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Apoptose e Necrose: Processos de Morte Celular

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Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
APOPTOSE 
− A apoptose é um processo de morte celular, em que a 
célula ativa internamente mecanismos de morte celular 
• Ao morrer, degrada e destrói seus conteúdos 
intracelulares e depois esses restos são 
envolvidos em corpos apoptóticos, para em 
seguida, expressarem moléculas na superfície, 
sinalizando sua morte 
• Em seguida, são envolvidas por células 
especializadas, como macrófagos e são 
eliminadas 
− A NECROSE ocorre quando há injuria tecidual, como 
trauma ou falta de O2 
• Nela, a célula se expande e a MP se rompe, 
liberando seu conteúdo intracelular sobre células 
vizinhas e induzindo um processo inflamatório 
• Não é dependente de ATP 
• Gera inflamação 
• Muitas células morrem de uma só vez 
• Ocorre devido a trauma 
− Diferente da apoptose, que: 
• Não gera inflamação 
• Poucas células morrem de cada vez 
• Depende de ATP 
• Pode ocorrer naturalmente 
FUNÇÃO 
− A morte celular ajuda a formar os dedos e retrair a 
nossa “causa” durante o desenvolvimento embrionário 
− Elimina células anormais 
• Células muito grandes, divididas erroneamente, 
..., são eliminadas para não causar disfunções no 
individuo 
• Linfócitos B e T que tem receptores que 
reconhecem antígenos próprios do organismos 
sofrem apoptose para evitar uma resposta 
autoimune ao hospedeiro 
− Ajuda a regular o numero de células 
• Alguns epitélio estão sempre trocando suas 
células, como o epitélio intestinal e a pele 
• Enquanto novas células são formadas, as velhas 
vão morrendo 
IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS APOPTÓTICAS 
− Elas não tem características morfológicas alteradas, 
mas sim, bioquímicas, as quais permitem reconhecer 
uma célula em processo de morte celular 
− São elas: 
• Durante a apoptose, o DNA deve ser clivado para 
que possa ser degradado 
✓ Existe um padrão de clivagem das histonas 
+ DNA (nucleossomo) que pode ser 
identificado por eletroforese em gel 
• Existe um fosfolipídeo de membrana 
FOSFATIDILSERINA - esta na parte interna da 
bicamada lipídica. Em células apoptóticas, ele se 
move para a parte externa 
✓ Ela sinaliza para macrófagos fagocitarem a 
célula 
✓ Ela pode ser visualizada pelo marcador de 
PROTEINA ANEXINA V 
• Durante a apoptose o potencial interno de 
membrana é alterado e essa alteração pode ser 
medida 
CAPAZES 
− A apoptose depende de uma cascata de proteases (com 
cisteína no sitio ativo) que clivam proteínas-alvo e acido 
aspártico 
− Elas são as caspases que são sintetizadas como 
procaspases (inativas) que são ativadas quando são 
clivadas 
− Quando ativadas, elas clivam e ativam outras caspases, 
originando uma cascata 
− As caspases que agem no início da cascata chamam 
procaspases iniciadoras e elas que clivam e ativam as 
procaspases executoras e as proteínas-alvo 
− As proteínas-alvo das caspases tem diversas funções, 
como: 
• Ativar as ENZIMAS ENDONUCLEASES que 
degradam DNA 
• Clivar moléculas do citoesqueleto da célula, de 
modo que ele se modifique, alterando o formato 
da célula e desacoplando ela das células vizinhas 
− Assim, a cascata das caspases ativa elementos dentro 
da célula que ajudam a degradar/destruir 
componentes intracelulares 
ATIVAÇÃO DAS CASPASES 
− As caspases são produzidas desde o desenvolvimento 
embrionário e precisam de um sinal para ativá-las 
− As caspases iniciadoras tem um sítio de ligação que 
permite que se liguem a PROTEÍNAS ADAPTADORAS 
