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ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE RCCS EM CONCRETO ATRAVÉS DE ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS

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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO 
ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCOS VINICIUS SILVA DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE RCC’S EM 
CONCRETO ATRAVÉS DE ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARUJÁ – SP 
2018 
i 
 
MARCOS VINICIUS SILVA DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE RCC’S EM CONCRETO 
ATRAVÉS DE ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Graduação apresentada à 
Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP 
Campus Guarujá, como exigência parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Engenharia 
Civil, sob a orientação do Prof. Me. Márcio de 
Morais Tavares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARUJÁ - SP 
2018 
 
ii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dias, Marcos Vinicius Silva, 2018. 
 
Estudo da viabilidade de utilização de RCC’s em concreto por 
através de ensaios físicos e químicos. –Marcos Vinicius Silva 
Dias. – Guarujá, SP, 2018. 79 p. 
Orientador: Prof. Me. Marcio de Moraes Tavares 
Monografia (Bacharelado) – Universidade de Ribeirão 
Preto, UNAERP, Campus Guarujá. Engenharia Civil, Guarujá, 
2018. 
Palavras chave: Resíduos de construção e demolição; 
argamassa reciclada; concreto reciclado; reciclagem de resíduos 
de construção civil. 
 
 
iii 
 
MARCOS VINICIUS SILVA DIAS 
 
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE RCC’S EM CONCRETO 
ATRAVÉS DE ENSAIOS FÍSICOS E QUÍMICOS 
 
 
 
Monografia de Graduação apresentada à 
Universidade de Ribeirão Preto – Campus 
Guarujá, como exigência parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Engenharia 
Civil, sob a orientação da Prof. Me. Márcio de 
Moraes Tavares. 
 
 
 
 
Área de concentração: 
 
 
 
Data de defesa: ____ de ________________ de 2018 
 
 
 
RESULTADO: __________________________ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
______________________________________ 
Universidade de Ribeirão Preto 
 
 
 
______________________________________ 
Universidade de Ribeirão Preto 
 
 
 
______________________________________ 
Universidade de Ribeirão Preto 
 
 
 
 
 
iv 
 
DEDICATORIA 
 
 
Dedico este trabalho aos meus Pais e irmãos por serem os melhores 
exemplos e em especial à minha irmã Nataly Dias de Melo pelo incentivo e apoio 
dado, sendo um exemplo de caráter, esforço e inspiração. 
 
Muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à Deus em primeiro lugar por todas as oportunidades, ao meu 
professor e orientador o Sr. Me. Márcio de Moraes Tavares, pelo ensino da 
Metodologia Científica e por suas orientações e recomendações. 
Aos colegas de classe, em especial, Arthur h. Aragoni, Carlos Ramos Junior, 
Paulo Borges De Camargo, Raman Alves e Wallison Cassadas Costa, por todo 
incentivo e companheirismo. 
Ao Diego funcionário do laboratório, pela a ajuda prestada durantes os ensaios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
RESUMO 
 
A utilização de material de construção reciclado para a composição de argamassas e 
concreto, é uma prática crescente no Brasil e no mundo. Em um ambiente onde o 
desenvolvimento sustentável vem ganhando espaço e é um importante agente de 
desenvolvimento social e ambiental. Com base nesse cenário, este trabalho pretende 
mostrar como as argamassas e o concreto reciclados são obtidos, quais as normas 
técnicas para verificação de sua conformidade e como esses itens podem ser 
incorporados com resultado similar ao conceito tradicional. Para isso, a metodologia 
de cunho descritivo se utiliza da revisão da literatura para elaborar o desenvolvimento 
experimental para avaliar as propriedades físicas e químicas dos agregados 
reciclados buscando as similaridades e diferenças com agregados convencionais, 
utilizando estes dados para produção e correção dos respectivos traços e dosagens. 
Permitindo concluir, que, a introdução de material reciclado na execução de 
argamassas e concretos, apesar das diferentes características, torna possível 
confecção de concretos com propriedades similares a concretos confeccionados com 
materiais convencionais, em alguns casos pode até, oferecer ganhos em propriedades 
técnicas. 
 
Palavras-chave: resíduos de construção e demolição; argamassa reciclada; concreto 
reciclado; reciclagem de resíduos de construção civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
ABSTRACT 
 
The use of recycled construction material for the composition of mortars and concrete 
is a growing practice in the world and in Brazil. In an environment where sustainable 
developmenthas gained space and is an important factor of social interest, 
economic and technological environment. Based on this scenario, the theme aims to 
show how recycled mortars and concretes are obtaineds, 
which technical standards to verify their compliance and how these items can be 
incorporated with similar results to the traditional concept. For this, the descriptive 
methodology is used the literature review to elaborate the experimental development 
to evaluate the physical and chemical properties of the recycled aggregates, 
using this data for the production and correction of the respective traces and dosages 
. It is possible to conclude that the introduction of recycled material in the execution of 
mortars and concretes, despite the different characteristics, it is possible to make 
concretes with similar properties, in some cases may even offer gains in technical 
properties 
 
