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Cooperativa COOPCHOCS OFICIAL

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 CENTRO TÉCNICO EDUCACIONAL SUPERIOR DO 
OESTE PARANAENSE – CTESOP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COOPCHOCS 
COOPERATIVA DE CHOCOLATES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASSIS CHATEAUBRIAND - PR 
2019 
 
2 
 
BRUNA CAROLINI ZEN DO REGO 
KARINA CALGARO SIRIBOLA 
ROSANGELA DOS SANTOS CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COOPCHOCS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à 
matéria de Constituição e 
desenvolvimento de cooperativas. Do 
curso tecnológico de Gestão de 
Cooperativas do Centro Técnico 
Educacional Superior do Oeste 
Paranaense – CTESOP. Sobre a 
orientação da professora: Dianele da 
Silva Rui. 
 
 
 
 
 
 
ASSIS CHATEAUBRIAND – PR 
2019 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Quem estuda tem em suas 
mãos o poder de transformar não só 
a própria vida, mas também das 
pessoas a sua volta”. 
(Autor desconhecido). 
 
 
 
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Dedicamos este trabalho 
primeiramente aos nossos pais que 
são nossos maiores incentivadores, 
aos familiares e amigos e a todos os 
nossos professores que nos 
apoiaram e colaboraram para a 
realização deste trabalho. E 
especialmente à ProfªDianele da 
Silva Rui, por toda sua paciência e 
dedicação na orientação. 
 
5 
 
Agradecimentos 
 
Nossa gratidão, em primeiro lugar, a Deus, por estar conosco em todos 
os momentos por ser a base das nossas conquistas. 
Agradecemos, especialmente, à nossa família, por acreditarem em 
nossas escolhas, apoiando-nos nessa trajetória e estiveram sempre ao nosso 
lado, nos entendendo nos momentos de ausência, dando-nos apoio e carinho. 
Agradecemos a oportunidade que a CTESOP nos proporcionou, 
juntamente com os professores do curso de Gestão de Cooperativas, para 
executar as atividades que aprendemos na teoria até a presente data. 
A professora Dianele, pela dedicação em suas orientações prestadas na 
elaboração deste trabalho, nos incentivando e colaborando no desenvolvimento 
de nossas ideias. 
E, por fim, para as integrantes deste grupo, que se dedicaram, 
concordando, participando e, assim, contribuindo para a realização e finalização 
do mesmo. 
A todos, muito obrigada. 
 
 
 
6 
 
SUMARIO 
 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................11 
2 OBJETIVO GERAL.........................................................................................13 
2.1 OBJETIVO ESPECIFICO.............................................................................13 
2.2 JUSTIFICATIVA...........................................................................................13 
3 METODOLOGIA.............................................................................................13 
3.1 PERSPECTIVA DO ESTUDO......................................................................13 
3.2 DELIMITAÇÃ DO ESTUDO..........................................................................14 
3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO............................................................................14 
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................14 
4.1 O QUE É COOPERATIVAS E SURGIMENTO DE COOPERATIVAS..........14 
4.1.1 Assembleia geral.......................................................................................21 
4.1.2 Diretoria.....................................................................................................21 
4.1.3 Conselho fiscal..........................................................................................21 
4.1.4 Conselho de administração.......................................................................22 
4.2 O QUE É COOPERATIVISMO E HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO.........22 
4.2.1 Cooperativismo no Brasil...........................................................................23 
4.2.2 Cooperativismo no Paraná........................................................................24 
4.3 RAMOS DO COOPERATIVISMO................................................................26 
4.4 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO.........................................................29 
4.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS.........................................30 
4.5.1 Recrutamento e seleção............................................................................31 
4.5.1.1 Recrutamento de pessoas......................................................................31 
4.5.1.2 Seleção de pessoas...............................................................................32 
4.5.2 Treinamento e desenvolvimento................................................................33 
4.5.3 Higiene, medicina e segurança no trabalho...............................................34 
4.5.4 Remuneração e benefícios........................................................................37 
4.5.5 Cargos e salários.......................................................................................38 
4.5.6 Relações trabalhistas............................................................................... 38 
4.6.1 Controladoria.............................................................................................40 
4.6.2 Contabilidade............................................................................................41 
4.6.3 Tesouraria.................................................................................................41 
4.6.4 Impostos....................................................................................................42 
4.7 DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO............................................................43 
 
 
7 
 
4.7.1 Qualidade..................................................................................................44 
4.7.2 Processos produtivo..................................................................................44 
4.7.3 Embalagem...............................................................................................45 
4.7.4 Estoques...................................................................................................45 
4.7.5 Processo de Layout...................................................................................46 
4.7.5.1 Tipos de Layout......................................................................................46 
4.7.5.2 Vantagens E Desvantagens Do Layout/Leiaute.....................................47 
4.8 DEPARTAMENTO DE MARKETING...........................................................48 
4.8.1 Composto de Marketing 4P’s: Produto, Preço, Praça e Promoção..........48 
4.8.1.1 Produto...................................................................................................49 
4.8.1.2 Preço......................................................................................................49 
4.8.1.3 Praça (Distribuição)................................................................................50 
4.8.1.4 Promoção...............................................................................................50 
4.8.2 - 4C’s: Cliente, Custo, Conveniência e Comunicação................................51 
4.8.2.1 Cliente....................................................................................................51 
4.8.2.2 Custo......................................................................................................51 
4.8.2.3 Conveniência.........................................................................................52
4.8.2.4 Comunicação.........................................................................................52 
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA COOPERATIVA COOPCHOCS 
– COOPERATIVA DE CHOCOLATES.............................................................52 
5.1 HISTÓRIA DA COOPERATIVA COOPCHOCS..........................................52 
5.1.1 Missão......................................................................................................53 
5.1.2 Visão........................................................................................................53 
5.1.3 Valores.....................................................................................................53 
5.2 ORGANOGRAMA.......................................................................................54 
5.3 Denominação..............................................................................................55 
5.4 Sede............................................................................................................55 
5.5 Objeto Social...............................................................................................55 
5.6 Dos Sócios Fundadores..............................................................................55 
5.7 Aprovação do Estatuto Social.....................................................................55 
5.8 Finalidade....................................................................................................55 
5.9 Capital.........................................................................................................56 
5.10 Eleição dos Órgãos Diretivos....................................................................56 
5.10.1 Conselho de administração....................................................................56 
5.10.2 Conselho de Diretoria.............................................................................57 
8 
 
5.10.3 Conselho Fiscal Efetivo...........................................................................57 
5.10.4 Conselho fiscal suplentes........................................................................57 
6 MARKETING DA COOPERATIVA.................................................................58 
7 RECURSOS HUMANOS DA COOPERATIVA COOPCHOCS......................59 
7.1 Quadro de colaboradores.............................................................................59 
8 RECURSOS FINANCEIROS DA COOPERATIVA.........................................60 
8.1 Salários por cargos.......................................................................................60 
8.2 Impostos pagos pela cooperativa.................................................................60 
8.3 Tabela de gastos..........................................................................................61 
9 PRODUÇÃO DA COOPERATIVA..................................................................63 
10 EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE AGO..........................................................64 
11 PROPOSTA DE ADMISSÃO DE COOPERADOS........................................65 
12 FICHA DE MATRÍCULA...............................................................................86 
13 RECIBOS – CAPITAL SOCIAL..................................................................107 
14 ATA DE CONSTITUIÇÃO..................................................................................118 
15 SOLICITAÇÃO DE FILIAÇÃO A OCEPAR......................................................122 
16 CONCLUSÃO......................................................................................................124 
17 REFERENCIAS ..................................................................................................126 
18 ANEXOS...............................................................................................................129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Resumo: Este estudo visa analisar as relações entre os fatores 
determinantes da produção e as estratégias em inovação para progredir na 
produtividade da renda familiar. No contexto, o cooperativismo surge como uma 
das alternativas produtivas para a produção de chocolates onde mulheres se 
juntaram e formaram a cooperativa Coopchocs. Deste modo, argumenta-se que 
a organização da cooperativa exigiu mudanças e investimentos para crescer e é 
considerada uma grande alternativa de trabalho e renda para as pessoas. O 
presente trabalho tem por escopo a demonstração de como foi formada a 
cooperativa Coopchocs. É visto a origem da cooperativa, seu processo de 
produção e por fim, o chocolate como elemento de alto valor. 
 
Palavra chave: Cooperativa, Cooperativismo, Chocolate, Produção, Formação. 
 
 
10 
 
Abstract: This study aims to analyze the relations between the determinants of 
production and the strategies for innovation to progress in household income 
productivity. In the context, cooperativism emerges as one of the productive 
alternatives for chocolate production where women joined and formed the 
Coopchocs cooperative. Thus, it is argued that the organization of the 
cooperative required changes and investments to grow and is considered a great 
alternative for work and income for people. This paper aims to demonstrate how 
the Coopchocs cooperative was formed. It is seen the origin of the cooperative, 
its production process and finally, chocolate as an element of high value. 
 