e formem COMPLEXOS DE ATIVAÇÃO 
− Quando a célula recebe um sinal para iniciar a 
apoptose, esse complexo de ativação é formado 
− Esse complexo faz com que as caspases fiquem muito 
próximas umas das outras e por isso são ativadas 
− Depois de ativadas, elas clivam umas às outras dando 
continuidade a cascata 
− O processo é irreversível 
Caspases iniciadoras: caspases 2, 8, 9, 10 
Caspases executoras: 3, 6, 7 
− Duas moléculas de procaspases clivadas se associam 
para formar uma caspase ativa, que é um tetrâmero de 
duas subunidades pequenas e duas grandes 
 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
− As duas vias de sinalização que ativam a apoptose são 
a intrínseca e a extrínseca 
VIA EXTRÍNSECA 
− Na superfície da célula apoptótica tem “RECEPTORES 
DE MORTE” que sinalizam para outras células que ela 
esta morrendo 
− Eles são proteínas transmembrana com um domínio 
intracelular de morte, um transmembrana e um 
extracelular de ligação 
− Esses receptores chamam RECEPTORES DE MORTE 
FAS 
ATIVAÇÃO DA VIA EXTRÍNSECA DE APOPTOSE 
− Um linfócito killer tem um LIGANTE FAS na sua 
superfície e ele se liga ao FAS na superfície da célula 
apoptótica 
− Depois da ligação, o dominino intracelular de morte do 
Fas recruta PROTEÍNAS ADAPTADORAS, as quais se 
ligam a ele e tem função de recrutar as procaspases 
iniciadoras (8 e 10) que também se ligam a ele 
− 
 
− Juntas, essas moléculas formam o COMPLEXO DE 
SINALIZAÇÃO INDUTOR DE MORTE (DISC) 
− Quando estão em DISC, caspases iniciadoras ativa 
procaspases executoras para induzirem a apoptose 
PROTEÍNAS INIBIDORAS 
− As células produzem proteínas inibidoras para 
controlar a via extrínseca 
− Algumas delas podem ser RECEPTORES ARMADILHA, 
que não tem domínio de morte intracelular 
• Então quando o ligante de Faz se liga, a via de 
ativação das caspases não será ativada 
− Outras, podem ser PROTEÍNAS BLOQUEADORAS, 
como o FLIP, que se parecem com procaspases 
iniciadoras e competem com as verdadeiras 
procaspases para se ligar ao complexo DISC 
− Essas proteínas ajudam a evitar a ativação da via 
extrínseca erroneamente 
VIA INTRÍNSECA DA APOPTOSE 
− A via intrínseca ocorre quando a célula, de dentro pra 
fora, desencadeia mecanismos de apoptose 
− Ela ocorre quando a célula é danificada, como com o 
DNA clivado ou sem oxigênio 
− Ela ocorre através da liberação de proteínas 
mitocondriais no citosol da célula, como: 
• CITOCROMO C 
✓ Quando liberado, liga-se a UMA 
PROTEÍNA ADAPTADORA que faz a 
ativação da procaspase chamada Apaf1 
✓ Isso converte a procaspase em um 
apoptossomo (que é a Apaf1 com estrutura 
arredondada) 
✓ As proteínas Apaf1 no apoptossomo 
recrutam procaspase iniciadoras (9) que ao 
se aproximarem dele, são ativadas 
PROTEÍNAS Bcl2 
− ATIVAÇÃO INTRÍNSECA + EXTRÍNSECA: Algumas 
vezes, apenas a via extrínseca não é suficiente para 
matar a célula e por isso, a via intrínseca tem que se 
ativada conjuntamente 
− Isso ocorre através das proteínas da família Bcl2 
− A BCL2 é um REGULADOR INTRACELULAR DA 
APOPTOSE 
• Ele controla a liberação do citocromo C e de 
outras proteínas mitocondriais 
• Alguns Bcl2 são PROAPOPTÓTICOS e outros são 
ANTIAPOPTÓTICOS 
• Ambas podem se ligar uma a outra e se inibir 
mutuamente 
• O equilíbrio entre a quantidade dos pró e 
antiapoptóticos determina se a célula vive ou 
morre 
 AÇÃO DAS PROTEINAS PROAPOPTÓTICAS 
− Quando a célula recebe um estimulo para entrar em 
apoptose pela via intrínseca, a BH123 
PROAPOPTÓTICA se ativa e induz a liberação do 
citocromo C e outras ptns, desencadeando a apoptose 
