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Disciplina: Obras Hidráulicas
Aula 5: Sistemas de microdrenagem no controle de cheias
Apresentação
A drenagem urbana eficiente é um problema antigo. Se em outros tempos havia a preocupação com o saneamento da cidade em
desenvolvimento, hoje esse crescimento acelerado e desordenado exige que os sistemas de drenagem funcionem bem, pois sua
ineficiência, muitas vezes, colapsa toda uma cidade.
O trânsito se torna caótico por conta do excessivo volume de água e em alguns casos mais críticos ocorre o isolamento de
comunidades inteiras. Não é possível sequer sair de casa devido ao volume de água presente nas ruas, que demora horas para
escoar.
No Brasil, cada região tem um órgão específico para tratar a questão das enchentes urbanas e esta falta de homogeneidade faz
com que determinadas regiões não evoluam em seu planejamento urbano quanto à questão do escoamento, enquanto outras
regiões sofrem com a falta de investimento por parte dos governantes.
O que se entende, afinal, é que é muito importante dimensionar adequadamente os sistemas de drenagem, de modo que as
inundações, alagamentos e enchentes sejam evitados, porque são nocivos nos aspectos econômicos, sociais e de saúde.
Objetivos
Discutir os aspectos fundamentais para um sistema de drenagem urbana;
Descrever período de retorno;
Esclarecer os aspectos ligados ao projeto e dimensionamento hidráulico de microdrenagem urbana.
Pilares do saneamento
A Lei 11.445 <http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11445.htm> de 2007
estabelece que cada município elabore seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), pois sem ele os municípios
não poderiam receber nenhum recurso do Governo Federal para saneamento — abastecimento de água, drenagem,
esgotamento sanitário e resíduos. A drenagem e o manejo de águas pluviais fazem parte de uma política pública que visa
à saúde e o bem-estar da população como um todo.
O desenvolvimento do país depende da correta implantação e administração dos planos de drenagem urbana, uma vez
que o planejamento urbano implica na efetividade dos projetos de drenagem.
RESÍDUOS SÓLIDOS
DRENAGEM URBANA
ÁGUA
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
 Quatro pilares do PMSB.
A drenagem urbana é um dos quatro pilares do saneamento básico.
?
Você consegue imaginar toda uma cidade um sistema de drenagem eficiente?
?
Quais são as consequências de não haver um sistema de drenagem urbana em uma cidade populosa?
?
Você já ficou com medo da chuva porque sabe que sua rua vai ficar alagada?
Centros urbanos alagados após a chuva mostrando que tanto na região norte do país, onde chove mais, quando no
sudeste o problema é o mesmo:
Manaus <http://www.redetiradentes.com.br/drenagem-urbana-em-manaus-e-insuficiente-
aponta-relatorio-da-comissao-de-geodiversidade-da-ale/>
Volta Redonda – Rio de Janeiro <http://www.focoregional.com.br/Noticia/rio-paraiba-
transborda-e-causa-alagamentos-em>
Belém <http://azevedoambiental.com.br/enchentes-e-alagamentos-da-cidade-de-belem-a-
estrategia-da-padaria/>
Caso a drenagem urbana seja ineficiente, as condições após a chuva serão as mesmas: enchentes, inundações e
alagamentos. A eficiência da drenagem urbana necessita ser uma realidade muito próxima no desenvolvimento das
cidades.
Sistemas de drenagem pluvial urbana
O crescimento da urbanização implica no crescimento da impermeabilização do solo e em um aumento do volume
escoado que deverá ser drenado. Os sistemas de drenagem urbana devem ser planejados em conjunto com o
planejamento urbano, de modo que os planos de urbanização prevejam um projeto de drenagem urbana eficiente.
Em geral, nas áreas urbanizadas, o mau funcionamento dos sistemas de drenagem urbana é a principal causa de
inundações, fazendo com que as enchentes urbanas se tornem um problema crônico. A drenagem urbana deve ser
baseada em projetos hidráulicos, bem como em critérios ambientais, sociais e econômicos.
Os projetos de drenagem urbana devem prever ainda medidas de controle que visem ao
controle do aumento da vazão máxima e à melhoria das condições ambientais. São
classificados de acordo com suas dimensões em sistemas de microdrenagem — também
denominados de sistemas iniciais de drenagem —, e de macrodrenagem.
