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Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 APOPTOSE − A apoptose é um processo de morte celular, em que a célula ativa internamente mecanismos de morte celular • Ao morrer, degrada e destrói seus conteúdos intracelulares e depois esses restos são envolvidos em corpos apoptóticos, para em seguida, expressarem moléculas na superfície, sinalizando sua morte • Em seguida, são envolvidas por células especializadas, como macrófagos e são eliminadas − A NECROSE ocorre quando há injuria tecidual, como trauma ou falta de O2 • Nela, a célula se expande e a MP se rompe, liberando seu conteúdo intracelular sobre células vizinhas e induzindo um processo inflamatório • Não é dependente de ATP • Gera inflamação • Muitas células morrem de uma só vez • Ocorre devido a trauma − Diferente da apoptose, que: • Não gera inflamação • Poucas células morrem de cada vez • Depende de ATP • Pode ocorrer naturalmente FUNÇÃO − A morte celular ajuda a formar os dedos e retrair a nossa “causa” durante o desenvolvimento embrionário − Elimina células anormais • Células muito grandes, divididas erroneamente, ..., são eliminadas para não causar disfunções no individuo • Linfócitos B e T que tem receptores que reconhecem antígenos próprios do organismos sofrem apoptose para evitar uma resposta autoimune ao hospedeiro − Ajuda a regular o numero de células • Alguns epitélio estão sempre trocando suas células, como o epitélio intestinal e a pele • Enquanto novas células são formadas, as velhas vão morrendo IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS APOPTÓTICAS − Elas não tem características morfológicas alteradas, mas sim, bioquímicas, as quais permitem reconhecer uma célula em processo de morte celular − São elas: • Durante a apoptose, o DNA deve ser clivado para que possa ser degradado ✓ Existe um padrão de clivagem das histonas + DNA (nucleossomo) que pode ser identificado por eletroforese em gel • Existe um fosfolipídeo de membrana FOSFATIDILSERINA - esta na parte interna da bicamada lipídica. Em células apoptóticas, ele se move para a parte externa ✓ Ela sinaliza para macrófagos fagocitarem a célula ✓ Ela pode ser visualizada pelo marcador de PROTEINA ANEXINA V • Durante a apoptose o potencial interno de membrana é alterado e essa alteração pode ser medida CAPAZES − A apoptose depende de uma cascata de proteases (com cisteína no sitio ativo) que clivam proteínas-alvo e acido aspártico − Elas são as caspases que são sintetizadas como procaspases (inativas) que são ativadas quando são clivadas − Quando ativadas, elas clivam e ativam outras caspases, originando uma cascata − As caspases que agem no início da cascata chamam procaspases iniciadoras e elas que clivam e ativam as procaspases executoras e as proteínas-alvo − As proteínas-alvo das caspases tem diversas funções, como: • Ativar as ENZIMAS ENDONUCLEASES que degradam DNA • Clivar moléculas do citoesqueleto da célula, de modo que ele se modifique, alterando o formato da célula e desacoplando ela das células vizinhas − Assim, a cascata das caspases ativa elementos dentro da célula que ajudam a degradar/destruir componentes intracelulares ATIVAÇÃO DAS CASPASES − As caspases são produzidas desde o desenvolvimento embrionário e precisam de um sinal para ativá-las − As caspases iniciadoras tem um sítio de ligação que permite que se liguem a PROTEÍNAS ADAPTADORAS e formem COMPLEXOS DE ATIVAÇÃO − Quando a célula recebe um sinal para iniciar a apoptose, esse complexo de ativação é formado − Esse complexo faz com que as caspases fiquem muito próximas umas das outras e por isso são ativadas − Depois de ativadas, elas clivam umas às outras dando continuidade a cascata − O processo é irreversível Caspases iniciadoras: caspases 2, 8, 9, 10 Caspases executoras: 3, 6, 7 − Duas moléculas de procaspases clivadas se associam para formar uma caspase ativa, que é um tetrâmero de duas subunidades pequenas e duas grandes Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 − As duas vias de sinalização que ativam