• Nos mamíferos tem as principais proteínas que 
são o Bax e Bak 
✓ Bak esta externa à membrana mitocondrial 
✓ Bax esta no citosol e se move para a 
membrana mitocondrial depois que um sinal 
externo a ativa 
• A ativação de Bax e Bak depende de proteínas 
proapoptóticas BH3-apenas 
• Bax e Bak também estão na superfície do RE e na 
membrana nuclear e ajudam na apoptose 
também 
AÇÃO DAS PROTEÍNAS ANTIAPOPTÓTICAS 
− As proteínas Bcl2 ANTIAPOPTÓTICAS como Bcl2 e Bcl-
X1 ficam na membrana externa da mitocôndria e 
impedem que seus componentes sejam liberados 
• Elas se ligam a Bak e impedem que se libere o 
citocromo C e outras ptnsRELAÇÃO ENTRE AS DUAS 
− Proteínas BH3-apenas são parte da família da Bcl2 e 
elas promovem apoptose pela inibição de proteínas 
antiapoptóticas 
• As BH3 se ligam as Bcl2 antiapoptóticas e as 
inibem 
Ligante Fas 
no linfócito 
killer 
Receptor de 
morte Fas 
Proteína 
adaptadora 
procaspase 
 
 
DISC 
1 
2 
3 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
• Essa inibição faz com que a Bax e Bak na superfície 
da mitocôndria exerçam sua ação e liberem o 
citocromo C e as ptns 
✓ Algumas BH3 podem se ligar diretamente no 
Bax e Bak e fazer esse processo 
 
− Quando a célula não recebe mais sinais extracelulares 
para se manter viva, existe uma via de sinalização 
intracelular que promove a transcrição do gene da BH3-
apenas e ela, por sua vez, dispara a via intrínseca 
− Quando há dano no DNA, a proteína p53 se acumula e 
ativa a transcrição de genes da BH3-apenas e eles 
disparam a via intrínseca, causando apoptose 
− Assim as células danificadas são eliminadas 
 
ATIVAÇÃO DA VIA EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA JUNTAS 
− Algumas vezes, a via extrínseca precisa ativar a via 
intrinseca para causar a morte da célula 
− A proteína BH3-APENAS Bid é que faz esse processo 
• Quando os receptores de morte são ativados, 
ativam a via extrínseca e em seguida ativam as 
caspases iniciadoras que clivam a Bid produzindo 
a tBid 
− A tBid segue para a mitocôndria e inibe as proteínas 
Bcl2 antiapoptóticas e causam a agregação da proteína 
proapoptótica BH123 proapoptóticas, causando a 
apoptose 
CASPASES INIBEM IAPs 
− Inibidores da apoptose (IAPs) se ligam a caspases 
ativadas e as inibem 
− Algumas dessas IAPs fazem parte da poliubiquitinação 
das caspases, marcando elas para destruição 
intracelular 
− Assim as IAPs sao um obstáculo que as caspases tem 
que passar sempre que forem realizar a apoptose 
FATORES DE SOBREVIVÊ NCIA 
− Há outras moléculas no organismo que estimulam a 
apoptose, como o hormônio tireoide e proteínas do 
osso 
− Eles ajudam a regular o balanço 
apoptose/sobrevivência 
− Muitas células requerem sinalização celular constante 
para se manterem vivas, como os neurônios produzidos 
durante o desenvolvimento embrionário, em que 
muitos neurônios são produzidos, mas poucos 
sobrevivem, pois, a quantidade de fatores de 
sobrevivência no local é limitada e eles competem por 
elas 
FUNCIONAMENTO DOS FATORES DE SOBREVIVÊNCIA 
− Eles se ligam a receptores na superfície da célula que 
inibem os mecanismos apoptóticos 
• Alguns estimulam a produção de proteínas 
antiapoptóticas, enquanto outros inativam as 
proteínas apoptóticas 
− Quando células são privadas de fatores de 
sobrevivência, elas induzem a ativação de BH3-apenas 
apoptóticas e induzem a ativação da via intrinseca da 
apoptose 
APOPTOSE E DOENÇAS 
− A apoptose pode contribuir para a causa de doenças 
− Durante uma isquemia cardíaca, as células morrem por 
falta de oxigênio, causando infarto 
