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1 CENTRO TÉCNICO EDUCACIONAL SUPERIOR DO OESTE PARANAENSE – CTESOP COOPCHOCS COOPERATIVA DE CHOCOLATES ASSIS CHATEAUBRIAND - PR 2019 2 BRUNA CAROLINI ZEN DO REGO KARINA CALGARO SIRIBOLA ROSANGELA DOS SANTOS CARDOSO COOPCHOCS Trabalho apresentado à matéria de Constituição e desenvolvimento de cooperativas. Do curso tecnológico de Gestão de Cooperativas do Centro Técnico Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP. Sobre a orientação da professora: Dianele da Silva Rui. ASSIS CHATEAUBRIAND – PR 2019 3 “Quem estuda tem em suas mãos o poder de transformar não só a própria vida, mas também das pessoas a sua volta”. (Autor desconhecido). 4 Dedicamos este trabalho primeiramente aos nossos pais que são nossos maiores incentivadores, aos familiares e amigos e a todos os nossos professores que nos apoiaram e colaboraram para a realização deste trabalho. E especialmente à ProfªDianele da Silva Rui, por toda sua paciência e dedicação na orientação. 5 Agradecimentos Nossa gratidão, em primeiro lugar, a Deus, por estar conosco em todos os momentos por ser a base das nossas conquistas. Agradecemos, especialmente, à nossa família, por acreditarem em nossas escolhas, apoiando-nos nessa trajetória e estiveram sempre ao nosso lado, nos entendendo nos momentos de ausência, dando-nos apoio e carinho. Agradecemos a oportunidade que a CTESOP nos proporcionou, juntamente com os professores do curso de Gestão de Cooperativas, para executar as atividades que aprendemos na teoria até a presente data. A professora Dianele, pela dedicação em suas orientações prestadas na elaboração deste trabalho, nos incentivando e colaborando no desenvolvimento de nossas ideias. E, por fim, para as integrantes deste grupo, que se dedicaram, concordando, participando e, assim, contribuindo para a realização e finalização do mesmo. A todos, muito obrigada. 6 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................11 2 OBJETIVO GERAL.........................................................................................13 2.1 OBJETIVO ESPECIFICO.............................................................................13 2.2 JUSTIFICATIVA...........................................................................................13 3 METODOLOGIA.............................................................................................13 3.1 PERSPECTIVA DO ESTUDO......................................................................13 3.2 DELIMITAÇÃ DO ESTUDO..........................................................................14 3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO............................................................................14 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................14 4.1 O QUE É COOPERATIVAS E SURGIMENTO DE COOPERATIVAS..........14 4.1.1 Assembleia geral.......................................................................................21 4.1.2 Diretoria.....................................................................................................21 4.1.3 Conselho fiscal..........................................................................................21 4.1.4 Conselho de administração.......................................................................22 4.2 O QUE É COOPERATIVISMO E HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO.........22 4.2.1 Cooperativismo no Brasil...........................................................................23 4.2.2 Cooperativismo no Paraná........................................................................24 4.3 RAMOS DO COOPERATIVISMO................................................................26 4.4 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO.........................................................29 4.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS.........................................30 4.5.1 Recrutamento e seleção............................................................................31 4.5.1.1 Recrutamento de pessoas......................................................................31 4.5.1.2 Seleção de pessoas...............................................................................32 4.5.2 Treinamento e desenvolvimento................................................................33 4.5.3 Higiene, medicina e segurança no trabalho...............................................34 4.5.4 Remuneração e benefícios........................................................................37 4.5.5 Cargos e salários.......................................................................................38 4.5.6 Relações trabalhistas............................................................................... 38 4.6.1 Controladoria.............................................................................................40 4.6.2 Contabilidade............................................................................................41 4.6.3 Tesouraria.................................................................................................41 4.6.4 Impostos....................................................................................................42 4.7 DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO............................................................43 7 4.7.1 Qualidade..................................................................................................44 4.7.2 Processos produtivo..................................................................................44 4.7.3 Embalagem...............................................................................................45 4.7.4 Estoques...................................................................................................45 4.7.5 Processo de Layout...................................................................................46 4.7.5.1 Tipos de Layout......................................................................................46 4.7.5.2 Vantagens E Desvantagens Do Layout/Leiaute.....................................47 4.8 DEPARTAMENTO DE MARKETING...........................................................48 4.8.1 Composto de Marketing 4P’s: Produto, Preço, Praça e Promoção..........48 4.8.1.1 Produto...................................................................................................49 4.8.1.2 Preço......................................................................................................49 4.8.1.3 Praça (Distribuição)................................................................................50 4.8.1.4 Promoção...............................................................................................50 4.8.2 - 4C’s: Cliente, Custo, Conveniência e Comunicação................................51 4.8.2.1 Cliente....................................................................................................51 4.8.2.2 Custo......................................................................................................51 4.8.2.3 Conveniência.........................................................................................52 4.8.2.4 Comunicação.........................................................................................52 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA COOPERATIVA COOPCHOCS – COOPERATIVA DE CHOCOLATES.............................................................52 5.1 HISTÓRIA DA COOPERATIVA COOPCHOCS..........................................52 5.1.1 Missão......................................................................................................53 5.1.2 Visão........................................................................................................53 5.1.3 Valores.....................................................................................................53 5.2 ORGANOGRAMA.......................................................................................54 5.3 Denominação..............................................................................................55 5.4 Sede............................................................................................................55 5.5 Objeto Social...............................................................................................55 5.6 Dos Sócios Fundadores..............................................................................55 5.7 Aprovação do Estatuto Social.....................................................................55 5.8 Finalidade....................................................................................................55 5.9 Capital.........................................................................................................56 5.10 Eleição dos Órgãos Diretivos....................................................................56 5.10.1 Conselho de administração....................................................................56 