Microdrenagem
Os sistemas de microdrenagem compreendem um conjunto de obras em cujo projeto são adotadas vazões produzidas
por eventos hidrológicos com até 25 anos de período de retorno.
As áreas envolvidas na microdrenagem têm, em sua maioria, menos de 2,0 quilômetros quadrados (km2) ou 200
hectares (ha), compreendendo trechos de ruas ou quarteirões inteiros, que são influenciados pela arquitetura urbana.
As vazões são especificadas em projeto, de acordo com a malha urbana, criando-se minicursos artificiais (canais de
contorno fechado e pequenos canais a céu aberto), que drenam chuvas de risco moderado.
As principais características dos componentes de um sistema de Microdrenagem implicam que sejam verificados os
seguintes itens:
Sarjeta
A sarjeta é um canal que pode ser a céu aberto situado entre a guia (ou meio-fio) e a via, ou de contorno fechado, como
as utilizadas em projetos de drenagem de estradas. Podem ser dimensionadas de acordo com a profundidade da lâmina-
d’água (profundidade normal), y, por meio da equação de Manning, influenciando velocidade e vazão de escoamento de
acordo om sua rugosidade.
Geralmente, utilizam-se limitadores, como a altura máxima da lâmina-d’água na sarjeta y=0,13 m e a largura máxima
da lajeta de 0,45 m, de modo a não impactar negativamente no trânsito de pedestres, pois uma sarjeta muito profunda
pode ocasionar acidentes. Recomenda-se que nas sarjetas, a velocidade máxima deve ser menor que 3 m/s e a
velocidade mínima deve ser maior que 0,5 m/s.
Há duas maneiras de calcular a vazão em sarjetas:
01
Compreende que se adote o canal como uma seção que se estende até o centro da via;
02
Compreende apenas a própria seção transversal da sarjeta.
Essa escolha dependerá da caraterística de cada projeto em particular.
Pensemos na seguinte situação, em que você, como engenheiro, revisa um projeto de drenagem urbana. No projeto em
análise, você examina o dimensionamento das sarjetas de um quarteirão de casas.
As vias (ruas) têm 6,00 m de largura e possuem uma inclinação transversal de 3,33%. De acordo com os dados de
projeto, as sarjetas são construídas em concreto (n=0,012) e possuem uma declividade de fundo igual a 0,01m/m. As
dimensões da sarjeta estão de acordo com a figura apresentada no projeto:
Inicialmente, calculamos a vazão do escoamento na sarjeta, considerando a seção transversal até o eixo da rua:
Para tanto, determinamos o raio hidráulico de acordo com a área molhada e o perímetro molhado, que extraímos de
acordo com a equação:
Se convertermos essa medida para litros, a fim de termos uma noção do que representa, poderíamos dizer que essa
vazão representa 166 l/s, ou seja, aproximadamente 9960 l/min.
O cálculo de vazão na sarjeta pode ser feito por meio de uma simplificação da equação de Manning, proposta por Izzard,
que é a seguinte:
Onde:
Q = Vazão de escoamento;
y = Altura da lâmina-d’água na sarjeta;
z = O inverso da declividade transversal da via;
n = Coeficiente de Manning;
S = Declividade de fundo.
Podemos calcular o escoamento em uma sarjeta como:
Apesar do método de Izzard ser mais direto em relação à sarjeta, o valor da vazão é maior que o obtido por Manning.
Bocas-de-lobo
De acordo com a necessidade de drenagem, as bocas-de-lobo podem ser simples, múltiplas e equipadas com grelhas
pré-moldadas de concreto ou de ferro fundido dúctil.
