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Enterobiose e Tricuríase - Resumo (Parasito)

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Enterobiose e Tricuríase
Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144
Enterobiose
Também chamada de oxiuríase devido à antiga nomenclatura do parasita;
Agente etiológico: Enterobius vermicularis
Filo: Nematoda | Classe: Cromadorea | Família: Oxyuridae
OBS: o gênero Enterobius possui outras espécies, mas que não geram repercussões para o ser humano.
Epidemiologia
É um helminto de distribuição geográfica mundial (cosmopolita), mas principalmente em clima temperado
Apenas o homem é capaz de albergar, há alta prevalência em crianças
Grande qtd. de ovos eliminados (11.000), tornam-se infectantes rapidamente
Resistem no ambiente por 3 semanas
É uma das doenças parasitárias mais frequentes no mundo, mesmo em países desenvolvidos
Morfologia
Nítido dimorfismo sexual, apesar de existirem características comuns entre os sexos
Cor branca, formato filiforme
Asas cefálicas são expansões vesiculosas na extremidade anterior que facilitam a movimentação
Boca pequena, 3 lábios delgados, seguida de um esôfago longo, musculoso, claviforme, terminando em um bulbo cardíaco
Fêmea (♀)
0,8 – 1,2 cm de comprimento x 0,4 mm de diâmetro
Cauda pontiaguda e longa
Aparelho genital dobrado, é anfidelfo (2 úteros)
Macho (♂)
0,3 – 0,5 cm de comprimento x 0,3 mm de diâmetro
Cauda fortemente recurvada ventralmente, com espículo (prende a fêmea na cópula)
Apresenta 1 testículo único
Morre após a cópula
Ovo
Aspecto grosseiro de D (um dos lados é achatado e o outro é convexo)
Membrana dupla, lisa e transparente
Quando sai da fêmea, já apresenta uma larva em seu interior
Quando são eliminados, colam entre si e com a superfície por estarem imersos em substância derivada da albumina
Ciclo Biológico: monoxênico
Habitat: por todo o TGI; 
Após a cópula, os machos são eliminados com as fezes e morrem
As fêmeas repletas de ovos migram para a região perianal
Os ovos eliminados tornam-se infectantes em poucas horas e são ingeridos pelo hospedeiro
No intestino delgado, as larvas eclodem e desenvolvem-se no trajeto até o ceco (→ vermes adultos)
OBS: o mecanismo é incerto, se a fêmea realiza oviposição ou se tem seu corpo rompido liberando os ovos.
Transmissão
Heteroinfecção/Primoinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro
Autoinfecção indireta: ovos presentes na poeira/alimentos contaminam o mesmo hospedeiro que os eliminou
Autoinfecção externa/direta: ovos são levados da região perianal até a boca, é o principal mecanismo responsável pela cronicidade dessa verminose (principalmente em crianças)
Autoinfecção interna: rara, as larvas eclodem ainda dentro do reto e migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos
Retroinfecção: larvas eclodem na região perianal, penetram pelo ânus e migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos
Patogenia
Maioria: parasitismo despercebido, só nota quando há prurido anal (principalmente noturno, continuado) ou pela observação do verme nas fezes
A coceira pode lesionar o tecido favorecendo infecções bacterianas secundárias
O prurido pode causar erotismo e masturbação devido à proximidade com o órgão genital (em meninas), além de poder causar vaginite
Em infecções maiores, pode causar enterite catarral
Em raros casos, há granuloma (fígado, rim, próstata)
O ceco apresenta-se inflamado e, às vezes, também o apêndice
OBS: não há sintomas intestinais como cólicas, diarreias e vômitos.
Resposta Imunológica
Antígenos de diferentes naturezas (PAMPs) liberados pelo parasito são reconhecidos pelos PRR das células dendríticas
Dependendo do antígeno, a APC secretará: 
IL-10 e TGF-β, que são moduladores, imunossupressores. Estimulam o linfócito T regulador. ou
IL-4, que estimulará produção de anticorpos IgE pelos linfócitos B (junto a IL-13), ADCC dos eosinófilos contra o parasito, liberação de mediadores pelos mastócitos. 