5.10.2 Conselho de Diretoria.............................................................................57 8 5.10.3 Conselho Fiscal Efetivo...........................................................................57 5.10.4 Conselho fiscal suplentes........................................................................57 6 MARKETING DA COOPERATIVA.................................................................58 7 RECURSOS HUMANOS DA COOPERATIVA COOPCHOCS......................59 7.1 Quadro de colaboradores.............................................................................59 8 RECURSOS FINANCEIROS DA COOPERATIVA.........................................60 8.1 Salários por cargos.......................................................................................60 8.2 Impostos pagos pela cooperativa.................................................................60 8.3 Tabela de gastos..........................................................................................61 9 PRODUÇÃO DA COOPERATIVA..................................................................63 10 EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE AGO..........................................................64 11 PROPOSTA DE ADMISSÃO DE COOPERADOS........................................65 12 FICHA DE MATRÍCULA...............................................................................86 13 RECIBOS – CAPITAL SOCIAL..................................................................107 14 ATA DE CONSTITUIÇÃO..................................................................................118 15 SOLICITAÇÃO DE FILIAÇÃO A OCEPAR......................................................122 16 CONCLUSÃO......................................................................................................124 17 REFERENCIAS ..................................................................................................126 18 ANEXOS...............................................................................................................129 9 Resumo: Este estudo visa analisar as relações entre os fatores determinantes da produção e as estratégias em inovação para progredir na produtividade da renda familiar. No contexto, o cooperativismo surge como uma das alternativas produtivas para a produção de chocolates onde mulheres se juntaram e formaram a cooperativa Coopchocs. Deste modo, argumenta-se que a organização da cooperativa exigiu mudanças e investimentos para crescer e é considerada uma grande alternativa de trabalho e renda para as pessoas. O presente trabalho tem por escopo a demonstração de como foi formada a cooperativa Coopchocs. É visto a origem da cooperativa, seu processo de produção e por fim, o chocolate como elemento de alto valor. Palavra chave: Cooperativa, Cooperativismo, Chocolate, Produção, Formação. 10 Abstract: This study aims to analyze the relations between the determinants of production and the strategies for innovation to progress in household income productivity. In the context, cooperativism emerges as one of the productive alternatives for chocolate production where women joined and formed the Coopchocs cooperative. Thus, it is argued that the organization of the cooperative required changes and investments to grow and is considered a great alternative for work and income for people. This paper aims to demonstrate how the Coopchocs cooperative was formed. It is seen the origin of the cooperative, its production process and finally, chocolate as an element of high value. Keyword: Cooperative, Cooperative, Chocolate, Production, Training. 11 1 INTRODUÇÃO O chocolate está entre as guloseimas favoritas das crianças e dos adultos. Ingrediente versátil, que pode ser preparado e utilizado nas mais variadas formas, tais como tabletes, fondue, bolos, biscoitos, sorvetes, cereais, caldas dentre outros. Provavelmente, existe algo especial nele (LIMA, 2008). Os novos chocolates caracterizam-se pelo elevado teor de cacau, apresentado até seis vezes mais antioxidantes do que os chocolates convencionais. Ao contrário do chocolate ao leite, que leva em média 30% de cacau em sua composição, esses produtos são feitos com alta concentração de cacau, no mínimo 60%, nenhum leite, resultando um chocolate escuro e amargo (LIMA, 2008). Chocolate é uma dispersão sólida de massa de cacau, partículas de açúcar, aditivos, manteiga de cacau, lecitina e aromatizantes. O chocolate ao leite, adicionalmente, contém gordura e proteína do leite e lactose. Na fase líquida, a manteiga de cacau e outras gorduras adicionadas produzem a fase contínua. Sua concentração varia de 28-40% (Minifie,1980; Martin, 1987; Beckett, 1994; Lannes, Gioielli, 1998). Segundo a legislação brasileira, o chocolate deve ser obtido a partir de matérias-primas sãs e limpas, isentas de matéria terrosa, de parasitas, detritos animais, cascas de semente de cacau e outros detritos vegetais. No preparo de qualquer tipo de chocolate, o cacau deve estar presente, no mínimo, na proporção de 32%. O açúcar empregado no seu preparo deve ser a sacarose, podendo ser substituída parcialmente por glicose. É expressamente proibido adicionar óleos estranhos a qualquer tipo de chocolate, bem como à manteiga de cacau. Também não podem ser adicionados amidos ou féculas estranhas (ANVISA, 1978). O chocolate tem características fundamentais que o distinguem, como sabor e textura. Existem muitos sabores diferentes de chocolate, todos eles devem estar livres de sabores desagradáveis e conter aqueles agradáveis que o consumidor associará ao produto. Uma particularidade básica da textura é que deve ser sólido à temperatura ambiente (20-25 ºC) e fundir rapidamente na boca a 37 ºC, produzindo um líquido com viscosidade adequada ao paladar. O processamento do chocolate está relacionado com certos critérios, sendo 12 necessário o desenvolvimento do sabor do produto. A utilização de fruto sem tratamento produziria sabor muito desagradável (Beckett, 1994). 13 2 OBJETIVO GERAL Desenvolver uma cooperativa do ramo da produção, com foco em chocolate. 2.1 OBJETIVO ESPECIFICO Desenvolver e descrever todas as áreas que a cooperativa terá. Desenvolver estatuto, atas e editais da cooperativa. Analisar a viabilidade de montagem da cooperativa. 2.2 JUSTIFICATIVA A cooperativa surge com a ideia de diversificar o ramo de produção da região, com isso, vimos uma grande oportunidade de investir nesse ramo. “O principal para um empreendedor é tentar sempre, ter iniciativa e não temer do erro. Na vida há dois caminhos: ou você vai ser a vítima e reclamar de tudo, ou vai ser o protagonista e encarar os desafios. ” (COSTA, 2012). 3 METODOLOGIA Segundo Gil (2002) a metodologia é o local onde são descritos as etapas e os procedimentos a serem seguidos para que a pesquisa possa ser realizada. Será realizada uma pesquisa caracterizada como bibliográfica. O mesmo também foi realizado sob forma de pesquisa de caráter qualitativo. Para a coleta de dados foram utilizadas as fontes de dados primários. 3.1 PERSPECTIVA DO ESTUDO O desenvolvimento da cooperativa será por meio de leituras e pesquisas bibliográficas. Segundo Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa que é desenvolvida em virtude de materiais que já foram elaborados como, por 14 exemplo, livros, revistas, jornais, como também pode ser desenvolvida por meio de artigos que já foram publicados e disponíveis na internet Uma das principais vantagens da pesquisa bibliográfica é de permitir ao investigador uma gama de informações a respeito do tema a ser pesquisado, do que a pesquisa pesquisada diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre população ou renda per capita; todavia, se tem a sua disposição uma bibliografia adequada, não terá maiores obstáculos para contar com as informações requeridas. ( GIL, 2002, P. 45). 3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO A cooperativa será desenvolvida no oeste do Paraná, na cidade de Assis Chateaubriand. 