a apoptose são a intrínseca e a extrínseca VIA EXTRÍNSECA − Na superfície da célula apoptótica tem “RECEPTORES DE MORTE” que sinalizam para outras células que ela esta morrendo − Eles são proteínas transmembrana com um domínio intracelular de morte, um transmembrana e um extracelular de ligação − Esses receptores chamam RECEPTORES DE MORTE FAS ATIVAÇÃO DA VIA EXTRÍNSECA DE APOPTOSE − Um linfócito killer tem um LIGANTE FAS na sua superfície e ele se liga ao FAS na superfície da célula apoptótica − Depois da ligação, o dominino intracelular de morte do Fas recruta PROTEÍNAS ADAPTADORAS, as quais se ligam a ele e tem função de recrutar as procaspases iniciadoras (8 e 10) que também se ligam a ele − − Juntas, essas moléculas formam o COMPLEXO DE SINALIZAÇÃO INDUTOR DE MORTE (DISC) − Quando estão em DISC, caspases iniciadoras ativa procaspases executoras para induzirem a apoptose PROTEÍNAS INIBIDORAS − As células produzem proteínas inibidoras para controlar a via extrínseca − Algumas delas podem ser RECEPTORES ARMADILHA, que não tem domínio de morte intracelular • Então quando o ligante de Faz se liga, a via de ativação das caspases não será ativada − Outras, podem ser PROTEÍNAS BLOQUEADORAS, como o FLIP, que se parecem com procaspases iniciadoras e competem com as verdadeiras procaspases para se ligar ao complexo DISC − Essas proteínas ajudam a evitar a ativação da via extrínseca erroneamente VIA INTRÍNSECA DA APOPTOSE − A via intrínseca ocorre quando a célula, de dentro pra fora, desencadeia mecanismos de apoptose − Ela ocorre quando a célula é danificada, como com o DNA clivado ou sem oxigênio − Ela ocorre através da liberação de proteínas mitocondriais no citosol da célula, como: • CITOCROMO C ✓ Quando liberado, liga-se a UMA PROTEÍNA ADAPTADORA que faz a ativação da procaspase chamada Apaf1 ✓ Isso converte a procaspase em um apoptossomo (que é a Apaf1 com estrutura arredondada) ✓ As proteínas Apaf1 no apoptossomo recrutam procaspase iniciadoras (9) que ao se aproximarem dele, são ativadas PROTEÍNAS Bcl2 − ATIVAÇÃO INTRÍNSECA + EXTRÍNSECA: Algumas vezes, apenas a via extrínseca não é suficiente para matar a célula e por isso, a via intrínseca tem que se ativada conjuntamente − Isso ocorre através das proteínas da família Bcl2 − A BCL2 é um REGULADOR INTRACELULAR DA APOPTOSE • Ele controla a liberação do citocromo C e de outras proteínas mitocondriais • Alguns Bcl2 são PROAPOPTÓTICOS e outros são ANTIAPOPTÓTICOS • Ambas podem se ligar uma a outra e se inibir mutuamente • O equilíbrio entre a quantidade dos pró e antiapoptóticos determina se a célula vive ou morre AÇÃO DAS PROTEINAS PROAPOPTÓTICAS − Quando a célula recebe um estimulo para entrar em apoptose pela via intrínseca, a BH123 PROAPOPTÓTICA se ativa e induz a liberação do citocromo C e outras ptns, desencadeando a apoptose • Nos mamíferos tem as principais proteínas que são o Bax e Bak ✓ Bak esta externa à membrana mitocondrial ✓ Bax esta no citosol e se move para a membrana mitocondrial depois que um sinal externo a ativa • A ativação de Bax e Bak depende de proteínas proapoptóticas BH3-apenas • Bax e Bak também estão na superfície do RE e na membrana nuclear e ajudam na apoptose também AÇÃO DAS PROTEÍNAS ANTIAPOPTÓTICAS − As proteínas Bcl2 ANTIAPOPTÓTICAS como Bcl2 e Bcl- X1 ficam na membrana externa da mitocôndria e impedem que seus componentes sejam liberados • Elas se ligam a Bak e impedem que se libere o citocromo C e outras ptnsRELAÇÃO ENTRE AS DUAS − Proteínas BH3-apenas são parte da família da Bcl2 e elas promovem apoptose pela inibição de proteínas antiapoptóticas • As BH3 se ligam as Bcl2 antiapoptóticas e as inibem Ligante Fas no linfócito killer Receptor de morte Fas Proteína adaptadora procaspase DISC 1 2 3 Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 • Essa inibição faz com que a Bax e Bak na superfície da mitocôndria exerçam sua ação e liberem o citocromo C e as ptns ✓ Algumas BH3 podem se ligar diretamente no Bax e Bak e fazer esse processo − Quando a célula não recebe mais sinais extracelulares para se