Keywords: construction and demolition waste; recycled mortar; recycled concrete; 
recycling of construction waste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. Porcentagem de reciclagem dos RCC em alguns países da Europa 
EUROPEAN COMMISSION (2015) .......................................................................... 18 
Figura 2 Fluxograma das possibilidades de reciclagem e destinação final (aterros) dos 
RCC, considerando todos os insumos que um canteiro de obras produz. ................ 23 
Figura 3.Exemplo de usina recicladora de RCC do tipo fixa. .................................... 24 
Figura 4.Exemplo de usina recicladora de RCC do tipo móvel. ................................ 24 
Figura 5. Composição genérica dos RCC´s no Brasil. .............................................. 27 
Figura 6. Variabilidade limite de agregados reciclados ............................................. 31 
Figura 7. Efeito da relação água/cimento e a dimensão da partícula de argamassa 
aderida ao grão de agregado .................................................................................... 32 
Figura 8. Relação consome de cimento e resistência em concretos ......................... 34 
Figura 9.Relação entre volume de agregados reciclados e abatimento do concreto.
 .................................................................................................................................. 37 
Figura 10. Condomínio Villagio Maia da Setin, construído com ................................ 39 
Figura 11. Eclusa construída parcialmente com RCD localizada em Berendrechdt na 
Bélgica ...................................................................................................................... 39 
Figura 12.Curva de Abrams para o cálculo da relação a/c ....................................... 43 
Figura 13.Entulho da construção civil (RCC) em etapa de separação. ..................... 45 
Figura 14. Agregado graúdo após beneficiamento de após britagem mecânico ...... 46 
Figura 15. Agregado graúdo após beneficiamento e após cominação mecânica. .... 46 
Figura 16. Amostra de RCC para confecção do agregado miúdo. ............................ 47 
Figura 17. Agregados reciclados classificados conforme sua granulometria. ........... 47 
Figura 18. Agitador de peneiras automático utilizado nos ensaios de granulometria 49 
Figura 19. Prensa hidráulica utilizada nos ensaios de compressão. ......................... 59 
Figura 20. Curva granulométrica das areias comum e reciclada ............................... 61 
Figura 21. Curva granulométrica das britas comum e reciclada. ............................... 62 
Figura 22. Distribuição da massa específica dos agregados graúdos. ..................... 67 
Figura 23. Distribuição da massa específica dos agregados graúdos. ..................... 69 
Figura 24. Resultado do ensaio de presença de orgânicos no agregado miúdo ....... 70 
Figura 25. Comparativo do resultado dos ensaios de compressão. .......................... 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1. Concentração de usinas recicladoras de RCC por estado. ....................... 19 
Tabela 2. Porcentagem de volumes reciclados por mês no país em 2015. .............. 22 
Tabela 3. Exemplos de reaproveitamento dos RCC’s ............................................... 25 
Tabela 4. Variabilidade na composição de agregados reciclados e tradicionais. ...... 30 
Tabela 5. Comparativo entre argamassa reciclada e convencional. ......................... 33 
Tabela 6. Limites máximos aceitáveis de matérias nocivos nos agregados ............. 41 
Tabela 7. Informações técnicas do Cimento CP III-40 RS ........................................ 45 
Tabela 8. Desvio-Padrão a ser adotado em função da condição de preparo. ........... 53 
Tabela 9. Determinação do Consumo de água em relação ao abatimento e diâmetro 
máximo do agregado graúdo..................................................................................... 54 
Tabela 10. Determinação do volume de agregado graúdo em relação ao MF da areia 
e DM do agregado graúdo (ABCP). .......................................................................... 55 
Tabela 11. Composição granulométrica das areias comum e reciclada. .................. 60 
Tabela 12 Composição granulométrica das britas comum e reciclada. ................... 62 
Tabela 13 Resultados do ensaio de teor de umidade do agregado miudo comum. .. 63 
Tabela 14 Resultados do ensaio de teor de umidade do agregado miúdo reciclado 63 
Tabela 15 Resultados do ensaio de teor de umidade do agregado graúdo comum. 64 
Tabela 16 Resultados do ensaio de teor de umidade do agregado graúdo reciclado.
 .................................................................................................................................. 64 
Tabela 17. Determinação da massa unitária das areias comum e reciclada. ........... 65 
Tabela 18. Determinação da massa unitaria das britas convencional e reciclada ... 65 
Tabela 19 . Determinação da massa especifica do agregado graúdo convencionail.
 .................................................................................................................................. 66 
Tabela 20 Determinação da massa especifica do agregado graúdo reciclado. ....... 66 
Tabela 21 Resultados do grau de absorçao de água dos agregados graúdos comuns.
 .................................................................................................................................. 68 
Tabela 22 Resultados do grau de absorçao de água dos agregados graúdos 
reciclados. ................................................................................................................. 68 
Tabela 23 Traço para agregados comuns. ................................................................ 71 
Tabela 24 Traço para agregados reciclados ............................................................. 71 
Tabela 25 Resultados do ensaio de compressão axial ............................................. 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABCP - Associação brasileira de cimento portland 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRECON - Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da 
Construção e Demolição 
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 
NBR- Norma brasileira 
RCC – Resíduos de construção civil 
Cp- Corpo de prova 
a/c - Relação água cimento 
GB – Peso especifico do agregado graúdo 
GA- Peso especifico do agregado miúdo 
CC- Consumo de cimento 
CA- Consumo de ÁGUA 
CAC - Consumo de agua com correção 
CM- Consumo de agregado miúdo 
CG- Consumo de agregado graúdo 
CMC- Consumo de agregado miúdo com correção de humidade 
CGC - Consumo de agregado graúdo correção de humidade 
VG- Volume do agregado graúdo 
MF- Modulo de finura 
FCK- Resistencia característica do concreto 
FCJ- Resistencia da dosagem 
SD- Desvio padrão 
VM- Volume do agregado miúdo 
ΔA- Diferença do grau de humidade do agregado graúdo reciclado e o 
natural 
PM- Massa unitária do agregado miúdo 
PG- Massa unitária do agregado graúdo 
YC- Massa especifica do cimento 
YG- Massa especifica do agregado graúdo. 
YA- Massa especifica da agua 
HG%- Teor de umidade do agregado graúdo 
HM% - Teor de umidade do miúdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 15 
2.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 15 
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ............................................................................ 15 
3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO ............................................... 16 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17 
4.1 PANORAMAS DA RECICLAGEM DE ENTULHO NO MUNDO E NO BRASIL.
 ............................................................................................................................... 17 
4.2 SUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................... 19 
4.3 MÉTODO DE RECICLAGEM DE INSUMOS PARA COMPOSIÇÃO DE 
ARGAMASSAS E CONCRETOS. ......................................................................... 21 
4.4 O CONCEITO DE ARGAMASSA E CONCRETO RECICLADOS. .................. 26 
4.5 NORMAS TÉCNICAS DA ABNT. .................................................................... 27 
4.6. ARGAMASSA E CONCRETO RECICLADO. ................................................. 30 
4.6.1 Aspectos gerais dos RCC’s. ..................................................................... 30 
4.6.2 Características das argamassas recicladas. ............................................ 32 
4.6.3 Características dos concretos reciclados. ................................................ 33 
4.6.4 Características físicas e químicas. ........................................................... 35 
4.6.4.1 Massa específica. ............................................................................... 35 
4.6.4.2 Abatimento concreto reciclado e absorção de água. .......................... 36 
4. 7 POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO EM ALVENARIA COMUM E EM 
ESTUTURAS. ........................................................................................................38 
4.8. INFLUÊNCIA DOS AGREGADOS. ................................................................. 40 
4.8.1. Granulometria. ......................................................................................... 40 
4.8.2 Substâncias prejudiciais. .......................................................................... 41 
4.8.3 Massa unitária .......................................................................................... 42 
4.8.4 Teor de umidade....................................................................................... 42 
4.8.5 Curva de Abrams ...................................................................................... 42 
4.8.6 Resistência à compressão ........................................................................ 43 
5.MATERIAl E MÉTODOS ........................................................................................ 44 
5.1 MATERIAIS ..................................................................................................... 44 
5.1.1 Confecções dos agregados reciclados ..................................................... 45 
5.1.2 Beneficiamento do Agregado graúdo reciclado. ....................................... 47 
5.2 MÉTODOS ....................................................................................................... 48 
xii 
 
5.2.1 Ensaios com agregados. .......................................................................... 48 
5.2.1.1 Classificação e granulometria. ............................................................... 48 
5.3.2 Determinações teor umidade dos agregados ........................................... 49 
5.3.3 Determinações da massa unitária. ........................................................... 50 
5.3.4 Massa específica aparente do agregado. ................................................. 51 
5.1.5 Grau de absorção. .................................................................................... 51 
5.3.6 Ensaio de impurezas orgânicas ................................................................ 52 
5.4 CONFECÇÃO DOS TRAÇOS ......................................................................... 52 
5.5 CONFECÇÃO DO CONCRETO E MOLDAGEM DAS AMOSTRAS................ 58 
5.6 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL. ................... 59 
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO. ............................................................................. 60 
6.1 RESULTADOS DOS ENSAIOS COM AGREGADOS...................................... 60 
6.1.1 Classificação e granulometriaometria. ...................................................... 60 
6.1.2. Determinação do teor de umidade nos agregados. ................................. 63 
6.1.3. Determinação da massa unitária ............................................................. 64 
6.1.4. Determinação da massa específica do agregado .............................. 66 
6.1.4. Grau de absorção. ................................................................................... 68 
6.1.5 Ensaio de impurezas orgânicas. ............................................................... 69 
6.2. Traços obtidos .............................................................................................. 70 
6.3. Determinação da resistência compressão axial. .......................................... 72 
7.CONCLUSÃO ......................................................................................................... 74 
13 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
O conceito de reciclagem na construção civil está inserido nas questões 
ambientais e na definição de sustentabilidade, uma preocupação mundial expressa 
por vários relatórios e acordos como por exemplo, o Relatório Brundtland, o Relatório 
Nosso Futuro Comum, a Agenda 21 e o Protocolo de Kioto. 
As preocupações quanto à contaminação do solo, da água e do ar, à extração 
desmedida de recursos naturais aliadas ao aumento do consumo trouxeram à pauta 
também a questão da geração de resíduos. 
No Brasil a legislação vem se adaptando a essas questões e em particular a 
gestão de resíduos de construção civil (RCC’s). 
O entulho como popularmente é conhecido, em geral é oriundo de erros na 
construção que geram perdas como: fazer argamassa em excesso, quebra de tijolos 
no transporte e manejo indevido e erros de execução que exigem demolição e 
reconstrução. 
O primeiro princípio de uma obra é a não geração do entulho ou a sua 
minimização, porém, por maior que seja a produtividade e qualidade do serviço 
executado, é comum haver alguma quantidade de RCC. 
A destinação do RCC costuma ser clandestina e impactar diretamente no 
meio ambiente. Portanto, além de cumprir a legislação que determina o correto destino 
do entulho, a empresa que age corretamente, ganha com essa prática em 
negociações com órgãos públicos, maior facilidade em financiamentos e a 
possibilidade de participar de licitações para obras do governo, além de melhorar sua 
imagem perante a sociedade em geral. 
Com esse intuito, a reciclagem dos RCC é um instrumento que alia tanto a 
prática ambientalmente correta, quanto a economia na aquisição dos insumos de 
produção, sem perdas de características técnicas. 
A construção sustentável além de gerenciar a utilização de recursos como 
água, energia e materiais, prima por não desperdiçar material com potencial de 
reutilização. 
Usinas de reciclagem estão espalhadas pelo país, gerando emprego e renda, 
e economia de recursos naturais. O material obtido deve passar por testes e respeitar 
14 
 
todos os requisitos podendo assim, ser parte da composição de novas argamassas e 
concretos ou até, vir a ser comercializado pela empresa. 
Em geral, o uso do reciclado barateia a execução da obra e apresenta 
consistência semelhante ao produto convencional, ou seja, são muito similares as 
características de medida, peso e durabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Como objetivo geral, pretende-se realizar um estudo da viabilidade de 
utilização de RCC’s em concreto, através de ensaios físicos e químicos. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
Como objetivos específicos pretendem-se: 
 
a) Gerar de RCC para o estudo, através do processamento de detritos da 
construção civil; 
b) Caracterização física do RCC e materiais de referência; 
c) Confeccionar corpos de prova (CP’s); 
d) Realizar ensaios físicas e químicos dos CP’s utilizando traços com RCC e 
materiais de referência; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TRABALHO 
 