3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO Falta de matéria prima na região; Falta de pessoas capacitadas para o trabalho; Viabilidade de produção; Concorrência; Falta de empresa de especializada; 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 O QUE É COOPERATIVA E SURGIMENTO DE COOPERATIVAS De acordo com Reisdorfer (2015), cooperativa é a associação de produtores, fabricantes, trabalhadores ou consumidores que se organizam e administram empresas econômicas, com o objetivo de satisfazerem uma variada gama de necessidades. De outro modo pode-se dizer que são associações de pessoas, que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para 15 o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. Segundo o SEBRAE (2014), o cooperativismo teve origem na organização dos trabalhadores na Inglaterra, no período da Revolução Industrial. Em 21 de dezembro de 1844, em Rochdale, bairro da cidade Manchester, 28 tecelões, diante do desemprego e dos baixos salários, reuniram-se para, coletivamente, comprarem produtos de primeira necessidade. Assim, criaram a Associação dos Probos Pioneiros de Rochdale, mais tarde transformada em cooperativa de Rochdale formada pelo aporte de capital dos trabalhadores, cuja função inicial era conseguir capital para aumentar o poder de compra coletiva. Esses tecelões de Rochdale sistematizaram as regras fundamentais a respeito do funcionamento de cooperativas. A experiência dos trabalhadores da Inglaterra difundiu-se em outros países, como na França e na Alemanha, principalmente no ramo “crédito”. Mais tarde, o cooperativismo alastrou-se pelo mundo inteiro. No Brasil, as cooperativas são reconhecidas legalmente como uma das formas de organização de empreendimentos coletivos. Segundo o site da coamo (2019), os principais tipos de cooperativas e seus surgimentos são: Agropecuário - O cooperativismo agropecuário representa cerca de 52% da economia agrícola do Estado do Paraná (com um faturamento de 11.200 bilhões de reais no ano de 2002, correspondente a 14,0% do PIB do Paraná que foi de R$ 79,8 bilhões, no mesmo ano), e participa de forma intensa em todo o processo de produção, beneficiamento, armazenamento e industrialização agropecuário, fazendo com que o associado seja um agente ativo na participação do mercado interno e externo, como também nas ações sociais de comunidade. Com seu desenvolvimento, as cooperativas passaram a ser importantes instrumentos de difusão de tecnologias e implementadoras de políticas desenvolvimentistas, agindo também como elo de ligação entre o produtor rural e o governo. O agronegócio tem se apresentado como a mola propulsora para a transformação do Estado de exportador de matérias-primas em exportador de bens de consumo, aproveitando o potencial disponível. As cooperativas agropecuárias se constituem em elemento fundamental para implantar novos projetos pois, através delas, suas ações no setor resultam na agregação de valores sobre o produto primário retornando ao produtor que, por sua vez, poderá reinvestir na atividade produtiva garantindo, com isso, a oferta 16 de matérias-primas em níveis permanentes e, ao mesmo tempo, desenvolvendo o meio rural. CONSUMO: composto pelas cooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo para seus cooperados. A primeira cooperativa do mundo era desse ramo e surgiu em Rochdale, na Inglaterra, no ano de 1844. Também no Brasil esse é o ramo mais antigo, cujo primeiro registro é de 1889, em Minas Gerais, com o nome de Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto. Durante muitas décadas, esse ramo ficou muito limitado a funcionários de empresas, operando a prazo, com desconto na folha de pagamento. No período altamente inflacionário, essas cooperativas perderam mercado para as grandes redes de supermercados e atualmente estão se rearticulando como cooperativas abertas a qualquer consumidor. À medida que oferecer produtos mais confiáveis ao consumidor, principalmente alimentos sem agrotóxicos, diretamente de produtores, também organizados em cooperativas, esse ramo tem perspectivas de crescimento. CRÉDITO: composto pelas cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus cooperados. O Cooperativismo de Crédito é um dos ramos mais fortes em diversos países desenvolvidos, como na França, na Alemanha e no Canadá. No Brasil, ele já estava bem estruturado, desde o início do Século XX, mas foi desarticulado e desmantelado pelo Banco Central, mediante restrições de toda ordem. Mas, na década de 80, começou a reagir e está ressurgindo com força total, já com dois Bancos, o BANCOOP e o BANSICRED, e inúmeras cooperativas de crédito urbano e rural, espalhadas por todo o território nacional. A Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito - Confebras tem um Curso Básico de Cooperativismo à Distância, que poderá servir para todos os Ramos do Cooperativismo, com as devidas adaptações. EDUCACIONAL: composto por cooperativas de professores, que se organizam como profissionais autônomos para prestarem serviços educacionais, por cooperativas de alunos de escola agrícola que, além de contribuírem para o sustento da própria escola, às vezes produzem excedentes para o mercado, mas tem como objetivo principal a formação cooperativista dos seus membros, por cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação aos filhos, administrando uma escola e contratando professores, e por cooperativas de atividades afins. Esse é um ramo recente, criado em Itumbiara 17 - GO em 1987, no que se refere a cooperativas de pais de alunos, como resposta à situação caótica do ensino brasileiro, onde o ensino público deixa muito a desejar e o ensino particular se tornou oneroso demais. Em todos os Estados, essas cooperativas estão sendo a melhor solução para pais e alunos, pois se tornam menos onerosas e realizam uma educação comprometida com o desenvolvimento endógeno da comunidade, resgatando a cidadania em plenitude. As cooperativas de escolas agrícolas estão em dificuldades, diante de mudanças recentes na legislação brasileira, que dificultam o funcionamento dessas cooperativas. As cooperativas de professores seriam do ramo trabalho, pois são profissionais organizados para prestar serviço à sociedade, mas estão no ramo educacional pela característica da sua atividade profissional. ESPECIAL: composto pelas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas ou que se encontram em situação de desvantagem nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999. Essa lei criou a possibilidade de se constituírem cooperativas "sociais" para a organização e gestão de serviços sociossanitários e educativos, mediante atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços, contemplando as seguintes pessoas: deficientes físicos, sensoriais, psíquicos e mentais, dependentes de acompanhamento psiquiátrico permanente, dependentes químicos, pessoas egressas de prisões, os condenados a penas alternativas à detenção e os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo. Essas cooperativas organizam o seu trabalho, especialmente no que diz respeito às dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem, e desenvolvem e executam programas especiais de treinamento, com o objetivo de aumentar-lhes a produtividade e a independência econômica e social. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documentação proveniente de órgão da administração pública, ressalvando-se o direito à privacidade. O estatuto da Cooperativa Social poderá prever uma ou mais categorias de sócios voluntários, que lhe prestem serviços gratuitamente, e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem. Quanto aos deficientes, o objetivo principal é o desenvolvimento da sua cidadania, inserindo- os no mercado de trabalho, à medida do possível, nas mesmas condições de qualquer outro cidadão. Nesse ramo também estão as cooperativas constituídas por pessoas de menor idade ou por pessoas incapazes de assumir plenamente suas responsabilidades como cidadão. 18 HABITACIONAL: composto pelas cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social. Este ramo esteve muito tempo vinculado ao Banco Nacional da Habitação e ao INOCOOP - Instituto Nacional de Orientação às Cooperativas. Mas, com a extinção do BNH e a enorme demanda por habitação, esse ramo se rearticulou e partiu para o autofinanciamento, com excelentes resultados. O exemplo mais contundente é o Projeto Águas Claras, em Brasília, DF, onde a maioria dos prédios está sendo construída pelo Sistema Cooperativista. INFRA-ESTRUTURA: antes denominado "Energia/Telecomunicação e Serviços", composto pelas cooperativas cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infra-estrutura. As cooperativas de eletrificação rural, que são a maioria desse ramo, aos poucos estão deixando de serem meras repassadoras de energia, para se tornarem geradoras de energia. A característica principal desse ramo do cooperativismo é a prestação de serviços de infra-estrutura básica ao quadro social, para que ele possa desenvolver melhor suas atividades profissionais. Nesse ramo estão incluídas as cooperativas de limpeza pública, de segurança etc., quando a comunidade se organiza numa cooperativa para cuidar desses assuntos. Quando os lixeiros se organizam em cooperativa para prestar serviços à Prefeitura ou outras entidades, essa cooperativa é de trabalho. Quando se organizam para reciclar o lixo e vendê-lo como adubo, é uma cooperativa de produção. Portanto, é a atividade e o objetivo da cooperativa que define sua classificação. MINERAL: composto pelas cooperativas com a finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais. É um ramo com potencial enorme, principalmente com o respaldo da atual Constituição Brasileira, mas que necessita de especial apoio para se organizar. Os garimpeiros geralmente são pessoas que vêm de diversas regiões, atraídas pela perspectiva de enriquecimento rápido, aglomerando-se num local para extrair minérios, sem experiência cooperativista. As cooperativas de garimpeiros muitas vezes cuidam de diversos aspectos, como saúde, alimentação, educação... dos seus membros, além das atividades específicas do ramo. PRODUÇÃO: composto pelas cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e produtos, quando detenham os meios de produção. 