− Células cancerígenas conseguem alterar os 
mecanismos de apoptose, impedindo a célula de 
morrer 
− O gene que codifica a p53 é mutado em alguns tipos de 
tumor e isso impede a parada do ciclo celular, 
impedindo a célula de entrar em apoptose 
− Assim a célula cancerígena prolifera mesmo que a 
célula esteja defeituosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
ALTERAÇÕES CELULARES 
NEOPLASIA 
− Significa um “crescimento novo” literalmente 
− Faz referencia a uma proliferação celular 
descontrolada 
− As células tumorais tem seu DNA alterado, o que as faz 
conseguir se multiplicar mesmo que não haja estímulos 
externos para isso 
− É usado como sinônimo de tumor 
− Os tumores podem ser classificadas em tumores 
benignos e malignos 
TUMORES BENIGNOS 
− Tem melhor prognóstico 
− Seu crescimento é localizado, in situ, pois: 
• Não ultrapassam a membrana basal 
• Desenvolvem uma capsula fibrosa de tecido 
conjunto ao redor 
✓ A capsula deriva de células do parênquima 
que estão atrofiadas devido a pressão 
tumoral 
✓ A capsula evita que o tumor cresça e o 
mantem como uma massa palpável e móvel 
− Não sofre metástase 
− Pode ser removido facilmente por cirurgia 
− Tende a estagnar ou se retrair 
− Histologicamente, as células de um tumor benigno 
tendem a ser semelhantes a células do tecido de 
origem 
− Crescimento lento geralmente 
TUMORES MALIGNOS 
− Câncer = tumor maligno 
− Tem pior prognóstico 
− Podem ou não ser localizados 
• A linha da membrana basal é ultrapassada 
− Tem alta chance de invadir outros tecidos 
• O tumor pode desenvolver uma capsula fibrosa 
que ajuda a empurrar o tumor em direção a 
estruturas adjacentes 
• Pseudoencapsulados 
• Esses tumores invasivos são mais difícil de tirar 
cirurgicamente pois uma grande área ao redor 
deve ser retirada junto com eles e isso nem 
sempre é possível 
− Sofre metástase 
− Geralmente tem crescimento rápido 
− Histologicamente, as células de um tumor maligno 
tendem a ser diferentes do tecido de origem, como na 
morfologia, formato, tamanho, organelas, polaridade, 
núcleo alterado, ... 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TUMOR 
− Tem células neoplásicas CLONAIS 
• Significa que todas as células daquela massa 
tumoral derivaram de uma única célula que 
estava mutada e se multiplicou 
− Tem ESTROMA DE TECIDO CONJUNTIVO 
• O estroma é necessário para dar sustentação as 
células que estão se multiplicando 
• Alguns tumores têm pouco estroma e por isso são 
mais moles e carnosos 
• Outros tumores tem muito estroma com 
colágeno, caracterizando uma DESMOPLASIA, 
em que há tecido fibroso (com colágeno) no 
tumor 
− Tem NEOVASCULARIZAÇÃO, pois para se multiplicar 
as células precisam de nutrientes e por isso, novos 
vasos sanguíneos são formados na região tumoral 
ANAPLASIA 
− DIFERENCIAÇÃO: É o termo usado para averiguar o 
quanto uma célula tumoral é semelhante a célula do 
seu epitélio de origem 
• A falta de diferenciação é chamado anaplasia, 
típica de tumor maligna 
• Ela ocorre depois de haver descontrole do ciclo 
celular, pois anaplasia não existe fisiologicamente 
no ser humano 
− Por exemplo, uma célula cilíndrica começa a involuir e 
desdiferenciar, perdendo suas características e se 
tornando amorfa: 
• Perde sua estrutura e forma 
• O núcleo e membrana alteram sua morfologia 
• O citoplasma perde suas características 
− anaplasia = significa “transformar-se para trás” 
− Acredita-se que a célula não “evolua para trás”, mas 
sim, que a célula foi originada de uma outra célula 
menos madura, que já tinha características menos 