manter viva, existe uma via de sinalização intracelular que promove a transcrição do gene da BH3- apenas e ela, por sua vez, dispara a via intrínseca − Quando há dano no DNA, a proteína p53 se acumula e ativa a transcrição de genes da BH3-apenas e eles disparam a via intrínseca, causando apoptose − Assim as células danificadas são eliminadas ATIVAÇÃO DA VIA EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA JUNTAS − Algumas vezes, a via extrínseca precisa ativar a via intrinseca para causar a morte da célula − A proteína BH3-APENAS Bid é que faz esse processo • Quando os receptores de morte são ativados, ativam a via extrínseca e em seguida ativam as caspases iniciadoras que clivam a Bid produzindo a tBid − A tBid segue para a mitocôndria e inibe as proteínas Bcl2 antiapoptóticas e causam a agregação da proteína proapoptótica BH123 proapoptóticas, causando a apoptose CASPASES INIBEM IAPs − Inibidores da apoptose (IAPs) se ligam a caspases ativadas e as inibem − Algumas dessas IAPs fazem parte da poliubiquitinação das caspases, marcando elas para destruição intracelular − Assim as IAPs sao um obstáculo que as caspases tem que passar sempre que forem realizar a apoptose FATORES DE SOBREVIVÊ NCIA − Há outras moléculas no organismo que estimulam a apoptose, como o hormônio tireoide e proteínas do osso − Eles ajudam a regular o balanço apoptose/sobrevivência − Muitas células requerem sinalização celular constante para se manterem vivas, como os neurônios produzidos durante o desenvolvimento embrionário, em que muitos neurônios são produzidos, mas poucos sobrevivem, pois, a quantidade de fatores de sobrevivência no local é limitada e eles competem por elas FUNCIONAMENTO DOS FATORES DE SOBREVIVÊNCIA − Eles se ligam a receptores na superfície da célula que inibem os mecanismos apoptóticos • Alguns estimulam a produção de proteínas antiapoptóticas, enquanto outros inativam as proteínas apoptóticas − Quando células são privadas de fatores de sobrevivência, elas induzem a ativação de BH3-apenas apoptóticas e induzem a ativação da via intrinseca da apoptose APOPTOSE E DOENÇAS − A apoptose pode contribuir para a causa de doenças − Durante uma isquemia cardíaca, as células morrem por falta de oxigênio, causando infarto − Células cancerígenas conseguem alterar os mecanismos de apoptose, impedindo a célula de morrer − O gene que codifica a p53 é mutado em alguns tipos de tumor e isso impede a parada do ciclo celular, impedindo a célula de entrar em apoptose − Assim a célula cancerígena prolifera mesmo que a célula esteja defeituosa Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 ALTERAÇÕES CELULARES NEOPLASIA − Significa um “crescimento novo” literalmente − Faz referencia a uma proliferação celular descontrolada − As células tumorais tem seu DNA alterado, o que as faz conseguir se multiplicar mesmo que não haja estímulos externos para isso − É usado como sinônimo de tumor − Os tumores podem ser classificadas em tumores benignos e malignos TUMORES BENIGNOS − Tem melhor prognóstico − Seu crescimento é localizado, in situ, pois: • Não ultrapassam a membrana basal • Desenvolvem uma capsula fibrosa de tecido conjunto ao redor ✓ A capsula deriva de células do parênquima que estão atrofiadas devido a pressão tumoral ✓ A capsula evita que o tumor cresça e o mantem como uma massa palpável e móvel − Não sofre metástase − Pode ser removido facilmente por cirurgia − Tende a estagnar ou se retrair − Histologicamente, as células de um tumor benigno tendem a ser semelhantes a células do tecido de origem − Crescimento lento geralmente TUMORES MALIGNOS − Câncer = tumor maligno − Tem pior prognóstico − Podem ou não ser localizados • A linha da membrana basal é ultrapassada − Tem alta chance de invadir outros tecidos • O tumor pode desenvolver uma capsula fibrosa que ajuda a empurrar o tumor em direção a estruturas adjacentes • Pseudoencapsulados • Esses tumores invasivos são mais difícil de tirar cirurgicamente pois uma grande área ao redor deve ser retirada junto com eles e isso nem sempre é possível − Sofre