Keyword: Cooperative, Cooperative, Chocolate, Production, Training. 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O chocolate está entre as guloseimas favoritas das crianças e dos adultos. 
Ingrediente versátil, que pode ser preparado e utilizado nas mais variadas 
formas, tais como tabletes, fondue, bolos, biscoitos, sorvetes, cereais, caldas 
dentre outros. Provavelmente, existe algo especial nele (LIMA, 2008). 
Os novos chocolates caracterizam-se pelo elevado teor de cacau, 
apresentado até seis vezes mais antioxidantes do que os chocolates 
convencionais. Ao contrário do chocolate ao leite, que leva em média 30% de 
cacau em sua composição, esses produtos são feitos com alta concentração de 
cacau, no mínimo 60%, nenhum leite, resultando um chocolate escuro e amargo 
(LIMA, 2008). 
Chocolate é uma dispersão sólida de massa de cacau, partículas de 
açúcar, aditivos, manteiga de cacau, lecitina e aromatizantes. O chocolate ao 
leite, adicionalmente, contém gordura e proteína do leite e lactose. Na fase 
líquida, a manteiga de cacau e outras gorduras adicionadas produzem a fase 
contínua. Sua concentração varia de 28-40% (Minifie,1980; Martin, 1987; 
Beckett, 1994; Lannes, Gioielli, 1998). 
Segundo a legislação brasileira, o chocolate deve ser obtido a partir de 
matérias-primas sãs e limpas, isentas de matéria terrosa, de parasitas, detritos 
animais, cascas de semente de cacau e outros detritos vegetais. No preparo de 
qualquer tipo de chocolate, o cacau deve estar presente, no mínimo, na 
proporção de 32%. O açúcar empregado no seu preparo deve ser a sacarose, 
podendo ser substituída parcialmente por glicose. É expressamente proibido 
adicionar óleos estranhos a qualquer tipo de chocolate, bem como à manteiga 
de cacau. Também não podem ser adicionados amidos ou féculas estranhas 
(ANVISA, 1978). 
O chocolate tem características fundamentais que o distinguem, como 
sabor e textura. Existem muitos sabores diferentes de chocolate, todos eles 
devem estar livres de sabores desagradáveis e conter aqueles agradáveis que 
o consumidor associará ao produto. Uma particularidade básica da textura é que 
deve ser sólido à temperatura ambiente (20-25 ºC) e fundir rapidamente na boca 
a 37 ºC, produzindo um líquido com viscosidade adequada ao paladar. O
processamento do chocolate está relacionado com certos critérios, sendo 
 
12 
 
necessário o desenvolvimento do sabor do produto. A utilização de fruto sem 
tratamento produziria sabor muito desagradável (Beckett, 1994). 
 
13 
 
2 OBJETIVO GERAL 
 
Desenvolver uma cooperativa do ramo da produção, com foco em 
chocolate. 
 
2.1 OBJETIVO ESPECIFICO 
 
Desenvolver e descrever todas as áreas que a cooperativa terá. 
Desenvolver estatuto, atas e editais da cooperativa. 
Analisar a viabilidade de montagem da cooperativa. 
 
2.2 JUSTIFICATIVA 
 
A cooperativa surge com a ideia de diversificar o ramo de produção da 
região, com isso, vimos uma grande oportunidade de investir nesse ramo. 
“O principal para um empreendedor é tentar sempre, ter iniciativa e não 
temer do erro. Na vida há dois caminhos: ou você vai ser a vítima e reclamar de 
tudo, ou vai ser o protagonista e encarar os desafios. ” (COSTA, 2012). 
 
3 METODOLOGIA 
 
Segundo Gil (2002) a metodologia é o local onde são descritos as 
etapas e os procedimentos a serem seguidos para que a pesquisa possa ser 
realizada. 
Será realizada uma pesquisa caracterizada como bibliográfica. O 
mesmo também foi realizado sob forma de pesquisa de caráter qualitativo. Para 
a coleta de dados foram utilizadas as fontes de dados primários. 
 
3.1 PERSPECTIVA DO ESTUDO 
 
O desenvolvimento da cooperativa será por meio de leituras e pesquisas 
bibliográficas. 
Segundo Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa que é 
desenvolvida em virtude de materiais que já foram elaborados como, por 
 
 
14 
 
exemplo, livros, revistas, jornais, como também pode ser desenvolvida por meio 
de artigos que já foram publicados e disponíveis na internet 
Uma das principais vantagens da pesquisa bibliográfica é de permitir 
ao investigador uma gama de informações a respeito do tema a ser pesquisado, 
do que a pesquisa pesquisada diretamente. 
Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o 
problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por 
exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território 
brasileiro em busca de dados sobre população ou renda per capita; 
todavia, se tem a sua disposição uma bibliografia adequada, não terá 
maiores obstáculos para contar com as informações requeridas. ( GIL, 
2002, P. 45). 
 
3.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO 
 
A cooperativa será desenvolvida no oeste do Paraná, na cidade de Assis 
Chateaubriand. 
 
3.3 LIMITAÇÃO DO ESTUDO 
 
 Falta de matéria prima na região; 
 Falta de pessoas capacitadas para o trabalho; 
 Viabilidade de produção; 
 Concorrência; 
 Falta de empresa de especializada; 
 
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
4.1 O QUE É COOPERATIVA E SURGIMENTO DE COOPERATIVAS 
 
De acordo com Reisdorfer (2015), cooperativa é a associação de 
produtores, fabricantes, trabalhadores ou consumidores que se organizam e 
administram empresas econômicas, com o objetivo de satisfazerem uma variada 
gama de necessidades. De outro modo pode-se dizer que são associações de 
pessoas, que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para 
 
15 
 
o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de 
lucro. 
Segundo o SEBRAE (2014), o cooperativismo teve origem na organização 
dos trabalhadores na Inglaterra, no período da Revolução Industrial. Em 21 de 
dezembro de 1844, em Rochdale, bairro da cidade Manchester, 28 tecelões, 
diante do desemprego e dos baixos salários, reuniram-se para, coletivamente, 
comprarem produtos de primeira necessidade. Assim, criaram a Associação dos 
Probos Pioneiros de Rochdale, mais tarde transformada em cooperativa de 
Rochdale formada pelo aporte de capital dos trabalhadores, cuja função inicial 
era conseguir capital para aumentar o poder de compra coletiva. 
Esses tecelões de Rochdale sistematizaram as regras fundamentais a 
respeito do funcionamento de cooperativas. A experiência dos trabalhadores da 
Inglaterra difundiu-se em outros países, como na França e na Alemanha, 
principalmente no ramo “crédito”. Mais tarde, o cooperativismo alastrou-se pelo 
mundo inteiro. No Brasil, as cooperativas são reconhecidas legalmente como 
uma das formas de organização de empreendimentos coletivos. 
Segundo o site da coamo (2019), os principais tipos de cooperativas e 
seus surgimentos são: 
Agropecuário - O cooperativismo agropecuário representa cerca de 
52% da economia agrícola do Estado do Paraná (com um faturamento de 11.200 
bilhões de reais no ano de 2002, correspondente a 14,0% do PIB do Paraná que 
foi de R$ 79,8 bilhões, no mesmo ano), e participa de forma intensa em todo o 
processo de produção, beneficiamento, armazenamento e industrialização 
agropecuário, fazendo com que o associado seja um agente ativo na 
participação do mercado interno e externo, como também nas ações sociais de 
comunidade. Com seu desenvolvimento, as cooperativas passaram a ser 
importantes instrumentos de difusão de tecnologias e implementadoras de 
políticas desenvolvimentistas, agindo também como elo de ligação entre o 
produtor rural e o governo. O agronegócio tem se apresentado como a mola 
propulsora para a transformação do Estado de exportador de matérias-primas 
em exportador de bens de consumo, aproveitando o potencial disponível. As 
cooperativas agropecuárias se constituem em elemento fundamental para 
implantar novos projetos pois, através delas, suas ações no setor resultam na 
agregação de valores sobre o produto primário retornando ao produtor que, por 
sua vez, poderá reinvestir na atividade produtiva garantindo, com isso, a oferta 
16 
 