Q = × × ×
1
n
R
2
3
/
h
S
1
2
/
0
A
m
= → = = 0, 15A
m
b×y
n
2
A
m
3,00×0,10
2
m
2
= + ( )→ = 0, 10 + ( ) = 3, 10mP
m
y
n
+b
2
y
2
n
− −−−−−
√
P
m
+ 0,3
2
10
2
− −−−−−−−√
= → = → = 0, 0484mR
h
A
m
P
m
R
h
0,15
3,10
R
h
R
h
V = × × → V = × 0, × 0,
1
n
R
2
3
/
h
S
1
2
/
e
1
0,012
0484
2
3
/
01
1
2
/
V = 83, 33 × 0, 1328 × 0, 1 → V = 1, 107
m
s
/
Q = V × → Q = 1, 107 × 0, 15 → Q = 0, 166A
m
m
3
s
/
Q = 0, 375 × × ( )×y
8
3
/
z
n
S
√
Q = 0, 375 × × ( )× →y
8
3
/
z
n
S
√
Q = 0, 375 × 0, ×( )× →10
8
3
/
1
0,0333
0,012
0, 01
− −−−
√
Q = 0, 202
m
3
s
/
 Boca de lobo. (Fonte: www.codau.com.br <http://www.codau.com.br/noticiaDetalhe.php?código=210> )
Em geral, há quatro tipologias de bocas-de-lobo:
Lateral
Com grelha
Combinada
Múltipla
(recomendada para grandes vazões)
As bocas-de-lobo:
 Devem estar nos pontos mais baixos do sistema para impedir alagamentos e águas paradas; podem serposicionadas em ambos os lados da rua quando necessário.
 Não devem ser instaladas em esquinas (trecho de máxima vazão pela sarjeta) para que o fluxo da água nãoatrapalhe a passagem de pedestres.
 Sua abertura máxima não deve ultrapassar 0,15m.
 (Fonte: Infraestrutura Urbana <http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/soluções-técnicas/8/2-bocas-de-lobo-como-planejar-o-
posicionamento-das-239376-1.aspx> )
Bocas de lobo
SITUAÇÃO RECOMENDADA
SITUAÇÃO NÃO RECOMENDADA
SITUAÇÃO RECOMENDADA
 (Fonte: Adaptado de Livrozilla <http://livrozilla.com/doc/493395/fau---universidade-de-s%CE%A3o-paulo> )
O dimensionamento das bocas-de-lobo depende de diferentes aspectos, pois para cada tipo a vazão é calculada de um
modo diferente:
Boca-de-lobo lateral
Onde:
Q = Vazão de escoamento;
L = Comprimento da soleira (abertura de entrada da boca-de-lobo);
y = Altura da lâmina-d’água na sarjeta.
Boca-de-lobo com grelha
Onde:
Q = Vazão de escoamento;
P = Perímetro do orifício de entrada da boca-de-lobo;
y = Altura da lâmina-d’água na sarjeta.
No caso de boca-de-lobo com grelha, assume-se o seguinte:
Q = 1, 6 ×L× y
1,5
Q = 1, 7 × P × y
1,5
 Quando um dos lados da grelha da boca-de-lobo for adjacente à guia, este comprimento não deve ser adicionadoao valor de P.
 Para o caso de boca-de-lobo combinada, pode ser feita a associação das duas equações anteriores: 

Exemplo
Suponha que na análise anterior você tenha de verificar também os dados de vazão das bocas-de-lobo. Nesse caso,
você verifica que foram consideradas no projeto bocas-de-lobo combinadas sem depressão de entrada, posicionadas
junto ao meio-fio com 0,40 x 0,30 m de tamanho e abertura de vão de 0,40 x 0,12 m.
O cálculo da vazão de cada boca-de-lobo que recebe o fluxo de uma sarjeta será:
Essa vazão corresponde a 74 l/s, ou seja, 4440l/min.
No caso da análise que estamos fazendo, tanto para o cálculo feito por Manning quanto para o cálculo feito por Izzard,
seriam necessárias duas ou três bocas-de-lobo combinadas para comportar a vazão de escoamento da sarjeta, pois
0,074 < 0,166 < 0,202m /s.
Galerias
O traçado das galerias deve ser desenvolvido simultaneamente com o projeto urbanístico e elas devem ser projetadas de
modo homogêneo, dentro do possível, para que o sistema como um todo possa proporcionar condições adequadas de
drenagem a todas as áreas da bacia.
As galerias de águas pluviais são projetadas para funcionamento à seção plena para a vazão do projeto e são executadas
em dutos de concreto e concreto armado, o que influenciará na velocidade de escoamento.
A velocidade mínima para tubos de concreto deverá ser de 0,65m/s e a máxima de 5,0m/s e o recobrimento mínimo
acima das galerias deve ser de 1,00 m.