 Com base no exposto na introdução, justifica-se a escolha pelo tema, que deve 
merecer cada vez mais atenção de acadêmicos, profissionais o governo visto a 
importância da construção civil na geração de empregos, de habitação e riqueza para 
o país. 
 Dessa forma, considera-se que a abordagem de aspectos conceituais, normas 
e procedimentos de execução para argamassas e concretos reciclados, vêm de 
encontro aos anseios por menor desperdício e maior respeito ao meio ambiente, o 
que faz do tema um assunto de interesse para um grande público. 
 O texto é composto de uma introdução, onde o tema é apresentado, seguindo 
aos elementos formais da pesquisa (justificativa, objetivos, metodologia e descrição 
dos capítulos), intitulada como Capítulo 1. 
 A seguir é feita uma explanação conceitual (revisão bibliográfica) sobre a 
utilização da reciclagem em alguns países e em especial no Brasil, com a 
caracterização dos RCC e informações sobre as usinas de reciclagem já instaladas 
no país. 
 No mesmo capítulo são apresentadas as normasda Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) que regem a qualidade técnica no uso de reciclados e 
também a Legislação quanto ao gerenciamento dos resíduos de construção. 
 A seguir, são definidos os conceitos de argamassa e concreto reciclados e as 
especificações de uma usina de reciclagem. 
 Apresenta também considerações técnicas sobre entulho em geral como 
agregados em argamassas e concretos com base nas especificações exigidas pela 
ABNT e exemplos de sua utilização como alvenaria e como estrutura, com enfoque 
na descrição das características de resistência e qualidade do produto resultante da 
reciclagem em comparação ao material tradicional. 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
No presente capítulo é feita uma explanação conceitual (revisão bibliográfica) 
sobre a utilização da reciclagem em alguns países e em especial no Brasil, com a 
caracterização dos RCC e informações sobre as usinas de reciclagem já instaladas 
no país. 
No mesmo capítulo são apresentadas as normas da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) que regem a qualidade técnica no uso de reciclados e 
também a Legislação quanto ao gerenciamento dos resíduos de construção. 
A seguir, são definidos os conceitos de argamassa e concreto reciclados e as 
especificações de uma usina de reciclagem. 
Apresenta também considerações técnicas sobre entulho em geral como 
agregados em argamassas e concretos com base nas especificações exigidas pela 
ABNT e exemplos de sua utilização como alvenaria e como estrutura, com enfoque 
na descrição das características de resistência e qualidade do produto resultante da 
reciclagem em comparação ao material tradicional. 
 
4.1 PANORAMAS DA RECICLAGEM DE ENTULHO NO MUNDO E NO BRASIL. 
 
São apresentados aqui tópicos do levantamento bibliográfico que abordam 
aspectos do cenário de reciclagem de entulho e seus benefícios para o 
desenvolvimento sustentável bem como as normas vigentes para sua utilização. 
O panorama da reciclagem na Europa mostra que de 25 a 30%, de todo 
resíduo gerado no continente, consiste de restos de concreto, tijolos, gesso, madeira, 
vidro, metais, plástico, solventes, amianto e solo escavado, muitos dos quais são 
reciclados em diversos países como mostra a Figura 1, com dados de 2014/15 
(EUROPEAN COMMISSION, 2015). 
Com índices superiores a 75%, Holanda, Bélgica e Dinamarca lideram o 
ranking de reciclagem dos RCC’s. 
Países como a Alemanha, Japão e Estados Unidos vêm incrementando seu 
potencial de reciclagem (EUROPEAN COMMISSION, 2015). 
18 
 
Figura 1. Porcentagem de reciclagem dos RCC em alguns países da Europa. 
 
Fonte: (EUROPEAN COMMISSION,2015). 
 
Conforme a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da 
Construção e Demolição (ABRECON, 2018), o Brasil produz aproximadamente 84 
milhões de metros cúbicos de resíduos de construção civil e demolição por ano. Esse 
volume reciclado poderia construir em torno de “sete mil prédios de dez andares, 168 
mil quilômetros de estradas ou 3,7 milhões de casas populares”. 
Soares e Pfützenreuter (2016) estimam que no Brasil 90% dos resíduos 
gerados pelas obras podem ser reciclados. Isso significa que essa atividade pode ser 
feita no próprio canteiro o que acarretaria em redução de gastos com transporte dos 
resíduos e também pode ser executada fora da obra. 
 O volume de RCC reciclado é maior no Estado de São Paulo 
ultrapassando em números gerais, 50% do volume gerado. Em outros estados oscila, 
na maioria das vezes em volumes reciclados ainda inferiores a 10%. 
 O país possui em todo território usinas de reciclagem, concentradas 
conforme os dados da Tabela 1. 
 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
17
45
15
9
5
90
87
41
5
81
5
21
45
5
%
 
R
e
c
ic
la
d
o
s
Paises da Europa
19 
 
 
Tabela 1. Concentração de usinas recicladoras de RCC por estado. 
Estado 
Concentração de usinas 
de reciclagem 
São Paulo 54 % 
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e 
Paraná 
7 % 
Paraíba e Pernambuco 4% 
Rio Grande do Norte e Minas Gerais 3% 
Goiás e Ceará 2% 
Bahia, Distrito Federal e Espírito Santo 1% 
 
Fonte: ABRECON (2015) e MIRANDA et al (2016). 
 
Brito (2012a, 2012b) estudou a possibilidade de a instalação de usinas de 
reciclagem portuguesas obterem o retorno financeiro e concluiu que pode ocorrer 
entre 2 e 8 anos, dependendo das condições do ambiente socioeconômicos. 
 
4.2 SUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
A base da sustentabilidade na construção é definida por Luchezzi (2014) com 
base em Kibert (1994) em seis princípios básicos: 
1. - Minimizar o consumo de recursos; 
2. - Maximizar a reutilização dos recursos; 
3. - Utilizar recursos renováveis e recicláveis; 
4. - Proteger o ambiente natural; 
5. - Criar um ambiente saudável e não tóxico; 
6. - Fomentar a qualidade ao criar o ambiente construído. 
 
De todos os meios de poluição possíveis gerados em um canteiro de obras, a 
produção de entulho é a mais conhecida. O “entulho” é denominado pela ABRECON 
como “Resíduo da Construção e Demolição” (RCD) ou “Resíduo da Construção Civil” 
(RCC) (ABRECON, 2018) e vem recebendo especial atenção das leis brasileiras. 
20 
 
O melhor exemplo disso é a Resolução n° 307/2002 do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA) que “Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para 
a gestão dos resíduos da construção civil”. Essa resolução define os resíduos da 
construção civil como: 
[...] àqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de 
obras da construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de 
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, 
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, 
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, 
fiação elétrica etc., comumente chamados entulhos de obras, caliça ou 
metralha (BRASIL- CONAMA, 2002). 
 
No artigo 3º dessa resolução, os resíduos da construção civil são classificados 
como: 
- Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras 
de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes 
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto 
(blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
 
- Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, 
papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; 
- Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou 
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais 
como os produtos oriundos do gesso; 
- Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: 
tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, 
reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. 
 
 A resolução também define os conceitos-chave (BRASIL- CONAMA, 2002) 
como: 
-Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do 
mesmo; 
21 
 
 -Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido 
submetido à transformação; 
 -Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo às operações e/ou processos que 
tenham por objetivo dotá-losde condições que permitam que sejam utilizados como 
matéria-prima ou produto; 
O artigo 10 da resolução define ainda como os resíduos da construção civil 
devem ser destinados: 
-Classe A: reciclado na forma de agregados, permitindo sua utilização ou reciclagem 
futura; 
-Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de 
armazenamento temporário; 
-Classe C: devem ser armazenados, transportados e destinados em conformidade 
com as normas técnicas especificas; 
-Classe D: idem a classe C. 
 
Com base nessa legislação, são considerados resíduos “valorizáveis”, ou 
seja, passíveis de, após transformação serem reutilizados e permitirem 
comercialização para nova utilização em obra, as classes A e B. 
Em 2004 a resolução n° 348 de 2004 (CONAMA), designa o amianto como 
resíduo classe D. Em 2008, a resolução n ° 432 relaciona o gesso como resíduo 
reciclável, alterando sua classificação da classe C para B (ABRECON, 2013). 
Também a Lei Federal n° 12305/2010 que institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (BRASIL – CASA CIVIL, 2010), destaca como aspecto fundamental 
que: “A Gestão de resíduos de construção deve ser tratada de forma diferenciada de 
acordo com as regulamentações específicas do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio 
Ambiente) incluindo as resoluções do CONAMA”. (ABRECON, 2013). 
 
4.3 MÉTODO DE RECICLAGEM DE INSUMOS PARA COMPOSIÇÃO DE 
ARGAMASSAS E CONCRETOS. 
 
As áreas de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil são 
regulamentadas pela NBR 15114, que trata de áreas destinadas ao recebimento e 
transformação de resíduos da construção civil de classe A, já triados, para produção 
22 
 
de agregados reciclados (BRASIL- MC, 2014). Os equipamentos e a instalação devem 
ser dotados de sistemas de controle de vibrações, ruídos e poluentes atmosféricos. 
A tabela 2 apresenta os faixas de volume reciclados por mês em todo o país. 
 