de matérias-primas em níveis permanentes e, ao mesmo tempo, desenvolvendo 
o meio rural. 
CONSUMO: composto pelas cooperativas dedicadas à compra em 
comum de artigos de consumo para seus cooperados. A primeira cooperativa do 
mundo era desse ramo e surgiu em Rochdale, na Inglaterra, no ano de 1844. 
Também no Brasil esse é o ramo mais antigo, cujo primeiro registro é de 1889, 
em Minas Gerais, com o nome de Sociedade Cooperativa Econômica dos 
Funcionários Públicos de Ouro Preto. Durante muitas décadas, esse ramo ficou 
muito limitado a funcionários de empresas, operando a prazo, com desconto na 
folha de pagamento. No período altamente inflacionário, essas cooperativas 
perderam mercado para as grandes redes de supermercados e atualmente estão 
se rearticulando como cooperativas abertas a qualquer consumidor. À medida 
que oferecer produtos mais confiáveis ao consumidor, principalmente alimentos 
sem agrotóxicos, diretamente de produtores, também organizados em 
cooperativas, esse ramo tem perspectivas de crescimento. 
CRÉDITO: composto pelas cooperativas destinadas a promover a 
poupança e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus cooperados. 
O Cooperativismo de Crédito é um dos ramos mais fortes em diversos países 
desenvolvidos, como na França, na Alemanha e no Canadá. No Brasil, ele já 
estava bem estruturado, desde o início do Século XX, mas foi desarticulado e 
desmantelado pelo Banco Central, mediante restrições de toda ordem. Mas, na 
década de 80, começou a reagir e está ressurgindo com força total, já com dois 
Bancos, o BANCOOP e o BANSICRED, e inúmeras cooperativas de crédito 
urbano e rural, espalhadas por todo o território nacional. A Confederação 
Brasileira das Cooperativas de Crédito - Confebras tem um Curso Básico de 
Cooperativismo à Distância, que poderá servir para todos os Ramos do 
Cooperativismo, com as devidas adaptações. 
EDUCACIONAL: composto por cooperativas de professores, que se 
organizam como profissionais autônomos
para prestarem serviços educacionais, 
por cooperativas de alunos de escola agrícola que, além de contribuírem para o 
sustento da própria escola, às vezes produzem excedentes para o mercado, mas 
tem como objetivo principal a formação cooperativista dos seus membros, por 
cooperativas de pais de alunos, que têm por objetivo propiciar melhor educação 
aos filhos, administrando uma escola e contratando professores, e por 
cooperativas de atividades afins. Esse é um ramo recente, criado em Itumbiara 
17 
 
- GO em 1987, no que se refere a cooperativas de pais de alunos, como resposta 
à situação caótica do ensino brasileiro, onde o ensino público deixa muito a 
desejar e o ensino particular se tornou oneroso demais. Em todos os Estados, 
essas cooperativas estão sendo a melhor solução para pais e alunos, pois se 
tornam menos onerosas e realizam uma educação comprometida com o 
desenvolvimento endógeno da comunidade, resgatando a cidadania em 
plenitude. As cooperativas de escolas agrícolas estão em dificuldades, diante de 
mudanças recentes na legislação brasileira, que dificultam o funcionamento 
dessas cooperativas. As cooperativas de professores seriam do ramo trabalho, 
pois são profissionais organizados para prestar serviço à sociedade, mas estão 
no ramo educacional pela característica da sua atividade profissional. 
ESPECIAL: composto pelas constituídas por pessoas que precisam 
ser tuteladas ou que se encontram em situação de desvantagem nos termos da 
Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999. Essa lei criou a possibilidade de se 
constituírem cooperativas "sociais" para a organização e gestão de serviços 
sociossanitários e educativos, mediante atividades agrícolas, industriais, 
comerciais e de serviços, contemplando as seguintes pessoas: deficientes 
físicos, sensoriais, psíquicos e mentais, dependentes de acompanhamento 
psiquiátrico permanente, dependentes químicos, pessoas egressas de prisões, 
os condenados a penas alternativas à detenção e os adolescentes em idade 
adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, 
social ou afetivo. Essas cooperativas organizam o seu trabalho, especialmente 
no que diz respeito às dificuldades gerais e individuais das pessoas em 
desvantagem, e desenvolvem e executam programas especiais de treinamento, 
com o objetivo de aumentar-lhes a produtividade e a independência econômica 
e social. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por 
documentação proveniente de órgão da administração pública, ressalvando-se 
o direito à privacidade. O estatuto da Cooperativa Social poderá prever uma ou 
mais categorias de sócios voluntários, que lhe prestem serviços gratuitamente, 
e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem. Quanto aos 
deficientes, o objetivo principal é o desenvolvimento da sua cidadania, inserindo-
os no mercado de trabalho, à medida do possível, nas mesmas condições de 
qualquer outro cidadão. Nesse ramo também estão as cooperativas constituídas 
por pessoas de menor idade ou por pessoas incapazes de assumir plenamente 
suas responsabilidades como cidadão. 
18 
 
HABITACIONAL: composto pelas cooperativas destinadas à 
construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu 
quadro social. Este ramo esteve muito tempo vinculado ao Banco Nacional da 
Habitação e ao INOCOOP - Instituto Nacional de Orientação às Cooperativas. 
Mas, com a extinção do BNH e a enorme demanda por habitação, esse ramo se 
rearticulou e partiu para o autofinanciamento, com excelentes resultados. O 
exemplo mais contundente é o Projeto Águas Claras, em Brasília, DF, onde a 
maioria dos prédios está sendo construída pelo Sistema Cooperativista. 
INFRA-ESTRUTURA: antes denominado "Energia/Telecomunicação 
e Serviços", composto pelas cooperativas cuja finalidade é atender direta e 
prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infra-estrutura. As 
cooperativas de eletrificação rural, que são a maioria desse ramo, aos poucos 
estão deixando de serem meras repassadoras de energia, para se tornarem 
geradoras de energia. A característica principal desse ramo do cooperativismo é 
a prestação de serviços de infra-estrutura básica ao quadro social, para que ele 
possa desenvolver melhor suas atividades profissionais. Nesse ramo estão 
incluídas as cooperativas de limpeza pública, de segurança etc., quando a 
comunidade se organiza numa cooperativa para cuidar desses assuntos. 
Quando os lixeiros se organizam em cooperativa para prestar serviços à 
Prefeitura ou outras entidades, essa cooperativa é de trabalho. Quando se 
organizam para reciclar o lixo e vendê-lo como adubo, é uma cooperativa de 
produção. Portanto, é a atividade e o objetivo da cooperativa que define sua 
classificação. 
MINERAL: composto pelas cooperativas com a finalidade de 
pesquisar, extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar 
produtos minerais. É um ramo com potencial enorme, principalmente com o 
respaldo da atual Constituição Brasileira, mas que necessita de especial apoio 
para se organizar. Os garimpeiros geralmente são pessoas que vêm de diversas 
regiões, atraídas pela perspectiva de enriquecimento rápido, aglomerando-se 
num local para extrair minérios, sem experiência cooperativista. As cooperativas 
de garimpeiros muitas vezes cuidam de diversos aspectos, como saúde, 
alimentação, educação... dos seus membros, além das atividades específicas do 
ramo. 
PRODUÇÃO: composto pelas cooperativas dedicadas à produção de 
um ou mais tipos de bens e produtos, quando detenham os meios de produção. 
19 
 
Para os empregados, cuja empresa entra em falência, a cooperativa de produção 
geralmente é a única alternativa para manter os postos de trabalho. Em outros 
países, esse ramo está bem desenvolvido, como na Espanha (Mondragon). No 
Brasil, com a crise econômica e financeira, em grande parte resultante da 
globalização devastadora, muitas empresas não conseguem sobreviver. Cada 
vez mais os empregados estão descobrindo as vantagens de constituir o próprio 
negócio, deixando se ser assalariados para tornar-se donos do seu próprio 
empreendimento - a cooperativa. 
SAÚDE: composto pelas cooperativas que se dedicam à preservação 
e promoção da saúde humana. É um dos ramos que mais rapidamente 
cresceram nos últimos anos, incluindo médicos, dentistas, psicólogos e 
profissionais de outras atividades afins. É interessante ressaltar que esse ramo 
surgiu no Brasil e está se expandindo para outros países. Também se expandiu 
para outras áreas, como a de crédito e de seguros. Ultimamente os usuários de 
serviços de saúde também estão se reunindo em cooperativas. Muitas 
cooperativas usam os serviços do ramo saúde em convênios, cumprindo um dos 
princípios do sistema, que é a integração. Obviamente essas cooperativas 
deveriam estar no Ramo Trabalho, mas pela sua especificidade, número e 
importância, a Sistema OCB resolveu criar um ramo específico, incluindo nele 
todas as cooperativas que tratam da saúde humana. Portanto, uma cooperativa 
de veterinários, que não trata da saúde humana, é do Ramo Trabalho. 
TRABALHO: composto pelas cooperativas que se dedicam à 
organização e administração dos interesses inerentes à atividade profissional 
dos trabalhadores associados para prestação de serviços não identificados com 
outros ramos já reconhecidos. Certamente este será o ramo que em breve terá 
o maior número de cooperativas e de cooperados. Mas simultaneamente 
também é o ramo mais complexo e problemático, pois abrange todas as 
categorias profissionais, menos as de professores, de saúde e de Turismo e 
Lazer, organizadas em ramos específicos. Diante do surto de desemprego,
os 
trabalhadores não têm outra alternativa senão partir para o trabalho clandestino 
ou então se organizar em empreendimentos cooperativos. Além das enormes 
dificuldades para conquistar um mercado cada vez mais competitivo, as 
cooperativas ainda arcam com uma tributação descabida e uma legislação 
inadequada. Mesmo assim, esse ramo se desenvolve em todo os Estados, pois 
se trata de um novo estágio no desenvolvimento histórico do trabalho: primeiro 
20 
 
