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Hiperemia e Congestão - Resumo (Pato)

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Distúrbios Circulatórios: Hiperemia, Congestão, Edema e Hemorragia
Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144
Hiperemia e Congestão
Aumento do volume sanguíneo em um tecido, mas com diferentes mecanismos.
Hiperemia é um processo ativo, resulta da dilatação arteriolar e do ↑ influxo sanguíneo, como na inflamação ou no músculo esquelético em exercício. Tecidos hiperêmicos são mais avermelhados devido ao sangue oxigenado.
Patogênese:
A vasodilatação arteriolar pode ser devido a uma causa fisiológica (na mucosa gastrointestinal em digestão, no músculo esquelético em exercício, na pele em ambientes quentes) ou patológica (inflamação).
Morfologia:
Macroscópica: ↑ volume, ↑ temperatura, coloração vermelho clara, vascularização evidente, pulsátil
Microscópica: vasos dilatados e repletos de hemácias
Congestão (ou hiperemia passiva) é um processo passivo, resulta do comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso (↓ efluxo sanguíneo) de um tecido. Tecidos congestionados têm coloração azul-avermelhada (cianose) devido ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada na área afetada.
Na congestão crônica (longa duração), a perfusão inadequada pode levar à morte celular e consequente fibrose.
Patogênese:
A redução da drenagem venosa pode ser devido a uma obstrução venosa (intrínseca – trombose venosa ou extrínseca – compressão/torção de pedículo vascular) ou a uma redução do retorno venoso (insuficiência cardíaca)
Localizada → obstrução venosa por trombose ou redução do retorno venoso causando varizes, devido à ação da gravidade + insuficiência das válvulas venosas
Morfologia
Macroscópica: ↑ volume, coloração arroxeada/cianosada, áreas de hemorragia (acúmulo de hemossiderina)
Sistêmica → redução do retorno venoso generalizado ou regional, de origem cardíaca (insuficiência cardíaca esquerda ou direita) ou hipertensão portal
A insuficiência cardíaca esquerda pode levar à congestão pulmonar aguda (hemorragia intra-alveolar e edema septal alveolar), causando edema pulmonar ou congestão pulmonar crônica (septos espessados e fibróticos, espaços alveolares com macrófagos carregados de hemossiderina – “células da insuficiência cardíaca”).
A insuficiência cardíaca direita pode levar à congestão passiva sistêmica, podendo gerar edema de membro inferior e congestão hepática (aguda: veia central e sinusoides distendidos com sangue | crônica: regiões centrais dos lóbulos hepáticos vermelho-pardacentas, acentuadas contra as zonas vizinhas do fígado castanho-amarelado, dando aspecto de noz moscada).
A hipertensão portal gera congestão passiva do sistema porta, causando varizes de esôfago e esplenomegalia.
Consequências da Congestão
↑ pressão hidrostática: causa edema, hemorragia
Estase Venosa: causa trombose venosa, ↓ cicatrização
Hipóxia: lesão celular irreversível → necrose → infarto vermelho
Edema
Acúmulo de fluido intersticial em excesso nos tecidos ou em cavidades corporais (como pleural, pericárdica, peritoneal).
60% do peso corporal é água, 2/3 intracelular e 1/3 extracelular.
Na fisiologia normal: para nutrir os tecidos, duas forças opostas atuam de modo a expulsar fluidos do leito capilar. A pressão hidrostática vascular predomina na extremidade arteriolar e gera efluxo, enquanto que a pressão oncótica intravascular (exercida pelas proteínas plasmáticas) predomina na extremidade venular e gera influxo, tudo isso em pequena quantidade. O excesso de fluido do edema (15% que a drenagem venosa não conseguiu) é removido pela drenagem linfática, sendo devolvido à circulação pelo ducto torácico.
Patogênese
↑ pressão hidrostática ou ↓ pressão oncótica intravascular causa maior movimento de água para dentro do interstício, aumentando a pressão hidrostática tissular. 
Aumento da Pressão Hidrostática
Pode ser causada por uma redução do retorno venoso (como na congestão – o sangue venoso continuará lá, contribuindo para o aumento dessa P. H.)
Localizado: devido a varizes, trombose venosa dos membros inferiores;
Sistêmico: devido a diversos fatores, como:
Insuficiência Cardíaca Esquerda: edema pulmonar
Insuficiência Cardíaca Direita: edema sistêmico (membros inferiores, ascite)
Hipertensão Portal: ascite
Diminuição da Pressão Oncótica Intravascular (Hipoproteinemia)
↓ ingestão proteica, como em casos de desnutrição;
↓ síntese proteica, como em casos de hepatopatias;
↑ perda de proteínas, como em nefropatias com proteinúria (renal), queimaduras extensas (cutânea), enteropatias (digestiva);
Alteração da Permeabilidade Capilar
Inflamação, processos alérgicos, inalação de gás tóxico, hipóxia, toxinas bacterianas
Alteração da Drenagem Linfática (Linfedema)
A drenagem linfática prejudicada pode ser devido a uma obstrução inflamatória ou neoplásica;
Filariose (elefantíase);
Infiltração dos linfonodos por câncer de mama
Também pode ser causada por malformações, linfangites ou de causa idiopática;
A cirurgia realizada é a linfadenectomia.
