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Filosofia EXISTENCIALISMO 1 Sumário Introdução......................................................................................................................................2 Objetivos.........................................................................................................................................2 1. O existencialismo.......................................................................................................................2 1.1. O pensamento existencialista.............................................................................................2 1.2. Teórico do existencialismo: Jean Paul-Sartre....................................................................4 Exercícios........................................................................................................................................5 Gabarito..........................................................................................................................................6 Resumo...........................................................................................................................................6 2 Introdução Na apostila intitulada Filosofia no século XX estudamos os principais acontecimentos que levaram os filófosos a questionarem o racionalismo e apresentamos dois grandes pensadores Karl Marx e Friderich Nietzche. A partir de agora vamos estudar algumas correntes filóficas surgidas no século XX, influenciadas pela ideia de que a racionalidade científica pode ser falível e que o desenvolvimento tecnológico desacompanhado da ética serve mais a ideais imperialistas do que traz reais benefícios sociais. As principais correntes filosóficas que vamos estudar nesta e em próximas apostilas são o existencialismo, a fenomenologia, a filosofia analítica, a escola de Frankfurt, e os ideais pós-modernas. Nesta estudaremos a respeito do existencialismo. Objetivos • Compreender a teoria existencialista; • Conhecer um dos principais pensadores do existencialismo: Jean-Paul Sartre 1. O existencialismo 1.1. O pensamento existencialista O existencialismo é uma corrente filosófica que surge no século XX influenciada pelo pensamento de alguns filófosos do século anterior como Nietzche e Schopenhauer. Dentre os filófosos mais conhecidos do existencialismo estão Jan- Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Martin Heidegger. Esta corrente explora filosoficamente a questão da existência humana, a relação do ser consigo mesmo e com os outros, com objetos culturais e com a natureza. Estas relações podem ser determinadas ou indeterminadas. A primeira deriva das leis universais, são portanto naturais, absolutas. A segunda está relacionada as escolhas feitas pelo indivíduo ou ao acaso. No centro desta corrente está a ideia de concretude da realidade em que vive o indivíduo, das contingências e finitude da vida. Algumas das características desta tendência filosófica portanto estão relacionadas a ideia de que o ser humano pode ser entendido como algo imperfeito, inacabado e que foi lançado em um mundo repleto de riscos. Outro fator estudado é a liberdade humana, trata-se de uma dualidade já que a condição do indivíduo é a da liberdade, uma vez que faz suas escolhas, mas estas estão condicionadas às 3 circuntâncias históricas., ou seja, querer não é poder e cada qual consegue ou não superar os obstáculos de sua condição histórica. Por fim acreditam que a vida humana está repleta de dores, sofrimentos, injustiças, angústias, portanto o desenvolvimento do homem está atrelado a estes fatores que devem ser considerados e que não oferecem ao ser um caminho tranquilo e seguro em direção ao seu progresso (figura 01). 1 Escultura baseada na pintura “O grito” de Edvard Munch (1893) retratando a angústia do ser humano. Ao contrário do pensamento do século XIX e da ideia de uma totalidade do qual todos os seres humanos fazem parte, a tendência da filosofia do século XX é dar importância a finitude das coisas, aos limites e fronteiras. O existencialismo é um exemplo disso uma vez que considera a finitude do ser humano, a sua existência como temporal, e que portanto precisa encontrar em si mesmo o sentido da existência da vida. 4 DICA DE FILME 1.2. Teórico do existencialismo: Jean Paul-Sartre Nascido em Paris, Jean Paul Sartre (1905-1980) foi um dos teóricos mais reconhecidos da corrente existencialista (figura 02). Crítico aos ideais nazistas, durante a segunda guerra mundial, aderiu ao marxismo, contudo posteriormente rompeu com o partido comunista. 