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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 1 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Há 17 anos, o Curso BR é referência nacional na preparação para Concursos Públicos e Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Pensando na praticidade e acessibilidade de uma nova ferramenta de ensino, o Curso BR oferece um novo material em formato Digital. Aproveite a praticidade do material digital e estude onde e quando quiser. “Muito obrigado pela preferência e bons estudos.” Sua aprovação começa agora! © - Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. 2 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 200 Questões Objetivas de Língua Portuguesa 3 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 1: CESGRANRIO - BB/2015 Cartilha orienta consumidor Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas pelas duas entidades O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ. Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ. “A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL- Rio, Aldo Gonçalves. Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca. 4 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL “O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para seus fornecedores. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado. No seguinte período, a palavra em destaque está grafada de acordo com a ortografia oficial: a) O sindicato se preocupa com o aspécto educativo da cartilha. b) Várias entidades mantêm convênio conosco. c) O consumidor tem de ser consciênte de seu papel de cidadão. d) O substântivo que traduz essa cartilha é “seriedade”. e) No rítmo em que a sociedade caminha, em breve exerceremos plena cidadania. Questão 2: VUNESP - PC CE/2015 Leia a tira para responder à questão. 5 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL (http://blogdoxandro.blogspot.com.br. Acesso em 20.05.2014. Adaptado) No trecho – O mundo seria bem melhor se elas parassem de pensar nelas mesmas ... –, a forma verbal destacada indica um fato incerto, em que há apenas a possibilidade de que se realize, como ocorre com a expressão verbal destacada em: a) ... tornando-se assim instituições que se destacam também no ensino. b) Daí não decorre que só quem pesquisa, atividade estupidamente cara, seja capaz de ensinar. c) O Ranking Universitário mostra essa correlação de forma cristalina... 6 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL d) É claro que universidades que fazem pesquisa tendem a reunir a nata dos especialistas... e) Não é preciso ser um gênio da aritmética para perceber que o país não dispõe de recursos... Questão 3: FCC - TCM-GO/2015 Prazer sem humilhação O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para humilhar ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém. Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém”, entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos? Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é bom porque vende”? 7 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém. (João Cláudio Figueira, inédito) Em qualquer época, ...... que se ...... ao grande público o melhor que os artistas ...... . Haverá plena correlação entre tempos e modos verbais na frase acima preenchendo-se as lacunas, respectivamente, com a) será preciso - oferecesse - produziriam b) é preciso - oferecesse - produzissem c) seria preciso - ofereça - têm produzido d) é preciso - ofereça - produzam e) era preciso - oferecia -produzem Questão 4: CESPE - MPU/2015 A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada 8 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL mais é o inquérito policial que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada. De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato. Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal. Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet : <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações). Julgue o item que se segue, a respeito das estruturas linguísticas do texto. 9 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas, caso as formas verbais “possa formar” e “instaurar” fossem substituídas, respectivamente, por forme e instaure. Certo Errado Questão 5: FCC - CNMP/2015 Atenção: Para responder à questão considere o texto abaixo. Falsificações na internet Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, por exemplo, jamais escreveriam banalidades recheadas de lugares comuns, em linguagem capenga e estilo indefinido. Mas fica a pergunta: o que motiva essas falsificações grosseiras de artistas da palavra e da imaginação? São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”. Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões 10 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL éticas, morais, estéticas e legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em nome de outra, inteiramente postiça. Enganarse a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si. Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio, enobrecem esse desejo tão humano de desdobramento da personalidade e o legitimam artisticamente no palco ou nas telas; os escritores criam personagens com luz própria, que se tornam por vezes mais famosos que seus criadores (caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama. Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se aceita e não se estima. (Terêncio Cristobal, inédito) Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto: I. Na frase É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta, o pronome os refere-se aos nomes prazer e corrosão. II. Atentando para a regência verbal, o segmento Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio permanecerá correto caso se substitua apoiando-se no por valendo-se do ou contando com o. III. Ao observar que ninguém deve enganar-se a si mesmo, o autor poderia ter optado pela forma do imperativo e nos lançar a seguinte 11 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL frase, de modo correto e solene: “Não deveis enganar-se a vós mesmos”. Está correto o que se afirma em a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) III, apenas. Questão 6: FCC - CNMP/2015 Atenção: Para responder à questão, considere o trecho de Machado de Assis, constante da série "A Semana", crônica publicada no dia 23 de outubro de 1892, na Gazeta de Notícias, jornal que circulou na segunda metade do século XIX, no Rio de Janeiro. Todas as cousas têm sua filosofia. Se os dous anciãos que o bond elétrico atirou para a eternidade esta semana, houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, não teriam entestado com o progresso que os eliminou. É duro dizer; duro e ingênuo, um pouco à La Palisse; mas é verdade. Quando um grande poeta deste século perdeu a filha, confessou, em versos doloridos, que a criação era uma roda que não podia andar sem esmagar alguém. Por que negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veículos? Há terras onde as companhias indenizam as vítimas dos desastres (ferimentos ou mortes) com avultadas quantias, tudo ordenado por lei. É justo; mas essas terras não têm, e deveriam ter, outra lei que obrigasse os feridos e as famílias dos mortos a indenizarem as companhias pela perturbação que os desastres trazem ao horário do serviço. Seria um equilíbrio de direitos e responsabilidades. Felizmente, como não temos a primeira lei, não precisamos da segunda, evamos morrendo com a única 12 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL despesa do enterro e o único lucro das orações. Obs.: Jacques de la Palice (ou de la Palisse): nobre e militar francês (1470- 1525); à La Palisse: à moda de truísmo. (COUTINHO, Afrânio. Obra completa. org. v. III. Rio de Janeiro: Nova Aguilar S.A, 1997, p. 553) Afirma-se com correção: a) Transpondo o discurso direto presente no texto para o indireto, e observando-se o contexto, uma formulação apropriada e condizente com a norma-padrão seria "O cronista indaga porque negaremos a mesma fatalidade aos nossos pobres veí culos". b) Na frase Se os dous anciãos que o bond elétrico atirou para a eternidade esta semana, houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, não teriam entestado com o progresso que os eliminou, a vírgula após a palavra semana quebra a unidade sintático-semântica do segmento. c) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o emprego do pronome destacado é motivado pelo mesmo fator que se nota em "Acato-lhes as críticas com humildade". d) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo indica que a ação, em sua eventualidade, seria simultânea à indicada pela forma verbal no modo indicativo. e) Em Se os dous anciãos [...] houvessem já feito por si mesmos o que lhes fez o bond, o verbo "haver" está corretamente flexionado, o mesmo ocorrendo com o verbo auxiliar presente em "Devem fazer uns dez dias que ele esteve aqui". Questão 7: VUNESP – CM Caieiras/2015 Cozinhar, uma antiga atividade humana 13 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Cozinhar é uma das mais antigas atividades humanas, surgida por volta de sete mil anos atrás, quando o homem adquiriu meios seguros de obter e dominar o fogo. Ao escolher a profissão de cozinheiro, é preciso saber que é uma carreira para a qual é preciso muito esforço, dedicação, aprendizagem, treino e, sobretudo, gostar do que se faz. Além disso, é preciso ser criativo, ter espírito de liderança, organização e capacidade de ensinar. Ao longo das últimas décadas, o cenário gastronômico no Brasil se transformou completamente. A mudança que serviu de mola propulsora foi a profissionalização do setor. Começou, timidamente, com a chegada de “chefs” estrangeiros, no começo dos anos 80, fortaleceu-se com a abertura das importações no começo dos anos 90 e consolidou-se com a fundação da ABAGA (Associação Brasileira da Alta Gastronomia), em 1995, cujo empenho, desde o início, voltou-se para a formação e a valorização do profissional da cozinha. (http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/maio/dia-do-cozinheiro.php. 24.11.2014. Adaptado) Assinale a alternativa em que a palavra destacada apresenta sentido de tempo. a) … fortaleceu-se com a abertura das importações… b) … ao escolher a profissão de cozinheiro… c) … é uma carreira para a qual é preciso muito esforço… d) … surgida por volta de sete mil anos atrás… e) … ter espírito de liderança… 14 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 8: VUNESP - CM Caieiras/2015 Cozinhar, uma antiga atividade humana Cozinhar é uma das mais antigas atividades humanas, surgida por volta de sete mil anos atrás, quando o homem adquiriu meios seguros de obter e dominar o fogo. Ao escolher a profissão de cozinheiro, é preciso saber que é uma carreira para a qual é preciso muito esforço, dedicação, aprendizagem, treino e, sobretudo, gostar do que se faz. Além disso, é preciso ser criativo, ter espírito de liderança, organização e capacidade de ensinar. Ao longo das últimas décadas, o cenário gastronômico no Brasil se transformou completamente. A mudança que serviu de mola propulsora foi a profissionalização do setor. Começou, timidamente, com a chegada de “chefs” estrangeiros, no começo dos anos 80, fortaleceu-se com a abertura das importações no começo dos anos 90 e consolidou-se com a fundação da ABAGA (Associação Brasileira da Alta Gastronomia), em 1995, cujo empenho, desde o início, voltou-se para a formação e a valorização do profissional da cozinha. (http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/maio/dia-do-cozinheiro.php. 24.11.2014. Adaptado) Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está no tempo presente. a) … o homem adquiriu meios seguros de obter e dominar o fogo. b) A profissão de cozinheiro ainda será muito valorizada. c) … cada um tem o seu papel e sua importância… 15 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL d) A mudança que serviu de mola propulsora… e) … o cenário gastronômico no Brasil se transformou… Questão 9: VUNESP - CM Caieiras/2015 Mulher ao volante “Quando não venho de blusa rosa, os passageiros notam e reclamam”, disse orgulhosa Marta Ribeiro dos Passos, 34, exibindo as unhas da mesma cor, às 5h41, no terminal Vila Mariana. Quarenta minutos antes, ela afivelou o cinto de segurança, também rosa, engatou a primeira marcha no câmbio decorado e seguiu viagem ao volante do ônibus que sai da Lapa. Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada. A cor rosa é sua “marca registrada”, como define, e o percurso, seu favorito. “Amo meus passageiros. São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos”, diz ela, que troca cumprimentos com os mais chegados. Motorista de ônibus há sete anos, Marta concluiu que as mulheres na direção são uma segurança para a população. Por dois motivos: dirigem com uma “perfeição maior” e pilotam por gosto, não por obrigação. “Não me vejo fazendo outra coisa”, diz. Quando não está no trabalho, Marta acelera na sua moto 125 cilindradas, uma potência módica que ela pretende em breve dobrar. “Descarrego toda a minha adrenalina nela.” Ao cruzar a avenida Paulista, ela comenta: “Aqui a gente vê de tudo. Sou toda rosa, mas adoro esse pessoal que anda de preto. Acho interessantes essas 16 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL várias tribos. Não quero ser a melhor. Só quero fazer a diferença”, completa. (André Lobato. Revista São Paulo, 15 a 20/05/2011. Adaptado) Considere os trechos do texto: Uma cortina de borboleta deixava a cabine ainda mais personalizada. (2o parágrafo) “São sempre as mesmas pessoas, nos mesmos pontos”, diz ela, que troca cumprimentos com os mais chegados. (3o parágrafo) Os termos destacados são advérbios de a) intensidade, pois enfatizam a ideia expressa pelos termos a que estão associados. b) intensidade, pois caracterizam a entrevistada como uma mulher ousada. c) afirmação, pois garantem a clareza e a objetividade das informações presentes no texto. d) modo, pois ressaltam a seriedade com que Marta executa seu trabalho. e) modo, pois revelam que a motorista, às vezes, age com displicência. Questão 10: VUNESP - CM Caieiras/2015 A frase cujas formas verbais estão em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa é: a) Os candidatos que se comprometiveram com a pesquisa, de um modo geral, não eram nem sortudos nem azarados. b) A quantidade das fotos que comporam o experimento não se mostrou tão relevante para o resultado do estudo. 17 BR CONCURSOAPOSTILA DIGITAL c) Alguns candidatos não se ateram ao número das fotos que estava grafado em uma das páginas do jornal. d) Muitos voluntários se dispuseram a participar da pesquisa, empenhando- se em cumprir suas tarefas. e) Vários participantes se manteram concentrados nas fotos do jornal, ignorando um dado importante. GABARITO 1) B 2) B 3) D 4) Certo 5) D 6) B 7) D8) C 9) A 10) D 18 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 11: FCC - TRE RR/2015 Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão. Escola de bem-te-vis Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus − o que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...” Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão conversando. O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o próprio nome, decerto sem saber que assim se chama. [...] Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos − ah! principalmente os gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem- te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para as três sílabas. (MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96) 19 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL (nem creio que venha a ter) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o sublinhado acima está em: a) ... que existam pássaros ... b) ... que ele entendia ... c) ... o que lhes ensinam ... d) ... que assim se chama. e) ... que uns dizem com voz rouca ... Questão 12: CESGRANRIO - BB/2015 Cartilha orienta consumidor Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas pelas duas entidades O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ. Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do 20 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ. “A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL- Rio, Aldo Gonçalves. Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca. “O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para seus fornecedores. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado. No trecho “Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! - Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC)” , são palavras de classes gramaticais diferentes a) vendas e compras b) prático e principais c) publicação e pontos d) direitos e lojistas e) deveres e destaca 21 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 13: FCC -CNMP/2015 Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. O sino d e ouro [...] − mas me contaram em Goiás, nessa povoação de poucas almas, as casas são pobres e os homens pobres, e muitos são parados e doentes e indolentes, e mesmo a igreja é pequena, me contaram que ali tem − coisa bela e espantosa − um grande sino de ouro. Lembrança de antigo esplendor, gesto de gratidão, dádiva ao Senhor de um grã-senhor − nem Chartres, nem Colônia, nem S. Pedro ou Ruão, nenhuma catedral imensa com seus enormes carrilhões tem nada capaz de um som tão lindo e puro como esse sino de ouro, de ouro catado e fundido na própria terra goiana nos tempos de antigamente. É apenas um sino, mas é de ouro. De tarde seu som vai voando em ondas mansas sobre as matas e os cerrados, e as veredas de buritis, e a melancolia do chapadão, e chega ao distante e deserto carrascal, e avança em ondas mansas sobre os campos imensos, o som do sino de ouro. E a cada um daqueles homens pobres ele dá cada dia sua ração de alegria. Eles sabem que de todos os ruídos e sons que fogem do mundo em procura de Deus − gemidos, gritos, blasfêmias, batuques, sinos, orações, e o murmúrio temeroso e agônico das grandes cidades que esperam a explosão atômica e no seu próprio ventre negro parecem conter o germe de todas as explosões − eles sabem que Deus, com especial delícia e alegria, ouve o som alegre do sino de ouro perdido no fundo do sertão. E então é como se cada homem, o mais pobre, o mais doente e humilde, o mais mesquinho e triste, tivesse dentro da alma um pequeno sino de ouro. [...] Mas quem me contou foi um homem velho que esteve lá; contou dizendo: “eles têm um sino de ouro e acham que vivem disso, não se importam com mais nada, nem querem mais trabalhar; fazem apenas o essencial para comer e continuar a viver, pois acham maravilhoso ter um sino de ouro”. 