metástase − Geralmente tem crescimento rápido − Histologicamente, as células de um tumor maligno tendem a ser diferentes do tecido de origem, como na morfologia, formato, tamanho, organelas, polaridade, núcleo alterado, ... CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TUMOR − Tem células neoplásicas CLONAIS • Significa que todas as células daquela massa tumoral derivaram de uma única célula que estava mutada e se multiplicou − Tem ESTROMA DE TECIDO CONJUNTIVO • O estroma é necessário para dar sustentação as células que estão se multiplicando • Alguns tumores têm pouco estroma e por isso são mais moles e carnosos • Outros tumores tem muito estroma com colágeno, caracterizando uma DESMOPLASIA, em que há tecido fibroso (com colágeno) no tumor − Tem NEOVASCULARIZAÇÃO, pois para se multiplicar as células precisam de nutrientes e por isso, novos vasos sanguíneos são formados na região tumoral ANAPLASIA − DIFERENCIAÇÃO: É o termo usado para averiguar o quanto uma célula tumoral é semelhante a célula do seu epitélio de origem • A falta de diferenciação é chamado anaplasia, típica de tumor maligna • Ela ocorre depois de haver descontrole do ciclo celular, pois anaplasia não existe fisiologicamente no ser humano − Por exemplo, uma célula cilíndrica começa a involuir e desdiferenciar, perdendo suas características e se tornando amorfa: • Perde sua estrutura e forma • O núcleo e membrana alteram sua morfologia • O citoplasma perde suas características − anaplasia = significa “transformar-se para trás” − Acredita-se que a célula não “evolua para trás”, mas sim, que a célula foi originada de uma outra célula menos madura, que já tinha características menos diferenciadas, como semelhantes a células tronco − A anaplasia esta associada a: • PLEOMORFISMO ✓ A célula e o núcleo tem alteração no tamanho e forma ✓ Assim, dentro de um mesmo tumor, as células variam de tamanho e forma entre si • MORFOLOGIA NUCLEAR ANORMAL ✓ Núcleos muito grandes, com formato irregular ✓ A cromatina esta distribuída pela membrana nuclear ✓ Há muito nucléolo • MITOSES ✓ Tumores indiferenciados tem mais mitoses ✓ Células tronco tem muitas mitoses e por serem indiferenciadas, as anaplasias tb • PERDA DE POLARIDADE ✓ As células crescem de maneira desordenada, não ficam em “fileiras”, mas amontoadas • NEOANGIOGÊNESE INSUFICIENTE ✓ Sabe-se que a formação de novos vasos sanguíneos é essencial para o tumor crescer ✓ Por vezes o novo suprimento vascular ainda é insuficiente, fazendo com que áreas centrais do tumor sofram necrose isquêmica Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 RELAÇÃO ANAPLASIA X NEOPLASIA − Para célula se tornar anaplásica, tem que parar de expressar seu genes usuais, que a tornam morfofuncional e expressargenes de uma célula indiferenciada além de inibir a expressão de alguns genes de diferenciação também, semelhante a uma célula tronco − Assim, se uma célula neoplasia ter erro no dna e parar de expressar esses genes, ela se torna anaplásica − Se a neoplasia for diretamente em uma célula tronco, como leucemia mieloide, a neoplasia já será uma anaplásica METAPLASIA − As nossas células sempre tendem a se manter em homeostase, se adaptando as condições do meio − Quando o meio externo se torna agressivo, a célula pode passar por adaptações para continuar a sobreviver nesse ambiente − Se a capacidade de se adaptar é excedida ou se o meio é muito nocivo, há uma lesão celular − Dentro de certos limites, a lesão é estável e a célula consegue voltar as suas condições basais − Contudo, se o estresse sofrido permanecer, a alteração celular se torna irreversível − A metaplasia é quando uma célula adulta é substituída por outro tipo celular diferente • Geralmente o novo tipo celular não é encontrado no órgão em questão − A metaplasia pode ser FISIOLÓGICA e ocorre frequentemente em zonas de transição de epitélio • Como na junção do esôfago e cárdia, em que o epitélio passa de epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado → cilíndrico simples na cardia − Pode ser PATOLÓGICA, como: • Na substituição