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Educação no Brasil após os anos 1960

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Disciplina: História da Educação
Aula 9: Educação contemporânea III – Brasil República após os anos 1960
Apresentação
Nesta aula, constataremos que a partir dos anos 1960 a Educação enfrentou as turbulências das mudanças de sistema político
quando os Militares assumiram o governo. Neste período, a Educação Moral e Cívica ganhou destaque acompanhada da
Organização Social e Política OSPB no ensino do antigo 2ª Grau.
A Educação Tecnicista era o pano de fundo. Também foi criado o MOBRAL, o Movimento Brasileiro de Alfabetização e a reforma
universitária, substituindo-se o sistema de cátedras pelo de departamentos ou institutos, além de ocorrer o desmembramento
das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL).
Uma nova Lei de Educação foi aprovada trazendo mudanças ao ensino fundamental e ao ensino médio integrando o ensino
primário, ginásio, secundário e técnico. Houve mudanças também na grade de disciplinas e aglutinação de outras. Mudanças
também ocorreram na formação de Professores, no vestibular e quanto a não obrigatoriedade do Ensino Médio. Em 1988, com a
aprovação da Nova Constituição do Brasil, a Educação passou a configurar com ênfase no cenário nacional, anunciando a criação
da Nova Lei de Diretrizes e Bases, que somente aconteceu em 1996.
Objetivos
Identificar os fatos, referentes à Educação, a partir da década de 1960 até a LDB n°9394/96;
Analisar as várias reformas ocorridas na organização da Educação brasileira durante o Regime Milita;
Reconhecer a Constituição de 1988 como promotora de muitos avanços na Educação brasileira.
A Educação contemporânea
1961
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n°4024/61) foi publicada em 20 de
dezembro de 1961 pelo Presidente João Goulart, quase trinta anos após ser prevista pela Constituição de 1934. Foi a
primeira na História da Educação brasileira que se abrangia todos os níveis do ensino no país.
O primeiro projeto de lei foi encaminhado pelo poder executivo ao legislativo em 1948. Foram, então, necessários treze
anos de debate até o texto final.
Houve um grande movimento favorável à educação popular, à alfabetização de jovens e de adultos, ao ensino técnico-
profissionalizante, que passou a ter equivalência ao curso secundário.
 Presidente João Goulart. Disponível em: Wikipedia
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Goulart#/media/File:Jango.jpg>
. Acesso em: 13 set. 2018.
Veja as inovações trazidas pela Lei n°4024/61:
01
Dá mais autonomia aos órgãos estaduais, diminuindo a centralização do poder no MEC (art. 10).
02
Regulamenta a existência dos Conselhos Estaduais de Educação e do Conselho Federal de Educação (art. 8 e 9).
03
Garante o empenho de 12% do orçamento da União e 20% dos municípios com a Educação (art. 92).
04
Dinheiro público não exclusivo às instituições de ensino públicas (art. 93 e 95).
05
Obrigatoriedade de matrícula nos quatro anos do ensino primário (art. 31).
06
Formação do professor para o ensino primário no ensino normal de grau ginasial ou colegial (art. 52 e 53).
07
Formação do professor para o ensino médio nos cursos de nível superior (art. 59).
08
Ano letivo de 180 dias (art. 72).
09
Ensino religioso facultativo (art. 97).
10
Permite o ensino experimental (art. 104).
Agora veja alguns detalhes importantes ainda sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961:
Um capítulo destinado à Orientação Educacional, fixando a formação de orientadores para os cursos primários e
secundários, porém com ênfase para o ensino médio.
É instituída a Orientação Educativa e Vocacional, em cooperação com a família, com a preocupação de ajustamento do
indivíduo ao ambiente da escola, do trabalho e à própria sociedade.
No tocante à formação do orientador, sua fundamentação baseava-se em conteúdos psicológicos como forma de
construção de uma prática voltada para uma ideologia liberal do desenvolvimento da individualidade e de aptidões.
O orientador ocupa papel central dentro do ambiente escolar para a aplicabilidade da diretriz educacional do país.
Permite a transferência de recursos públicos para as escolas particulares.
Prevê a Educação como um Direito de todos.
As campanhas educacionais
Na época, ainda houve três campanhas que ganharam destaque:
1
Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário.
2
Campanha de Aperfeiçoamento e expansão do Ensino Comercial.
3
Campanha de Erradicação do Analfabetismo.