19 Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho. Em outros países, esse ramo está bem desenvolvido, como na Espanha (Mondragon). No Brasil, com a crise econômica e financeira, em grande parte resultante da globalização devastadora, muitas empresas não conseguem sobreviver. Cada vez mais os empregados estão descobrindo as vantagens de constituir o próprio negócio, deixando se ser assalariados para tornar-se donos do seu próprio empreendimento - a cooperativa. SAÚDE: composto pelas cooperativas que se dedicam à preservação e promoção da saúde humana. É um dos ramos que mais rapidamente cresceram nos últimos anos, incluindo médicos, dentistas, psicólogos e profissionais de outras atividades afins. É interessante ressaltar que esse ramo surgiu no Brasil e está se expandindo para outros países. Também se expandiu para outras áreas, como a de crédito e de seguros. Ultimamente os usuários de serviços de saúde também estão se reunindo em cooperativas. Muitas cooperativas usam os serviços do ramo saúde em convênios, cumprindo um dos princípios do sistema, que é a integração. Obviamente essas cooperativas deveriam estar no Ramo Trabalho, mas pela sua especificidade, número e importância, a Sistema OCB resolveu criar um ramo específico, incluindo nele todas as cooperativas que tratam da saúde humana. Portanto, uma cooperativa de veterinários, que não trata da saúde humana, é do Ramo Trabalho. TRABALHO: composto pelas cooperativas que se dedicam à organização e administração dos interesses inerentes à atividade profissional dos trabalhadores associados para prestação de serviços não identificados com outros ramos já reconhecidos. Certamente este será o ramo que em breve terá o maior número de cooperativas e de cooperados. Mas simultaneamente também é o ramo mais complexo e problemático, pois abrange todas as categorias profissionais, menos as de professores, de saúde e de Turismo e Lazer, organizadas em ramos específicos. Diante do surto de desemprego, os trabalhadores não têm outra alternativa senão partir para o trabalho clandestino ou então se organizar em empreendimentos cooperativos. Além das enormes dificuldades para conquistar um mercado cada vez mais competitivo, as cooperativas ainda arcam com uma tributação descabida e uma legislação inadequada. Mesmo assim, esse ramo se desenvolve em todo os Estados, pois se trata de um novo estágio no desenvolvimento histórico do trabalho: primeiro 20 o trabalho era desorganizado, depois escravizado, atualmente subordinado (ou ao Capital, ou ao Estado) e já está caminhando para a plena autonomia, mas de forma organizada e solidária, que são as cooperativas de trabalho. TRANSPORTE: criado pela AGO da OCB no dia 30 de abril de 2002, é composto pelas cooperativas que atuam no transporte de cargas e passageiros. Até essa data essas cooperativas pertenciam ao Ramo Trabalho, mas pelas suas atividades e pela necessidade urgente de resolver problemas cruciais dessa categoria profissional, suas principais lideranças se reuniram na OCB e reivindicaram a criação de um ramo próprio. Cumprindo todos os pré- requisitos para esse fim, obtiveram a aprovação desse novo ramo pelo Conselho de Administração da OCB, reunido no dia 29 de abril de 2002 e a aprovação pela AGO da OCB, no dia seguinte. TURISMO E LAZER: criado pela AGO da OCB no dia 28 de abril/00, é composto pelas cooperativas prestam serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, de esportes e de hotelaria, ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro social nessas áreas". Este ramo está surgindo com boas perspectivas de crescimento, pois todos os Estados Brasileiros tem potencial fantástico para o Turismo Cooperativo, que visa organizar as comunidades para disponibilizarem o seu potencial turístico, hospedando os turistas e prestando- lhes toda ordem de serviços, e simultaneamente organizar os turistas para usufruírem desse novo paradigma de turismo, mais barato, mais prazeroso e muito mais educativo. É um ramo ainda em fase de organização. O Ramo do Turismo e Lazer dispõe de um projeto conceitual e de um projeto operacional, a ser implantado em três fases: 1º No Brasil; 2º Na América Latina; e 3º Nos demais países, com o respaldo da OCB e da ACI. As cooperativas de Turismo e Lazer podem contribuir significativamente para a geração de oportunidades de trabalho, para a distribuição da renda, para a preservação do meio ambiente e para o resgate da cidadania em plenitude, desenvolvendo a consciência ativa da cidadania planetária. OUTRO: Composto pelas cooperativas que não se enquadram nos ramos acima definidos. Nenhuma classificação consegue atender às características específicas de todas as cooperativas. É necessário criar alguns parâmetros, dentro dos quais seja possível agrupar um certo número de cooperativas em condições de manter uma estrutura própria de representação dentro do Sistema OCB. Talvez alguns ramos deixem de existir, por falta dessas 21 condições, e se tornem um setor de outro ramo, como também podem surgir novos ramos. 4.1.1 Assembleia geral Segundo Reisdorfer (2015), o órgão supremo da cooperativa que, conforme o prescrito da legislação e no estatuto social, tomará toda e qualquer decisão de interesse da sociedade. A assembleia pode ocorres nas seguintes ocasiões: Assembleia geral ordinária (AGO) realizada obrigatoriamente uma vez por ano, no decorrer dos três primeiros meses, após o encerramento do exercício social, para deliberar sobre prestações de contas, relatórios, planos de atividades, destinações de sobras, fixação de honorários, cédula de presença, eleição do Conselho de Administração e Fiscal, e quaisquer assuntos de interesse dos cooperados. Assembleia geral extraordinária (AGE) realizada sempre que necessário e poderá deliberar sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa. É de competência exclusiva da AGE a deliberação sobre reforma do estatuto, fusão, incorporação, desmembramento, mudança de objetivos e dissolução voluntária. 4.1.2 Diretoria De acordo com Ricciard (1996, p. 46) o conselho de administração ou diretoria É um órgão eleito em assembleia geral, com o mandato nunca superior a quatro anos (Lei 5.764/71, Art. 47), cuja principal tarefa é gerir a cooperativa, conforme as determinações do quadro social, decididas em assembleias ou transmitidas ao órgão administrativo através de mecanismos informais, como reuniões de comitê educativo, núcleos, e outros. 4.1.3 Conselho fiscal De acordo com Reisdorfer (2015), conselho fiscal é formado por três membros efetivos e três suplentes, eleitos para a função de fiscalização da administração, das atividades e das operações da cooperativa, examinando 22 livros e documentos entre outras atribuições. É um órgão independente da administração. Tem por objetivo representar a assembleia geral no desempenho de funções durante um período de doze meses. 4.1.4 Conselho de administração Segundo Reisdorfer (2015), conselho de administração é o órgão superior da administração da cooperativa. É de sua competência a decisão sobre qualquer interesse da cooperativa e de seus cooperados nos termos da legislação, do Estatuto Social e das determinações da assembleia geral. O conselho de administração será formado por cooperado no gozo de seus direitos sociais, com mandatos de duração (de no máximo 4 anos) e de renovação estabelecidos pelo estatuto social. 4.2 O QUE É COOPERATIVISMO E HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO De acordo com Reisdorfer (2015), cooperativismo é um movimento, filosofia de vida e modelo socioeconômico, capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade, independência e autonomia. É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e não no capital. Visa às necessidades do grupo e não do lucro. Busca prosperidade conjunta e não individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes. O cooperativismo se desenvolve independentemente de território, língua, credo ou nacionalidade. O cooperativismo é uma escolha de um modo de vida, uma doutrina, um sistema, no qual as pessoas consideram como uma forma ideal de organização. O cooperativismo tem, como objetivo, difundir os ideais em que se baseia, no intuito de atingir o pleno desenvolvimento financeiro, econômico e social de todas as sociedades cooperativas. A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas desde as eras mais remotas. Menos evoluído, menos agressivo, mas sempre como a resultante de necessidades imperiosas de sobrevivência. 23 Quando se fala de cooperativismo, fala-se de cooperação, fala-se das relações que as pessoas estabelecem entre si para alcançar um objetivo comum. A cooperação surgiu como necessidade, como meio de sobrevivência e, principalmente, como agrupamento de pessoas que na reciprocidade de seu trabalho, no conjunto de suas ideias e no esforço continuado de suas ações, realizavam seus propósitos e seus objetivos. 