do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado da mucosa brônquica por epitélio estratificado escamoso (metaplasia escamosa) ✓ Esse processo ocorre porque o epitélio pavimentoso é mais resistente a estresses que o colunar ✓ Embora seja mais resistente, esse epitélio não consegue produzir muco e não tem cílios para removerem partículas dos brônquios ✓ Se o estresse persistir, pode haver formação de tumores malignos • Na metaplasia intestinal na mucosa gástrica devido à gastrite crônica RELAÇÃO METAPLASIA X NEOPLASIA − Metaplasia é REVERSÍVEL se o agente lesivo é removido − Se o agente agressor não for retirado, a metaplasia tende a evoluir e o número de proliferações celulares aumentará para repor as células mortas pelo agente agressor − Quanto mais mitoses, maior a chance de ocorrer erro no ciclo celular e descontrolar a replicação, originando uma neoplasia − DISPLASIA − É o processo em que as células se multiplicam descoordenadamente e sua morfologia é anormal − Pode ter alterações no: • Tamanho da célula • Tamanho do núcleo • Formado • Perda de organelas no citoplasma − A displasia é considerada um estágio entre o tumor benigno e o pré-maligno DISPLASIA X ANAPLASIA − Na displasia, a célula começa a perder suas características estruturais, ou seja, ela tende a se tornar indiferenciada. Se o agente lesionante permanecer, a displasia pode evoluir para uma anaplasia, em que a célula se torna totalmente indiferenciada e não apenas com alterações na sua morfologia como é a displasia DISPLASIA X NEOPLASIA − O agente agressor gera morte celular no epitélio e para repor as células mortas, deve haver proliferação celular para repor o tecido − O excesso de mitose pode gerar erros no ciclo celular e ocasionar uma neoplasia, que é uma replicação descontrolada − Ex: em locais de inflamação, há fatores de crescimento citocinas que estimulam continuamente a proliferação celular e por feedback positivo excessivo, a via apoptótica pode ser bloqueada → fatores de sobrevivência aumentam muito o Bcl2 e bx1 que são os fatores antiapoptóticos. Por mais que haja erro na replicação, o erro não esta no ciclo celular e por isso ainda não é caracterizado como neoplasia − Se houver mutações no DNA e o ciclo celular for alterado, será uma neoplasia NEM TODA DISPLASIA PROGRIDE PARA O CÂNCER − Se a displasia ocorreu nas camadas mais superficiais do tecido e se o agente causador for removido, o epitélio pode voltar ao normal Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 HIPERPLASIA − É o processo em que o numero de células de um determinado órgão ou tecido aumenta de forma desregulada − As células mantem a característica semelhante ao do tecido − A hiperplasia pode ser fisiológica, ocorrendo: • Em RESPOSTA A HORMÔNIOS, como com o crescimento da mama durante lactação e do útero na gestação • De FORMA COMPENSATÓRIA, como quando há regeneração hepática depois de uma cirurgia • Ocorre também em REGENERAÇÃO DE FERIDAS • Também há quando se tem INFECÇÕES por agentes como o vírus HPV, que causa as verrugas genitais e no colo do útero → o vírus libera fatores de crescimento que estimulam o epitélio proliferar e assim causa as lesões ✓ Nesse caso, a hiperplasia é controlada pela quantidade de fatores e crescimento e hormônios que tem no local. Se o estímulo acaba, a hiperplasia cessa ✓ A grande diferença da hiperplasia fisiológica e do câncer é que no câncer, a hiperplasia é descontrolada, pois há multiplicação celular mesmo que não haja estímulos e os mecanismos de controle do crescimento são desregulados − Pode ser patológica, por excessivo estímulo hormonal, externo ou por fatores de crescimento, como: • Aumento da adrenal causando síndrome de Cushing • Aumento da tireóide no hipertireoidismo − É reversível e não invasiva e controlada. Pode evoluir para tumor caso haja descontrole sobre a morte celular TEMPO DE CRESCIMENTO − O tempo de crescimento de um tumor depende: • Tempo de duplicação das células tumorais • Fração das células tumorais que estão replicando • Taxa de morte dessas células tumorais − Inicialmente, um grupo de células do tecido começa a replicar-se descontroladamente, esse grupo chama FRAÇÃO DE CRESCIMENTO − Depois do tumor ter crescido, muitas células vão deixando essa fração de crescimento devido a inúmeros fatores, como: • Descamação • Falta de nutrientes • Apoptose • Diferenciação celular • Reversão da fase não proliferativa do ciclo celular − Assim, quando o tumor já for clinicamente detectável, apenas cerca de 20% das suas células estarão continuamente replicando ainda − Além disso, o crescimento dos tumores é determinado pelo desenquilibrio entre excesso de replicação celular e apoptose • Em tumores de crescimento rápido, a taxa de replicação excede muito a taxa de morte celular • Quanto maior a taxa de crescimento, mais suceptivel será o tumor ao tratamento com quimioterápicos, pois eles tendem a agir no ciclo celular • Tumores com crescimento muito lento (a replicação ultrapassa em 10% a morte celular por exemplo) são refratários ao tratamento farmacológico − Normalmente, tumores benignos tem menor taxa de crescimento que tumores malignos • Por isso tumores malignos tendem a ser diagnosticados somente quando estão em fase mais avançada, ou seja, clinicamente diagnosticáveis ✓ Tumor clinicamente detectável: contem 109 células − Há exceções: • Alguns tumores benignos tem a mesma ou maior taxa de crescimento que tumores malignos, pois podem ser afetados por diversos fatores, como: ✓ Estimulação hormonal ✓ Suprimento sanguíneo adequado • Há vezes em que o tumor entra em período de latência, não de dividindo, e isso pode durar vários anos METÁSTASE − É uma parte do tumor descontinua com o tumor de origem − Ou seja é quando parte do tumor primário migra para outras regiões do corpo − Ela marca um tumor como maligno, pois os benignos não metastizam Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 INFLAMAÇÃO CRÔNICA INFLAMAÇÃO CRÔNICA − Toda inflamação crônica tem 3 características básicas: • INFILTRAÇÃO de macrófago, linfócitos emonócitos (macrófago, linfócito, plasmócito) ✓ Neutrófilos chegam primeiro, depois macrófagos ✓ Os linfócitos mantem o recrutamento de macrófagos que contribuem para o processo de inflamação crônica • DESTRUIÇÃO TECIDUAL ✓ O agente é danoso ao epitélio ✓ Para célula combater o agente, ela libera reativos de O2, enzimas de degraçãoa, etc, que destroem o tecido • CICATRIZAÇÃO ✓ Tentativa de substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo ✓ Ele é facilmente sintetizado e organizado ✓ Nesse processo ocorre angiogênese e fibrose, que é deposito exacerbado de tecido conjuntivo – colágeno PROLIFERAÇÃO – FASES: • Formação do coagulo • Formação do tecido de granulação – fibroblastos e angiongenese • Proliferação celular e deposito de colágeno • Formação da cicatriz • Contração da ferida • Remodelação do tecido conjuntivo • Recuperação da tensão do tecido − Se a lesão recuperar totalmente, acaba aqui − Se a lesão permanece ocorre fibrose que é o ultimo estágio da inflamação crônica FIBROSE − É a deposição de colágeno de forma excessiva − A fibrose não tem as características do tecido de origem, nem a mesma funcionalidade − O tumor pode agredir tecidos ao redor e gerar inflamação e fibrose nos tecidos adjacentes, pois ele é um agente agressivo sobre o tecido − A fibrose pode ser confundida com câncer porque ela é uma massa celular diferente do tecido ao redor e com as funções prejudicadas. Por isso precisa de exames de marcadores celulares − Fibrose é um problema de inflamação crônica, ou seja, os marcadores que estariam altos seriam enzimas hepáticas, proteína reativa C, TGF-beta, entre outros − Se fosse tumor, os marcadres bcl2 bax bak estariam aumentados BIBLIOGRAFIA 1. Biologia molecular da célula – 5º ed – Alberts et al 2. Livro: a biologia do câncer – robert Weinberg – 2008 3. patologia.medicina.ufrj.br - ADAPTAÇÃO, LESÃO E MORTE CELULARES 4. livro Patologia básica – Robins – 8º ed – cap 1 5. livro patologia bases patológicas das doenças de – robins e cotran – 8º ed – cap 7 −
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