diferenciadas, como semelhantes a células tronco 
 
− A anaplasia esta associada a: 
• PLEOMORFISMO 
✓ A célula e o núcleo tem alteração no 
tamanho e forma 
✓ Assim, dentro de um mesmo tumor, as 
células variam de tamanho e forma entre si 
• MORFOLOGIA NUCLEAR ANORMAL 
✓ Núcleos muito grandes, com formato 
irregular 
✓ A cromatina esta distribuída pela membrana 
nuclear 
✓ Há muito nucléolo 
• MITOSES 
✓ Tumores indiferenciados tem mais mitoses 
✓ Células tronco tem muitas mitoses e por 
serem indiferenciadas, as anaplasias tb 
• PERDA DE POLARIDADE 
✓ As células crescem de maneira desordenada, 
não ficam em “fileiras”, mas amontoadas 
• NEOANGIOGÊNESE INSUFICIENTE 
✓ Sabe-se que a formação de novos vasos 
sanguíneos é essencial para o tumor crescer 
✓ Por vezes o novo suprimento vascular ainda 
é insuficiente, fazendo com que áreas 
centrais do tumor sofram necrose isquêmica 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
RELAÇÃO ANAPLASIA X NEOPLASIA 
− Para célula se tornar anaplásica, tem que parar de 
expressar seu genes usuais, que a tornam 
morfofuncional e expressargenes de uma célula 
indiferenciada além de inibir a expressão de alguns 
genes de diferenciação também, semelhante a uma 
célula tronco 
− Assim, se uma célula neoplasia ter erro no dna e parar 
de expressar esses genes, ela se torna anaplásica 
− Se a neoplasia for diretamente em uma célula tronco, 
como leucemia mieloide, a neoplasia já será uma 
anaplásica 
METAPLASIA 
− As nossas células sempre tendem a se manter em 
homeostase, se adaptando as condições do meio 
− Quando o meio externo se torna agressivo, a célula 
pode passar por adaptações para continuar a 
sobreviver nesse ambiente 
− Se a capacidade de se adaptar é excedida ou se o meio 
é muito nocivo, há uma lesão celular 
− Dentro de certos limites, a lesão é estável e a célula 
consegue voltar as suas condições basais 
− Contudo, se o estresse sofrido permanecer, a alteração 
celular se torna irreversível 
− A metaplasia é quando uma célula adulta é substituída 
por outro tipo celular diferente 
• Geralmente o novo tipo celular não é encontrado 
no órgão em questão 
− A metaplasia pode ser FISIOLÓGICA e ocorre 
frequentemente em zonas de transição de epitélio 
• Como na junção do esôfago e cárdia, em que o 
epitélio passa de epitélio pavimentoso 
estratificado não queratinizado → cilíndrico 
simples na cardia 
− Pode ser PATOLÓGICA, como: 
• Na substituição do epitélio pseudoestratificado 
cilíndrico ciliado da mucosa brônquica por epitélio 
estratificado escamoso (metaplasia escamosa) 
✓ Esse processo ocorre porque o epitélio 
pavimentoso é mais resistente a estresses 
que o colunar 
✓ Embora seja mais resistente, esse epitélio 
não consegue produzir muco e não tem cílios 
para removerem partículas dos brônquios 
✓ Se o estresse persistir, pode haver formação 
de tumores malignos 
• Na metaplasia intestinal na mucosa gástrica 
devido à gastrite crônica 
RELAÇÃO METAPLASIA X NEOPLASIA 
− Metaplasia é REVERSÍVEL se o agente lesivo é removido 
− Se o agente agressor não for retirado, a metaplasia 
tende a evoluir e o número de proliferações celulares 
aumentará para repor as células mortas pelo agente 
agressor 
− Quanto mais mitoses, maior a chance de ocorrer erro 
no ciclo celular e descontrolar a replicação, originando 
uma neoplasia 
− 
DISPLASIA 
− É o processo em que as células se multiplicam 
descoordenadamente e sua morfologia é anormal 
− Pode ter alterações no: 
• Tamanho da célula 
• Tamanho do núcleo 
• Formado 
• Perda de organelas no citoplasma 
