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Antifúngicos Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144 Anfotericina B Antibiótico poliênico Mais empregado em infecções fúngicas invasivas (ex: em imunossuprimidos) Mecanismo de Ação Atua como fungicida ligando-se ao ergosterol, esteroide da membrana, alterando a permeabilidade dela gerando perda de componentes citoplasmáticos. Gera lesão oxidativa, causando alterações metabólicas prejudiciais à sobrevida celular. Pode se ligar ao colesterol das células humanas (mas em menor escala), podendo alterá-las Espectro de ação: Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis, Cryptococcus neoformans, Sporothrix schenkii, Aspergillus fumigatus (1) paracoccidioidomicose; (2) histoplasmose; (3) coccidioidomicose; (4) blastomicose; (5) criptococose; (6) esporotricose; (7) aspergilose; (8) candidíase*; dentre outros. *Boa atividade contra, mas algumas espécies de Candida não albicans podem ser resistentes Resistentes: geralmente apresentada pelos causadores de micoses oportunistas (Trichosporon, Cladosporium, Phialophora, Pseudallescheria) Efeitos adversos Imediatamente à infusão, há lib. de ILs e PGs → febre, calafrios, taquicardia, hipertensão arterial, taquipneia Os efeitos tardios são nefrotoxicidade, anemia, plaquetopenia, dispneia, hipotensão arterial, arritmia, toxicidade neurológica e formação de tromboflebite no local de aplicação Formulações Lipídicas de Anfotericina B Transportam e aumentam o índice terapêutico dos fármacos Anfotericina B lipossomal (L-Amb): atinge concentrações máximas mais elevadas, mas a maior parte permanece nos lipossomos (não ativa); menor toxicidade dentre as formulações Anfotericina B em dispersão coloidal (ABCD): menos nefrotóxica, mas gera reações imediatas, por isso deve ser infundida lentamente Complexo lipídico de anfotericina B (ABLC): não apresenta vantagem quanto às reações imediatas quando comparado à anfotericina convencional, mas há menor nefrotoxicidade. Drogas Azólicas São imidazólicos (miconazol, cetoconazol) ou triazólicos (fluconazol, itraconazol, voriconazol, posaconazol, ravuconazol) Mecanismo de Ação: atuam sobre as enzimas do citocromo P450 Bloqueiam a demetilação do lanosterol e a síntese do ergosterol Isso altera a permeabilidade da membrana e a viabilidade fúngica Espectro de ação (1) paracoccidioidomicose; (2) histoplasmose; (3) coccidioidomicose; (4) blastomicose; (5) criptococose; (6) dermatomicoses; (7) candidíase* *A maioria das espécies de Candida apresentam suscetibilidade aos azólicos Fluconazol Excelente biodisponibilidade, alcança boas concentrações nos fluidos orgânicos Preferencialmente para o tratamento de pacientes com infecções por Candida Pode ser usado na criptococose, nas infecções urinárias e do SNC Cetoconazol e Itraconazol Menor biodisponibilidade (dependem de pH gástrico menor que 3 para solubilização e absorção) Não alcançam níveis úteis no LCR e urina Metabolizados no fígado e excreção via biliar Cetoconazol em doses elevadas gera ginecomastia e irregularidades menstruais O itraconazol atua adicionalmente no agente causador da aspergilose e é o principal antifúngico das micoses sistêmicas endêmicas (o cetoconazol também pode ser usado, mas em casos não graves) Voriconazol Bloqueia mais intensamente a síntese do ergosterol dos fungos filamentosos Atua mais na aspergilose que o itraconazol Fungistático para as espécies de Candida, inclusive as resistentes ao fluconazol Absorção não depende de acidez gástrica e biodisponibilidade oral é boa Contraindicado a administração via endovenosa em casos de insuficiência renal devido ao acúmulo de ciclodextrina Efeitos adversos frequentes, mas benignos (visão borrada, fotofobia) OBS: voriconazol, posaconazol e ravuconazol são triazólicos de segunda geração, são resultantes de alterações do fluconazol e do itraconazol. Efeitos adversos Intolerância gastrintestinal, hepatotoxicidade, hipersensibilidade São teratogênicos, não devem ser usados em gestantes Equinocandinas São lipopeptídeos semissintéticos EX: caspofungina, micafungina, anidulafungina Mecanismo de Ação: têm como alvo a parede celular, inibindo enzima ligada à síntese de β (1,3) D glucana Isso resulta em desequilíbrio osmótico, prejudicando a viabilidade fúngica Efeitos adversos: menos frequentes do que com a anfotericina B Menor interação com outras drogas do que as drogas azólicas Caspofungina Derivado semissintético da pneumocandina B Pode provocar reações durante a infusão (febre, cefaleia, náuseas/vômitos, eosinofilia, elevação de enzimas hepáticas e tromboflebite) Inibe espécies de Candida e Aspergillus Uso clínico dos novos antifúngicos Formulações lipídicas da anfotericina B A anfotericina B permanece como padrão ouro como terapia antifúngica sistêmica Suas formulações lipídicas surgiram no intuito de torná-la menos tóxica e mais eficaz Seus efeitos são similares a da convencional, exceto em alguns casos em que a lipossomal proporcionou maior eficácia (ex: histoplasmose) A indicação é quando há falência da anfotericina B desoxicolato Os 3 tipos acumulam-se mais no fígado e no baço do que a convencional (vantagem para combater microrganismos que se alojam no SMF) Clinicamente, as 3 são consideradas similarmente efetivas e não superaram claramente a anfotericina B convencional; a maior motivação é a menor nefrotoxicidade Azólicos e equinocandinas São igualmente empregadas na terapia primária de infecções fúngicas sistêmicas ou secundariamente, após falência/intolerância à anfotericina B desoxicolato Voriconazol e caspofungina são caros, por isso geralmente só são usados no tratamento de infecções graves ou não responsivas a outros antifúngicos Terapia antifúngica combinada Associação de anfotericina B com 5-fluorcitosina apresenta sinergismo A combinação de anfotericina B com drogas azólicas pode resultar em menor eficácia da primeira droga ou apenas ausência de sinergismo (evita-se usar)
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