Tabela 2. Porcentagem de volumes reciclados por mês no país em 2015. 
Volume reciclado por mês % 
Até 1000 m3 26 
1000 – 3000 m3 26 
3000 – 5000 m3 17 
5000 – 10000 m3 20 
10000 – 20000 m3 8 
Acima de 20000 m3 3 
 
Fonte: ABRECON (2015) e MIRANDA et al (2016) 
 
As usinas de reciclagem podem ser fixas ou móveis, de acordo com o volume 
a ser recebido. As fases de reciclagem são: trituração e granulagem que desmembra 
os resíduos em agregados de diferentes tamanhos: areia, brita pedrisco e bica corrida. 
No esquema da Figura 2 é apresentado um fluxograma de todas as fases de 
uma usina de reciclagem. 
 
 
 
23 
 
Figura 2 Fluxograma das possibilidades de reciclagem e destinação final (aterros) 
dos RCC, considerando todos os insumos que um canteiro de obras produz. 
 
Fonte: (PENG et al., 1997) 
 
A Figura 3 mostra uma usina fixa que é em geral composta por: britador de 
impacto (tipo mandíbula, cone ou rolo), martelos e rompedores hidráulicos, britadores, 
esteiras (transportadores de correia), peneiras vibratórias e aspersores de água para 
diminuir a poeira gerada na trituração. 
 
24 
 
Figura 3.Exemplo de usina recicladora de RCC do tipo fixa.
 
Fonte: MACHADO (2018). 
 
Uma usina móvel é composta basicamente por três componentes: Um 
caminhão do tipo Roll On Roll Off, uma britadeira móvel e uma peneira rotatória móvel 
normalmente atracada como reboque no caminhão, conforme mostra a Figura 4 
(MACHADO, 2018). 
 
Figura 4.Exemplo de usina recicladora de RCC do tipo móvel.
 
Fonte: MACHADO (2018). 
 
 A eficiência da usina pode ser avaliada em função do tipo de agregado 
produzido conforme a expressão (MORALES et al., 2011): 
 
 
 
25 
 
𝐸𝑓 =
(100 x ((Vag x 5) + (Vam x 4)))
V𝑟 𝑥 5
 
 
Em que: 
EF= eficiência em porcentagem 
Vag= volume de agregados graúdos produzidos (brita) 
Vam= volume de agregados miúdos produzidos (areia) 
Vr= volume de resíduos recebidos 
 
 A Tabela 3 resume as possibilidades básicas de reutilização de resíduos de 
obra segundo as características do material reciclado. 
 
Tabela 3. Exemplos de reaproveitamento dos RCC’s 
PRODUTO CARACTERÍSTICAS USO RECOMENDADO 
Areia reciclada 
Material com dimensão máxima 
característica inferior a 4,8 mm, isento de 
impurezas, proveniente da reciclagem de 
concreto e blocos de concreto. 
Argamassas de assentamento de 
alvenaria de vedação, contrapisos, solo-
cimento, blocos e tijolos de vedação. 
Pedrisco 
reciclado 
Material com dimensão máxima 
característica de 6,3 mm, isento de 
impurezas, proveniente da reciclagem de 
concreto e blocos de concreto. 
Fabricação de artefatos de concreto, 
como blocos de vedação, pisos 
intertravados, manilhas de esgoto, entre 
outros. 
Brita reciclada 
Material com dimensão máxima 
característica inferior a 39 mm, isento de 
impurezas, proveniente da reciclagem de 
concreto e blocos de concreto. 
Fabricação de concretos não estruturais 
e obras de drenagens. 
Bica corrida 
Material proveniente da reciclagem de 
resíduos da construção civil, livre de 
impurezas, com dimensão máxima 
característica de 63 mm (ou a critério do 
cliente). 
Obras de base e sub-base de 
pavimentos, reforço e subleito de 
pavimentos, além de regularização de 
vias não pavimentadas, aterros e acerto 
topográfico de terrenos. 
Rachão 
Material com dimensão máxima 
característica inferior a 150 mm, isento de 
impurezas, proveniente da reciclagem de 
concreto e blocos de concreto. 
Obras de pavimentação, drenagens e 
terraplenagem. 
 
Fonte: ABRECON, 2018. 
26 
 
 Antes de optar por reciclar os RCC, alguns pontos devem ser avaliados como 
(MIRANDA et al., 2016; SINDUSCON SP, 2005): 
-Volume e fluxo estimado de geração para formação de um estoque de agregados; 
-Investimento e custos para a reciclagem (incluindo o custo de remoção dos RCC’s 
do canteiro de obras onde foram gerados); 
-Tipos de equipamentos disponíveis e especificações tecnológicas para reciclagem; 
-Possíveis aplicações para os agregados reciclados na obra; 
-Custo de aquisição dos agregados comuns versus agregados reciclados; 
- Controle tecnológico sobre os agregados produzidos. 
 
4.4 O CONCEITO DE ARGAMASSA E CONCRETO RECICLADOS. 
 
 Argamassa é uma mistura de cimento, água e agregado miúdo (areia), podendo 
ou não ter adição de outros insumos para conferir requisitos específicos. 
 O concreto é uma mistura de cimento, água e outros componentes como 
aditivos, sendo a maior parte de agregados (areia, cascalho, rocha esmagada e outras 
matérias). Em concretos comuns, os agregados ocupam de 70% a 75% do volume 
total do concreto endurecido, existindo casos que pode chegar até 80% (FUSCO, 
2008). 
 Considerando a importância dos agregados na composição de concretos e 
argamassa, este trabalho se concentra no estudos dos agregados reciclados definidos 
como: 
 Agregado de resíduo de concreto (ARC): É o agregado reciclado obtido do 
beneficiamento de resíduo pertencente à classe A composição na sua fração 
graúda, de no mínimo 90% em massa de fragmentos à base de cimento 
Portland e rochas. Sua composição deve ser determinada conforme o anexo 
A e atender aos requisitos das aplicações específicas. 
 
Agregado de resíduo misto (ARM): É o agregado reciclado obtido do 
beneficiamento de resíduo de. Classe A composição na sua fração graúda 
com menos de 90% em massa de fragmentos à base de cimento Portland e 
rochas. Sua a composição deve ser determinada de forma a atender aos 
requisitos das aplicações específicas (ABNT, 2018). 
 
 
27 
 
 Conforme GOMES et al. (2015) deve-se lembrar também que: 
“Os agregados reciclados também apresentamporosidade elevada e menor 
densidade, assim como a argila expandida. Porém, os agregados reciclados 
são mais heterogêneos (o que dificulta a uniformidade de suas propriedades) 
e menos resistentes”. 
 
 MIRANDA et al. (2016) em seu estudo sobre os RCC’s no Brasil, afirmam que 
sua composição varia em torno dos valores da Figura 5. 
 
Figura 5. Composição genérica dos RCC´s no Brasil em %. 
 
 
Fonte: MIRANDA et al (2016). 
 
4.5 NORMAS TÉCNICAS DA ABNT. 
 
Pode-se dividir as normas técnicas criadas pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) pertinentes ao tema em dois grupos. O primeiro diz respeito 
à resolução do CONAMA e ao correto tratamento para os resíduos de construção civil. 
O segundo grupo, trata da determinação da qualidade de agregados, respeitando 
Concreto e 
argamassa, 53
Rocha, 5
plástico, 4
Cerâmica 
vermelha, 9
Cerâmica branca, 5
solo e terra, 22
Outros, 2
Composição em %
Concreto e argamassa Rocha
plástico Cerâmica vermelha
Cerâmica branca solo e terra
Outros
28 
 
assim ensaios e procedimentos que atestam que a qualidade de concretos e 
argamassas sejam com insumos tradicionais ou reciclados. 
No primeiro, elencam-se três normas que detalham desde a caracterização, 
triagem, reutilização e deposição dos RCC, quando estes não podem ser 
reaproveitados. São elas (ABNT, 2018): 
- NBR 15112/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Área 
de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação: abordam 
definições e procedimentos para: resíduos de construção civil, resíduos volumosos, 
área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos 
(ATT), ponto de entrega de pequenos volumes, equipamentos de segurança, sistemas 
de proteção ambiental, reutilização e reciclagem, plano de controle de recebimento de 
resíduos e condições específicas para pontos de entrega de pequenos volumes; 
- NBR 15113/2004 – Resíduos da Construção Civil e resíduos inertes - Aterros 
- Diretrizes para projeto, implantação e operação: fixa os requisitos mínimos exigíveis 
para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos sólidos da construção 
civil classe A e de resíduos inertes; 
- NBR 15114/2004 – Resíduos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem - 
Diretrizes para projeto, implantação e operação: 
Fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de 
áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil classe A. Se 
aplica na reciclagem de materiais já triados para a produção de agregados 
com características para a aplicação em obras de infraestrutura e edificações, 
de forma segura, sem comprometimento das questões ambientais, das 
condições de trabalho dos operadores dessas instalações e da qualidade de 
vida das populações vizinhas (ABNT, 2014). 
 
