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Física II EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE E A TAXA DE FLUXO 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. Conservação da massa ............................................................................................................. 2 1.1. Equação da continuidade .................................................................................................. 3 Exercícios ...................................................................................................................................... 5 Gabarito ........................................................................................................................................ 6 Resumo ......................................................................................................................................... 7 2 Introdução Nosso país consta com uma extensa rede hidrográfica formada por uma quantidade enorme de extensos rios que possuem grande volume de água. Os três principais rios do Brasil, definidos pela sua extensão, são: Rio Amazonas, com 6992 km, Rio Paraná, com 3998 km, e Rio Purus, com 3400 km. Na sua região existe algum rio? Você já reparou que em partes mais largas a velocidade da água é menor que em partes mais estreitas do rio? Nessa apostila veremos o porquê e como isso acontece. Objetivos • Conceituar o princípio da massa constante. • Demonstrar a equação da continuidade e a taxa de fluxo. 1. Conservação da massa Você provavelmente já vivenciou a experiência de tapar parte da saída de uma mangueira para a água ir mais longe, certo? Muitos pensam que isso acontece porque se é diminuída a área de saída aumenta-se a pressão de saída da água, mas isso não é correto. A grandeza que muda nessa situação é a velocidade, a água sai com maior velocidade, por isso vai mais longe. Para entendermos melhor essa situação e outras semelhantes, como a da maior velocidade nos trechos estreitos dos rios, como falamos na introdução, precisamos conhecer a equação da continuidade. Para começarmos, vamos imaginar um conduto que tenha dois diâmetros distintos em parte de seu trajeto. Inicialmente vamos destacar uma quantidade de fluído que sai com velocidade 1v da parte do contudo que possui maior diâmetro, seção transversal de área A1, conforme a figura seguinte. 01 Volume de fluido passando pela seção transversal A1. O fluido continua seu movimento e entra na parte do conduto de menor diâmetro. Nessa parte destaca-se uma área de seção transversal A2, o fluido escoa 3 agora com velocidade v2, e vamos considerar que destacaremos a mesma quantidade de água que passou em A1. Dessa forma teremos o esquema apresentado na figura seguinte. 02 Volume de fluido passando pela seção transversal A2. Considerando que não há nenhum tipo de vazamento, é lógico dizermos que a quantidade de massa de água que tínhamos em A1 é a mesma em A2, certo? Esse é o princípio de conservação de massa num escoamento: 1 2m m = IMPORTANTE! 1.1. Equação da continuidade Do princípio da conservação da massa, temos que o volume de fluido que passa pelas áreas A1 e A2 deve ser o mesmo, do contrário, para onde teria ido a massa de fluido que deu essa diferença de volume? Observe a figura. 03 O volume de fluido que passa pelas partes do tubo de maior diâmetro e de menor diâmetro são iguais. Nesse contexto, temos a conservação de massa antes citada, dada por: A massa m1 que entrou no conduto é a mesma massa m2 que saiu dele, pois não há nenhum tipo de perda. Isso é válido para todos os casos de escoamento em regime permanente em que não há nenhum tipo de fontes ou sumidouros no interior das tubulações nas quais os fluidos estão. 4 1 2m m = Vamos desenvolver essa expressão considerando a equação da densidade do fluido: m m V V = = Assim: 1 1 2 2V V = Como o fluido é o mesmo nas duas partes do contudo, temos que 1 2 = . Logo: 1 2V V= Podemos escrever o volume como: V A d= Sendo, A área de seção transversal e d o comprimento do conduto. Assim: 1 1 2 2A d A d = Considerando a equação da velocidade média, temos: d v d v t t = = Logo: 1 1 1 2 2 2A v t A v t = Sendo que 1 2t t = Então, temos a equação da continuidade: 1 1 2 2A v A v = Pela equação da continuidade, temos que as velocidades dos fluidos são inversamente proporcionais às respectivas áreas de seção transversal dos condutos em que estão. Isso significa que em áreas maiores teremos velocidade menores e vice-versa. Lembre-se que o produto da área pela velocidade média é a definição da vazão volumétrica, dessa forma podemos dizer que a vazão volumétrica é constante no conduto. 