22 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL O homem velho me contou isso com espanto e desprezo. Mas eu contei a uma criança e nos seus olhos se lia seu pensamento: que a coisa mais bonita do mundo deve ser ouvir um sino de ouro. Com certeza é esta mesma a opinião de Deus, pois ainda que Deus não exista ele só pode ter a mesma opinião de uma criança. Pois cada um de nós quando criança tem dentro da alma seu sino de ouro que depois, por nossa culpa e miséria e pecado e corrução*, vai virando ferro e chumbo, vai virando pedra e terra, e lamae podridão. *corrução = corrupção (regionalismo) (Adaptado de: BRAGA, Rubem. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: Global, 1999, 10 ed. p. 131-132) ... que ali tem um grande sino de ouro ... eles têm um sino de ouro O par que se caracteriza pelos mesmos tempo, modo e pessoas em que se encontram os verbos sublinhados acima é: a) se lia seu pensamento se liam suas ideias b) cada um deles fez apenas o essencial fazem apenas o essencial c) eles sabem que Deus ... se eles soubessem que Deus ... d) o lugarejo é pobre as casas são pobres e) O homem velho me contou isso Os habitantes me contaram isso 23 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 14: CESGRANRIO - BB/2015 Cartilha orienta consumidor Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas pelas duas entidades O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ. Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ. “A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como base a ética, a qualidade dos produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL- Rio, Aldo Gonçalves. Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca. “O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para 24 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL os lojistas, mas também para seus fornecedores. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado. O emprego do verbo destacado no trecho “‘queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas’” contribui para indicar uma pretensão do presidente do Sindicato dos Lojistas, que começa no presente e se estende no futuro. Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicasse uma pretensão que começasse no passado e se estendesse no tempo, o verbo adequado seria o que se destaca em: a) quisemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas. b) quisermos contribuir para o crescimento sustentável das empresas. c) quiséssemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas. d) quereremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas. e) quisera poder contribuir para o crescimento sustentável das empresas. Questão 15: VUNESP - SAP SP/2015 Leia o texto para responder à questão. No Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) Campo Limpo, não se registram advertências aos estudantes nem há período de recuperação. Alunos com dificuldades nos colégios da região enxergam ali a possibilidade de um recomeço. “Outros colégios desistem de alguns alunos tidos como problemáticos e os encaminham para um centro de ensino de jovens e adultos”, explica a coordenadora da escola, Cristina Sá. 25 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Todos os 14 Ciejas de São Paulo reservam um dia para os professores fazerem planejamento. Êda, a diretora do Cieja Campo Limpo, usa as sextas- feiras para discutir casos específicos dos alunos e para formar os educadores na filosofia da escola. Neste dia, não há aula. “É um trabalho de formiguinha”, diz a diretora. Vários professores não se adaptaram e pediram transferência. “Tem gente que não acredita em um ensino que não impõe autoridade. Nós acreditamos”, afirma Cristina. Num dos dias em que a Folha visitou a escola, um morador da mesma rua apareceu em frente à entrada, com um carrinho de sucata com o pneu furado, perguntando: “Cadê a dona Êda? Preciso de ajuda para arrumar meu pneu”. A naturalidade do pedido mostra como a integração com a comunidade funciona. (http://arte.folha.uol.com.br. 30.11.2014. Adaptado) Considere o trecho – “Tem gente que não acredita em um ensino que não impõe autoridade. Nós acreditamos…” – (segundo parágrafo), para responder à questão. Assinale a alternativa em que o trecho está corretamente reescrito, com todos os verbos no tempo passado. a) Tem gente que não acreditava em um ensino que não impunha autoridade. Nós acreditamos. b) Terá gente que não acreditasse em um ensino que não impusera autoridade. Nós acreditáramos. c) Tinha gente que não acreditava em um ensino que não impusesse autoridade. Nós acreditávamos. d) Teve gente que não acreditou em um ensino que não impõe autoridade. Nós acreditamos. 26 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL e) Teria gente que não acreditaria em um ensino que não imporá autoridade. Nós acreditaremos. Questão 16: FCC - TRT 15/2015 Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância. A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro. Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na palavra portuguesa. A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração 27 BR CONCURSOAPOSTILA DIGITAL envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação. Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação. (Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial do Estado, 1959, p. 25-27) Embora M. Rodrigues Lapa [...] empregue esse termo como “ânsia do infinito”... (1º parágrafo) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está empregado em: a) ... que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. (3º parágrafo) b) ... e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. (1º parágrafo) c) ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores... (2º parágrafo) d) ... que relembra os tempos idos... (4º parágrafo) e) ... ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência... (4º parágrafo) Questão 17: FCC - SEFAZ PI/2015 Instrução: A questão refere-se ao texto seguinte. Filosofia de borracharia 28 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu, aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho. − Camminando si sgonfia* − explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia. O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato. Dali saímos − éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar. Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma. * Camminando si sgonfia = andando se esvazia. Sgonfiato é vazio; sgonfiati é a forma plural. 29 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-86) Se numa transformação da frase O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora atribuirmos aos termos sublinhados a função de sujeito, as formas verbais que lhes correspondem deverão ser, na ordem dada: a) havia coçado − tinha proferido b) coçara − proferira c) tinha coçado − teria proferido d) estava sendo coçada − tinha sido proferida e) foi coçada − foi proferida Questão 18: FCC - TCM-GO/2015 Prazer sem humilhação O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para humilhar ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém. Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém”, entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as 30 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL músicas de que gostamos? Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é bom porque vende”? Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém. (João Cláudio Figueira, inédito) Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardeavam o insuportável som instalado nos carros, obtém-se a forma verbal a) era alardeado. b) tinha sido alardeado. c) têm alardeado. 31 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL d) eram alardeados. e) fora alardeado. Questão 19: FCC - CNMP/2015 Atenção: Para responder à questão considere o texto abaixo. Falsificações na internet Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, por exemplo, jamais escreveriam banalidades recheadas de lugares comuns, em linguagem capenga e estilo indefinido. Mas fica a pergunta: o que motiva essas falsificações grosseiras de artistas da palavra e da imaginação? São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões. Os leitores incautosmordem a isca e parabenizam o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”. Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões éticas, morais, estéticas e legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em nome de outra, inteiramente postiça. Enganarse a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si. Os grandes atores, 32 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL apoiando-se no talento que lhes é próprio, enobrecem esse desejo tão humano de desdobramento da personalidade e o legitimam artisticamente no palco ou nas telas; os escritores criam personagens com luz própria, que se tornam por vezes mais famosos que seus criadores (caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama. Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se aceita e não se estima. (Terêncio Cristobal, inédito) Muita gente nos engana valendo-se das páginas da internet. A transposição da frase acima para a voz passiva implicará a) a utilização da forma verbal enganam-nos. b) em que o sujeito de valendo-se passe a ser internet. c) em que o sujeito de enganar passe a ser nós. d) a utilização de muita gente como sujeito. e) a utilização de áginas da internet como sujeito. Questão 20: FCC - MANAUSPREV/2015 33 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Atenção: O texto abaixo refere-se à questão. Na margem esquerda do rio Amazonas, entre Manaus e Itacoatiara, foram encontrados vestígios de inúmeros sítios indígenas pré-históricos. O que muitos de nós não sabemos é que ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia e um povo, também desconhecido, que teria vivido por aquelas paragens, ainda hoje não totalmente desbravadas. Em 1870, o explorador João Barbosa Rodrigues descobriu uma grande necrópole indígena contendo vasta gama de peças em cerâmica de incrível perfeição; teria sido construída por uma civilização até então desconhecida em nosso país. Utilizando a língua dos índios da região, ele denominou o sítio de Miracanguera. A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente por uma vasilha de cerâmica, propriedade de um viajante. Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço, residente na Vila do Serpa (atual Itacoatiara), que dispunha de diversas peças, as quais teria recolhido na Várzea de Matari. Barbosa Rodrigues suspeitou que poderia se tratar de um sítio arqueológico de uma cultura totalmente diferente das já identificadas na Amazônia. Em seu interior as vasilhas continham ossos calcinados, demonstrando que a maioria dos mortos tinham sido incinerados. De fato, a maior parte dos despojos dos miracangueras era composta de cinzas. Além das vasilhas mortuárias, o pesquisador encontrou diversas tigelas e pratos utilitários, todos de formas elegantes e cobertos por uma fina camada de barro branco, que os arqueólogos denominam de “engobe”, tão perfeito que dava ao conjunto a aparência de porcelana. Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturas em preto e vermelho. Outro detalhe que surpreendeu o pesquisador foi a variedade de formas existentes nos sítios onde escavou, destacando-se certas vasilhas em forma de taças de pés altos, as quais lembram congêneres da Grécia Clássica. Havia peças mais elaboradas, certamente para pessoas de posição elevada dentro do grupo. A cerâmica do sítio de Miracanguera recebia um banho de tabatinga (tipo de argila com material orgânico) e eventualmente uma 34 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL pintura com motivos geométricos, além da decoração plástica que destacava detalhes específicos, tais como seres humanos sentados e com as pernas representadas. João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. Em 1925, o famoso antropólogo Kurt Nimuendaju tentou encontrar Miracanguera, mas a ilha já tinha sido tragada pelas águas do rio Amazonas. Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia, inclusive no Equador, Peru e Guiana Francesa, no final dos anos de 1940. Como não conseguiram achar Miracanguera, “decidiram” que a descoberta do brasileiro tinha sido “apenas uma subtradição de agricultores andinos”. Porém, nos anos de 1960, outro americano lançou nova interpretação para aquela cultura, concluindo que o grupo indígena dos miracangueras não era originário da região, como já dizia Barbosa Rodrigues. Trata-se de um mistério relativo a uma civilização perdida que talvez não seja solucionado nas próximas décadas. Em pleno século 21, a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente” para as autoridades culturais do Brasil e do mundo. (Adaptado de: Museu Nacional do Rio de Janeiro. Disponível em: https://saemuseunacional.wordpress.com. SILVA, Carlos Augusto da. A dinâmica do uso da terra nos locais onde há sítios arqueológicos: o caso da comunidade Cai N’água, Maniquiri-AM / (Dissertação de Mestrado) – UFAM, 2010) Caso o segmento Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... seja transposto para a voz passiva, a forma verbal resultante será: a) tinham vasculhado b) foram vasculhadas c) vasculhavam-se d) eram vasculhadas 35 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL e) foram vasculhando GABARITO 11) A 12) E 13) D 14) A15) C 16) C 17) E 18) A 19) C 20) B 36 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Questão 21: FUNIVERSA - SPTC GO/2015 Texto para responder à questão. A utilização de técnicas específicas voltadas para a elucidação de crimes e para o indiciamento de criminosos remonta a épocas pré-científicas. Um exemplo(a) do uso da habilidade e imaginação individual relacionado(a) à resolução de crimes pode ser vislumbrado em Daniel: no século VI a.C., Daniel, com grande perícia, foi capaz de provar ao rei da Babilônia, Ciro, o Persa, que as oferendas prestadas ao ídolo Bel eram, na verdade, consumidas pelos sacerdotes e seus familiares(b); para tanto, Daniel fez que espalhassem(b) cinzas por todo o piso do templo, onde eram colocadas diariamente oferendas; no dia posterior, verificaram que, apesar de a porta continuar lacrada, pegadas compatíveis com a dos sacerdotes eram observadas no chão e que as oferendas haviam(c)sido consumidas. Já no século III a.C., há a clássica história do Princípio de Arquimedes. Conta Vitrúvio que o rei Hierão de Siracusa mandou fazer uma coroa de ouro. Entretanto, quando a coroa foi entregue, o rei suspeitou que o ouro fora trocado por prata. Para solucionar tal dúvida, o rei pediu que Arquimedes investigasse o fato. Arquimedes pegou uma vasilha com água e, mergulhando pedaços de ouro e prata do mesmo peso da coroa, verificou que o ouro não fazia a água subir tanto quanto a prata(d). Por fim, inseriu a coroa, que, por sua vez, elevou o nível da água até a altura intermediária, tendo constatado então que a coroa havia sido feita com uma mistura de ouro e prata. Assim, desvendou-se a fraude e desmascarou-se o artesão. Outro caso que ilustra a fase pré-científica da criminalística é encontrado em informes da antiga Roma descritos por Tácito: Plantius Silvanus, sob suspeita de ter jogado sua mulher, Aprônia, de uma janela, foi levado à presença de César, que, por sua vez, foi examinar(e) o quarto do suposto local do evento e encontrou sinais certos de violência. O relato deixa claro que, desde a Antiguidade, foram desenvolvidos técnicas e exames com o intuito de solucionar crimes. Rodrigo Grazinoli Garrido e Alexandre Giovanelli. Criminalística: origem, 37 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL evolução e descaminhos. In: Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, n.º 5/6, Vitória da Conquista: Bahia, 2009 (com adaptações). No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, assinale a alternativa correta. a) O vocábulo “relacionado” foi empregado no masculino singular para concordar com “Um exemplo”. b) O sujeito de “espalhassem”, que está elíptico, refere-se a “sacerdotes e seus familiares”. c) A forma verbal “haviam” é, na oração em que ocorre, um verbo auxiliar que participa na formação de um tempo composto. d) Logo após o termo “a prata”, em “verificou que o ouro não fazia a água subir tanto quanto a prata”, subentende-se a elipse do verbo subir. e) A perífrase verbal “foi examinar” expressa uma ideia de continuidade da ação verbal. Questão 22: CESPE - MPU/2015 O surgimento da Internet remonta à década de 60 do século passado, em um projeto do governo norte-americano no combate à guerra, pelo qual as comunicações intragovernamentais passaram a ser internalizadas, para evitar a publicação de dados relevantes à segurança nacional. Posteriormente, na década de 70, foi criado o protocolo Internet, que permitiu a comunicação entre os seus poucos usuários até então, uma vez que ela ainda estava restrita aos centros de pesquisa dos Estados Unidos da América. 38 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Na década de 80, foi ampliado o uso da Internet para a forma comercial e, finalmente, na década de 90, a Internet alcançou o seu auge, pois atingiu praticamente todos os meios de comunicação. O histórico dos crimes cibernéticos, por sua vez, remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que, dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais. Artur Barbosa da Silveira. Os crimes cibernéticos e a Lei n.o 12.737/2012. In: Internet: <www.conteudojuridico.com.br> (com adaptações). Julgue o item que se segue, acerca das ideias, das estruturas linguísticas e da tipologia do texto. A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” é de natureza restritiva. Certo Errado Questão 23: FCC -MANAUSPREV/2015 Atenção: O texto abaixo refere-se à questão. Na margem esquerda do rio Amazonas, entre Manaus e Itacoatiara, foram encontrados vestígios de inúmeros sítios indígenas pré-históricos. O que muitos de nós não sabemos é que ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia e um povo, também desconhecido, que teria vivido por aquelas paragens, ainda hoje não totalmente desbravadas. Em 1870, o explorador João Barbosa Rodrigues descobriu uma grande necrópole indígena contendo vasta gama de peças em cerâmica de incrível perfeição; teria sido construída por uma civilização até então desconhecida em nosso país. Utilizando a língua dos índios da região, ele denominou o 39 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL sítio de Miracanguera. A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente por uma vasilha de cerâmica, propriedade de um viajante. Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço, residente na Vila do Serpa (atual Itacoatiara), que dispunha de diversas peças, as quais teria recolhido na Várzea de Matari. Barbosa Rodrigues suspeitou que poderia se tratar de um sítio arqueológico de uma cultura totalmente diferente das já identificadas na Amazônia. Em seu interior as vasilhas continham ossos calcinados, demonstrando que a maioria dos mortos tinham sido incinerados. De fato, a maior parte dos despojos dos miracangueras era composta de cinzas. Além das vasilhas mortuárias, o pesquisador encontrou diversas tigelas e pratos utilitários, todos de formas elegantes e cobertos por uma fina camada de barro branco, que os arqueólogos denominam de “engobe”, tão perfeito que dava ao conjunto a aparência de porcelana. Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturas em preto e vermelho. Outro detalhe que surpreendeu o pesquisador foi a variedade de formas existentes nos sítios onde escavou, destacando-se certas vasilhas em forma de taças de pés altos, as quais lembram congêneres da Grécia Clássica. Havia peças mais elaboradas, certamente para pessoas de posição elevada dentro do grupo. A cerâmica do sítio de Miracanguera recebia um banho de tabatinga (tipo de argila com material orgânico) e eventualmente uma pintura com motivos geométricos, além da decoração plástica que destacava detalhes específicos, tais como seres humanos sentados e com as pernas representadas. João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. Em 1925, o famoso antropólogo Kurt Nimuendaju tentou encontrar Miracanguera, mas a ilha já tinha sido tragada pelas águas do rio Amazonas. Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia, inclusive no Equador, Peru e Guiana Francesa, no final dos anos de 1940. Como não conseguiram achar Miracanguera, “decidiram” que a descoberta do brasileiro tinha sido “apenas uma subtradição de agricultores andinos”. 40 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL Porém, nos anos de 1960, outro americano lançou nova interpretação para aquela cultura, concluindo que o grupo indígena dos miracangueras não era originário da região, como já dizia Barbosa Rodrigues. Trata-se de um mistério relativo a uma civilização perdida que talvez não seja solucionado nas próximas décadas. Em pleno século 21, a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente” para as autoridades culturais do Brasil e do mundo. (Adaptado de: Museu Nacional do Rio de Janeiro. Disponível em: https://saemuseunacional.wordpress.com. SILVA, Carlos Augusto da. A dinâmica do uso da terra nos locais onde há sítios arqueológicos: o caso da comunidade Cai N’água, Maniquiri-AM / (Dissertação de Mestrado) – UFAM, 2010) Encontra-se o mesmo tipo de complemento que o sublinhado no segmento Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... (5º parágrafo) em: a) Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturasem preto e vermelho. b) ... que dispunha de diversas peças... c) ... ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia... d) João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. e) ...a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente”... Questão 24: FCC - MANAUSPREV/2015 Atenção: O texto abaixo refere-se à questão. O primeiro... problema que as árvores parecem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que falassem, como falam os animais, como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as pedras reservam-se 41 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo. Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo. Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se desenvolve. O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escrever: "Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos, hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das coisas naturais". Renunciamos assim às árvores, ou nos permitimos fabricá-las à feição dos 42 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL nossos sonhos, que elas, polidamente, se permitem ignorar. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. "A árvore e o homem", em Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8) No segmento ...hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente..., a oração sublinhada complementa o sentido de um a) substantivo, e pode ser substituída por um verbo. b) verbo, e pode ser substituída por outro verbo. c) substantivo, e pode ser substituída por um adjetivo. d) verbo, e pode ser substituída por um substantivo. e) verbo, e pode ser substituída por um adjetivo. Questão 25: FCC - MANAUSPREV/2015 Atenção: O texto abaixo refere-se à questão. O primeiro... problema que as árvores parecem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que falassem, como falam os animais, como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo. Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, consideramo-lo um 43 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL elemento da paisagem, e pintamo-lo. Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se desenvolve. O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escrever: "Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos, hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das coisas naturais". Renunciamos assim às árvores, ou nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que elas, polidamente, se permitem ignorar. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. "A árvore e o homem", em Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8) Desempenha a mesma função que o segmento através da tragédia clássica (2º parágrafo), o que está sublinhado em: a) ...certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. b) ...e dá a tudo isso o título... 