A partir de 1964
Após o “Golpe Militar”, a reorganização da educação escolarizada foi uma das primeiras medidas de controle do novo
governo. Por meio de uma série intrincada de leis e atos burocráticos, o sistema de ensino foi conduzido aos padrões que
desembocaram no caos cultural.
Nas Faculdades e Universidades, os “Diretórios Acadêmicos” foram fechados. Nas escolas secundárias, os “Grêmios
Estudantis” foram transmutados em “centros cívicos”, que funcionavam sob a direção de alunos indicados pela direção.
Nos currículos, surgiram as disciplinas “Educação Moral e Cívica”, “Organização Social e Política do Brasil” (nas escolas de
1° e 2° Graus, na época) e “Estudo dos Problemas Brasileiros” (nos cursos superiores) em substituição a História do
Brasil, Filosofia e Sociologia.
As novas tendências pedagógicas implantadas são pautadas no tecnicismo, no neopositivismo e no modelo behaviorista
de psicologia.
 Fonte: Shuttersock
As tendências tradicionais e as ideias escolanovistas também permaneceram. Entram em cena os “testes” como, por
exemplo, os de medida do “coeficiente de inteligência”, cujo objetivo principal era o de “classificar as pessoas”.
Vale ressaltar a introdução dos estudos e ideias de Jean Piaget no Brasil, pelos esforços de Lauro de Oliveira Lima. De
fato ficou conhecido pela sua atuação política na Educação e pelo desenvolvimento do Método Psicogenético, estruturado
a partir da Epistemologia Genética de Jean Piaget.
Saiba mais
Leia o texto Lauro Oliveira Lima: rebelde quando a causa é a educação
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0069_04.html> .
Depois, assista ao vídeo raro do educador Lauro de Oliveira Lima sobre Epistemologia Genética de Jean
Piaget <https://www.youtube.com/watch?v=xL3Sf8d6boA> .
1968
Foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) pelo então Presidente Emílio Garrastazu Médici, no Regime
Militar.
 Um bilhete da Loteria Esportiva, de 1972, com propaganda do MOBRAL.
Disponível em: Wikipedia
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Brasileiro_de_Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o#/media/File:Loteria_E
. Acesso em: 13 set. 2018.
Leitura
O MOBRAL foi um órgão do governo instituído pelo decreto nº 62.455, de 22 de março de 1968, conforme
autorizado pela Lei n° 5.379, de 15 de dezembro de 1967.
Leia mais sobre o Mobral <galeria/aula9/anexo/mobral.pdf> .
Saiba mais
Ouça a Canção de Dom e Ravel, de 1979. Trata-se um hino de motivação para o Povo Brasileiro. Um chamado ao
civismo: Você Também é Responsável <https://www.youtube.com/watch?v=27tTVMeTI50> .
 Painel Paulo Freire no Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa Educacional (CEFORTEPE), da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, São Paulo.
Disponível em: Wikimedia <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Painel.Paulo.Freire.JPG> . Acesso em: 14 set. 2018.
Paulo Freire
Como vimos na explicação de Arlindo Lopes Correia, o MOBRAL se fundamentava na metodologia de alfabetização de
Paulo Freire no sentido técnico do termo, mas se distanciava na dimensão da formação da consciência crítica-cidadã. Ao
julgar a realidade, é preciso usar uma “lente” que possa compreender, em seu tempo histórico, cada situação.
O educador Paulo Freire, ao longo de sua vida educadora, divulgou e incentivou a transformação social, anunciando que
a Educação é o caminho possível para tal. Como indica o autor, em Pedagogia da Autonomia:
[...]quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se ao ser
formado
FREIRE, 2002, p.25.
No pensamento Freiriano, somente pode se pretender transformadora uma Educação que está transformando. Essa
transformação, no entanto, deve acontecer no convívio social, na vida da comunidade.
Saiba mais
As culturas locais e seus valores devem ser ponto de partida para o aprendizado. Todas as comunidades de vida do
sujeito devem ser levadas em conta, pois são suas pequenas polis e que devem basear-se na solidariedade entre
seus componentes.
Professores e alunos, educandos e educadores devem interagir com o conhecimento e aprenderem juntos. Nesse
sentido, o diálogo ganha força como proposta de interação e recriação, respondendo a lógica da determinação com
o poder transformador.