− A displasia é considerada um estágio entre o tumor 
benigno e o pré-maligno 
DISPLASIA X ANAPLASIA 
− Na displasia, a célula começa a perder suas 
características estruturais, ou seja, ela tende a se tornar 
indiferenciada. Se o agente lesionante permanecer, a 
displasia pode evoluir para uma anaplasia, em que a 
célula se torna totalmente indiferenciada e não apenas 
com alterações na sua morfologia como é a displasia 
DISPLASIA X NEOPLASIA 
− O agente agressor gera morte celular no epitélio e para 
repor as células mortas, deve haver proliferação celular 
para repor o tecido 
− O excesso de mitose pode gerar erros no ciclo celular e 
ocasionar uma neoplasia, que é uma replicação 
descontrolada 
− Ex: em locais de inflamação, há fatores de crescimento 
citocinas que estimulam continuamente a proliferação 
celular e por feedback positivo excessivo, a via 
apoptótica pode ser bloqueada → fatores de 
sobrevivência aumentam muito o Bcl2 e bx1 que são os 
fatores antiapoptóticos. Por mais que haja erro na 
replicação, o erro não esta no ciclo celular e por isso 
ainda não é caracterizado como neoplasia 
− Se houver mutações no DNA e o ciclo celular for 
alterado, será uma neoplasia 
NEM TODA DISPLASIA PROGRIDE PARA O CÂNCER 
− Se a displasia ocorreu nas camadas mais superficiais do 
tecido e se o agente causador for removido, o epitélio 
pode voltar ao normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
HIPERPLASIA 
− É o processo em que o numero de células de um 
determinado órgão ou tecido aumenta de forma 
desregulada 
− As células mantem a característica semelhante ao do 
tecido 
− A hiperplasia pode ser fisiológica, ocorrendo: 
• Em RESPOSTA A HORMÔNIOS, como com o 
crescimento da mama durante lactação e do útero 
na gestação 
• De FORMA COMPENSATÓRIA, como quando 
há regeneração hepática depois de uma cirurgia 
• Ocorre também em REGENERAÇÃO DE 
FERIDAS 
• Também há quando se tem INFECÇÕES por 
agentes como o vírus HPV, que causa as verrugas 
genitais e no colo do útero → o vírus libera fatores 
de crescimento que estimulam o epitélio 
proliferar e assim causa as lesões 
✓ Nesse caso, a hiperplasia é controlada pela 
quantidade de fatores e crescimento e 
hormônios que tem no local. Se o estímulo 
acaba, a hiperplasia cessa 
✓ A grande diferença da hiperplasia fisiológica 
e do câncer é que no câncer, a hiperplasia é 
descontrolada, pois há multiplicação celular 
mesmo que não haja estímulos e os 
mecanismos de controle do crescimento são 
desregulados 
− Pode ser patológica, por excessivo estímulo hormonal, 
externo ou por fatores de crescimento, como: 
• Aumento da adrenal causando síndrome de 
Cushing 
• Aumento da tireóide no hipertireoidismo 
− É reversível e não invasiva e controlada. Pode evoluir 
para tumor caso haja descontrole sobre a morte celular 
TEMPO DE CRESCIMENTO 
− O tempo de crescimento de um tumor depende: 
• Tempo de duplicação das células tumorais 
• Fração das células tumorais que estão replicando 
• Taxa de morte dessas células tumorais 
− Inicialmente, um grupo de células do tecido começa a 
replicar-se descontroladamente, esse grupo chama 
FRAÇÃO DE CRESCIMENTO 
− Depois do tumor ter crescido, muitas células vão 
deixando essa fração de crescimento devido a 
inúmeros fatores, como: 
• Descamação 
• Falta de nutrientes 
• Apoptose 
• Diferenciação celular 
• Reversão da fase não proliferativa do ciclo celular 
− Assim, quando o tumor já for clinicamente detectável, 
apenas cerca de 20% das suas células estarão 
continuamente replicando ainda 
− Além disso, o crescimento dos tumores é determinado 