o trabalho era desorganizado, depois escravizado, atualmente subordinado (ou 
ao Capital, ou ao Estado) e já está caminhando para a plena autonomia, mas de 
forma organizada e solidária, que são as cooperativas de trabalho. 
TRANSPORTE: criado pela AGO da OCB no dia 30 de abril de 2002, 
é composto pelas cooperativas que atuam no transporte de cargas e 
passageiros. Até essa data essas cooperativas pertenciam ao Ramo Trabalho, 
mas pelas suas atividades e pela necessidade urgente de resolver problemas 
cruciais dessa categoria profissional, suas principais lideranças se reuniram na 
OCB e reivindicaram a criação de um ramo próprio. Cumprindo todos os pré-
requisitos para esse fim, obtiveram a aprovação desse novo ramo pelo Conselho 
de Administração da OCB, reunido no dia 29 de abril de 2002 e a aprovação pela 
AGO da OCB, no dia seguinte. 
TURISMO E LAZER: criado pela AGO da OCB no dia 28 de abril/00, 
é composto pelas cooperativas prestam serviços turísticos, artísticos, de 
entretenimento, de esportes e de hotelaria, ou atendem direta e prioritariamente 
o seu quadro social nessas áreas". Este ramo está surgindo com boas 
perspectivas de crescimento, pois todos os Estados Brasileiros tem potencial 
fantástico para o Turismo Cooperativo, que visa organizar as comunidades para 
disponibilizarem o seu potencial turístico, hospedando os turistas e prestando-
lhes toda ordem de serviços, e simultaneamente organizar os turistas para 
usufruírem desse novo paradigma de turismo, mais barato, mais prazeroso e 
muito mais educativo. É um ramo ainda em fase de organização. O Ramo do 
Turismo e Lazer dispõe de um projeto conceitual e de um projeto operacional, a 
ser implantado em três fases: 1º No Brasil; 2º Na América Latina; e 3º Nos 
demais países, com o respaldo da OCB e da ACI. As cooperativas de Turismo e 
Lazer podem contribuir significativamente para a geração de oportunidades de 
trabalho, para a distribuição da renda, para a preservação do meio ambiente e 
para o resgate da cidadania em plenitude, desenvolvendo a consciência ativa da 
cidadania planetária. 
OUTRO: Composto pelas cooperativas que não se enquadram nos 
ramos acima definidos. Nenhuma classificação consegue atender às 
características específicas de todas as cooperativas. É necessário criar alguns 
parâmetros, dentro dos quais seja possível agrupar um certo número de 
cooperativas em condições de manter uma estrutura própria de representação 
dentro do Sistema OCB. Talvez alguns ramos deixem de existir, por falta dessas 
21 
 
condições, e se tornem um setor de outro ramo, como também podem surgir 
novos ramos. 
 
4.1.1 Assembleia geral 
 
Segundo Reisdorfer (2015), o órgão supremo da cooperativa que, 
conforme o prescrito da legislação e no estatuto social, tomará toda e qualquer 
decisão de interesse da sociedade. A assembleia pode ocorres nas seguintes 
ocasiões: 
 Assembleia geral ordinária (AGO) realizada obrigatoriamente uma vez por 
ano, no decorrer dos três primeiros meses, após o encerramento do 
exercício social, para deliberar sobre prestações de contas, relatórios, 
planos de atividades, destinações de sobras, fixação de honorários, 
cédula de presença, eleição do Conselho de Administração e Fiscal, e 
quaisquer assuntos de interesse dos cooperados. 
 Assembleia geral extraordinária (AGE) realizada sempre que necessário 
e poderá deliberar sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa. É 
de competência exclusiva da AGE a deliberação sobre reforma do 
estatuto, fusão, incorporação, desmembramento, mudança de objetivos e 
dissolução voluntária. 
4.1.2 Diretoria 
 
De acordo com Ricciard (1996, p. 46) o conselho de administração ou 
diretoria 
 
 
É um órgão eleito em assembleia geral, com o mandato nunca 
superior a quatro anos (Lei 5.764/71, Art. 47), cuja principal tarefa é 
gerir a cooperativa, conforme as determinações do quadro social, 
decididas em assembleias ou transmitidas ao órgão administrativo 
através de mecanismos informais, como reuniões de comitê educativo, 
núcleos, e outros. 
 
4.1.3 Conselho fiscal 
 
De acordo com Reisdorfer (2015), conselho fiscal é formado por três 
membros efetivos e três suplentes, eleitos para a função de fiscalização da 
administração, das atividades e das operações da cooperativa, examinando 
22 
 
livros e documentos entre outras atribuições. É um órgão independente da 
administração. Tem por objetivo representar a assembleia geral no desempenho 
de funções durante um período de doze meses. 
 
4.1.4 Conselho de administração 
 
Segundo Reisdorfer (2015), conselho de administração é o órgão superior 
da administração da cooperativa. É de sua competência a decisão sobre 
qualquer interesse da cooperativa e de seus cooperados nos termos da 
legislação, do Estatuto Social e das determinações da assembleia geral. O 
conselho de administração será formado por cooperado no gozo de seus direitos 
sociais, com mandatos de duração (de no máximo 4 anos) e de renovação 
estabelecidos pelo estatuto social. 
 
4.2 O QUE É COOPERATIVISMO E HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO 
 
De acordo com Reisdorfer (2015), cooperativismo é um movimento, 
filosofia de vida e modelo socioeconômico, capaz de unir desenvolvimento 
econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais são: participação 
democrática, solidariedade, independência e autonomia. 
É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e não no capital. Visa 
às necessidades do grupo e não do lucro. Busca prosperidade conjunta e não 
individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa 
socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os 
participantes. 
O cooperativismo se desenvolve independentemente de território, língua, 
credo ou nacionalidade. O cooperativismo é uma escolha de um modo de vida, 
uma doutrina, um sistema, no qual as pessoas consideram como uma forma 
ideal de organização. 
O cooperativismo tem, como objetivo, difundir os ideais em que se baseia, 
no intuito de atingir o pleno desenvolvimento financeiro, econômico e social de 
todas as sociedades cooperativas. A cooperação sempre existiu nas sociedades 
humanas desde as eras mais remotas. Menos evoluído, menos agressivo, mas 
sempre como a resultante de necessidades imperiosas de sobrevivência. 
23 
 
Quando se fala de cooperativismo, fala-se de cooperação, fala-se das relações 
que as pessoas estabelecem entre si para alcançar um objetivo comum. 
A cooperação surgiu como necessidade, como meio de sobrevivência e, 
principalmente, como agrupamento de pessoas que na reciprocidade de seu 
trabalho, no conjunto de suas ideias e no esforço continuado de suas ações, 
realizavam seus propósitos e seus objetivos. 
 
4.2.1 Cooperativismo no Brasil 
 
Segundo Reisdorf (2014), o cooperativismo surgiu Dentre várias 
tentativas no sul, a que resultou em dado histórico fundamental para o registro 
da primeira cooperativa no Brasil, foi a criação da Associação Cooperativa dos 
Empregados da Companhia Telefônica, em Limeira, São Paulo. Tal fato ocorreu 
no ano de 1891. O cooperativismo veio a se consolidar no Brasil com a vinda 
dos imigrantes alemães, italianos e japoneses, que se estabeleceram
no sul e 
sudeste do país. O grande marco, porém, que marcou decisivamente a 
consolidação do cooperativismo no país, foi a promulgação do Decreto nº 
22.239, de 19 de dezembro de 1932, a Primeira Lei Orgânica do Cooperativismo 
Brasileiro. Voltando no tempo, vamos encontrar, em 1610, com a fundação das 
primeiras reduções jesuítas no Brasil, o início da construção de um estado 
cooperativo em bases integrais. Por mais de 150 anos, esse modelo deu 
exemplo de sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-
estar do indivíduo e da família, se sobrepunham ao interesse econômico da 
produção. 
A ação dos padres jesuítas se baseou na persuasão, movida pelo amor 
cristão, e no princípio do auxílio mútuo (mutirão), prática encontrada entre os 
indígenas brasileiros e em quase todos os povos primitivos, desde os primeiros 
tempos da humanidade. 
Porém, é em 1847 que situamos o início do Movimento Cooperativista no 
Brasil. Foi quando o médico francês, Jean Maurice Faivre, adepto das ideias 
reformadoras de Charles Fourier, fundou, com um grupo de europeus, nos 
sertões do Paraná, a colônia Tereza Cristina, organizada em bases cooperativas. 
Essa organização, apesar de sua breve existência, contribuiu na memória 
coletiva como elemento formador do florescente cooperativismo no País. Mesmo 
com boas iniciativas, sabe-se que o cooperativismo surgiu no país sem a coesão 
24 
 