Para Freire, o diálogo é uma exigência existencial, pois, é o encontro dos que se solidarizam para refletir sobre o seu
próprio agir, seus desejos de deliberações e construções de novas determinações. Por isso, o diálogo é um ato de
criação.
Educação Dialógica x Educação Bancária
A Educação Dialógica se contrapõe à Educação Bancária. Na lógica da Educação Bancária, quanto mais conteúdo for
transmitido, melhor o educador. Quanto mais passivos frente à transmissão, melhor são os alunos.
Em suma, na concepção “bancária” da Educação, os alunos recebem pacientemente e passivamente pela lógica da
explicação os conteúdos. Esses devem ser memorizados e repetidos.
Nesse sentido, a Escola acaba sendo o espaço que perpetua a lógica da subordinação e do determinismo assassinando a
possibilidade da Educação Escolar ser Criadora.
Freire, no trecho que segue, explicita a questão:
Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos
que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da
ideologia da opressão a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de
alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro. O educador,
que aliena a ignorância, se mantém em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que
sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições
nega a educação e o conhecimento como processos de busca.
Freire, 1987, p 33-34.
A Educação na Constituição de 1988
É apresentada no Título VIII, que trata da Ordem Social, no Capítulo III, intitulado “Da Educação, da Cultura e do
Desporto”, especificado na Seção I, chamada “Da Educação”, que se dispõe em dez artigos, entre o 205 e o 214.
No primeiro artigo, a Carta Constitucional estabelece a Educação como direito de todos e dever do Estado e da família. É
interessante notar como o dever do Estado precede o da família, o que realmente demonstra a importância do poder
público em garantir ensino para a população como se pode ver abaixo:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Os princípios do ensino foram especificados no artigo 206, e podemos destacar:
1
A garantia de igualdade de acesso e permanência à escola.
2
Liberdade de ensinar e aprender.
3
Gratuidade nas escolas públicas.
4
Gestão democrática nas escolas da rede pública.
5
Valorização dos profissionais da Educação, que inclui plano de carreira e piso salarial para o magistério.
Já o artigo 208 especifica a obrigatoriedade e gratuidade do ensino fundamental como ação complementar ao dever do
Estado, estendendo a todos aqueles não tiveram oportunidade de estudar na infância.
Percebe-se, aqui, a preocupação do poder público em garantir a escolaridade mínima para a população.
Art. 208 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para
todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (...).
As principais reformas do período militar
A Lei n°5540/68 (Lei da Reforma Universitária) 
Veja as transformações na organização das universidades do Brasil, com a Lei n°5540
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540compilada.htm> , de 28 de novembro de 1968:
01
Possibilitou o aumento das matrículas em instituições de ensino superior, principalmente em estabelecimentos de
iniciativa privada.
02
Permitiu o prolongamento da interferência dos ideais “revolucionários” na educação superior.
03
Declarou a autonomia econômica e didático-científica das universidades públicas, estabelecendo a escolha dos Reitores
pelo Presidente da República.
04
Desmobilizou o magistério por meio de abundante e confusa legislação.
05
Houve maior interação ensino-pesquisa, a criação da monitoria, o aumento de programas de extensão, atividades
desportivas, culturais e cívicas, que viabilizassem a “ocupação” do corpo discente.
06
Visou fundamentalmente a modernização e a expansão das instituições públicas, destacadamente das universidades
federais.
07
Instituiu a dedicação exclusiva dos docentes.
08
Institucionalizou a carreira acadêmica, já que a legislação pertinente acoplou o ingresso e a progressão docente à
titulação acadêmica.
09
Institucionalizou o ensino profissionalizante.
10
Desmembrou as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras.
11
Valorizou o tecnicismo pedagógico.
12
Criou a unificação das unidades acadêmicas, abolindo as cátedras vitalícias e trazendo a figura do Departamento, além
da anulação dos movimentos estudantis.
13
Criou vestibulares unificados e classificatórios.
14
Criou condições propícias para que determinadas instituições passassem a articular as atividades de ensino e de
pesquisa, que até então, salvo raras exceções, estavam relativamente desconectadas.
15
Adotou o regime de créditos como mecanismo de integralização dos cursos.
16
Indissociou ensino e pesquisa.
17
Criou cursos de graduação divididos em duas fases: ciclo básico e especialização profissional.
18
Criou a pós-graduação composta de dois cursos distintos: mestrado e doutorado.