Aumento da Pressão Osmótica Intersticial 
Devido a ↑ presença de substâncias hidrofílicas na MEC, como no hipotireoidismo e nas mucopolissacaridoses
Retenção de Na+ e Água (↑ p. hidrostática e ↓ p. oncótica)
↑ ingesta de Na+
Insuficiência Cardíaca → Hipoperfusão Renal → ↓ Filtração Glomerular (também causada por nefropatia)
Composição do Edema
Transudato: líquido pobre em proteínas, densidade menor que 1,012 e aspecto claro/seroso. Origem no desequilíbrio entre PH e PO.
Exsudato: líquido rico em proteínas, densidade maior que 1,020 e aspecto turvo. Origem no aumento da permeabilidade decorrente da inflamação.
Morfologia
Macroscópica: o edema periorbital é a primeira manifestação do edema de origem por nefropatias. 
O edema subcutâneo pode ser distribuído difusamente, mas especialmente nas partes do corpo abaixo do coração.
A relação chamada de edema dependente é a mudança na posição do edema de acordo com a gravidade (em pé, acumula-se nas pernas e deitado, no sacro)
O edema cerebral pode ser localizado em alguma área ou generalizado, sendo esse último caracterizado pelo estreitamento dos sulcos e intumescência dos giros.
Cacifo: sinal clínico a fim de evidenciar um edema depressível. Aperta-se a pele por pelo menos 5 segundos, ao retirar o dedo, forma-se uma depressão na forma do dedo que não retorna imediatamente a sua forma anterior.
Há tumefação e distensão das cápsulas dos órgãos
Microscópica: aspecto frouxo no tecido, células afastadas (espaço vazio entre elas)
Edema pulmonar manifesta-se pelo aumento do peso e dos pulmões (2-3x), ↑ volume e secreção espumosa rosada, há comprometimento da função ventilatória;
Edema cerebral (↑ volume) pode ser localizado em alguma área ou generalizado, sendo esse último caracterizado pelo estreitamento dos sulcos e intumescência dos giros, que são achatados contra o crânio. O aumento da pressão intracraniana pode causar redução de perfusão e herniações;
Nomenclatura do edema
Nas cavidades, “hidro”: cav. pleural – hidrotórax | cav. peritoneal – hidroperitônio/ascite | cav. pericárdica – hidropericárdio
Se for um edema generalizado, chama-se anasarca.
Hemorragia
Saída do sangue para o espaço extravascular (interstício, cavidades corporais) ou para fora do organismo
Patogênese
Ruptura vascular (por trauma, aumento da pressão ou enfraquecimento vascular – aterosclerose, erosão inflamatória ou neoplásica)
Diáteses hemorrágicas (??)
Diapedese: o endotélio afrouxa (por exemplo, por sepse, anóxia), gerando extravasamento das hemácias
Hemorragia para o Interstício
Petéquias: diminutas, 1-2mm, ocorrem dentro da pele, membranas mucosas ou superfícies serosas. Podem ser causadas por trombocitopenia (↓ plaquetas), função plaquetária defeituosa e perda de suporte da parede vascular.
Púrpura: maiores que as petéquias (> 3mm), causadas pelos mesmos fatores ou por trauma, vasculite, maior fragilidade vascular.
Equimoses: hematomas subcutâneos (1-2 cm ou mais). A degradação das hemácias (hemólise) no local gera alterações da coloração:Hemoglobina (vermelho-azulada) → Bilirrubina (azul-esverdeada) → Hemossiderina (dourado-amarronzada)
Hematoma: acúmulo de sangue dentro de um tecido. Pode ser leve (contusão) ou fatal.
Hemorragia para Cavidades
Hemopericárdio: ruptura de ventrículo esquerdo;
Hemotórax: traumatismo torácico;
Hemoperitônio: ruptura do baço;
Hemoartrose: ocorre nas articulações devido a um trauma articular ou coagulopatia.
Hemorragia com exteriorização:
Hematêmese (sangue no vômito), melena (hemorragia digestiva alta – sangue alterado pela flora intestinal), hematoquezia (hemorragia digestiva baixa – sangue nas fezes)
Hemoptise (tosse/expectoração com sangue, no escarro)
Hematúria (sangue na urina)
Otorragia (sangramento pelo ouvido) e epistaxe (sangramento da mucosa nasal)
Menorragia (sangramento excessivo contínuo com o fluxo menstrual)
Metrorragia (sangramento uterino fora do ciclo menstrual normal)
Aspectos clínicos da hemorragia
Quantidade de sangue perdido
Velocidade da perda
Local da hemorragia
Efeitos da Hemorragia
Hipovolemia: pode levar a choque hipovolêmico quando há perdas a partir de cerca de 20% do vol. sang.
Anemia: pode ocorrer quando há hemorragias com exteriorização
Local: pode causar hemorragia intracraniana ou tamponamento cardíaco.

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