4.2.1 Cooperativismo no Brasil Segundo Reisdorf (2014), o cooperativismo surgiu Dentre várias tentativas no sul, a que resultou em dado histórico fundamental para o registro da primeira cooperativa no Brasil, foi a criação da Associação Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica, em Limeira, São Paulo. Tal fato ocorreu no ano de 1891. O cooperativismo veio a se consolidar no Brasil com a vinda dos imigrantes alemães, italianos e japoneses, que se estabeleceram no sul e sudeste do país. O grande marco, porém, que marcou decisivamente a consolidação do cooperativismo no país, foi a promulgação do Decreto nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932, a Primeira Lei Orgânica do Cooperativismo Brasileiro. Voltando no tempo, vamos encontrar, em 1610, com a fundação das primeiras reduções jesuítas no Brasil, o início da construção de um estado cooperativo em bases integrais. Por mais de 150 anos, esse modelo deu exemplo de sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem- estar do indivíduo e da família, se sobrepunham ao interesse econômico da produção. A ação dos padres jesuítas se baseou na persuasão, movida pelo amor cristão, e no princípio do auxílio mútuo (mutirão), prática encontrada entre os indígenas brasileiros e em quase todos os povos primitivos, desde os primeiros tempos da humanidade. Porém, é em 1847 que situamos o início do Movimento Cooperativista no Brasil. Foi quando o médico francês, Jean Maurice Faivre, adepto das ideias reformadoras de Charles Fourier, fundou, com um grupo de europeus, nos sertões do Paraná, a colônia Tereza Cristina, organizada em bases cooperativas. Essa organização, apesar de sua breve existência, contribuiu na memória coletiva como elemento formador do florescente cooperativismo no País. Mesmo com boas iniciativas, sabe-se que o cooperativismo surgiu no país sem a coesão 24 e a representação necessária à aglutinação dos interesses comuns a nível nacional. Por isso, na década de 50 apareceram as primeiras iniciativas unificadoras com a constituição da UNASCO – União Nacional das Associações Cooperativas. Divergências entre grupos internos desta entidade, contudo, resultaram na criação da ABCOOP – Associação Brasileira de Cooperativas. Dividido, o movimento perdia força, e as cooperativas, base e sustentáculo para qualquer política agrícola e pecuária, não tinham representatividade junto ao governo. Essa divisão prosseguiu até 1969. Neste período, o Governo, sensibilizado com o problema, empenhou-se pela união das duas vertentes cooperativistas brasileiras (UNASCO e ABCOOP). Na sequência, articulações do governo incentivaram a reunião dos dois grupos numa entidade única e representativa do Cooperativismo Brasileiro. Deu-se início, então, a um amplo diálogo, em todos os níveis e por todo o país, para obter o consenso das duas correntes. Era o começo da conciliação que resultaria, depois, na OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras e nas OCEs – Organizações das Cooperativas Estaduais. A maioria das cooperativas brasileiras chegou à conclusão de que havia a necessidade da constituição de uma entidade que reunisse todas as tendências. A criação da OCB foi finalmente concretizada durante o VI Congresso de Cooperativismo, realizado entre 2 a 6 de dezembro de 1969, em Belo Horizonte/MG. Somente dois anos após o encontro de Belo Horizonte, através da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, implantou-se o sistema OCB juridicamente. Em meados de 1972, a sede definitiva da organização foi instalada em Brasília. 4.2.2 Cooperativismo no Paraná No Paraná, o cooperativismo deitou suas raízes nos pioneiros esforços cooperativistas nas comunidades de imigrantes europeus, que procuraram organizar suas estruturas de compra e venda em comum, além de suprir suas necessidades de educação e lazer, através de sociedades cooperativistas. 25 Um dos primeiros movimentos marcados pela cooperação surgiu no ano de 1829, com a chegada do primeiro grupo de 248 imigrantes alemães que fundaram a Colônia Rio Negro, hoje município. De acordo com o site da Coamo (2019) O Paraná é um dos Estados com a maior diversidade étnica do Brasil. São alemães, poloneses, ucranianos, italianos, japoneses, povos que ajudaram a construir o Paraná de hoje. Um lugar que reúne natureza, história, progresso, mistério, humanismo, solo fértil, cultura, diversidade de usos e costumes, gente. O Paraná apresenta um dos melhores índices de desenvolvimento humano entre os Estados Brasileiros. Situado no centro de influência econômica da América do Sul, com seu território próximo as principais capitais dos países membros do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), onde vivem mais de 200 milhões de habitantes, o Paraná tem se mostrado um destino seguro para novos empreendimentos. A infraestrutura do Estado está organizada de forma a facilitar os investimentos no interior e na Capital, dispondo de portos especializados, estradas, ferrovias, aeroportos, energia, sistemas de comunicações e produção de matérias-primas, tornando o Paraná atraente para investimentos. Mas, foi a partir de 1969 que o movimento cooperativista paranaense ganhou proporções, com o início das discussões para a implantação dos projetos de integração, desenvolvidos conjuntamente pela Acarpa, DAC e Incra, com o apoio do Banco do Brasil, BRDE, BNCC e CFP. O objetivo dos projetos foi rediscutir a forma de atuação das cooperativas, pois alguns municípios tinham mais de uma cooperativa operando em concorrência, o que as enfraquecia, enquanto outros municípios não tinham nenhuma. Os projetos foram desenvolvidos em três etapas, abrangendo regiões diferentes. O Projeto Iguaçu de Cooperativismo - PIC, criado em 1971, contemplou a reorganização do sistema no Oeste e Sudoeste. O Projeto Norte de Cooperativismo - Norcoop, implantado em 1974, para reorganização das cooperativas da região Norte do Estado, e o Projeto Sul de Cooperativismo - Sulcoop, iniciado em 1976, reorganizou as cooperativas da região Centro-Sul. A Ocepar nasceu no decorrer do primeiro projeto, no ano de 1971, o que veio a dar forte apoio à execução dos projetos. Esses projetos, cobrindo todo o Estado, propiciaram um contato mais efetivo entre produtores e cooperativas, e destas entre si, via organização de 26 comitês educativos e integração horizontal e vertical, despertando o cooperativismo para o espírito empresarial. A integração possibilitou uma participação mais efetiva das cooperativas na atividade econômica, em função da agregação dos interesses dos produtores para a economia de mercado, o que levou as cooperativas à montagem da infraestrutura básica para o atendimento das produções, de fundamental importância para o início da integração e como consequência, da agro industrialização. O Centro de Pesquisas da Ocepar foi criado pelas cooperativas paranaenses em 1972, tendo a responsabilidade pelo desenvolvimento tecnológico agropecuário de interesse das cooperativas, encarregando-se da busca de novas tecnologias para o aumento de produtividade e propiciando segurança e rentabilidade aos agricultores. Mantendo estreito relacionamento com instituições nacionais e internacionais, o Centro de Pesquisa desenvolveu programas que culminaram com a recomendação de novos cultivares de trigo, soja, milho, triticale, além de pesquisas de algodão e inúmeras novas tecnologias. Por decisão das cooperativas paranaenses, o Centro de Pesquisa adquiriu personalidade jurídica própria em 19 de abril de 1995, sob a forma de Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico. 4.3 RAMOS DO COOPERATIVISMO O cooperativismo possui 13 ramos, sendo eles; agropecuário, consumo, credito, educacional, especial, habitacional, mineração, produção, infraestrutura, trabalho, saúde, transporte, turismo e lazer. Os quais cada um será detalhado a seguir de acordo com o sebrae (2014): Agropecuário - composto por cooperativas de qualquer cultura ou criação rural. Reúnem produtores rurais ou agropastoris e de pesca, que trabalham de forma solidária na realização das várias etapas da cadeia produtiva: da compra de sementes e insumos até a colheita, armazenamento, industrialização e venda no mercado da produção. Para assegurar eficiência, a cooperativa pode, também, promover a compra em comum de insumos com vantagens que, isoladamente, o produtor não conseguiria. 