e a representação necessária à aglutinação dos interesses comuns a nível 
nacional. Por isso, na década de 50 apareceram as primeiras iniciativas 
unificadoras com a constituição da UNASCO – União Nacional das Associações 
Cooperativas. Divergências entre grupos internos desta entidade, contudo, 
resultaram na criação da ABCOOP – Associação Brasileira de Cooperativas. 
Dividido, o movimento perdia força, e as cooperativas, base e sustentáculo para 
qualquer política agrícola e pecuária, não tinham representatividade junto ao 
governo. 
Essa divisão prosseguiu até 1969. Neste período, o Governo, 
sensibilizado com o problema, empenhou-se pela união das duas vertentes 
cooperativistas brasileiras (UNASCO e ABCOOP). Na sequência, articulações 
do governo incentivaram a reunião dos dois grupos numa entidade única e 
representativa do Cooperativismo Brasileiro. Deu-se início, então, a um amplo 
diálogo, em todos os níveis e por todo o país, para obter o consenso das duas 
correntes. Era o começo da conciliação que resultaria, depois, na OCB – 
Organização das Cooperativas Brasileiras e nas OCEs – Organizações das 
Cooperativas Estaduais. 
A maioria das cooperativas brasileiras chegou à conclusão de que havia 
a necessidade da constituição de uma entidade que reunisse todas as 
tendências. A criação da OCB foi finalmente concretizada durante o VI 
Congresso de Cooperativismo, realizado entre 2 a 6 de dezembro de 1969, em 
Belo Horizonte/MG. Somente dois anos após o encontro de Belo Horizonte, 
através da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, implantou-se o sistema 
OCB juridicamente. Em meados de 1972, a sede definitiva da organização foi 
instalada em Brasília. 
 
4.2.2 Cooperativismo no Paraná 
 
No Paraná, o cooperativismo deitou suas raízes nos pioneiros 
esforços cooperativistas nas comunidades de imigrantes europeus, que 
procuraram organizar suas estruturas de compra e venda em comum, além de 
suprir suas necessidades de educação e lazer, através de sociedades 
cooperativistas. 
25 
 
Um dos primeiros movimentos marcados pela cooperação surgiu no ano 
de 1829, com a chegada do primeiro grupo de 248 imigrantes alemães que 
fundaram a Colônia Rio Negro, hoje município. 
 De acordo com o site da Coamo (2019) O Paraná é um dos 
Estados com a maior diversidade étnica do Brasil. São alemães, poloneses, 
ucranianos, italianos, japoneses, povos que ajudaram a construir o Paraná de 
hoje. Um lugar que reúne natureza, história, progresso, mistério, humanismo, 
solo fértil, cultura, diversidade de usos e costumes, gente. 
O Paraná apresenta um dos melhores índices de desenvolvimento 
humano entre os Estados Brasileiros. Situado no centro de influência econômica 
da América do Sul, com seu território próximo as principais capitais dos países 
membros do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), onde vivem mais de 200 
milhões de habitantes, o Paraná tem se mostrado um destino seguro para novos 
empreendimentos. 
A infraestrutura do Estado está organizada de forma a facilitar os 
investimentos no interior e na Capital, dispondo de portos especializados, 
estradas, ferrovias, aeroportos, energia, sistemas de comunicações e produção 
de matérias-primas, tornando o Paraná atraente para investimentos. 
Mas, foi a partir de 1969 que o movimento cooperativista paranaense 
ganhou proporções, com o início das discussões para a implantação dos projetos 
de integração, desenvolvidos conjuntamente pela Acarpa, DAC e Incra, com o 
apoio do Banco do Brasil, BRDE, BNCC e CFP. O objetivo dos projetos foi 
rediscutir a forma de atuação das cooperativas, pois alguns municípios tinham 
mais de uma cooperativa operando em concorrência, o que as enfraquecia, 
enquanto outros municípios não tinham nenhuma. Os projetos foram 
desenvolvidos em três etapas, abrangendo regiões diferentes. O Projeto Iguaçu 
de Cooperativismo - PIC, criado em 1971, contemplou a reorganização do 
sistema no Oeste e Sudoeste. O Projeto Norte de Cooperativismo - Norcoop, 
implantado em 1974, para reorganização das cooperativas da região Norte do 
Estado, e o Projeto Sul de Cooperativismo - Sulcoop, iniciado em 1976, 
reorganizou as cooperativas da região Centro-Sul. A Ocepar nasceu no decorrer 
do primeiro projeto, no ano de 1971, o que veio a dar forte apoio à execução dos 
projetos. 
Esses projetos, cobrindo todo o Estado, propiciaram um contato mais 
efetivo entre produtores e cooperativas, e destas entre si, via organização de 
26 
 
comitês educativos e integração horizontal e vertical, despertando o 
cooperativismo para o espírito empresarial. 
A integração possibilitou uma participação mais efetiva das 
cooperativas na atividade econômica, em função da agregação dos interesses 
dos produtores para a economia de mercado, o que levou as cooperativas à 
montagem da infraestrutura básica para o atendimento das produções, de 
fundamental importância para o início da integração e como consequência, da 
agro industrialização. 
O Centro de Pesquisas da Ocepar foi criado pelas cooperativas 
paranaenses em 1972, tendo a responsabilidade pelo desenvolvimento 
tecnológico agropecuário de interesse das cooperativas, encarregando-se da 
busca de novas tecnologias para o aumento de produtividade e propiciando 
segurança e rentabilidade aos agricultores. Mantendo estreito relacionamento 
com instituições nacionais e internacionais, o Centro de Pesquisa desenvolveu 
programas que culminaram com a recomendação de novos cultivares de trigo, 
soja, milho, triticale, além de pesquisas de algodão e inúmeras novas 
tecnologias. Por decisão das cooperativas paranaenses, o Centro de Pesquisa 
adquiriu personalidade jurídica própria em 19 de abril de 1995, sob a forma de 
Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e 
Econômico. 
 
4.3 RAMOS DO COOPERATIVISMO 
 
O cooperativismo possui 13 ramos, sendo eles; agropecuário, consumo, 
credito, educacional, especial, habitacional, mineração, produção, infraestrutura, 
trabalho, saúde, transporte, turismo e lazer. Os quais cada um será detalhado a 
seguir de acordo com o sebrae (2014): 
Agropecuário - composto por cooperativas de qualquer cultura ou 
criação rural. Reúnem produtores rurais ou agropastoris e de pesca, que 
trabalham de forma
solidária na realização das várias etapas da cadeia 
produtiva: da compra de sementes e insumos até a colheita, armazenamento, 
industrialização e venda no mercado da produção. Para assegurar eficiência, a 
cooperativa pode, também, promover a compra em comum de insumos com 
vantagens que, isoladamente, o produtor não conseguiria. 
27 
 
Consumo - Caracterizam-se pela compra em comum de artigos de 
consumo para seus cooperantes, buscando diminuir o custo desses produtos. 
Na prática, muitas funcionam como supermercados, proporcionando 
conveniência e oferecendo diversidade de produtos aos seus cooperados. 
Credito - São sociedades de pessoas destinadas a proporcionar 
assistência financeira a seus cooperantes. Funcionam mediante autorização e 
fiscalização do Banco Central do Brasil, porque são equiparadas às demais 
instituições financeiras. Para consecução de seus objetivos, podem praticar as 
operações passivas típicas de sua modalidade, como obter recursos no mercado 
financeiro, nas instituições de crédito, particulares ou oficiais, por meio de 
repasses e refinanciamentos. Podem captar recursos via depósito à vista e a 
prazo de seus cooperantes; fazer cobrança de títulos, recebimentos e 
pagamentos, mediante convênios correspondentes no país, depósitos em 
custódia e outras captações típicas da modalidade. 
Educacional - As escolas cooperativas, no Brasil, iniciaram-se no final da 
década de 80 e início da década de 90, sendo regidas pela Lei Federal nº 
5.764/71. “As cooperativas educacionais surgiram como uma solução para a 
crise que enfrentavam as escolas brasileiras. Pais e alunos se uniram para 
enfrentar a falta de estrutura do ensino público e o alto custo das mensalidades 
das escolas particulares. Essas cooperativas podem oferecer todos os níveis de 
ensino ou concentrar o serviço apenas em um tipo de atendimento como 
educação infantil, por exemplo. Outras oferecem cursos profissionalizantes. Há 
ainda as escolas agrícolas. A escolha do nível de ensino em que a cooperativa 
vai atuar depende, também, das necessidades das pessoas cooperadas. A 
vantagem desse modelo é que os pais dos alunos participam da definição da 
proposta pedagógica da escola e dos custos necessários para viabilizá-la. 
Especial - movimento social, buscando o despertar da consciência crítica 
nas pessoas com deficiência, tornando-os donos de seu próprio destino em 
busca de cidadania. 
Habitacional - São cooperativas destinadas à construção, manutenção e 
administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social. As 
cooperativas desse tipo utilizam o autofinanciamento ou as linhas de crédito 
oficiais para produzir imóveis residenciais com preços abaixo do que se pratica 
normalmente no mercado, conseguidos com a gestão eficiente dos recursos. O 
custo total do empreendimento é rateado, de acordo com a unidade escolhida, 
28 
 