pelo desenquilibrio entre excesso de replicação celular 
e apoptose 
• Em tumores de crescimento rápido, a taxa de 
replicação excede muito a taxa de morte celular 
• Quanto maior a taxa de crescimento, mais 
suceptivel será o tumor ao tratamento com 
quimioterápicos, pois eles tendem a agir no ciclo 
celular 
• Tumores com crescimento muito lento (a 
replicação ultrapassa em 10% a morte celular por 
exemplo) são refratários ao tratamento 
farmacológico 
− Normalmente, tumores benignos tem menor taxa de 
crescimento que tumores malignos 
• Por isso tumores malignos tendem a ser 
diagnosticados somente quando estão em fase 
mais avançada, ou seja, clinicamente 
diagnosticáveis 
✓ Tumor clinicamente detectável: contem 109 
células 
− Há exceções: 
• Alguns tumores benignos tem a mesma ou maior 
taxa de crescimento que tumores malignos, pois 
podem ser afetados por diversos fatores, como: 
✓ Estimulação hormonal 
✓ Suprimento sanguíneo adequado 
• Há vezes em que o tumor entra em período de 
latência, não de dividindo, e isso pode durar 
vários anos 
METÁSTASE 
− É uma parte do tumor descontinua com o tumor de 
origem 
− Ou seja é quando parte do tumor primário migra para 
outras regiões do corpo 
− Ela marca um tumor como maligno, pois os benignos 
não metastizam 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
− Toda inflamação crônica tem 3 características básicas: 
• INFILTRAÇÃO de macrófago, linfócitos emonócitos (macrófago, linfócito, plasmócito) 
✓ Neutrófilos chegam primeiro, depois 
macrófagos 
✓ Os linfócitos mantem o recrutamento de 
macrófagos que contribuem para o processo 
de inflamação crônica 
• DESTRUIÇÃO TECIDUAL 
✓ O agente é danoso ao epitélio 
✓ Para célula combater o agente, ela libera 
reativos de O2, enzimas de degraçãoa, etc, 
que destroem o tecido 
• CICATRIZAÇÃO 
✓ Tentativa de substituição do tecido lesado 
por tecido conjuntivo 
✓ Ele é facilmente sintetizado e organizado 
✓ Nesse processo ocorre angiogênese e 
fibrose, que é deposito exacerbado de tecido 
conjuntivo – colágeno 
PROLIFERAÇÃO – FASES: 
• Formação do coagulo 
• Formação do tecido de granulação – fibroblastos 
e angiongenese 
• Proliferação celular e deposito de colágeno 
• Formação da cicatriz 
• Contração da ferida 
• Remodelação do tecido conjuntivo 
• Recuperação da tensão do tecido 
− Se a lesão recuperar totalmente, acaba aqui 
− Se a lesão permanece ocorre fibrose que é o ultimo 
estágio da inflamação crônica 
FIBROSE 
− É a deposição de colágeno de forma excessiva 
− A fibrose não tem as características do tecido de 
origem, nem a mesma funcionalidade 
− O tumor pode agredir tecidos ao redor e gerar 
inflamação e fibrose nos tecidos adjacentes, pois ele é 
um agente agressivo sobre o tecido 
− A fibrose pode ser confundida com câncer porque ela é 
uma massa celular diferente do tecido ao redor e com 
as funções prejudicadas. Por isso precisa de exames de 
marcadores celulares 
− Fibrose é um problema de inflamação crônica, ou seja, 
os marcadores que estariam altos seriam enzimas 
hepáticas, proteína reativa C, TGF-beta, entre outros 
− Se fosse tumor, os marcadres bcl2 bax bak estariam 
aumentados 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. Biologia molecular da célula – 5º ed – Alberts et al 
2. Livro: a biologia do câncer – robert Weinberg – 2008 
3. patologia.medicina.ufrj.br - ADAPTAÇÃO, LESÃO E 
MORTE CELULARES 
4. livro Patologia básica – Robins – 8º ed – cap 1 
5. livro patologia bases patológicas das doenças de – 
robins e cotran – 8º ed – cap 7 
−

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