2 Jean-Paul Charles Aymard Sartre, nascido na França em 1905 e falecido em 1980 na Alemanha. Em sua obra mais famoda “O ser e o nada”, de 1943, Sartre teoriza sobre o que denominou de ente em-si, ou seja, o ser é o que é, não sendo passivo, nem ativo, Blade Runner (Rdley Scotty, 1982) Filme baseado na obra de Phiplip K. Dick retrata um futuro distópico em que um caçador de androides deve encontrar e exterminar quatro Replicantes que roubaram uma nave no espaço e retornaram à Terra para questionar seu criador. Os Replicantes são seres criados artificialmente por uma poderosa corporação para servir aos homens, mas têm plena consciência de sua mortalidade. Tratados pelos poderosos como máquinas dispensáveis, esses seres viveram muitas coisas, mas ainda não encontraram a resposta para aquilo que tanto lhes aflige, que é o significado de sua própria existência. 5 tata-se de um maciço, que apenas está no mundo, representando a plenitude. Outra dimensão da existência humana concebida pelo pensador é a do ente para-si, trata- se da negação do ente em-si, representando o não-ser ou nada. O pensador refere- se ao “nada” como aquilo que faz do ser um ente não estático, mas acessível as possibilidades de mudança. Sartre coloca como valor fundamental da existência humana a condição de liberdade. O ser humano não poderia ser somente um ser em-si, fechado em si mesmo, pois se o fosse não poderia ter consciência e também não teria liberdade. A consciência está condicionada as relações sociais e a conteúdos externos ao ser. A liberdade trata-se da possibilidade de escolhas. Se o ser humano estivesse preso em si não poderia manifestar sua liberdade. Para Sarte, portanto, não existe uma natureza humana, mas uma condição humana, o estar no mundo, as relações com os outros e a mortalidade. A liberdade é o que leva o indivíduo a construir a si mesmo, a definir como pretende ser, a avaliar o impacto de suas escolhas e a ser responsável por elas. Para Sarte, paradoxalmente, o ser está condenado a ser livre. Exercícios 1) Relacione duas concepções características do existencialismo apresentadas com aspectos do pensamento de Sartre. 2) (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos ésempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”. -Sartre. Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que: 6 a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser, estando “condenado a ser livre”. b) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens. c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”. d) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência. e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência. 3 - (Ufu 2013) Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito: a) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio metafísico regulador. b) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da totalidade no seio do que é. c) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o constitui. d) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se pode realizar, não se pode afirmar, porque está cheio, completo. Gabarito 1) Ideia de que o ser humano tem liberdade perante as escolhas da vida e que é o único responsável pelo progresso de sua vida. 2) Resposta D é a incorreta. Para Sartre o homem se faz a partir da realidade concreta da vida, de suas experiências e escolhas, portanto a existência precede a essência e não ao contrário. 3) Resposta C. O conceito de para-si refere-se ao “nada”. Resumo O existencialismo é uma corrente filosófica surgida no século XX que rompe com a ideia da perfeição científica e de racionalidade como esferas infalíveis. 7 Pensadores influenciados pelos eventos caóticos da época, como as guerras mundiais, ascensão do nazismo e de regimes ditatoriais. O existencialismo tem como objeto de estudo a existência do ser humano e a concretude da vida. Algumas características fundamentais do existencialismo são: o homem visto como ser imperfeito, em construção, lançado ao mundo repleto de perigos; também especulam sore a liberdade, para eles o ser humano tem total liberdade pois faz suas escolhas, contudo estas escolhas estão condicionadas as contingências de seu tempo e de sua realidade; e acreditam que a vida está repleta de dores e angústias e que o ser não encontra um caminho seguro para seu desenvolvimento pessoal. Um dos principais representantes dessa corrente foi Jean Paul Sartre que desenvolve os conceitos do homem “em-si” e “para-si”. O primeiro define o homem como algo estático e o segundo é a negação do primeiro, pois considera que o ser está sujeito a mudanças. Sartre acredita que o indivíduo carrega a angústia de ao mesmo tempo ter liberdade para fazer suas escolhas e assim se construir como indivíduo, contudo ao fazê-las é responsável por elas. 8 Referências bibliográficas CHAUI, Marilena. Iniciação à filosofia : ensino médio, volume único – 2. ed. – São Paulo : Ática, 2013. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de filosofia -- 4. ed. -- São Paulo : Saraiva, 2016. ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia – 1. Ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007. Referências imagéticas Figura 01. PIXABAY. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/escultura-2494189/. Acessado em 28/02/2019 as 14:00h. Figura 02. WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre. Acessado em 28/02/2019, as 14:30h.
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