entre os cooperantes, que contribuem com parcelas mensais e acompanham 
todas as fases da produção dos imóveis: desde a aquisição do terreno e 
elaboração do projeto até a entrega das chaves. 
Infraestrutura - Antes denominado “Energia/Telecomunicações e 
Serviços”, composto pelas cooperativas, cuja finalidade é atender direta e 
prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infraestrutura. 
 Mineração - Compostas pelas cooperativas com finalidade de pesquisar, 
extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar produtos minerais. 
Produção - Formam um dos ramos mais expressivos de cooperativismo, 
composto pelas cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens 
e mercadorias, sendo os meios de produção coletivos, por meio da pessoa 
jurídica, e não individual, do cooperante. É um ramo relativamente novo, cuja 
denominação pertencia antes ao ramo agropecuário. Para os empregados, cuja 
empresa entra em falência, a cooperativa de produção geralmente é a única 
alternativa para manter os postos de trabalho. 
Saúde - São cooperativas que se dedicam a recuperação e preservação 
da saúde humana. É um dos ramos que mais rapidamente cresceu nos últimos 
anos, incluindo todos os profissionais da área, tais como: médicos, enfermeiros, 
dentistas, psicólogos e outros profissionais afins. Nelas são três as 
preocupações básicas: valorização do profissional com melhor remuneração, 
condições de trabalho adequadas e atendimento de qualidade ao paciente. É 
interessante ressaltar que esse ramo surgiu no Brasil e está se expandindo 
rapidamente para outros países. 
Transporte - Como o próprio nome já diz, são aquelas que atuam na 
prestação de serviços de transporte de cargas ou passageiros, em suas várias 
modalidades: transporte individual de passageiros, transporte coletivo de 
passageiros, transporte de cargas e transportes escolares. 
 Turismo e lazer - Têm por finalidade prestar serviços e/ou atender direta 
e prioritariamente o seu quadro social com serviços turísticos, lazer, 
entretenimento, esportes, artísticos, eventos e de hotelaria. O ramo de 
cooperativas de turismo e lazer tem um elevado potencial de crescimento, em 
função do grande patrimônio turístico do Brasil. 
Trabalho - São cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos 
de bens e serviços, sendo os meios de produção coletivos, por meio da pessoa 
29 
 
jurídica, e não individual, do cooperante. É um ramo relativamente novo, cuja 
denominação pertencia antes ao ramo agropecuário. Para os empregados, cuja 
empresa entra em falência, algumas vezes a cooperativa de produção pode ser 
a única ou a melhor alternativa para manter os postos de trabalho. 
 
4.4 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO 
 
Segundo Reisdorfer (2015), os princípios do cooperativismo são: 
No Congresso realizado em comemoração ao Centenário da Aliança 
Cooperativa Internacional, em setembro de 1995, os congressistas, 
representando cooperativistas do mundo inteiro, consubstanciaram os princípios 
básicos do Cooperativismo, como sendo: 
Adesão voluntária e livre – as cooperativas são organizações 
voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e 
assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, 
sociais, raciais, políticas e religiosas. 
Gestão democrática pelos membros – as cooperativas são 
organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam 
ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os 
homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são 
responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm 
igual direito de voto (um membro, um voto); e as cooperativas de grau superior 
são também organizadas de maneira democrática. 
Participação econômica dos membros – os membros contribuem 
equitativamente para o capital das suas cooperativas e o controlam 
democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da 
cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma 
remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. 
Os membros destinam os excedentes a um ou mais dos seguintes objetivos: a) 
desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através da criação de 
reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível; b) benefício aos membros 
na proporção das suas transações com a cooperativa; c) apoio a outras 
atividades aprovadas pelos membros. 
Autonomia e independência – as cooperativas são organizações 
autônomas de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se estas firmarem 
30 
 
acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrem a 
capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle 
democrático
pelos membros e mantenham a autonomia das cooperativas. 
Educação, formação e informação – as cooperativas promovem a 
educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos 
trabalhadores de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o 
desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, 
particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as 
vantagens da cooperação. 
Intercooperação – as cooperativas servem de modo mais eficaz aos 
seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em 
conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais. 
Interesse pela comunidade – as cooperativas trabalham para o 
desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas 
aprovadas pelos membros. 
 
4.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS 
 
 Segundo Chiavenato (2005; p.06) Recursos Humanos (...) “é 
contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que 
existe em cada organização”. 
 De acordo com Carvalho e Nascimento (2002; p. 05) “a função de RH 
se reflete na vertente externa de relações com o ambiente onde a empresa age, 
especificamente junto ao mercado de trabalho com seus inúmeros desafios e 
problemas, principalmente num contexto econômico e social pouco estável”. 
 A área de recurso humano como o próprio nome já diz, está 
inteiramente ligada com as pessoas. As organizações só existem porque as 
pessoas fazem parte dela, pois tudo que queremos conquistar envolve pessoas. 
As pessoas planejam, organizam para que tudo de certo, produzem bens e 
serviços para os consumidores. Por isso, as pessoas são essenciais para as 
organizações. 
 
 
 
 
31 
 
4.5.1 Recrutamento e seleção 
 
4.5.1.1 Recrutamento de pessoas 
 
De acordo Chiavenato (2014), recrutamento corresponde ao processo 
pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer o seu processo 
seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de 
comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao 
MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um 
processo de duas mãos: comunica e divulga oportunidades de emprego, ao 
mesmo tempo que atrai os candidatos para o processo seletivo: estímulo e 
resposta. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem 
selecionados. Dentre esses recrutamentos existem 3 tipos: recrutamento interno, 
externo e misto. 
Chiavenato (2004; p.93) afirma que: 
O recrutamento interno funciona através de oferta de 
promoções, (cargos mais elevados e, portanto, mais complexos, mas 
dentro da mesma área de atividade da pessoa) e de transferência 
(cargo do mesmo nível, mas que envolvam outras habilidades e 
conhecimentos da pessoa e estejam situados em outra área de 
atividade da organização). 
 
O recrutamento interno, como o nome já diz, acontece internamente, ou 
seja, dentro da organização, a empresa busca recrutar pessoas que já fazem 
parte 37 da organização. Com esse recrutamento, há a possibilidade da parte 
dos funcionários que trabalham na empresa, a oportunidade de mudar de cargo, 
e até mesmo subir de cargo gerando uma grande motivação. O recrutamento 
interno busca habilidades e competências dentro da empresa. Os meios mais 
comuns aos quais os colaboradores são informados quando a empresa está 
fazendo recrutamento interno são os quadros de avisos, os gerentes fazem uma 
lista com nomes de funcionários que apresentam mais capacidades e 
qualificações para serem recrutados, entre outros. 
Já o recrutamento externo atua sobre candidatos que estão no cadastro 
de empresas de recrutamento ou no cadastro do setor de recursos humanos, 
portanto, fora da organização, para submetê-los ao processo de seleção de 
pessoal. 
 As formas mais comuns desse recrutamento são: 
Anúncios em jornais e revistas especializadas. 
32 
 
Para os cargos de gerentes, supervisores e funcionários de escritório, 
jornais locais. 
Consultorias de recolocação. 
Agências de recrutamento. 
Contato com escolas, universidades. 
O recrutamento misto, atua sobre os candidatos externos e internos. 
Todos esses meios trazem custos para a empresa embora, trazem resultados 
com mais rapidez, pois as pessoas estão sempre ligadas aos meios de 
comunicação aumentando a eficiência no trabalho. 
 