27 Consumo - Caracterizam-se pela compra em comum de artigos de consumo para seus cooperantes, buscando diminuir o custo desses produtos. Na prática, muitas funcionam como supermercados, proporcionando conveniência e oferecendo diversidade de produtos aos seus cooperados. Credito - São sociedades de pessoas destinadas a proporcionar assistência financeira a seus cooperantes. Funcionam mediante autorização e fiscalização do Banco Central do Brasil, porque são equiparadas às demais instituições financeiras. Para consecução de seus objetivos, podem praticar as operações passivas típicas de sua modalidade, como obter recursos no mercado financeiro, nas instituições de crédito, particulares ou oficiais, por meio de repasses e refinanciamentos. Podem captar recursos via depósito à vista e a prazo de seus cooperantes; fazer cobrança de títulos, recebimentos e pagamentos, mediante convênios correspondentes no país, depósitos em custódia e outras captações típicas da modalidade. Educacional - As escolas cooperativas, no Brasil, iniciaram-se no final da década de 80 e início da década de 90, sendo regidas pela Lei Federal nº 5.764/71. “As cooperativas educacionais surgiram como uma solução para a crise que enfrentavam as escolas brasileiras. Pais e alunos se uniram para enfrentar a falta de estrutura do ensino público e o alto custo das mensalidades das escolas particulares. Essas cooperativas podem oferecer todos os níveis de ensino ou concentrar o serviço apenas em um tipo de atendimento como educação infantil, por exemplo. Outras oferecem cursos profissionalizantes. Há ainda as escolas agrícolas. A escolha do nível de ensino em que a cooperativa vai atuar depende, também, das necessidades das pessoas cooperadas. A vantagem desse modelo é que os pais dos alunos participam da definição da proposta pedagógica da escola e dos custos necessários para viabilizá-la. Especial - movimento social, buscando o despertar da consciência crítica nas pessoas com deficiência, tornando-os donos de seu próprio destino em busca de cidadania. Habitacional - São cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social. As cooperativas desse tipo utilizam o autofinanciamento ou as linhas de crédito oficiais para produzir imóveis residenciais com preços abaixo do que se pratica normalmente no mercado, conseguidos com a gestão eficiente dos recursos. O custo total do empreendimento é rateado, de acordo com a unidade escolhida, 28 entre os cooperantes, que contribuem com parcelas mensais e acompanham todas as fases da produção dos imóveis: desde a aquisição do terreno e elaboração do projeto até a entrega das chaves. Infraestrutura - Antes denominado “Energia/Telecomunicações e Serviços”, composto pelas cooperativas, cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infraestrutura. Mineração - Compostas pelas cooperativas com finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais. Produção - Formam um dos ramos mais expressivos de cooperativismo, composto pelas cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e mercadorias, sendo os meios de produção coletivos, por meio da pessoa jurídica, e não individual, do cooperante. É um ramo relativamente novo, cuja denominação pertencia antes ao ramo agropecuário. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho. Saúde - São cooperativas que se dedicam a recuperação e preservação da saúde humana. É um dos ramos que mais rapidamente cresceu nos últimos anos, incluindo todos os profissionais da área, tais como: médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos e outros profissionais afins. Nelas são três as preocupações básicas: valorização do profissional com melhor remuneração, condições de trabalho adequadas e atendimento de qualidade ao paciente. É interessante ressaltar que esse ramo surgiu no Brasil e está se expandindo rapidamente para outros países. Transporte - Como o próprio nome já diz, são aquelas que atuam na prestação de serviços de transporte de cargas ou passageiros, em suas várias modalidades: transporte individual de passageiros, transporte coletivo de passageiros, transporte de cargas e transportes escolares. Turismo e lazer - Têm por finalidade prestar serviços e/ou atender direta e prioritariamente o seu quadro social com serviços turísticos, lazer, entretenimento, esportes, artísticos, eventos e de hotelaria. O ramo de cooperativas de turismo e lazer tem um elevado potencial de crescimento, em função do grande patrimônio turístico do Brasil. Trabalho - São cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e serviços, sendo os meios de produção coletivos, por meio da pessoa 29 jurídica, e não individual, do cooperante. É um ramo relativamente novo, cuja denominação pertencia antes ao ramo agropecuário. Para os empregados, cuja empresa entra em falência, algumas vezes a cooperativa de produção pode ser a única ou a melhor alternativa para manter os postos de trabalho. 4.4 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO Segundo Reisdorfer (2015), os princípios do cooperativismo são: No Congresso realizado em comemoração ao Centenário da Aliança Cooperativa Internacional, em setembro de 1995, os congressistas, representando cooperativistas do mundo inteiro, consubstanciaram os princípios básicos do Cooperativismo, como sendo: Adesão voluntária e livre – as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas. Gestão democrática pelos membros – as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); e as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática. Participação econômica dos membros – os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e o controlam democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a um ou mais dos seguintes objetivos: a) desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível; b) benefício aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; c) apoio a outras atividades aprovadas pelos membros. Autonomia e independência – as cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se estas firmarem 30 acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos membros e mantenham a autonomia das cooperativas. Educação, formação e informação – as cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação. Intercooperação – as cooperativas servem de modo mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. Interesse pela comunidade – as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros. 4.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS Segundo Chiavenato (2005; p.06) Recursos Humanos (...) “é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização”. De acordo com Carvalho e Nascimento (2002; p. 05) “a função de RH se reflete na vertente externa de relações com o ambiente onde a empresa age, especificamente junto ao mercado de trabalho com seus inúmeros desafios e problemas, principalmente num contexto econômico e social pouco estável”. A área de recurso humano como o próprio nome já diz, está inteiramente ligada com as pessoas. As organizações só existem porque as pessoas fazem parte dela, pois tudo que queremos conquistar envolve pessoas. As pessoas planejam, organizam para que tudo de certo, produzem bens e serviços para os consumidores. Por isso, as pessoas são essenciais para as organizações. 31 4.5.1 Recrutamento e seleção 4.5.1.1 Recrutamento de pessoas De acordo Chiavenato (2014), recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer o seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um processo de duas mãos: comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo que atrai os candidatos para o processo seletivo: estímulo e resposta. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem selecionados. Dentre esses recrutamentos existem 3 tipos: recrutamento interno, externo e misto. Chiavenato (2004; p.93) afirma que: O recrutamento interno funciona através de oferta de promoções, (cargos mais elevados e, portanto, mais complexos, mas dentro da mesma área de atividade da pessoa) e de transferência (cargo do mesmo nível, mas que envolvam outras habilidades e conhecimentos da pessoa e estejam situados em outra área de atividade da organização). O recrutamento interno, como o nome já diz, acontece internamente, ou seja, dentro da organização, a empresa busca recrutar pessoas que já fazem parte 37 da organização. Com esse recrutamento, há a possibilidade da parte dos funcionários que trabalham na empresa, a oportunidade de mudar de cargo, e até mesmo subir de cargo gerando uma grande motivação. O recrutamento interno busca habilidades e competências dentro da empresa. Os meios mais comuns aos quais os colaboradores são informados quando a empresa está fazendo recrutamento interno são os quadros de avisos, os gerentes fazem uma lista com nomes de funcionários que apresentam mais capacidades e qualificações para serem recrutados, entre outros. Já o recrutamento externo atua sobre candidatos que estão no cadastro de empresas de recrutamento ou no cadastro do setor de recursos humanos, portanto, fora da organização, para submetê-los ao processo de seleção de pessoal. As formas mais comuns desse recrutamento são: Anúncios em jornais e revistas especializadas. 32 Para os cargos de gerentes, supervisores e funcionários de escritório, jornais locais. Consultorias de recolocação. Agências de recrutamento. Contato com escolas, universidades. O recrutamento misto, atua sobre os candidatos externos e internos. Todos esses meios trazem custos para a empresa embora, trazem resultados com mais rapidez, pois as pessoas estão sempre ligadas aos meios de comunicação aumentando a eficiência no trabalho. 