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Carcinogênese Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144 Para a maioria dos cânceres, não há relação de causa/consequência/efeito, ocorre de forma randômica Um tecido normal transforma-se em hiperplásico; disso, transforma-se em neoplásico; disso, transforma-se em invasivo; disso, metastático Várias coisas podem anteceder a hiperplasia, como uma metaplasia Esses distúrbios do crescimento ocorrem com o ciclo celular Neoplasia: crescimento novo, há um aumento do número de células daquele tecido. É um processo tecidual. A neoplasia/câncer decorre de mutações + meio ambiente. O nº de células do ser humano é muito regulado (ex: após levar um corte, é restabelecido o nº de células) É possível aumentar o nº de células (acumulando mais células que o normal) de um tecido se: ↳ (+) ciclo celular ↳ (-) morte celular A partir de uma célula normal: Há estímulo para ela se tornar hiperplásica. Caso o estímulo seja retirado, a célula volta ao normal. Há estímulo + mutação para ela se tornar neoplásica. Caso o estímulo seja retirado, a alteração permanece. Isso confere autonomia para essa célula alterada. OBS: para a célula se tornar hiperplásica, também pode ser resultado de estímulo + mutação. Na neoplasia, há mutações importantes em função e quantidade: altera os genes que regulam o ciclo (proto-oncogenes e genes supressores tumorais). A alteração nas células e nos tecidos é antecedida pela alteração nas moléculas (proto-oncogenes, genes supressores tumorais, genes da apoptose) – isso confere predisposição. A patologia molecular ajuda: Na inclusão ou exclusão da pessoa num grupo de risco para câncer No prognóstico, em guiar o melhor tratamento para o paciente Na noção sobre risco de morte, etc. O diagnóstico cancerígeno é visual. Para um patologista molecular, tumores que são idênticos para um histopatologista terão comportamentos completamente distintos. EX: câncer classificado como “melanoma Clark 3” em pacientes diferentes pode ter uma diferente etiologia molecular. No paciente 1, pode ter sido por: mutação 20% nos genes de apoptose; 70% nos proto-oncogenes; e 10% supressores tumorais No paciente 2, pode ter sido por: mutação 10% proto-oncogenes; 90% supressores tumorais. Por isso, o ideal é que se junte os 2 diagnósticos (histopatológico + molecular) Um único gene alterado pode ser a causa da neoplasia/câncer Hereditariedade: pode pular gerações (ex: de avó para neta) Gene BRCA1, um supressor tumoral que atua na fase S, se alterado, há risco de câncer de mama EX: caso de Angelina Jolie Ciclo Celular e Genes Quando a célula quer passar do G0 → G1, há estímulo para produção de uma proto-oncoproteína. Isso também ocorre nas outras fases. O gene supressor tumoral bloqueia a função do proto-oncogene A maioria dos cânceres é causada por alterações nos supressores tumorais Toda vez que se passa pela fase S, há chance de erro. Em um tecido que se multiplica muito, ocorrem muitos ciclos e, assim, se passa muito pela fase S, portanto, há maior chance de erro. No caso do BRCA1 alterado, como ele não será capaz de corrigir um erro que venha a ocorrer, há maior chance de desenvolver neoplasia Todo mês (ciclo menstrual) há um pico de estrogênio que estimula as células do tecido mamário, por isso, as mulheres têm 1,1% de chance a mais de desenvolver neoplasias que os homens Tumor/Câncer Início: pela mutação, que promove: Promoção: ganho de função do proto-oncogene ou perda de função dos genes supressores tumorais Estabelecimento: depende de fatores como → (1) “ganhar a competição” por O2 e nutrientes; (2) fuga da inibição por contato; (3) fuga do sistema imune; (4) angiogênese (↑ VEGF); (5) imortalização, telomerase – a linhagem da célula não morre. Usa-se uma droga, o anti-telomerásico. Progressão: surgimento de novas funções nas novas células; não é monoclonal. ↳ INVASÃO: p/ isso, precisa: perder a inibição por contato; de movimentação; quimiotaxia; degradar a MEC p/ facilitar mov. ↳ METÁSTASE: “invasão longe”, geralmente ocorre pela circulação ou cavidades. Precisa fugir da morte celular e aprender a viver em meio líquido. OBS: Os estágios 1-3 são relativos à “tumorgênese” (benigno), enquanto que o 4 é relativo à “carcinogênese” (maligno). Promover o tumor não significa que vai gerar um câncer. Neoplasia = P.O. e S.T. + gAp + ambiente A sobrevivência da célula se dá pelo bloqueio apoptótico: a célula tumoral foge da inibição por contato. Ao invés de morrer com isso, ela prolifera. A cél. tumoral precisa de O2 e nutrientes: se cresce muito, não há suficientes para ela; por isso, compete com as outras céls. daquele tecido. As células imunovigilantes percebem que as células muito mutadas estão anormais.
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