Já o segundo grupo, diz respeito ao estudo dos agregados utilizados na 
construção civil, com base na ABNT e no Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e 
Agregados. A norma inicial do tema é a NBR 7211/2005 - Agregados para concreto – 
Especificação. 
Nessa norma são definidas características básicas dos agregados que devem 
ser obedecidas tanto para casos tradicionais quanto para àqueles obtidos por meio de 
reciclagem (ABNT, 2005): 
Agregado miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de 
malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 μm, em 
29 
 
ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela 
ABNT NBR NM ISO 3310-1; 
Agregado graúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de 
malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em 
ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela 
ABNT NBR NM ISO 3310-1; 
Agregado total: agregado resultante da britagem de rochas cujo beneficiamento 
resulta numa distribuição granulométrica constituída por agregados graúdos e miúdos 
ou por mistura intencional de agregados britados e areia natural ou britada, 
possibilitando o ajuste da curva granulométrica em função das características do 
agregado e do concreto a ser preparado com esse material; 
Dimensão máxima característica: grandeza associada à distribuição 
granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da 
malha da peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta uma 
porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. 
-Módulo de finura: Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um 
agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. 
No caso específico de agregados reciclados existem duas normas: 
-NBR 15115/2004 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil - 
Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos; 
-NBR 15116/2004 – Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil 
– Utilização em pavimentação de concreto sem função estrutural – Requisitos. 
Essa norma define o conceito de agregado reciclado como: “material granular 
proveniente do beneficiamento de resíduos de construção ou demolição de obras 
civis, que apresenta características técnicas para a aplicação em obras de edificação 
e infraestrutura”. 
Trata ainda, de ensaios de agregados para concretos não estruturais, porém 
muitos de seus procedimentos são similares àqueles necessários as argamassas e 
concretos para fins estruturais como: composição granulométrica; requisitos de teor 
de composição de materiais orgânicos e nocivos e absorção de água. 
 
 
 
 
30 
 
4.6. ARGAMASSA E CONCRETO RECICLADO. 
 
4.6.1 Aspectos gerais dos RCC’s. 
 
Ainda com base na NBR 7211, todo agregado (seja ele tradicional ou 
reciclado) deve (ABNT, 2005): 
• Ser composto por grãos de minerais duros, compactos, estáveis, duráveis e 
limpos, e não devem conter substâncias de natureza e em quantidade que 
possam afetar a hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da 
armadura contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto 
visual externo do concreto. 
• Não ultrapassar a quantidade limite de materiais nocivos como torrões de argila 
e materiais friáveis ou materiais carbonosos; 
• Respeitar os limites impostos pelo ensaio petrográfico (determinação da 
natureza mineralógica potencial reativa ou não do agregado como a reatividade 
alcalino agregado; o teor de cloretos e sulfatos). 
 
Os estudos de Pinto (1986) e Zordan (1997), organizados por ÂNGULO 
(2000), mostram a variabilidade na composição de agregados tradicionais 
comparados aos provenientes da reciclagem (em %), conforme a Tabela 4. 
 
Tabela 4. Variabilidade na composição de agregados reciclados e tradicionais. 
 
Fazes 
Mínimo Máximo Média 
ZORDAN 
(1997) 
Agregados 
PINTO 
(1986) 
RCD 
ZORDAN 
(1997) 
Agregados 
PINTO 
(1986) 
RCD 
ZORDAN 
(1997) 
Agregados 
PINTO 
(1986) 
RCD 
Concreto 20 4,10 22 7,03 21 5,56 
Argamassa 35 41,44 39 79,16 37 60,30 
Cerâmica 15 12,73 26 47,69 20,50 30,21 
Cerâmica 
polida 
1 nd 4 nd 2,50 Nd 
Pedras 10 0,76 27 2,04 18,50 1,40 
Outros 0 0,36 1 1,45 0,50 0,90 
 
Fonte: ÂNGULO (2000). 
 
31 
 
 Quanto à passagem de resíduos entre peneiras, Ângulo (200) afirma que o 
teste deve manter um mesmo equipamento com a mesma regulagem, respeitando os 
limites conforme o tipo de agregado. 
 A Figura 6 ilustra a variabilidade limite de agregados reciclados. 
 
Figura 6. Variabilidade limite de agregados reciclados 
 
 120 
 
 100 
 
 80 
 
 60 
 
 40 
 
 200 
0,08 0,13 0,2 0,32 0,5 0,8 1,25 2 3,15 5 8 12,5 16 25 
Abertura de malha (em mm) 
 
Fonte: QUEBAUD-BUYLE-BODIN( 1999). 
 
Ainda quanto ao limite granulométrico dos grãos reciclados, deve-se ressaltar 
que os agregados reciclados quando comparados aos comuns, apresentam maior 
variabilidade na forma, na textura e na capacidade de abrasão. Por exemplo, um 
agregado miúdo comum é composto basicamente por areia que tem uma 
característica polida e arredondada, diferentemente de um agregado miúdo reciclado 
com médio teor de cerâmica, que é áspera e de forma angular. 
 Outro aspecto geral dos agregados reciclados que é ressaltado por Zordan 
(1997) e Ânfulo (2000) é que, para agregados reciclados com a mesma composição, 
a absorção de água pode variar de 5% para agregados graúdos e 12% para miúdos; 
também a densidade influi na absorção: para > densidade, < absorção 
Quanto a aderência dos agregados reciclados, associada à relação 
água/cimento, Ângulo (2000) afirma que a relação: “é maior quanto menor a dimensão 
AGREGADOS
MIÚDOS 
AGREGADOS 
GRAÚDOS 
%
 p
a
s
s
a
n
te
 a
c
u
m
u
la
d
a
 
32 
 
das partículas e assim, é desprezível nos agregados graúdos”, conforme mostra a 
Figura 7. 
 
Figura 7. Efeito da relação água/cimento e a dimensão da partícula de argamassa 
aderida ao grão de agregado 
70 
 
60 
 
50 a/c 
 
40 
 
 
30 
 
20 
 
10 
 
0 
0,3 0,6 1,2 2,5 5 10 20 30 
Tamanho da partícula (em mm) 
 
Fonte: HANSEN (1992). 
 
4.6.2 Características das argamassas recicladas. 
 
Conforme os ensaios desenvolvidos por Pinto (1999), Miranda (2000) e 
Ângulo (2000; 2005) com diferentes traços na composição de argamassas, foram 
generalizadas as seguintes características: 
a) A variação na composição dos agregados reciclados influencia na capacidade da 
retenção de argamassas; 
b) Reciclados com grande porcentagem de cerâmica tem melhores resultados para 
retenção de água; nas demais composições ocorre em média uma redução de 
15% em retenção de água; 
c) Também a resistência a compressão melhora 2,5 vezes quando há material 
cerâmico reciclado, devido a atividade pozolânica. (LEITE.M.B ,2002); 
d) O consumo de cimento se mantém igual independente da composição dos 
reciclados; 
%
 a
rg
 a
d
e
ri
d
a
 a
o
 g
rã
o
 (
e
m
 m
a
s
s
a
) 
0,68 
0,55 
0,45 
33 
 
e) O uso de agregados reciclados confere maior plasticidade, adesão inicial e 
condições de desempeno na argamassa resultante; 
f) Devido à atividade pozolânica do entulho é possível produzir argamassas com 
resistências a tração e a compressão superiores as tradicionais; 
g) Custo médio é reduzido em até 40% quando comparado a argamassa tradicional. 
 
Miranda (2000), lembra a importância de verificação da retração (NBR 
8490:2010) por excesso de finos no traço da argamassa, causando fissuras e resume 
um comparativo entre argamassa reciclada e tradicional em termos de traços em 
volume e agregados úmidos. A Tabela 5 resume em dados genéricos as diferenças 
entre argamassas. 
 
Tabela 5. Comparativo entre argamassa reciclada e convencional. 
 
 
Fonte: MIRANDA (2000). 
 