Leitura
Leia o texto Os bastidores da reforma universitária de 1968
<http://www.scielo.br/pdf/es/v29n103/08.pdf> , de José Carlos Rothen.
1969
Decreto-lei Nº 869 de 12 de setembro de 1969
Dispõe sobre a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória, nas escolas de todos os graus e
modalidades, dos sistemas de ensino no País, e dá outras providências:
Art. 1º É instituída, em caráter obrigatório, como disciplina e, também, como prática
educativa, a Educação Moral e Cívica, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos
sistemas de ensino no País (...).
Art. 3º A Educação Moral e Cívica, com disciplina e prática, educativa, será ministrada com a
apropriada adequação, em todos os graus e ramos de escolarização.
§ 1º Nos estabelecimentos de grau médio, além da Educação Moral e Cívica, deverá ser
ministrado curso curricular de “Organização Social e Política Brasileira.” 
Década de 1970
Ainda que de maneira muito limitada e restrita a algumas poucas universidades, começam a circular no país as ideias de
autores diversos que, muito lentamente, influenciaram algumas práticas educativas.
As reformas educacionais estavam orientadas pelas seguintes diretrizes: desenvolvimento, segurança e comunidade.
1970
Foi o ano da Campanha do Civismo Brasileiro. Nesse período, a Educação Moral e Cívica ganhou destaque, acompanhada
da Organização Social e Política OSPB no ensino de 2ª Grau, da época.
Nesse ano também houve a Copa do Mundo no México, e novamente os cantores Dom e Ravel conquistaram o país com
o “Eu Te Amo, Meu Brasil”, que estourou nas paradas de sucesso. Essa canção foi utilizada pelo governo militar nos
eventos cívicose cantada nas escolas.
Veja alguns versos da canção “Este é um país que vai pra frente ” que também foi muito utilizada e inspirada pelos ideais
do Positivismo:
Este é um país que vai pra frente.
De um povo unido.
De grande valor.
É o país que canta.
Trabalha e se agiganta.
É o Brasil do nosso amor.
1971
A Lei n°5692/71 <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-
publicacaooriginal-1-pl.html> é frequentemente chamada de lei de diretrizes e bases de forma errônea, pois se
refere exclusivamente a dois segmentos da Educação, que correspondem ao que nos dias atuais chamamos de educação
básica.
Essa lei não tratava, também, dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país, apenas era específica para dois
segmentos do ensino.
Foi criada por um grupo de trabalho instituído pelo Presidente Médici, que tinha por objetivo adequar o ensino ao
momento político instaurado pelo Golpe de 1964, e às necessidades sociais e econômicas que o governo militar se
empenhava em garantir. Em linhas gerais, ela criou a estrutura de ensino que se organizava em 1º e 2º graus.
 Fonte: Shutterstock
Comentário
O 1° grau passou a abranger os antigos ensino primário e ginásio, atendendo às crianças dos 7 aos 14 anos.
Ampliou, então, a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos.
Em seguida, transformou o antigo curso secundário, que se apresentava como clássico, científico ou normal em
ensino de 2º grau, nivelando todos os cursos, e possibilitando que qualquer concluinte pudesse prestar vestibular
para qualquer área universitária.
Tornou, ainda, o 2º grau em obrigatoriamente profissionalizante. Essa medida se restringiu em grande parte apenas
às escolas públicas que, submetidas à exigência, fizeram as adaptações, no prazo previsto na lei.
Entretanto, as escolas particulares, aproveitando-se dos prazos para a adequação, e por não sofrerem rigorosas
fiscalizações, mantiveram, em sua maioria, o ensino propedêutico, até a revogação da obrigatoriedade do ensino
profissionalizante.
Com a promulgação da lei, o 2° grau passava a combinar uma dupla característica:
Garantia a terminalidade para aqueles que pretendiam a formação em nível técnico;
Garantia a continuidade para os que desejavam prestar o vestibular.
O ensino profissionalizante tinha o objetivo de atender à formação de mão de obra para garantir o suporte à ampliação
do parque industrial brasileiro, em reposta aos preceitos liberais de divisão internacional do trabalho.
Foi, também, a primeira legislação educacional que criou um capítulo para tratar do ensino supletivo:
CAPÍTULO IV
Do Ensino Supletivo
Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade:
a. suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade
própria;
b. proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham
seguido o ensino regular no todo ou em parte;
Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos
vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de
Educação.