A ligação das bocas-de-lobo às galerias pode ser feita por meio de tubos intermediários chamados de tubos de ligação.
 (Fonte: Terra Nossa <http://www.terranossabirigui.com.br/Obras/detalhe_obras.asp?IDObra=11> )
Q = (1, 6 ×L× )y
1,5
+ (1, 7 × P × )y
1,5
Q = (1, 6 ×L× )+ (1, 7 × P × ) =y
1,5
y
1,5
Q = [1, 6 × (0, 4) × 0, ]+ [1, 7 × (0, 30 + 0, 40 + 0, 30) × 0, ]→10
1,5
10
1,5
Q = 0, 020 + 0, 054 → Q = 0, 074
m
3
s
/
3
 (Fonte: Prefeitura de Unaí <http://www.prefeituraunai.mg.gov.br/pmu/index.php/obras/941-obra-na-grota-do-taquaril-começa-a-
construcao-da-galeria-de-aguas-pluviais.html> )
 (Fonte: r.e.m Design & Build <http://rem-designandbuild.com/84_Double_Barrel_RCP_Storm_Drain_%28_Lancaster,_Ca%29.html> )
O cálculo de vazão das galerias pode ser feito utilizando a equação de Manning, considerando-se a seção plena, ou seja,
quando o raio hidráulico, R , é igual a um quarto do diâmetro da seção circular.
Para verificarmos esta propriedade, seja o cálculo da vazão de uma seção circular de concreto (n=0,012 com 0,50 m de
diâmetro, dimensionada de modo a atender o escoamento de águas pluviais em um trecho onde a declividade é de 0,01
m/m.
Podemos determinar o raio hidráulico de acordo com a área molhada e o perímetro molhado, que deve ter o mesmo valor
de um quarto do diâmetro proposto:
A velocidade na galeria deve ter velocidade máxima de 5m/s.
Essa vazão corresponde a 408 l/s, ou seja, 24480 l/min.
Recomenda-se que as galerias de águas pluviais trabalhem com lâmina de água máxima de 0,8D, ou para uma vazão
máxima que esta seja de 0,94D.
h
Q = × × ×
1
n
R
2
3
/
h
S
1
2
/
0
A
m
= → = = 0, 196A
m
π×d
2
4
A
m
3,1416×0,5
2
4
m
2
= π× d→ = 3, 1416 × 0, 5 = 1, 57mP
m
P
m
= → = → = 0, 125m (OK)R
h
A
m
P
m
R
h
0,196
1,57
R
h
V = × × → V = × 0, × 0,
1
n
R
2
3
/
h
S
1
2
/
e
1
0,012
125
2
3
/
01
1
2
/
V = 83, 33 × 0, 25 × 0, 1 → V = 2, 08 < 5 (OK)
m
s
/
m
s
/
Q = V × → Q = 2, 08 × 0, 196 → Q = 0, 408A
m
m
3
s
/
A microdrenagem performa um caminho de escoamento das águas interligado, que é alimentado e dimensionado de
acordo com a vazão limite de cada elemento.
 (Fonte: Adaptado de Ebah <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnd4AJ/aula-00-principais-estruturas-hidraulicas?part=2> )
Ainda que haja uma preocupação no dimensionamento dos elementos que compõem a microdrenagem, a limpeza desse
sistema é primordial para mantê-lo em funcionamento.
Veja as seguintes reportagens para compreender melhor a necessidade de se higienizar periodicamente o sistema de
microdrenagem urbana.
Dimensionamento do Sistema de Microdrenagem
O sistema de microdrenagem urbana é dimensionado de acordo com a necessidade de escoamento da bacia em estudo.
Ao pensarmos na chuva, podemos imaginar que existem locais que, devido à travessia de pedestres ou à existência de
edifício, deve manter a altura da água baixa.
Pode acontecer também que, com a subida da água, as linhas das pistas fiquem escondidas aumentando o perigo de
desastres entre os veículos. A velocidade da água e a altura da água levam riscos para veículos, pessoas adultas e
crianças. As pessoas podem escorregar e ser levadas pelas enxurradas causando danos físicos inclusive a morte.