4.6.3 Características dos concretos reciclados. 
 
Da mesma forma, por Pinto (1999), (1997) e Ângulo (2000; 2005), 
generalizam aspectos para o concreto de função estrutural. 
Quanto à presença de diversos materiais na composição dos reciclados: 
a) A presença de sulfatos num intervalo inferior a 0,3 - 0,8% em massa não produz 
efeitos significativos na resistência mecânica e na expansão dos agregados; 
b) Já a presença de gesso quando superior a 1% em massa causa expansão 
significativa; a presença de vidro também altera as características de expansão; 
Propriedades 
Argamassa com entulho 
reciclado 1 : 3 : 8 
Argamassa 
convencional 1 : 2 : 9 
Relação a/c 3,1 2,6 
Consistência (mm) 311 300 
Retenção de água (%) 48 60 
Densidade de massa (kg/m ) 1880 2000 
Resistência à compressão (MPa) 3,1 5,8 
Resistência de aderência à tração (MPa) 0,21* 0,14 
Módulo de elasticidade secante (MPa) 1,1 1 
34 
 
c) A presença de materiais betuminosos, solos, madeira, gesso, asfalto e tinta PVA 
em porcentagens respectivas a 30, 5, 4, 3, 2 e 0,2%, podem reduzir em até 30% 
a resistência a compressão de concretos com agregados reciclados 
 
Quanto às propriedades físicas e mecânicas 
a) Para altas relações água/cimento, a pasta torna-se o ponto fraco do concreto; 
“com isto a influência da resistência e a composição do agregado reciclado 
passam a ter efeito mais significativo após 300 kg de cimento / m3 de concreto, 
quando a resistência da pasta fica superior a resistência do agregado” (ÂNGULO, 
2000); 
b) Conclui-se que, existe pouca influência na resistência de concretos com 
agregados reciclados em altas relações água/cimento quando comparados aos 
agregados tradicionais (ÂNGULO, 2005); 
c) Há uma variação entre o consumo de cimento e a resistência de concretos 
reciclados e tradicionais, conforme a Figura 8. 
a) As resistências a tração e a flexão dos concretos ficaram em média, 10% 
inferiores à dos concretos convencionais em qualquer traço; o mesmo ocorre 
com o módulo de elasticidade. 
 
Figura 8. Relação consumo de cimento e resistência em concretos 
Fonte: ZORDAN (1997). 
 
 60 
 
 
 
 40 
 
 
 
 
 20 
 
 
 
 0 
 0 200 400 600 
 Cimento (kg/m3) 
 
R
e
s
is
tê
n
c
ia
 (
M
P
a
) 
 
 
natural 
 
 
entulho 
 
 
35 
 
Como visto na figura 9 o gráfico mostra que nas resistências iniciais o concreto 
reciclado e o tradicional apresentam resistência e consumo de cimento semelhantes, 
mais fica evidente que em resistências próximas de 20 Mpa e consumo de cimento 
entre 300 a 400 kg/m³ a resistência do concreto reciclado se torna extremamente 
inferior quando comparada com o tradicional. 
 
4.6.4 Características físicas e químicas. 
 
 A determinação do tamanho das partículas sólidas e a frequência com que 
ocorre em cada faixa de tamanho também conhecido como granulometria, tem papel 
fundamental na composição do traço do concreto e as características que o mesmo 
assume. 
De acordo com a ABNT NBR 15116/2004, é possível realizar correção da curva 
granulométrica dos agregados reciclados, para que o mesmo tenha sua 
granulométrica mais próxima a dos agregados convencionais. 
Para Gonçalves (2011), o controle da curva granulométrica apresenta um fator 
positivo na reutilização dos agregados reciclados, pois o método permite a diminuição 
dos finos oriundos da argamassa. Estes fomos podem consumir maior quantidade de 
água da pasta do concreto o que pode afetar nas reações de hidratação da pasta do 
cimento. 
Para Shia et al. (2015), agregados reciclados de construção civil apresentam 
propriedades de aumento de aderência da argamassa ao agregado reciclado, isso se 
deve a presença de resíduos de cimento no agregado. Além disso, os RCC’s com 
presença de revestimentos cerâmicos ou calcários apresentam diminuição do micro 
vazio da argamassa formando um revestimento repelente de água. 
 
4.6.4.1 Massa específica. 
 
Os agregados reciclados em geral possuem massa específica menor em 
comparação aos agregados naturais. Uma consequência desta variação é uma menormassa específica para os concretos produzidos com os agregados reciclados 
(GONÇALVES, 2011). 
36 
 
Gunçan et al. (1995), realizaram testes substituindo agregado natural pelo 
reciclado de 30 a 100% e chegaram a conclusão que a densidade do concreto diminui 
conforme aumenta a substituição dos agregados naturais por agregados reciclados. 
Os mesmos afirmam que essa diminuição é devida a grande quantidade de 
argamassa residual aderida aos agregados reciclados. 
Para Sagoe et al. (2001), as massas específicas dos agregados reciclados têm 
sua redução relacionada à camada residual de concreto presente no agregado. Para 
Taylor (2001), o desempenho do concreto reciclado pode ser afetado. 
 
4.6.4.2 Abatimento concreto reciclado e absorção de água. 
 
Brito (2007) baseado em testes realizados afirma que os agregados reciclados 
têm tendência de absorver mais água quando comparados aos agregados naturais 
atingindo um desvio de 15,6%. Outros autores encontram valores variados como 
16,8% (BARRA & VAZQUEZ, 1998). 
Quanto à absorção de água pelos agregados reciclados, mantém maior 
quantidade de pasta e um volume maior de água capaz de evaporar, ficando em um 
intervalo de 40 a 60% maior que em concretos tradicionais. A retração a 
permeabilidade também é maior, ficando em um intervalo entre 2 a 5% maior quando 
comparado a concretos tradicionais (ÂNGULO, 2005). 
Quando os agregados são trabalhados secos, existe maior dificuldade em 
manter a trabalhabilidade do concreto reciclado. Quanto maior o volume de agregado, 
menor o abatimento do mesmo, conforme a Figura 9 (QUEBAUD-BUYLE-BODIN, 
1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Figura 9.Relação entre volume de agregados reciclados e abatimento do concreto. 
 
100 
 
90 
 
80 
 
70 
 
60 
 
50 
1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 
Agregado graúdo/miúdo (em volume m³) 
 
Fonte: QUEBAUD-BUYLE-BODIN (1999). 
 
Essa dedução é confirmada por Yang et al. (2008), afirmando que o abatimento 
do concreto com agregados reciclados foi ligeiramente afetado pela maior absorção 
de água dos agregados, sendo tanto menor quanto maior a absorção do mesmo. 
No caso específico de blocos de concreto, Ângulo (2000) através de uma série 
de testes, concluiu que é possível utilizar até 75% de agregados reciclados em sua 
composição, mantendo seu desempenho, respeitando as normas sobre agregados já 
descritas no início deste capítulo. 
Para corrigir o efeito da maior absorção de água dos agregados reciclados, 
deve-se compensar adicionando mais água à dosagem do concreto reciclado. O 
método de pré-molhagem do agregado ou o método de acréscimo de água de 
amassamento apresentam-se como uma saída eficaz para essa questão. 
A ABNT NBR 15116/2004 recomenda realizar a pré-molhagem nos agregados 
reciclados, sendo que esta deve ser a valores de até 80% dependendo do agregado. 
Deve-se observar se o agregado não apresenta saturação total. 
Com relações água/cimento muito baixas, a correção da absorção de água dos 
agregados de RCC (e demolição) pode ser realizada, retirando a água necessária à 
hidratação, “mas não se sabe ao certo qual a parcela que é absorvida e qual é a 
hidratada num estado fresco determinado” (ÂNGULO, 2000). 
Pandova, (2013) em sua pesquisa afirma que utilizar argamassas de concreto 
reciclado com condições de pré-molhagem não afeta de forma negativa as 
A
b
a
ti
m
e
n
to
 (
m
m
) 
38 
 
propriedades dos concretos produzidos, no mesmo estudo ela afirma que a pré-
molhagem apresenta melhora na trabalhabilidade dos mesmos. Para valores de 40 a 
80% de pré-molhagem, a autora afirma que a migração da água da argamassa para 
agregado reciclado pode diminuir a capilaridades destes concretos. 
 
4. 7 POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO EM ALVENARIA COMUM E EM 
ESTUTURAS. 
 
 A utilização dos agregados reciclados no Brasil está concentrada na utilização 
em pavimentação asfáltica, calçamento (como blocos Inter travados) e blocos de 
concreto com características estruturais. 
 No caso da introdução dos agregados reciclados, destaca-se o Projeto Casulo 
- Plano Construção Solidária desenvolvido pelo Instituto de Cidadania Empresarial de 
São Paulo, com o objetivo de “viabilizar a comercialização de areia reciclada para uso 
em argamassas e transferir, gradualmente, tecnologia para empresas, prefeituras e 
comunidades comprometidas com a melhoria do processo educacional” (MIRANDA & 
SELMO, 2003). 
 Como exemplo de utilização estrutural, pode-se mencionar o caso da 
construtora Setin, que construiu um conjunto habitacional de 300 casas em Guarulhos 
(SP) utilizando blocos oriundos de agregados reciclados (Figura 10). 
 A experiência pioneira serviu como um laboratório a céu aberto, com uma mini 
usina no próprio canteiro de obras. O Villagio Maia foi construído com os resíduos da 
demolição de um piso industrial de alta resistência existente no exato local onde o 
condomínio foi erguido. . 
39 
 
Figura 10. Condomínio Villagio Maia da Setin, construído com 
blocos estruturais reciclados. 
 
Fonte: TÉCHNE (2006). 
 
A partir daí o uso de agregados reciclados se tornou constante pela empresa. 
Também as universidades vêm junto aos governos, estudando formas de introduzir o 
material reciclado na construção de habitações de interesse social, visando as 
questões ambiental, social, econômica e tecnológica do uso de reciclados da 
construção civil. 
Na Bélgica a eclusa de Berendrechdt (Figura 11) foi construída com 650000 
m³ de concreto sendo 80000 m³ realizado com concreto confeccionado com 
agregados reciclados das paredes demolidas da própria eclusa (ROUSSEAU, 2000). 
 