Diagnóstico
Laboratorial
Não se usa exame de fezes, o melhor método é o da fita adesiva (gomada) ou método de Graham
Método de Hoffman, pesquisa de ovos
Profilaxia
Não sacudir roupa de cama usada pelo hospedeiro e sim enrolar e lavar em água fervente, diariamente
Tratamento de todas as pessoas parasitadas dos ambientes de convivência
Corte das unhas, aplicação de pomada perianal, banho de chuveiro ao levantar-se, limpeza doméstica com aspirador de pó
Tratamento
Albendazol (100% de eficácia), porém ação teratogênica e embriotóxica (contraindicado na gravidez)
Ivermectina (85-100%), contraindicado em pacientes com alterações no SNC, gravidez e amamentação.
Pamoato de Pirantel (80-100%), contraindicado em gravidez e disfunção hepática.
OBS: outros exemplos de Oxyuroidea são Syphacia obvelata e Aspiculuris tetraptera, mas não são patogênicos.
Tricuríase
Trichuris trichiuria
Filo: Nematoda | Ordem: Trichocephalida | Família: Trichuridae
Vermes adultos dioicos, com dimorfismo sexual
Epidemiologia
Distribuição geográfica mundial (cosmopolita), mas ↑ prevalência em regiões de clima quente e úmido
Morfologia (“whipworms”)
Os vermes adultos apresentam formato de chicote devido ao afilamento da região esofagiana
Medem de 3 a 5 cm, os machos são menores que as fêmeas
Verme fusiforme nematóde, boca é uma abertura simples (sem lábios)
Esôfago longo e delgado (2/3 do comprimento)
Fêmea (♀)
Ovário e útero únicos (monodelfa)
Macho (♂)
Testículo único, canal ejaculador termina com um espículo
Extremidade posterior curvada ventralmente
Ovo
Formato elíptico com poros salientes e transparentes em ambas extremidades, preenchidos por material lipídico
Ciclo Biológico: monoxênico
Habitat: intestino grosso de humanos
Os vermes adultos macho e fêmea reproduzem sexuadamente no intestino grosso, os ovos são eliminados com as fezes
A fêmea fecundada libera de 3.000 a 20.000 ovos por dia
O embrião contido no ovo se desenvolve no ambiente para se tornar infectante
Os ovos infectantes podem contaminar alimentos, e assim serem ingeridos pelo humano
As larvas eclodem através de um dos poros da extremidade do ovo, no intestino delgado do humano
As larvas se desenvolvem no trajeto até o intestino grosso (→ vermes adultos)
OBS: os ovos são sensíveis à baixa umidade e a temperaturas muito altas (52ºC) ou muito baixas (-9ºC)
Transmissão
Alimentos/água contaminada (↓ saneamento)
Disseminação de ovos pela mosca doméstica
Via fecal-oral
Geofagia (comer terra)
Patogenia
Maioria dos casos são assintomáticos, a gravidade depende da carga parasitária (↑ carga – sintomatologia)
A patogenia depende também da idade do hospedeiro e do seu estado nutricional
Imunidade
Resposta predominante é a Th2, regulada por IL-4, IL-5, IL-9 e IL-13, protege contra a infecção
É caracterizada pelo desenvolvimento de mastocitose intestinal, eosinofilia, ↑ IgE e ↑ IgG4
A produção de IgA está associada à ↓ intensidade da infecção
Manifestações Clínicas
Menos que 1.000 opg = leve
Entre 1.000 e 10.000 opg = moderada
Mais que 10.000 opg = intensa
Infecções leves: assintomáticas
Infecção moderada: dores de cabeça, dor epigástrica, diarreia, náusea, vômitos
Infecção intensa: síndrome disentérica crônica*
*Diarreia intermitente (com presença de muco e, às vezes, sangue), melena, tenesmo (vontade de defecar e não é nada), prolapso retal
**Anemia e desnutrição grave também podem ser observadas.
Diagnóstico
Laboratorial: parasitológico, pesquisa de ovos nas fezes
Método de exame de fezes, Método de Hoffman, Método de Kato-Katz
Profilaxia
Educação sanitária e ambiental, tratamento da população, saneamento básico
Tratamento
Albendazol + Ivermectina (65%)
Albendazol (menos que 50%)
Mebendazol

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