A escolha do período de retorno e da altura do nível de água, bem como do risco que pode ser assumido devem ser
levados em conta no dimensionamento dos sistemas de microdrenagem.
Na microdrenagem, é comum adotar períodos de retorno até 25 anos e na macrodrenagem de 100 anos.

Exemplo
Estudaremos uma pequena bacia de 50 hectares (0,5 km ), que compreende uma área urbanizada da cidade do Rio
de Janeiro, onde as ruas são asfaltadas, tal como conhecemos (C=0,83 — coeficiente de deflúvio). Podemos calcular
a vazão máxima do escoamento produzido pelas chuvas se conhecermos a intensidade média máxima da
precipitação (em mm/h), por meio do Método Racional.
A intensidade média máxima de precipitação é calculada por região,ou seja, para cada localidade (cidade ) há
uma equação baseada no histórico de precipitações do local.
No caso da cidade do Rio de Janeiro, esta equação é:
2
= → =Q
máx
AlC
360
Q
máx
50×l×0,83
360
1
=l
máx
3463×T
0,172
R
( +22)
T
C
0,761
Nesse caso, se considerarmos o tempo de retorno médio de 25 anos (limite da microdrenagem) proposto para o
Brasil e uma duração aproximada de 30 minutos de chuva, chegaremos ao seguinte resultado:
Logo, podemos dizer que a vazão será:
Para essa vazão, devemos pensar no dimensionamento da rede de microdrenagem com galerias de ramais principais
retangulares ou circulares, com declividade definida, poços de visita, bocas-de-lobo, até as sarjetas. É um projeto
criterioso e que depende da característica da região, portanto, cada projeto de microdrenagem é único.

Exemplo
Se adotássemos para essa vazão estudada, uma galeria de seção quadrada de concreto armado de 1,0 x 1,0 m,
com altura de lâmina-d’água limitada a 0,90 H e declividade de 0,003 m/m poderíamos verificar os seguintes
parâmetros, iniciando pelo cálculo do raio hidráulico:
A velocidade máxima na galeria não deve ultrapassar 5m/s.
Para o escoamento dessa bacia, utilizando esse tipo de galeria como tronco principal de escoamento, temos o
projeto no qual a alimentação de cada galeria em conjunto com outras de mesmas características construtivas
totalize a vazão de 34,35 m /s, resultando em 18 galerias aproximadamente. Isso para as condições estabelecidas:
uma precipitação de 298 mm/h e um tempo estimado de 30 min.
= → = → = 298ml
máx
3463×25
0,172
(30+22)
0,761
l
máx
3463×1,74
20,22
l
máx
m
h
/
= → = 34, 35Q
máx
50×298×0,83
360
Q
máx
m
3
s
/
= b× y→ = 1, 0 × 0, 90 = 0, 90A
m
A
m
m
2
= b× 2y→ = 1, 0 + 1, 80 = 2, 80P
m
P
m
m
2
= → = → = 0, 3214mR
h
A
m
P
m
R
h
0,90
2,80
R
h
V = × × → V = × 0, × 0,
1
n
R
2
3
/
h
S
1
2
/
e
1
0,012
3214
2
3
/
003
1
2
/
V = 83, 33 × 0, 4692 × 0, 0548 → V = 2, 14 < 5 (OK)
m
s
/
m
s
/
Q = V × → Q = 2, 14 × 0, 90 → Q = 1, 93A
m
m
3
s
/
3
Atividade
1. A Lei 11.445 de 2007, conhecida como Lei Federal do Saneamento Básico estabelece as diretrizes nacionais para
o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Essa lei determina que os serviços públicos de
saneamento básico devem ser prestados com base em alguns princípios fundamentais, entre os quais podemos
destacar a universalização do acesso ao saneamento básico sobre quatro principais pilares que são:
 a) Abastecimento de água e comida, esgotamento sanitário, limpeza urbana e dos lixões e serviços de drenagem
e manejo das águas pluviais.
 b) Abastecimento de comida, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e serviços de
drenagem linfática e manejo das águas dos rios.
 c) Abastecimento de comida, esgotamento sanitário, limpeza urbana com produtos químicos e serviços de
drenagem e manejo das águas pluviais.
 d) Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e serviços de
drenagem e manejo das águas pluviais.
 e) Abastecimento de água, esgotamento de águas contaminadas, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e
serviços de drenagem e manejo das águas pluviais.