Figura 11. Eclusa construída parcialmente com RCD localizada em Berendrechdt na 
Bélgica 
 
 
Fonte: LEVYS (2006) 
40 
 
4.8. INFLUÊNCIA DOS AGREGADOS. 
 
A norma ABNT NBR 9935/2005, que determina a terminologia dos agregados, 
o termo agregado é definido como material sem forma ou volume definido, geralmente 
inerte, de dimensões e propriedades adequadas para produção de argamassas e de 
concreto. 
Bernucci (2008), apud Woods (1960) define agregado como sendo uma mistura 
de pedregulho, areia, pedra britada, escória ou outros materiais e minerais usados em 
combinação com um ligante para formar concretos e argamassas. 
 Os agregados como areia, cascalho, rocha esmagada e outras matérias 
ocupam de 70% a 75% do volume total do concreto endurecido, existindo casos em 
que pode chegar a 80% (FUSCO, 2008). 
 Para Neville & Brooks (2013), os agregados e sua dosagem têm extrema 
importância para o desempenho das argamassas e concretos e os mesmos podem 
preencher em torno de ¾ do volume do concreto. 
 
4.8.1. Granulometria. 
 
A NBR 7211 e NBR NM 248 classificam os agregados quanto a sua composição 
granulométrica em agregados miúdos e graúdos, sendo que: 
 Os agregados miúdos são agregados cujo os grãos passam pelas peneiras de 
abertura de 4,75 mm. 
Os agregados graúdos são todos os agregados cujo os grãos passam pelas 
peneiras de abertura 152 mm e ficam retidos nas peneiras de abertura de 4,75 mm. 
A distribuição granulométrica dos agregados pode influenciar na maior parte 
das propriedades do concreto como sua rigidez, estabilidade, trabalhabilidade, 
durabilidade e permeabilidade (FUSCO, 2008). 
 Segundo Mehta & Monteiro (2008), agregados que com granulométrica sem 
deficiência ou excesso no tamanho de sua partícula produzem misturas de concreto 
mais trabalháveis e econômicas. Já partículas maiores fora dos limites especificados 
em norma, tendem a apresentar concretos com mais microfissuras. 
41 
 
4.8.2 Substâncias prejudiciais.Para Souza e Ripper (1998), os agregados devem ser livres de substâncias 
que prejudicam a mistura como matérias orgânicas, carbonosas e materiais finos 
como argilas e siltes. 
A NBR 7211(ABNT, 2005) estabelece valores limites para presença de 
materiais nocivos nos agregados (Tabela 6). 
 
Tabela 6. Limites máximos aceitáveis de matérias nocivos nos agregados 
 
 
Determinação 
 
 
Método de ensaio 
Quantidade 
máxima relativa à 
massa do 
agregado miúdo 
% 
Torrões de argila e 
materiais friáveis ABNT NBR 7218 3,0 
 
Materiais carbonosos1) 
 
ASTM C 123 
Concreto aparente 0,5 
Concreto não 
aparente 
1,0 
Material fino que 
passa através da 
peneira 75 µm por 
lavagem 
(material pulverulento) 
 
 
ABNT NBR NM 46 
Concreto submetido a 
desgaste superficial 3,0 
Concretos protegidos 
do desgaste superficial 5,0 
 
 
 
 
Impresas orgânicas 
 
ABNT NBR NM 49 
A solução obtida no 
ensaio deve ser mais 
clara do que a solução-
padrão 
 
 
ABNT NBR 7221 
Diferença máxima 
aceitável entre os 
resultados de 
resistência 
compressão 
comparativos 
 
 
10 % 
 
Fonte: NBR 7211 (2005). 
 
Neville (1997), afirma que as impurezas quando encontradas nos agregados 
interferem nas propriedades e na qualidade dos concretos podendo dificultar a 
hidratação do cimento e na aderência dos grãos de areia. Ele afirma também que 
essas impurezas causam patologias como eflorescência e corrosão das armaduras. 
 A avaliação de Torrões de argila e materiais friáveis segundo a ABNT NBR 
7218, consiste ao realizar o ensaio de granulometria conforme a ABNT NBR 248, onde 
por meio do mesmo é possível determinar a quantidade de argilas e materiais friáveis. 
42 
 
Para avaliar a quantidade de matéria orgânica utiliza-se o teste visual conforme 
a NBR NM 49 (ABNT, 2001) que consiste em comparar o resultado da coloração da 
amostra com uma solução padrão. Caso a coloração da amostra seja mais escuro que 
a solução padrão, o agregado será considerado contaminado e impróprio para o uso. 
 
4.8.3 Massa unitária 
 
 A massa unitária dos agregados é a relação da massa por seu volume sem 
compactar e para determinação da mesma se considera o volume dos vazios entre os 
grãos. 
Para Cabral (2007) a massa unitária é massa do agregado por unidade de 
volume no processo deve considerar o vazio entre os vãos presentes no agregado. 
Segundo ele a massa unitária é usada para a escolha do traço e da mistura de 
agregado aumentando a exatidão no processo de dosagem. 
 
4.8.4 Teor de umidade 
 
A determinação do teor de umidade dos agregados tem papel fundamental para 
reduzir as variações de água na dosagem do concreto, já que a mesmo presente no 
agregado deve ser conhecida e descontado do total de água a ser adicionado ao 
concreto. 
Para Neville (1997) dependendo do teor de umidade e da composição 
granulométrica do agregado, quando não previamente medido pode ocorrer falha na 
dosagem do mesmo, causando perda de resistência mecânica e alteração do fator 
água/cimento. Outro ponto abordado por ele é o fenômeno de “inchamento” onde as 
partículas dos agregados miúdos tendem a apresentar volume inchado em função de 
películas entre os grãos do agregado. 
 
4.8.5 Curva de Abrams 
 
Um dos fatores mais importantes para a determinação da resistência do 
concreto é o fator água/ cimento (a/c), esse fator é a relação do peso da água e o peso 
43 
 
do cimento e quando menor for essa relação maior será a resistência do concreto 
(ABCP, 2018). 
Helene & Terzian (1993) explicam que a curva de Abrams é uma correlação do 
fator água/cimento (a/c) em função de uma dada resistência a compressão do 
concreto para uma determinada idade. Eles explicam que Duff Abrams, a partir de 
ensaios realizados percebeu que a resistência do concreto decresce com o aumento 
do fator água/cimento (Figura 13). 
Figura 12. Curva de Abrams para o cálculo da relação a/c 
 
 60 
 
 50 
 
 40 
 
 30 
 
 
 20 
 
 
 
 10 
 
 
 ‘0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 
 
 
Fonte: RODRIGUES (1998). 
 
4.8.6 Resistência à compressão 
 
 A resistência a compressão é um parâmetro de avaliação que define se um 
concreto é aceitável ou não para fins estruturais. A avaliação é feita a partir de corpos 
de prova de amostras do concreto avaliado, sendo que estes são coletados quando o 
concreto se encontra fresco. Após moldagem e cura o mesmo é submetido a ensaio 
de compressão axial conforme a NBR 5738/1994. 
Relação agua/cimento 
 
R
e
s
is
te
n
c
ia
 á
 c
o
m
p
re
s
s
ã
o
 
re
q
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d
a
 a
o
s
 2
8
 d
ia
s
 (
F
c
2
8
 (
M
p
a
) 
Resistencia 
normal do 
cimento 
aos 28 dias 
(MPa) 
 
44 
41 
38 
35 
32 
29 
26 
44 
 
5.MATERIAL E MÉTODOS 
 
Este capítulo apresenta as etapas de beneficiamento de agregados reciclados, 
bem como os ensaios para obtenção das suas propriedades físicas e analise de 
impurezas orgânicas. 
 Para obtenção dos traços foi utilizado o método de dosagem da ABCP 
(Associação Brasileira de Cimento Portland). A partir dos dados obtidos nos ensaios 
de agregados foram realizados três traços para concretos com agregados 
convencionais e seus equivalentes com uso de 100% de areia e brita reciclada. 
Após suas respectivas curas, os CP’s foram submetidos aos ensaios de 
compressão para comparação da influência dos agregados reciclados na resistência 
do concreto quando comparados com concretos sob as mesmas condições dos 
fabricados com materiais convencionais. 
 
5.1 MATERIAIS 
 
Os materiais utilizados para confecção dos concretos foram areia comum e 
brita 1 comum para os concretos de referência. Já a areia e brita 1 recicladas foram 
confeccionadas a partir de resíduos da construção civil RCD. 
O cimento utilizado na pesquisa foi o cimento Portland CP III-40 RS produzido 
pela Companhia Siderúrgica Nacional. As informações técnicas do Cimento CP III-40 
RS foram fornecidas pelo fabricante e encontram-se na Tabela 6 e de maneira geral 
atendem as especificações da NBR 5735. 
 