44 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL c) O que será talvez um traço da arte moderna... d) Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede... e) ...o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore... Questão 26: FCC -SEFAZ PI/2015 Atenção: Para responder à questão, considere o texto que segue. A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época − digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) − conheciam somente pedaços do mundo habitado. (Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudoera e sempre seria eternamente desconhecido.) A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente, as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que corriam 45 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL por suas regiões. Fora de algumas áreas − em vários continentes elas não passavam de alguns quilômetros terra a dentro, a partir da costa − o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram. (HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24) (Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido.) Considerado o acima transcrito, em seu contexto, afirma-se com correção: a) Se a formulação reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra fosse substituída por "no caso de se reduzirem a minúsculos segmentos da terra", a fidelidade à ideia original estaria mantida. b) A frase introduzida pelo conector onde está gramaticalmente correta, assim como está correta a seguinte frase em que ele aparece: "Sua explanação foi clara, é onde se conclui que não haverá brecha para dúvidas". c) Em os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma, constitui equívoco o emprego simultâneo de um artigo definido no plural e um no singular, visto que não se pode atribuir a este último um sentido genérico, como se tem no primeiro. d) Tanto é legítimo entender que o autor, transportando-se para a década de 1780, emprega a forma verbal era para descrever o que então era presente, 46 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL quanto que a forma verbal era designa fato passado concebido como durativo. e) A forma verbal seria foi empregada para expressar uma realidade possível, mas considerada pelo autor como pouco provável. Questão 27: FCC - SEFAZ PI/2015 Atenção: Para responder à questão, considere o texto que segue. A primeira coisa a observar sobre o mundo na década de 1780 é que ele era ao mesmo tempo menor e muito maior que o nosso. Era menor geograficamente, porque até mesmo os homens mais instruídos e bem informados da época − digamos, um homem como o cientista e viajante Alexander von Humboldt (1769-1859) − conheciam somente pedaços do mundo habitado. (Os mundos "conhecidos" de comunidades menos evoluídas e expansionistas do que a Europa Ocidental eram obviamente ainda menores, reduzindo-se a minúsculos segmentos da terra onde os analfabetos camponeses sicilianos ou o agricultor das montanhas de Burma viviam suas vidas, e para além dos quais tudo era e sempre seria eternamente desconhecido.) A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Os principais contornos dos continentes e da maioria das ilhas eram conhecidos, embora pelos padrões modernos não muito corretamente. O tamanho e a altura das cadeias das montanhas da Europa eram conhecidos com alguma precisão, as localizadas em partes da América Latina o eram muito grosseiramente, as da Ásia, quase totalmente desconhecidas, e as da África (com exceção dos montes Atlas), totalmente desconhecidas para fins práticos. Com exceção dos da China e da Índia, o curso dos grandes rios do mundo era um mistério para todos a não ser para alguns poucos caçadores, comerciantes ou andarilhos, que tinham ou podem ter tido conhecimento dos que corriam por suas regiões. Fora de algumas áreas − em vários continentes elas não 47 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL passavam de alguns quilômetros terra a dentro, a partir da costa − o mapa do mundo consistia de espaços brancos cruzados pelas trilhas demarcadas por negociantes ou exploradores. Não fosse pelas informações descuidadas de segunda ou terceira mão colhidas por viajantes ou funcionários em postos remotos, estes espaços brancos teriam sido bem mais vastos do que de fato o eram. (HOBSBAWM, Eric J. O mundo na década de 1780. In: A era das revoluções: Europa 1789-1848, tradução de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007, p. 23-24) A maior parte da superfície dos oceanos, mas não toda, de forma alguma, já tinha sido explorada e mapeada graças à notável competência dos navegadores do século XVIII como James Cook, embora os conhecimentos humanos sobre o fundo do mar tenham permanecido insignificantes até a metade do século XX. Na frase acima, a) a conjunção mas, mais do que introduzir uma contraposição, indica uma eliminação da ideia expressa anteriormente. b) o segmento já tinha sido explorada e mapeada expressa ações realizadas anteriormente ao tempo tomado como parâmetro, a época de que trata o texto, a década de 1780. c) o emprego do sinal indicativo da crase está condizente com a gramática normativa, assim como ocorre com o sinal presente na formulação "graças à notáveis e competentes navegadores do século XVIII". d) as unidades conectadas por meio da conjunção embora apresentam adequada correlação verbal; redação que equivale semanticamente à original, iniciada por Os conhecimentos humanos, estaria também adequada com a presença das formas "permaneceriam" e "já fosse explorada e mapeada". 48 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL e) a palavra insignificantes apresenta prefixo de igual natureza e sentido do notado em "ingerir". Questão 28: FCC - SEFAZ PI/2015 Está redigida de maneira clara e em concordância com as orientações da gramática normativa a seguinte frase: a) Acentuando com franqueza a mudança que empreendeu, daquela existência solitária e pacata para um modo de vida mais social e dinâmico, obteve o apoio de que necessitava para ir em frente. b) Todos quiseram saber o por quê de seu repentino pedido de demissão, que acabou por espoliar o projeto, que vinha sendo
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