4.5.1.2 Seleção de pessoas Após o processo de recrutamento de pessoas, vem a seleção de pessoas. Seleção de pessoal é um processo de escolha entre os candidatos que foram recrutados. A seleção de pessoas vai à busca do candidato certo para ocupar o cargo em questão, ela busca entre os recrutados a pessoa que apresenta mais aptidões, qualificações, habilidades e competências para ocupar determinado cargo. Segundo Chiavenato (2014), seleção é o processo onde um recrutador escolhe a pessoa que mais se adequar dentre os candidatos para a vaga disponível. A seleção como um processo de comparação é a melhor maneira de estudar duas variáveis: requisitos do cargo a ser preenchido e o perfil das características dos candidatos à vaga. Após a comparação dos candidatos, vem a seleção como um processo de decisão e escolha que é onde o órgão de seleção vai decidir qual dos candidatos aproximadamente equivalentes vai ocupar o cargo. O processo de recrutamento de pessoas basicamente é feito através das informações, análises, descrições de cargo e o salário, enquanto a seleção de pessoas está ligada aos aspectos físicos de cada pessoa, o grau de inteligência de cada um, especialização, aptidões, motivação, etc. De acordo com Chiavenato (2004; p. 107) “o processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido. As exigências dependem desses dados e informações para que a seleção tenha maior objetividade e precisão para preencher o cargo”. 33 De acordo com Carvalho e Nascimento (2002; p.114) Em um mercado de trabalho ideal, o objetivo da seleção de RH seria colocar todos os candidatos em empregos perfeitamente adequados ao seu tipo. Contudo, como já vimos antes, de um lado temos a análise do cargo a ser preenchido, informando os requisitos indispensáveis ao ocupante desse cargo; de outro, inúmeros candidatos extremamente diferenciados entre si concorrendo às vagas oferecidas pela empresa. A entrevista de seleção é a técnica de seleção mais utilizada. Na verdade, a entrevista tem inúmeras aplicações nas organizações. Ela pode ser utilizada na triagem inicial dos candidatos no recrutamento, como entrevista pessoal inicial na seleção, como entrevista técnica para avaliar conhecimentos técnicos e especializados, como entrevista de aconselhamento e orientação profissional, como entrevista de avaliação do desempenho, como entrevista de desligamento na saída dos funcionários, etc. A entrevista de seleção funciona como um processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si e no qual as partes estão interessadas em se conhecer mutuamente. De um lado, o entrevistador ou tomador de decisão e, de outro lado, o entrevistado ou o candidato, também tomador de decisão. 4.5.2 Treinamento e desenvolvimento As ações de treinamento e de desenvolvimento ocupam um dos papéis centrais no sistema de recursos humanos em contextos organizacionais, pois seus impactos são essenciais tanto para a interação indivíduo-trabalho que se traduzem em diferenças de desempenhos individuais e coletivos, quanto para relações entre a empresa e seus contextos, podendo garantir, ou não a sua produtividade e competitividade. Um programa de treinamento deve ser sempre um processo contínuo e dinâmico, objetivando promover a melhoria da atuação profissional e a satisfação pelo trabalho realizado. Pelo treinamento e pelo desenvolvimento de pessoas, cada pessoa pode assimilar informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e comportamentos diferentes, desenvolver conceitos abstratos e, sobretudo, construir competências individuais. Algumas das técnicas de treinamento e desenvolvimento mais utilizados são: Método de rotação de cargos; Atribuição de comissões; 34 Estudo de caso; Jogos de empresa; Centro de desenvolvimento interno; Coaching; Programa de trainees; Programas de estágio; Programa de integração de novos colaboradores; Cursos; Palestras; Dinâmica de grupo; O treinamento é composto de quatro etapas: • Diagnóstico – é o levantamento das necessidades a serem satisfeitas, podendo serem no passado, no presente ou no futuro. • Desenho – é a elaboração do treinamento para atender as necessidades. • Implementação – é a aplicação e condução do programa de treinamento. • Avaliação – consta na verificação dos resultados do treinamento. Treinamento também é composto de objetivos específicos e genéricos divididos em dois aspectos: • Aspecto técnico – nesse aspecto a área de treinamento deve submeter sua programação a cada setor especifico da empresa em que o mesmo será aplicado. • Aspecto comportamental – a área de treinamento deve ser responsável pelas informações e valores que serão repassados aos trainees, levando em conta um mesmo padrão de comportamentos e atitudes esperados pela organização e seus trabalhadores. 4.5.3 Higiene, medicina e segurança no trabalho Segundo Chiavenato (2014), a higiene do trabalho pretende garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro. Higiene do trabalho é um conjunto de medidas preventivas relacionadas com o ambiente no sentido de reduzir acidentes e doenças ocupacionais pela identificação e proposição de mudanças 35 no ambiente e na organização que resultem também no aumento da produtividade. Higiene do trabalho está relacionada com a busca de condições de trabalho saudáveis e higiênicas no sentido de identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e, assim, aumentar a satisfação e reduzir os índices de absenteísmo. Os principais itens de higiene do trabalho estão relacionados com: Ambiente físico de trabalho; Iluminação; Ventilação; Temperatura; Ruídos; Conforto; Ambiente psicológico de trabalho; Aplicação de princípios de ergonomia; De acordo com Chiavenato (2014), higiene do trabalho está relacionada com a busca de condições de trabalho saudáveis e higiênicas no sentido de identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e, assim, aumentar a satisfação e reduzir os índices de absenteísmo. Os programas de saúde começaram a atrair a atenção, pois as consequências de programas inadequados são perfeitamente mensuráveis: aumento de pagamentos de indenizações, aumento de afastamentos por doença, aumento dos custos de seguros, aumento do absenteísmo e da rotatividade, baixa produtividade e baixa qualidade, além de pressões sindicais. Os custos de programas inadequados são altíssimos e devem ser evitados com programas profiláticos e preventivos. Segundo Chiavenato (2014), segurança do trabalho é o conjunto de medidas de ordem técnica, educacional, médica e psicológica que são utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. Segurança do trabalho está relacionada com condições de trabalho seguras e saudáveis para as pessoas. A segurança do trabalho envolve dois conceitos intimamente relacionados: perigo e risco. De acordo com Chiavenato (2004, 381) “a segurança no trabalho envolve três áreas principais de atividade: prevenção de acidentes, prevenção de incêndios e prevenção de roubos”. A prevenção de acidentes serve para que diminuam o número de acidentes causado no ambiente de trabalho. Várias 36 empresas têm a segurança no trabalho como um fator primordial para discussão, deixando de lado a produção para discutir sobre a segurança da empresa, como forma de prevenção de acidentes, se as medidas tomadas em relação à segurança estão dando resultados favoráveis e analisar o que traz mais resultados, para depois pensar na produção. Segundo Chiavenato (2004) um ambiente de trabalho amistoso, agradável de trabalhar tem a vantagem de melhorar os relacionamentos interpessoais entre as pessoas fazendo com que as pessoas tornam- se mais motivadas com a função que exerce na empresa além de diminuir acidentes que acontece constantemente no ambiente de trabalho. O trabalho dentro de uma organização pode causar sérios problemas de saúde, doença nos funcionários por isso existe a Lei Nº24/94 que estabeleceu o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Este programa tem a função de que as empresas façam sempre uma avaliação do estado de saúde de seus respectivos funcionários, fazendo exames de rotina, entre outros, com a função de obter maior segurança dos funcionários, qualidade de vida e aumentar a produtividade de cada um. Os acidentes não são premeditados por ninguém e podem causar perdas e danos consideráveis para as organizações. Existe uma classificação para os principais acidentes que acontece no trabalho. São classificados em acidente sem afastamento e acidente com afastamento. Os acidentes sem afastamento ocorrem quando acontece o acidente com certo funcionário, mas mesmo assim ele permanece trabalhando na empresa sem a necessidade de se afastar dela por causa do acidente que aconteceu. Os acidentes sem afastamento devem ser registrados em relatórios da empresa. Os acidentes com afastamento ocorrem quando a pessoa sofre um acidente no trabalho e consequentemente é necessário que haja um afastamento da empresa para a