4.5.1.2 Seleção de pessoas 
 
Após o processo de recrutamento de pessoas, vem a seleção de pessoas. 
Seleção de pessoal é um processo de escolha entre os candidatos que foram 
recrutados. A seleção de pessoas vai à busca do candidato certo para ocupar o 
cargo em questão, ela busca entre os recrutados a pessoa que apresenta mais 
aptidões, qualificações, habilidades e competências para ocupar determinado 
cargo. 
Segundo Chiavenato (2014), seleção é o processo onde um recrutador 
escolhe a pessoa que mais se adequar dentre os candidatos para a vaga 
disponível. A seleção como um processo de comparação é a melhor maneira de 
estudar duas variáveis: requisitos do cargo a ser preenchido e o perfil das 
características dos candidatos à vaga. Após a comparação dos candidatos, vem 
a seleção como um processo de decisão e escolha que é onde o órgão de 
seleção vai decidir qual dos candidatos aproximadamente equivalentes vai 
ocupar o cargo. 
O processo de recrutamento de pessoas basicamente é feito através das 
informações, análises, descrições de cargo e o salário, enquanto a seleção de 
pessoas está ligada aos aspectos físicos de cada pessoa, o grau de inteligência 
de cada um, especialização, aptidões, motivação, etc. 
De acordo com Chiavenato (2004; p. 107) “o processo seletivo baseia-se 
em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido. As exigências 
dependem desses dados e informações para que a seleção tenha maior 
objetividade e precisão para preencher o cargo”. 
 
33 
 
De acordo com Carvalho e Nascimento (2002; p.114) 
Em um mercado de trabalho ideal, o objetivo da seleção de RH 
seria colocar todos os candidatos em empregos perfeitamente 
adequados ao seu tipo. Contudo, como já vimos antes, de um lado 
temos a análise do cargo a ser preenchido, informando os requisitos 
indispensáveis ao ocupante desse cargo; de outro, inúmeros 
candidatos extremamente diferenciados entre si concorrendo às vagas 
oferecidas pela empresa. 
 
A entrevista de seleção é a técnica de seleção mais utilizada. Na verdade, 
a entrevista tem inúmeras aplicações nas organizações. Ela pode ser utilizada 
na triagem inicial dos candidatos no recrutamento, como entrevista pessoal 
inicial na seleção, como entrevista técnica para avaliar conhecimentos técnicos 
e especializados, como entrevista de aconselhamento e orientação profissional, 
como entrevista de avaliação do desempenho, como entrevista de desligamento 
na saída dos funcionários, etc. A entrevista de seleção funciona como um 
processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre si e 
no qual as partes estão interessadas em se conhecer mutuamente. De um lado, 
o entrevistador ou tomador de decisão e, de outro lado, o entrevistado ou o 
candidato, também tomador de decisão. 
 
4.5.2 Treinamento e desenvolvimento 
 
As ações de treinamento e de desenvolvimento ocupam um dos papéis 
centrais no sistema de recursos humanos em contextos organizacionais, pois 
seus impactos são essenciais tanto para a interação indivíduo-trabalho que se 
traduzem em diferenças de desempenhos individuais e coletivos, quanto para 
relações entre a empresa e seus contextos, podendo garantir, ou não a sua 
produtividade e competitividade. Um programa de treinamento deve
ser sempre 
um processo contínuo e dinâmico, objetivando promover a melhoria da atuação 
profissional e a satisfação pelo trabalho realizado. 
Pelo treinamento e pelo desenvolvimento de pessoas, cada pessoa pode 
assimilar informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e 
comportamentos diferentes, desenvolver conceitos abstratos e, sobretudo, 
construir competências individuais. 
Algumas das técnicas de treinamento e desenvolvimento mais utilizados 
são: 
Método de rotação de cargos; 
Atribuição de comissões; 
34 
 
Estudo de caso; 
Jogos de empresa; 
Centro de desenvolvimento interno; 
Coaching; 
Programa de trainees; 
Programas de estágio; 
Programa de integração de novos colaboradores; 
Cursos; 
Palestras; 
Dinâmica de grupo; 
 
O treinamento é composto de quatro etapas: 
• Diagnóstico – é o levantamento das necessidades a serem satisfeitas, 
podendo serem no passado, no presente ou no futuro. 
• Desenho – é a elaboração do treinamento para atender as 
necessidades. 
• Implementação – é a aplicação e condução do programa de treinamento. 
• Avaliação – consta na verificação dos resultados do treinamento. 
 
Treinamento também é composto de objetivos específicos e genéricos 
divididos em dois aspectos: 
• Aspecto técnico – nesse aspecto a área de treinamento deve submeter 
sua programação a cada setor especifico da empresa em que o mesmo será 
aplicado. 
• Aspecto comportamental – a área de treinamento deve ser responsável 
pelas informações e valores que serão repassados aos trainees, levando em 
conta um mesmo padrão de comportamentos e atitudes esperados pela 
organização e seus trabalhadores. 
 
4.5.3 Higiene, medicina e segurança no trabalho 
 
Segundo Chiavenato (2014), a higiene do trabalho pretende garantir um 
ambiente de trabalho saudável e seguro. Higiene do trabalho é um conjunto de 
medidas preventivas relacionadas com o ambiente no sentido de reduzir 
acidentes e doenças ocupacionais pela identificação e proposição de mudanças 
35 
 
no ambiente e na organização que resultem também no aumento da 
produtividade. Higiene do trabalho está relacionada com a busca de condições 
de trabalho saudáveis e higiênicas no sentido de identificar fatores que possam 
prejudicar a saúde do trabalhador e, assim, aumentar a satisfação e reduzir os 
índices de absenteísmo. 
Os principais itens de higiene do trabalho estão relacionados com: 
Ambiente físico de trabalho; 
Iluminação; 
Ventilação; 
Temperatura; 
Ruídos; 
Conforto; 
Ambiente psicológico de trabalho; 
Aplicação de princípios de ergonomia; 
De acordo com Chiavenato (2014), higiene do trabalho está relacionada 
com a busca de condições de trabalho saudáveis e higiênicas no sentido de 
identificar fatores que possam prejudicar a saúde do trabalhador e, assim, 
aumentar a satisfação e reduzir os índices de absenteísmo. Os programas de 
saúde começaram a atrair a atenção, pois as consequências de programas 
inadequados são perfeitamente mensuráveis: aumento de pagamentos de 
indenizações, aumento de afastamentos por doença, aumento dos custos de 
seguros, aumento do absenteísmo e da rotatividade, baixa produtividade e baixa 
qualidade, além de pressões sindicais. Os custos de programas inadequados 
são altíssimos e devem ser evitados com programas profiláticos e preventivos. 
Segundo Chiavenato (2014), segurança do trabalho é o conjunto de 
medidas de ordem técnica, educacional, médica e psicológica que são utilizadas 
para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, 
quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas 
preventivas. Segurança do trabalho está relacionada com condições de trabalho 
seguras e saudáveis para as pessoas. A segurança do trabalho envolve dois 
conceitos intimamente relacionados: perigo e risco. 
De acordo com Chiavenato (2004, 381) “a segurança no trabalho envolve 
três áreas principais de atividade: prevenção de acidentes, prevenção de 
incêndios e prevenção de roubos”. A prevenção de acidentes serve para que 
diminuam o número de acidentes causado no ambiente de trabalho. Várias 
36 
 
empresas têm a segurança no trabalho como um fator primordial para discussão, 
deixando de lado a produção para discutir sobre a segurança da empresa, como 
forma de prevenção de acidentes, se as medidas tomadas em relação à 
segurança estão dando resultados favoráveis e analisar o que traz mais 
resultados, para depois pensar na produção. Segundo Chiavenato (2004) um 
ambiente de trabalho amistoso, agradável de trabalhar tem a vantagem de 
melhorar os relacionamentos interpessoais entre as pessoas fazendo com que 
as pessoas tornam- se mais motivadas com a função que exerce na empresa 
além de diminuir acidentes que acontece constantemente no ambiente de 
trabalho. O trabalho dentro de uma organização pode causar sérios problemas 
de saúde, doença nos funcionários por isso existe a Lei Nº24/94 que estabeleceu 
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Este programa tem a 
função de que as empresas façam sempre uma avaliação do estado de saúde 
de seus respectivos funcionários, fazendo exames de rotina, entre outros, com 
a função de obter maior segurança dos funcionários, qualidade de vida e 
aumentar a produtividade de cada um. Os acidentes não são premeditados por 
ninguém e podem causar perdas e danos consideráveis para as organizações. 
Existe uma classificação para os principais acidentes que acontece no trabalho. 
São classificados em acidente sem afastamento e acidente com afastamento. 
Os acidentes sem afastamento ocorrem quando acontece o acidente com certo 
funcionário, mas mesmo assim ele permanece trabalhando na empresa sem a 
necessidade de se afastar dela por causa do acidente que aconteceu. Os 
acidentes sem afastamento devem ser registrados em relatórios da empresa. Os 
acidentes com afastamento ocorrem quando a pessoa sofre um acidente no 
trabalho e consequentemente é necessário que haja um afastamento da 
empresa para a recuperação da pessoa. Esses tipos de acidentes são 
classificados em: incapacidade temporária, incapacidade parcial permanente, 
incapacidade permanente total e a morte. A incapacidade temporária causa uma 
perda temporária, onde o empregado fica fora da empresa se recuperando por 
um período de mais ou menos um ano, e ao retornar ao trabalho, tudo volta a 
ser como antes do acidente, sem nenhum tipo de redução da capacidade de 
trabalho. A incapacidade parcial permanente é onde o empregado tem direito de 
um período para recuperação de mais de um ano. Este tipo de redução pode ser 
parcial ou permanente. Geralmente estes tipos de acidente são por perdas de 
parte dos membros do corpo, por perda da visão ou audição, etc. A incapacidade 
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permanente total é onde há uma perca total se tratando da capacidade de 
trabalho. Este tipo de acidente é quando acontece, por exemplo, perca da visão 
de ambos os olhos, perca da visão de um olho e ir perdendo o outro aos poucos, 
etc. E a morte acontece quando o acidente causa a morte dos funcionários da 
empresa. Todos esses tipos de acidentes que acontecem nas empresas ficam 
registrados nas estatísticas de acidentes da empresa. Dessa forma, as medidas 
de segurança são reavaliadas para minimizar o número de acidentes que 
ocorrem no ambiente de trabalho. Hoje em dia os programas de higiene e 
segurança no trabalho têm um elevado grau de importância para as empresas 
além dos aspectos financeiro receber atenção também, pois existem muitas 
consequências de programas inadequados na empresa. 
Chiavenato (2004, p. 390) afirma que as consequências mais comuns de 
programas
de higiene e segurança nos trabalhos colocados na empresa de 
forma inadequada são: 
Aumento do absenteísmo e da rotatividade de pessoal, 
elevado índice de afastamento por doenças ou acidentes, aumento dos 
prêmios de seguros, elevados custos laborais, maiores indenizações 
pagas por acidentes ou doenças profissionais, custos judiciais mais 
elevados, pressões dos sindicatos e da sociedade e até mesmo 
negativa dos clientes em adquirir produtos de empresas poluidoras da 
natureza e predadoras do capital humano. 
 