Além disso, a Lei n°5692/71 introduziu algumas propostas que contribuíram para o debate pedagógico, pois previa a
integração vertical, nos dois graus, entre os níveis (o primeiro e o segundo segmento do 1º grau), e entre todas as séries
de ensino das atividades, áreas de estudo e disciplinas, com o propósito de garantir um trabalho de continuidade desde a
1ª série do 1º grau até a última série do 2º grau.
Previa, também, a integração horizontal, que buscava eliminar a diferença entre os antigos ramos de ensino: agrícola,
comercial, industrial e normal, articulando as várias áreas do conhecimento, no interior de cada série.
Atenção
A valorização do magistério é outra questão presente na lei. Foi citada especialmente buscando a crescente
profissionalização dos professores, o aperfeiçoamento daqueles já formados, e adequando os vencimentos salariais
segundo os critérios do nível de formação, ao contrário do nível que ministrava:
Art. 39. Os sistemas de ensino devem fixar a remuneração dos professores e especialistas de ensino de 1º e 2º
graus, tendo em vista a maior qualificação em cursos e estágios de formação, aperfeiçoamento ou especialização,
sem distinção de graus escolares em que atuem.
Década de 1980
Veja alguns fatos que marcaram essa década:
Vários profissionais da Educação se destacaram no movimento nacional para a redemocratização;
Estudos e pesquisas sobre as teorias educacionais receberam um novo impulso;
Estatísticas oficiais indicavam que, de cada 100 indivíduos que se matriculavam no ensino primário, 85 deles não
chegavam ao ensino secundário (antigo segundo grau, atualmente ensino médio);
Em 1985 a Ditadura Militar foi substituída por um governo indicado pelos militares que foi denominado como
“governo de transição”;
Em 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal, prevendo inclusive a Reforma Educacional, que seria realizada
somente em 1996 com a LDB n°9394/96.
 Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituição de 1988.
Disponível em: Wikimedia
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ulyssesguimaraesconstituicao.jpg>
. Acesso em: 14 set. 2019.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Com a promulgação da Constituição de 1988, a LDB anterior (n°4024/61) foi considerada obsoleta, mas apenas em 1996
o debate sobre a nova lei foi concluído.
A LDB atual, Lei 9394/96, foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Educação Paulo
Renato em 20 de dezembro de 1996.
Baseada no princípio do direito universal à Educação para todos, trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores,
tais como:
Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares (art.
3 e 15).
Carga horária mínima de oitocentas horas distribuídas em cento e oitenta dias letivos na educação básica (art. 24).
Orientação para a União gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus respectivos
orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público (art. 69).
Criação do Plano Nacional de Educação (art. 87).
Atividade
1. Essa Lei é frequentemente chamada de lei de diretrizes e bases de forma errônea, pois se refere exclusivamente
a dois segmentos da Educação, que correspondem ao que nos dias atuais chamamos de educação básica. A Lei
n°5692/71 não tratava, também, dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país. Ela era específica para
dois segmentos do ensino. Este enunciado se refere à LDB:
 a) 5692/71
 b) 4024/61
 c) 9394/96
 d) 5540/68
 e) 5379/67
Atividade
2. As transformações na organização das universidades do Brasil aconteceram pela Lei que ficou conhecida como
“Lei da Reforma Universitária”. Que Lei é esta??
 a) 5692/71
 b) 4024/61
 c) 9394/96
 d) 5540/68
 e) 5379/67
Referências
BITTENCOURT, Raul. A educação brasileira no Império e na República. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de
Janeiro: MES/INEP,1953.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Editora da UNESP, 1999.
CORREIA, Arlindo Lopes. Educação de massa e ação comunitária. Rio de Janeiro: AGGS/MOBRAL, 1979.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GADOTTI, Moacir. Histórias das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.
LIMA, L. O. Escola no futuro: orientação para os professores. Petrópolis: Vozes, 1979.
MENEZES, J. G.; BARROS, R. S. M. e outros. Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. São Paulo: Pioneira, 1998.
UNESP. Caderno de formação: Formação de Professores Educação, Cultura e Desenvolvimento. Volume 1. São Paulo:
UNESP, 2010.
Próximos Passos
A implementação da LDB n° 9394/96;
Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997 a 2000;BNCC (Base Nacional Curricular Comum).
Explore mais
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