, segundo a OMS (1985), “como uma questão de princípio, nós acreditamos que as estimativas de necessidades energéticas devem, até quando possível, ser baseadas nas estimativas de gasto energético”. • TMB e TMR: várias equações foram desenvolvidas • Harris e Benedict (1919): superestimam 7 a 24% o GER. • FAO, 1985 e 2004 • NAS/ IOM / Health Canadá, 2002 e 2005: Necessidade Estimada de Energia (NEE), confirmadas pela técnica de ADM. Krause, 2018 • NEE é a ingestão média da energia dietética incorpora idade, peso, estatura, sexo e grau de atividade física (GAF). • O coeficiente de atividade física (NAF) é dividido em quatro GAF: sedentário, pouco ativo, ativo e muito ativo. • O GAF é a razão entre GET e o GEB, então, a categoria sedentário, possui um NAF que varia entre 1 a 1,39. GAF NAF ( somatório GAF/hora/dia) Sedentário 1,39 Pouco ativo 1,59 Ativo 1,89 Muito Ativo 2,5 Fonte: IOM, 2002/2005 Krause, 2018 Krause, 2018 Equações de Predição para Quatro Graus de Atividade Física – IOM, 2002 NEE para Homens com 19 Anos ou Mais (IMC entre 18,5 e 25 kg/m2) NEE = GET NEE = 662 – 9,53 x Idade (anos) + AF x (15,91 x Massa corporal [kg] + 539,6 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física: AF = 1 (Sedentário) AF = 1,11 (Baixa atividade) AF = 1,25 (Ativo) AF = 1,48 (Muito ativo) Homens Obesos e com Sobrepeso com 19 Anos ou Mais (IMC ≥ 25 kg/m 2 ) GET = 1.086 – 10,1 x Idade (anos) + AF x (13,7 x Massa corporal [kg] + 416 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 <1,4 (Sedentário) AF = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (Baixa atividade) AF = 1,29 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (Ativo) Institute of Medicine, Food and Nutrition Board: Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids, Washington, DC, 2002 Homens Eutróficos e com Sobrepeso ou Obesos com 19 Anos ou Mais (IMC ≥ 18,5 kg/m 2 ) GET = 864 – 9,72 x Idade (anos) + AF x (14,2 x Massa corporal [kg] + 503 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 <1,4 (Sedentário) AF = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (Baixa atividade) AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 <1,9 (Ativo) AF = 1,54 se GAF for estimado em ≥ 1,9 <2,5 (Muito ativo) Mulheres Eutróficas e com Sobrepeso ou Obesas com 19 Anos ou Mais (IMC ≥ 18,5 kg/m 2 ) GET = 387 – 7,31 x Idade (anos) + AF x (10,9 x Massa corporal [kg] + 660,7 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 <1,4 (Sedentário) AF = 1,14 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (Baixa atividade) AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 <1,9 (Ativo) AF = 1,45 se GAF for estimado em ≥ 1,9 <2,5 (Muito ativo) Institute of Medicine, Food and Nutrition Board: Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids, Washington, DC, 2002 Mulheres Obesas e com Sobrepeso com 19 Anos ou Mais (IMC ≥ 25 kg/m 2 ) GET = 448 – 7,95 x Idade (anos) + AF x (11,4 x Massa corporal [kg] + 619 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 <1,4 (Sedentário) AF = 1,16 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (Baixa atividade) AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 <1,9 (Ativo) AF = 1,44 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (Muito ativo) NEE para Mulheres com 19 Anos ou Mais (IMC entre 18,5 e 25 kg/m 2 ) NEE = GET NEE = 354 – 6,91 x Idade (anos) + AF x (9,36 x Massa corporal [kg] + 726 x Estatura [m]) em que: AF = Coeficiente de atividade física: AF = 1 (Sedentário) AF = 1,12 (Baixa atividade) AF = 1,27 (Ativo) AF = 1,45 (Muito ativo) Necessidades energéticas totais pelo método de HARRIS BENEDICT • Esta fórmula é utilizada habitualmente para pacientes internados ou em acompanhamento ambulatorial que apresentam doenças crônicas VET: TMB X FI X FT X FA FA: •1,2 ACAMADO •1,25 PARCIALMENTE DEAMBULANDO •1,3 DEAMBULANDO No caso de obesidade pode-se usar o peso ajustado: FAO: Esta fórmula deve ser utilizada para indivíduos sadios ou em acompanhamento ambulatorial com doenças leves. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 10. n. 55. p.43-49. Jan./Fev. 2016 FÓRMULAS DE BOLSO • condição de catabolismo • pacientes com obesidade mórbida (Martins e Cardoso 2000) Distribuição nutrientes Cálculo para atletas e adultos esportistas Compêndio de Atividades Físicas, proposto por Ainsworth et al. Traduzido por Paulo Farinati, 2001: Todas as atividades são classificadas de acordo com sua intensidade. O dispêndio energético é expresso com um múltiplo de MET; ou seja; o quociente entre a taxa metabólica associada à atividade e a taxa metabólica de repouso (TMR). Exemplo: uma atividade de 2 METs requer o dobro do dispêndio energético exigido na situação em que se está sentado tranquilo. Um MET corresponde para uma indivíduo adulto médio, a um consumo de oxigênio de aproximadamente 3,5 ml/kg (peso) x min ou 1 kcal/kg (peso) x hora O custo energético deve ser medido em METs e sua unidade será representada por Kcal / kg x h ou Kcal / h ou ainda kcal / 24 hs. Um indivíduo de 60 kg que pedale numa intensidade de 4 METs; por 40 minutos (lembrando de transformar na fórmula pra horas); teremos: 4 METS x 60kg x 40/60min = 213 kcal para este exercício do dia • Através dos METs pode-se calcular o gasto energético por atividade ou, através do somatório da mudança no grau de atividade física ( GAF/hora) durante um dia, estimar o NAF e o GAF 1 MET = 1 kcal/kg/h Ex: Homem de 65kg caminhando moderadamente (6,4km/h) = 4,5METs Caminhar moderadamente = 4,5 kcal x 65 kg x 1h = 293 kcal 1º calcula TMB 2º calcula METS 3º SOMATÓRIO DIÁRIO Caso Clinico AFV, 35 anos, mulher, diabética, caminha em ritmo moderado todos os dias por 40 min por determinação médica. Tem 78kg e 1,68m de altura. Calcule seu gasto energético: Basal (por TMB/FAO) Na atividade (por METS) Diário (total) (= VET pela FAO)
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