Os programas de higiene e segurança implantados no ambiente de 
trabalho para ter eficiência não precisa necessariamente ser o mais caro, mas 
sim o que traz resultados para a organização e para as pessoas que lá 
trabalham. Por isso, todos os membros da organização devem participar desses 
programas, desde operários de chão de fábrica até os gerentes, superiores, 
todos devem participar. Esses programas têm o dever de serem analisados em 
relação ao desempenho de cargo e redução de afastamentos por doenças ou 
acidentes de trabalho. 
 
4.5.4 Remuneração e benefícios 
 
Chiavenato (2014) afirma, que cada funcionário está interessado em 
investir com trabalho, dedicação e esforço pessoal, com conhecimentos e 
competências desde que tenha certeza de receber uma retribuição adequada. 
As organizações estão interessadas em investir em recompensas para as 
pessoas desde que delas possam receber contribuições que conduzam ao 
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alcance de seus objetivos. Resultados e recompensas são dois conceitos 
intimamente relacionados. 
Os três componentes da remuneração total: 
• O primeiro componente da remuneração total é a remuneração básica, 
que é o salário mensal ou na forma de salário por hora. 
• O segundo componente são os incentivos salariais, que são programas 
desenhados para recompensar funcionários com bom desempenho. 
• O terceiro componente são os benefícios como as férias, seguro de vida, 
vale transporte, refeições, etc. 
Segundo Ávilla e Stecca (2015), benefícios são regalias e vantagens 
concedidas pelas organizações a título de pagamento adicional dos salários à 
totalidade ou a parte de seus funcionários, e constitui um pacote de benefícios e 
serviços que fazem parte integrante da remuneração do pessoal. 
 
4.5.5 Cargos e salários 
 
Segundo Chiavenato (2004) O cargo é a atividade que uma pessoa desempenha 
dentro da empresa, ou seja, é a composição de todas as atividades realizadas 
por ela dentro de determinado cargo. Com isso, sabe-se o que cada um faz na 
empresa e o nível hierárquico que cada um ocupa. Para a empresa o cargo é a 
base das tarefas desempenhadas pelos funcionários. Já para os funcionários o 
cargo é uma das maiores motivações na empresa. 
O cargo é uma composição de todas as atividades realizadas por um funcionário. 
O desenho de cargos envolve especificamente o conteúdo de cada cargo o 
método de trabalho e suas relações com os demais cargos. 
O desenho de cargos possui quatro condições básicas são elas: 
  Conjunto de tarefas ou atribuições/conteúdo do cargo. 
 Como devem ser desempenhadas as tarefas e atribuições/métodos e 
processos de trabalho. 
 Quem será supervisor do ocupante do cargo. 
 Quem será subordinado ao ocupante do cargo. 
De acordo com Chiavenato (2014), o salário é uma contraprestação pelo 
trabalho de uma pessoa na organização. Em troca do dinheiro elemento 
simbólico e intercambiável, a pessoa empenha parte de si mesma, de seu 
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esforço e de sua vida, comprometendo-se a uma atividade cotidiana e a um 
padrão de desempenho na organização. 
A composição dos salários depende de vários fatores organizacionais 
(internos) e ambientais (externos). 
Fatores organizacionais: 
 Tipo de cargo 
 Política de recursos humanos 
 Política salarial 
 Desempenho e capacidade financeira 
 Competitividade. Fatores ambientais: 
 Situação do mercado de trabalho 
 Inflação, recessão, custo de vida, etc. 
 Sindicatos e negociações coletivas 
 Legislação trabalhista 
 Situação do mercado de cliente 
 Concorrência 
 
4.5.6 Relações trabalhistas 
 
De acordo Ávilla e Stecca (2015), tem como objetivos conhecer os 
conceitos da administração das relações com o funcionário, relações 
trabalhistas, bem como as relações com as organizações cooperativas. 
Relações trabalhistas e negociação coletiva. 
Segundo o site Wiki Culturama (2013) Uma das questões importantes 
quando se fala sobre as relações de trabalho é a existência do contrato. O 
contrato é um documento firmado entre o empregado e o empregador contendo 
todas as especificações do trabalho a ser realizado, as formas de pagamento, o 
valor do salário, etc. o contrato é considerado a parte mais importante e legal 
nas relações trabalhistas por isso, deve ser respeitado por ambas as partes. 
 
 
 
 
 
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4.6 DEPARTAMENTO FINANCEIRO 
 
Segundo Groppelli e Nikbakht (2001) administração financeira é uma área 
administrativa e tem por objetivo a maximização dos lucros, ou seja, atingir 
grandes lucros com o menor risco possível. 
 “Finanças é a arte de administrar o dinheiro, ou seja, finança envolve um 
processo de compra e venda onde pessoas físicas ou jurídicas movimentam 
dinheiro”. (LAWRENCE J. GITMAN, 2011). 
A administração financeira tem como objetivo prover um processo de 
alocação e captação de recursos mais eficiente. A administração financeira está 
relacionada à escassez de recursos realidade operacional e prática da gestão 
financeira. 
 
4.6.1 Controladoria 
 
Para Padoveze (2007) a controladoria tem a missão de dar suporte a 
gestão de negócios da empresa, garantindo que ela atinja os objetivos, e 
alcançado esse resultado a controladoria atinge sua missão. 
Já Borinelli (2006) assegura que a controladoria é o órgão do sistema 
formal da organização responsável pelo controle do processo de gestão e pela 
geração e fornecimento de informações de ordens operacional, econômica, 
financeira e patrimonial. 
O controller ou controlador é uma área que tem função de staff dentro das 
empresas tendo como função a prestação de assistência e consultoria nas 
organizações. 
A controladoria apresenta como principal objetivo a otimização do 
processo decisório a fim de obter informações adequadas aos administradores 
que buscam a eficácia gerencial, e garantindo a continuidade da empresa. Por 
isso, é de extrema importância que o controller tenha grande conhecimento de 
seu ramo, de seus objetivos e metas e também conhecimento contábil e 
administrativo. Gonçalves (2010, p.01) afirma que as principais funções do 
controller são “Contabilidade, Fiscal, Financeiro, Custos, Planejamento 
Tributário, Previsão Orçamentária Anual (Budget), Planejamento Estratégico e 
Relatórios para tomada de decisões”. 
 
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4.6.2 Contabilidade 
 
Marion (2007), afirma, que o objetivo principal da contabilidade é o de 
permitir ao grupo principal de usuários a avaliação da situação econômica e 
financeira da entidade, num sentido paralisado, bem como fazer induções a 
respeito de tendências futuras, por meio do histórico de mudanças. 
E na mesma abordagem Jiambalvo (2009) afirma, que o objetivo da 
contabilidade, indicando que é o de fornecer informações necessárias para o 
planejamento, o controle e a tomada de decisão, funções características da 
gestão. 
 
4.6.3 Tesouraria 
 
Segundo Brunosky (2015) a tesouraria é indispensável para a realização 
de um controle, organização e planejamento, pois todos os dados utilizados para 
a tomada de decisões dependem exclusivamente das funções exercidas pela 
tesouraria, como os registros, lançamentos,

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