5 Esse produto da área pela velocidade é também chamado de taxa de fluxo ou fluxo volumétrico. Dessa forma, podemos considerar os conceitos de vazão volumétrica e taxa de fluxo como correspondentes, não é nada diferente do que já estudamos até aqui! EXEMPLO Exercícios 1. (PUCSP, 2018) Por uma luva de redução de PVC, que fará parte de uma tubulação, passarão 180 litros de água por minuto. Os diâmetros internos dessa luva são 100 mm para a entrada e 60 mm para a saída da água. Determine, em m/s a velocidade aproximada de saída da água por essa luva. a. 0,8 b. 1,1 c. 1,8 d. 4,1 e. 5,2 2. (UFRGS, 2017) A figura abaixo mostra um fluido incompressível que escoa com velocidade v1 através de um tubo horizontal de seção reta A1 e atravessa, com velocidade v2, um trecho estrangulado de seção reta 2 1A A 4.= A equação da continuidade explica o problema apresentado na questão inicial da introdução. É por atender a equação da continuidade que a água nas partes mais estreitas dos rios tem maior velocidade do que nas partes mais largas. 6 Nessa situação, a razão entre os módulos das velocidades v2/ v1 é a. 4 b. 2 c. 1 d. 1/2 e. 1/4 3. (UNICAMP, 2017) A microfluídica é uma área de pesquisa que trabalha com a manipulação precisa de líquidos em canais com dimensões submilimétricas, chamados de microcanais, possibilitando o desenvolvimento de sistemas miniaturizados de análises químicas e biológicas. Considere que uma seringa com êmbolo cilíndrico de diâmetro D = 4 mm seja usada para injetar um líquido em um microcanal cilíndrico com diâmetro de d = 500 μm. Se o êmbolo for movido com uma velocidade de v =V 4 mm s, a velocidade v do líquido no microcanal será de a. 256,00 mm/s. b. 32,0 mm/s. c. 62,5 µm/s. d. 500,0 µm/s. e. 120,5 µm/s. Gabarito 1. B- Cálculo da vazão ou taxa volumétrica no SI: − = = 3 3 3 3 L 1m 1min Q 180 min 60 s10 L Q 3 10 m s A área de saída é: ( )− − = = = 2 3 2 3 2 3 60 10 mD A A 4 4 A 2,7 10 m π Pela equação da continuidade, a vazão de entrada é igual à vazão de saída, assim: =entr saídaQ Q 7 Sabendo que o produtoda velocidade pela área é a vazão, temos que a velocidade v de saída será: − − = = = 3 3 3 2 Q Q v A v A m 3 10 sv 2,7 10 m v 1,1m s 2. A - Pela equação da continuidade as vazões nas duas seções do tubo são iguais: =1 2Q Q = =2 11 1 2 2 1 2 v A v A v A v A Substituindo 2A por 1A 4 : = = = 2 1 2 1 1 2 1 1 2 1 v A v A v A v A / 4 v 4 v 3. A - Temos os seguintes dados: = = = = = = =1 1 2V V 4 mm s; D D 4 mm; D d 500 m 0,5 mm.μ Com os dados, podemos aplicar a equação da continuidade: = = = = = = = = 1 1 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 1 1 2 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 v A v A D D v v 4 4 v D v D v D v D 4 4 64 v 0,250,5 v v 256,0 mm s π π Resumo Vimos que a quantidade de massa de fluido que entra em um conduto que não apresente fontes ou sumidouros é a mesma quantidade que sai, esse é o chamado princípio da conservação da massa. A partir desse princípio, demonstramos a equação da continuidade, no qual mostra-se que a velocidade de um fluido é inversamente proporcional à área da seção transversal do conduto em que ele está escoando. A equação da continuidade 8 mostra que a vazão volumétrica é constante no escoamento do fluido, sendo dada por: 1 1 2 2A v A v = Isso explica também a questão inicial sobre a velocidade da água nos rios ser maior nas partes mais estreitas dos mesmos. 9 Referências bibliográficas FEYMMAN, Richard. P; LEIGHTON, Robert B.; SANDS, Matthew. Lições de Física. Porto Alegre: Bookman, 2008. 3 v. Tradução de Adriana Válio Roque da Silva. HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 3.º Ed., Editora Livros Técnicos e Científicos. 2000. UFRGS. Equação da continuidade. 2018. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/cref/werlang/aula22.htm#equacao>. Acesso em: 22 abr. 2019. PUCSP. Vestibular. 2018.Disponível em: <http://www.nucvest.com.br/vestibular-unificado/vestibular-unificado- 2018-verao.html>. Acesso em: 06 maio 2019. UFRGS. Vestibular. 2017.Disponível em: <http://www.ufrgs.br/coperse/provas-e-servicos/baixar-provas>. Acesso em: 06 maio 2019. UNICAMP. Vestibular. 2017.Disponível em: <http://www.comvest.unicamp.br/vestibulares-anteriores/vestibular- 2017/>. Acesso em: 06 maio 2019.
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