45 
 
Tabela 7. Informações técnicas do Cimento CP III-40 RS 
 
Fonte: Companhia siderúrgica nacional, (2017). 
As informações do cimento são essenciais para determinação da mistura e da 
resistência do concreto utilizando e a partir da curva de Abras podemos calcular a 
resistência desejada utilizando o fator água/cimento para isso. 
 
5.1.1 Confecções dos agregados reciclados 
 
Para etapa de beneficiamento foi selecionado entulho comum de construção 
civil em uma usina de reciclagem de resíduos como mostra a Figura 13. 
 
Figura 13.Entulho da construção civil (RCC) em etapa de separação. 
 
 
46 
 
 
O entulho passa por um britador mecânico conforme a Figura 14 tendo como 
resultado finais agregados reciclados de diversas granulometrias. 
 
Figura 14. Agregado graúdo após beneficiamento de após britagem mecânico 
 
 
O tamanho médio das partículas é definido de acordo com a regulagem do 
britador ilustrado na Figura 15. 
 
Figura 15. Agregado graúdoapós beneficiamento e após cominação mecânica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
5.1.2 Beneficiamento do Agregado graúdo reciclado. 
 
Para a confecção dos agregados reciclados (areia e brita recicladas), foi 
utilizado o método de trituração manual utilizando martelete e marreta até que o 
mesmo atingisse a granulometria desejada. Após a confecção do agregado o mesmo 
foi classificado de acordo com sua granulometria (Figuras 16 e 17). 
 
 
Figura 16. Amostra de RCC para confecção do agregado miúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17. Agregados reciclados classificados conforme sua granulometria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
5.2 MÉTODOS 
 
Em um primeiro momento os agregados reciclados e convencionais foram 
submetidos a ensaios para determinação de sua granulometria, grau de umidade, teor 
de absorção de água e análise de impurezas orgânicas nos laboratórios da UNAERP 
(Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá). 
Com as informações obtidas a partir dos ensaios foram confeccionados 
concretos de referência e concretos reciclados a partir do método de dosagem da 
ABCP para confecção de corpos de prova para análise de compressão inicial. 
Os ensaios de compressão visam à comparação da Resistência a compressão 
dos concretos convencionais quando comparados com os concretos reciclados para 
determinar se existe a viabilidade técnica da substituição destes agregados na 
confecção de concretos. 
 
5.2.1 Ensaios com agregados. 
 
 Para os ensaios foram separadas amostras de agregados miúdos e graúdos 
convencionais e reciclados para todos os ensaios. Todas as amostras foram 
separadas por homogeneização e quarte amento manual de acordo com o método de 
Tavares et al. (2015) e após foram mantidas em estufa por 24±4 horas a 100 ± 5°C. 
 
5.2.1.1 Classificação e granulometria. 
 
 Os ensaios de peneiramento mecânico foram realizados conforme a ABNT 
NBR 5734. De acordo com esta norma, os agregados graúdos são aqueles que 
passam pela peneira 76 mm e ficam retidos na peneira 4,8 mm. Agregados miúdos 
são aqueles que passam pela peneira de 4,8 mm e ficam retidos na peneira 0,150 
mm. 
Para a escolha granulométrica dos agregados miúdo e graúdo foram utilizadas 
como referência areia comum e brita1 e para a areia reciclada foi retirada parte do 
teor de finos presentes para adequar a curva granulométrica com a areia de 
referência, onde mais para frente será confeccionado concreto comum como corpo de 
prova de referência e reciclado utilizando a mesma granulometria e traço de base. 
49 
 
Os ensaios foram feitos utilizando o agitador de peneiras mecânico conforme a 
Figura 18, onde após o ensaio foram realizadas aferições dos materiais retidos em 
cada peneira para determinação da composição granulométrica e módulo de finura 
dos agregados. 
 
Figura 18. Agitador de peneiras automático utilizado nos ensaios de granulometria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.2 Determinações teor umidade dos agregados 
 
Para o ensaio foi utilizado o método descrito na ABNT NBR 9939:1987, também 
utilizado por Kuo (2016). Foram coletadas amostras dos agregados miúdos e graúdos 
e após a pesagem em balança semi-analítica para determinação da massa inicial 
(MaI), os mesmos foram mantidos em estufa por 24±4 horas a 100 ± 5°C. Concluído 
o tempo de permanência, as amostras foram esfriadas a temperatura ambiente e 
pesadas novamente para se obter a massa final (MaF). 
Para os agregados miúdos foram separadas 3 amostras de 1000g e para os 
agregados graúdos foram separadas 3 amostras 2000g 
 Para determinação do grau de umidade foi utilizado a equação 1: 
 
 
𝐻 =
MaI − MaF
MaF
𝑋(100) (1) 
 
50 
 
Em que: 
H= Grau de umidade %. 
MaI= massa Inicial 
MaF= massa Final 
 
5.3.3 Determinações da massa unitária. 
 
 O ensaio de massa unitária do agregado solto serve para fazer a correção do 
traço já que o agregado reciclado como abordado na revisão bibliográfica geralmente 
possui massa menos densa quando comparado com agregados tradicionais, sendo 
necessário fazer a correção para a confecção do traço equivalente utilizando o 
agregado reciclado. 
Para a determinação foi realizada uma adaptação do ensaio da NBR NM 
45/2006 e onde normalmente é utilizada uma balança de 5kg com precisão de 1g. No 
lugar foi utilizada uma balança de precisão e os ensaios realizados com amostras de 
agregado miúdo seco na estufa por 24 horas a 100 °C em um recipiente com volume 
de 1200,29 cm³. 
 Para determinação da massa unitária foi utilizada a equação 2: 
 
 𝜌𝑎𝑝 =
Mar−Mr
V
(𝑘𝑔/𝑚³) (2) 
 
Em que: 
𝜌ap= Massa unitária 
Mar= massa do recipiente com agregado 
Mr= massa do recipiente vazio 
V= Volume do recipiente cm³ 
 
 
 
51 
 
5.3.4 Massa específica aparente do agregado. 
 
 O ensaio foi realizado conforme a ABNT NBR NM 53:2003. Foi separada uma 
alíquota de agregado, lavou-se a mesma e levou-se à estufa por 24 horas a 
temperatura de (105 ± 5)°C. Após esse período o mesmo foi deixado para esfriar por 
aproximadamente uma hora. 
 Pesou-se a amostra em balança semi-analítica e em seguida, submergiu-se o 
agregado em água à temperatura ambiente por um período de 24 ± 4 horas. Após 
esse período foi retirado o excesso de água e pesado. Colocou-se a amostra no 
recipiente, submergiu-a utilizando o recipiente com água e pesou-se em água com a 
balança de precisão por meio de uma correia. 
A massa específica aparente foi calculada utilizando a equação 3: 
 
 𝑑 =
𝑚
𝑚𝑠−𝑚𝑎
 (3) 
 
Em que: 
d = massa específica do agregado seco, em gramas por centímetro cúbico; 
m = massa ao ar da amostra seca, em gramas; 
ms = massa ao ar da amostra na condição saturada, em gramas; 
ma = massa amostra submersa em água, em gramas. 
 
5.1.5 Grau de absorção. 
 
Os ensaios de grau de absorção foram realizados seguindo os procedimentos 
da ABNT NBR NM 53:2003, onde para todos os efeitos foram utilizados os dados do 
ensaio de determinação de massa especifica. 
O grau de absorção foi calculado utilizando a equação 4: 
 
 𝑑𝐴 =
𝑚𝑠−𝑚
𝑚
 𝑥100 (4) 
 
 
52 
 
Em que: 
A = absorção de água, em porcentagem; 
ms = massa ao ar da amostra na condição saturada superfície seca, em gramas; 
m = massa ao ar da amostra seca, em gramas. 
 
5.3.6 Ensaio de impurezas orgânicas 
 
 Como abordado na revisão bibliográfica, a NBR NM 49 (ABNT, 2001), 
estabelece os limites de impurezas orgânicas aceitáveis nos agregados miúdos. 
Neste sentido, foram realizados os ensaios para determinar a viabilidade de 
uso do agregado reciclado na confecção de concretos, onde os limites da norma de 
matéria orgânica presentes no agregado têm que ser inferiores a 300 ppm conforme 
a NBR Nm 49:2001. 
 O ensaio da NBR NM 49 (ABNT, 2001), estabelece teste qualitativo visual onde 
a amostra de agregado ao reagir com a solução de NaOH 3%, deve apresentar 
coloração inferior a solução padrão. Caso a coloração da amostra seja mais escura 
que a cor da solução padrão, o agregado será considerado contaminado e impróprio 
para o uso, ou seja, contém concentrações de matéria orgânica maiores que 300 ppm. 
 O ensaio consiste em colocar uma amostra de 200g de agregado miúdo em 
100 ml de solução de hidróxido de sódio a 3% em 970 ml de água destilada.

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