2. As galerias são canais de contorno fechado destinados ao transporte das águas captadas nas bocas-de-lobo até
os pontos de lançamento. De acordo com as condições estabelecidas para o correto dimensionamento das galerias,
assinale V para verdadeiro e F para falso:
a) As galerias devem ser projetadas para funcionar sempre à meia seção transversal para a vazão de projeto, em
que a velocidade máxima admissível é calculada em função do material a ser empregado na rede coletora.
b) O traçado das galerias deve ser desenvolvido corrigindo o projeto urbanístico (vias e parques), para projetar o
melhor possível o sistema de drenagem.
c) As galerias devem ser projetadas de modo homogêneo, dentro do possível, para que o sistema como um todo
possa proporcionar condições adequadas de drenagem a todas as áreas da bacia e seu diâmetro mínimo é de 400
mm aproximadamente.
d) As galerias de águas pluviais são projetadas como conduto forçado para funcionamento à seção plena para a
vazão do projeto e, na maioria, são executadas em dutos de concreto e concreto armado, o que influenciará na
velocidade de escoamento, pois esta depende do material a ser usado.
3. Ao pensarmos na chuva, podemos imaginar que existem locais que devido à travessia de pedestres ou à
existência de edifício, deva manter a altura da água baixa. Pode acontecer também que, com a subida da água, as
linhas das pistas fiquem escondidas aumentando o perigo de desastres entre os veículos. De acordo com as
condições estabelecidas para o dimensionamento da microdrenagem, assinale V para verdadeiro e F para falso:
a) A velocidade e a altura da água levam riscos para veículos, pessoas adultas e crianças. As pessoas podem
escorregar e serem levadas pelas enxurradas, causando danos físicos inclusive a própria perda da vida do pedestre.
b) A escolha do período de retorno e da altura do nível de água bem como do risco que pode ser assumido devem
ser levados em conta no dimensionamento dos sistemas de microdrenagem.
c) Na microdrenagem, é comum adotar períodos de retorno até 50 anos e em macrodrenagem de 100 anos.
4. Os sistemas de drenagem urbana devem ser planejados em conjunto com o planejamento urbano, de modo que
os planos de urbanização prevejam um projeto de drenagem urbana eficiente. Em geral nas áreas urbanizadas, o
mau funcionamento dos sistemas de drenagem urbana é a principal causa de inundações, fazendo com que as
enchentes urbanas se tornem um problema crônico. Desse modo, a drenagem urbana não deve ser baseada em
quais critérios além de projetos hidráulicos?
 a) Ambientais, geológicos e econômicos.
 b) Ambientais, sociais e políticos.
 c) Ambientais, sociais e econômicos.
 d) Ambientais, geológicos e políticos.
 e) Ambientais, políticos e econômicos.
5. Os projetos de drenagem urbana devem prever medidas de controle que visem ao controle do aumento da vazão
máxima e à melhoria das condições ambientais, e são classificados de acordo com suas dimensões em quais tipos
de sistemas?
 a) Drenagem mínima e drenagem máxima.
 b) Microdrenagem e macrodrenagem.
 c) Drenagem superficial e drenagem profunda.
 d) Drenagem superficial e superdrenagem.
 e) Drenagem mínima e drenagem profunda.
Notas
Referências
AZEVEDO NETO, J.M. Manual de Hidráulica. 9. ed. São Paulo: Blucher, 2015.
______. Bueiros ou Travessias. Livro Virtual. Disponível em: <http:// pliniotomaz.com.br/ livros-digitais/
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HOUGHTALEN, R. J.; AKAN, A.O.; HWANG, N.H.C. Engenharia Hidráulica. 4. ed. São Paulo: Pearson, 2012.
TOMAZ, P. Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos. Livro Virtual. Disponível em <http:// pliniotomaz.com.br/ livros-
digitais/ <http://pliniotomaz.com.br/livros-digitais/> >. Acesso em: 1 ago. 2018.
Próximos Passos
Dimensionamento de Macrodrenagem;
Controle de enchentes;
Reservatórios para controle de cheias.
Explore mais
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