recuperação da pessoa. Esses tipos de acidentes são classificados em: incapacidade temporária, incapacidade parcial permanente, incapacidade permanente total e a morte. A incapacidade temporária causa uma perda temporária, onde o empregado fica fora da empresa se recuperando por um período de mais ou menos um ano, e ao retornar ao trabalho, tudo volta a ser como antes do acidente, sem nenhum tipo de redução da capacidade de trabalho. A incapacidade parcial permanente é onde o empregado tem direito de um período para recuperação de mais de um ano. Este tipo de redução pode ser parcial ou permanente. Geralmente estes tipos de acidente são por perdas de parte dos membros do corpo, por perda da visão ou audição, etc. A incapacidade 37 permanente total é onde há uma perca total se tratando da capacidade de trabalho. Este tipo de acidente é quando acontece, por exemplo, perca da visão de ambos os olhos, perca da visão de um olho e ir perdendo o outro aos poucos, etc. E a morte acontece quando o acidente causa a morte dos funcionários da empresa. Todos esses tipos de acidentes que acontecem nas empresas ficam registrados nas estatísticas de acidentes da empresa. Dessa forma, as medidas de segurança são reavaliadas para minimizar o número de acidentes que ocorrem no ambiente de trabalho. Hoje em dia os programas de higiene e segurança no trabalho têm um elevado grau de importância para as empresas além dos aspectos financeiro receber atenção também, pois existem muitas consequências de programas inadequados na empresa. Chiavenato (2004, p. 390) afirma que as consequências mais comuns de programas de higiene e segurança nos trabalhos colocados na empresa de forma inadequada são: Aumento do absenteísmo e da rotatividade de pessoal, elevado índice de afastamento por doenças ou acidentes, aumento dos prêmios de seguros, elevados custos laborais, maiores indenizações pagas por acidentes ou doenças profissionais, custos judiciais mais elevados, pressões dos sindicatos e da sociedade e até mesmo negativa dos clientes em adquirir produtos de empresas poluidoras da natureza e predadoras do capital humano. Os programas de higiene e segurança implantados no ambiente de trabalho para ter eficiência não precisa necessariamente ser o mais caro, mas sim o que traz resultados para a organização e para as pessoas que lá trabalham. Por isso, todos os membros da organização devem participar desses programas, desde operários de chão de fábrica até os gerentes, superiores, todos devem participar. Esses programas têm o dever de serem analisados em relação ao desempenho de cargo e redução de afastamentos por doenças ou acidentes de trabalho. 4.5.4 Remuneração e benefícios Chiavenato (2014) afirma, que cada funcionário está interessado em investir com trabalho, dedicação e esforço pessoal, com conhecimentos e competências desde que tenha certeza de receber uma retribuição adequada. As organizações estão interessadas em investir em recompensas para as pessoas desde que delas possam receber contribuições que conduzam ao 38 alcance de seus objetivos. Resultados e recompensas são dois conceitos intimamente relacionados. Os três componentes da remuneração total: • O primeiro componente da remuneração total é a remuneração básica, que é o salário mensal ou na forma de salário por hora. • O segundo componente são os incentivos salariais, que são programas desenhados para recompensar funcionários com bom desempenho. • O terceiro componente são os benefícios como as férias, seguro de vida, vale transporte, refeições, etc. Segundo Ávilla e Stecca (2015), benefícios são regalias e vantagens concedidas pelas organizações a título de pagamento adicional dos salários à totalidade ou a parte de seus funcionários, e constitui um pacote de benefícios e serviços que fazem parte integrante da remuneração do pessoal. 4.5.5 Cargos e salários Segundo Chiavenato (2004) O cargo é a atividade que uma pessoa desempenha dentro da empresa, ou seja, é a composição de todas as atividades realizadas por ela dentro de determinado cargo. Com isso, sabe-se o que cada um faz na empresa e o nível hierárquico que cada um ocupa. Para a empresa o cargo é a base das tarefas desempenhadas pelos funcionários. Já para os funcionários o cargo é uma das maiores motivações na empresa. O cargo é uma composição de todas as atividades realizadas por um funcionário. O desenho de cargos envolve especificamente o conteúdo de cada cargo o método de trabalho e suas relações com os demais cargos. O desenho de cargos possui quatro condições básicas são elas: Conjunto de tarefas ou atribuições/conteúdo do cargo. Como devem ser desempenhadas as tarefas e atribuições/métodos e processos de trabalho. Quem será supervisor do ocupante do cargo. Quem será subordinado ao ocupante do cargo. De acordo com Chiavenato (2014), o salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoa na organização. Em troca do dinheiro elemento simbólico e intercambiável, a pessoa empenha parte de si mesma, de seu 39 esforço e de sua vida, comprometendo-se a uma atividade cotidiana e a um padrão de desempenho na organização. A composição dos salários depende de vários fatores organizacionais (internos) e ambientais (externos). Fatores organizacionais: Tipo de cargo Política de recursos humanos Política salarial Desempenho e capacidade financeira Competitividade. Fatores ambientais: Situação do mercado de trabalho Inflação, recessão, custo de vida, etc. Sindicatos e negociações coletivas Legislação trabalhista Situação do mercado de cliente Concorrência 4.5.6 Relações trabalhistas De acordo Ávilla e Stecca (2015), tem como objetivos conhecer os conceitos da administração das relações com o funcionário, relações trabalhistas, bem como as relações com as organizações cooperativas. Relações trabalhistas e negociação coletiva. Segundo o site Wiki Culturama (2013) Uma das questões importantes quando se fala sobre as relações de trabalho é a existência do contrato. O contrato é um documento firmado entre o empregado e o empregador contendo todas as especificações do trabalho a ser realizado, as formas de pagamento, o valor do salário, etc. o contrato é considerado a parte mais importante e legal nas relações trabalhistas por isso, deve ser respeitado por ambas as partes. 40 4.6 DEPARTAMENTO FINANCEIRO Segundo Groppelli e Nikbakht (2001) administração financeira é uma área administrativa e tem por objetivo a maximização dos lucros, ou seja, atingir grandes lucros com o menor risco possível. “Finanças é a arte de administrar o dinheiro, ou seja, finança envolve um processo de compra e venda onde pessoas físicas ou jurídicas movimentam dinheiro”. (LAWRENCE J. GITMAN, 2011). A administração financeira tem como objetivo prover um processo de alocação e captação de recursos mais eficiente. A administração financeira está relacionada à escassez de recursos realidade operacional e prática da gestão financeira. 4.6.1 Controladoria Para Padoveze (2007) a controladoria tem a missão de dar suporte a gestão de negócios da empresa, garantindo que ela atinja os objetivos, e alcançado esse resultado a controladoria atinge sua missão. Já Borinelli (2006) assegura que a controladoria é o órgão do sistema formal da organização responsável pelo controle do processo de gestão e pela geração e fornecimento de informações de ordens operacional, econômica, financeira e patrimonial. O controller ou controlador é uma área que tem função de staff dentro das empresas tendo como função a prestação de assistência e consultoria nas organizações. A controladoria apresenta como principal objetivo a otimização do processo decisório a fim de obter informações adequadas aos administradores que buscam a eficácia gerencial, e garantindo a continuidade da empresa. Por isso, é de extrema importância que o controller tenha grande conhecimento de seu ramo, de seus objetivos e metas e também conhecimento contábil e administrativo. Gonçalves (2010, p.01) afirma que as principais funções do controller são “Contabilidade, Fiscal, Financeiro, Custos, Planejamento Tributário, Previsão Orçamentária Anual (Budget), Planejamento Estratégico e Relatórios para tomada de decisões”. 41 4.6.2 Contabilidade Marion (2007), afirma, que o objetivo principal da contabilidade é o de permitir ao grupo principal de usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido paralisado, bem como fazer induções a respeito de tendências futuras, por meio do histórico de mudanças. E na mesma abordagem Jiambalvo (2009) afirma, que o objetivo da contabilidade, indicando que é o de fornecer informações necessárias para o planejamento, o controle e a tomada de decisão, funções características da gestão. 4.6.3 Tesouraria Segundo Brunosky (2015) a tesouraria é indispensável para a realização de um controle, organização e planejamento, pois todos os dados utilizados para a tomada de decisões dependem exclusivamente das funções exercidas pela tesouraria, como os registros, lançamentos,
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