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Relatório individual de estágio supervisionado básico em Psicologia e Adolescência

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Universidade Brasil
Graduação de Psicologia
Abeni Carneiro Bastos Junior
Relatório de Estágio
Descalvado
2019
Abeni Carneiro Bastos Junior
Relatório individual de estágio supervisionado básico em Psicologia e Adolescência
Relatório individual de estágio supervisionado básico em Psicologia e Adolescência da Universidade Brasil, campus Descalvado, como parte das exigências de estágio.
Orientador: Profª Me Rean Soares Mendes Teixeira da Cunha
Descalvado
2019
Resumo
A adolescência é a transição no desenvolvimento entre a infância e a vida adulta, caracterizada por mudanças físicas, cognitivas e psicossociais, mudanças estas que se intensificam com o início da puberdade, processo pelo qual o indivíduo atinge a maturidade sexual e a capacidade de reproduzir.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a adolescência é um período biológico, psicológico e social que vai dos 10 e os 19 anos. Porém o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reconhece o período da adolescência dos 12 aos 18 anos. O Brasil conta com aproximadamente 35 milhões de adolescentes, o que representa mais ou menos 20% da população de todo o planeta. 
Somados a todos os desafios e mudanças da fase em que estão vivendo, atualmente os adolescentes ainda contam com o fato de viverem em uma sociedade globalizada, onde um novo mundo tem sido aberto para eles, apresentando-lhes, diariamente, novas culturas, novos saberes e novas oportunidades. 
O desenvolvimento das tecnologias de comunicação virtual como mensagens instantâneas, e-mail e mensagens de texto, bem como os sites de redes sociais, como por exemplo Twitter e Facebook, vem mudando a forma como muitos adolescentes se comunicam e desenvolvem relacionamentos. Diariamente surgem novas tecnologias, que cada vez mais encantam esta geração, que navega com muita desenvoltura pela rede em alta velocidade. 
Na sociedade de um modo geral temos visto mudanças significativas nesta nova era digital. Inovações tecnológicas como smartphones, tablets, ipads, netbooks e etc., estão fazendo parte da rotina das famílias, as quais estão utilizando várias dessas tecnologias digitais com fácil acesso à internet, para se conectarem com o mundo. Áreas como ensino, o mercado de trabalho entre outras, estão cada vez mais fazendo uso de tais tecnologias.
Apesar da internet ter trazido tantos benefícios como por exemplo: facilitar a comunicação com amigos, familiares e pessoas que estão longe, fazer compras sem sair de casa, fazer transações bancárias, fazer pesquisas escolares, entre tantos outros, inclusive para os próprios adolescentes, que se sentem confortáveis ao lidarem com as ferramentas e novidades desse novo meio de comunicação, muito tem se falado sobre o uso excessivo da Internet por parte dos mesmos, o que pode acabar afetando-os também de forma negativa, tornando-se um fator de isolamento social, comprometendo a capacidade de socialização dos mesmos, podendo levá-los a um estado onde não consigam distinguir a realidade do mundo virtual. 
Além de abordar todos estes assuntos, o presente relatório também conta com a descrição das aulas de estágio supervisionado, nas quais fomos instruídos sobre a elaboração deste trabalho, e onde também tivemos uma palestra ministrada pelo psicólogo Bruno, sobre o tema: Fatores de Risco e Proteção na Adolescência. Consta também a entrevista realizada com uma adolescente de 12 anos, a qual nos ajuda a ver na prática como a internet tem sido presente na vida dos adolescentes, modificando o contexto social em que estão inseridos, reforçando alguns dos conceitos abordados ao longo deste trabalho.
	
Palavras-chave: Adolescência; tecnologia; internet; redes sociais
 
	
Introdução
A vida humana é composta por fases como infância, adolescência, adultez e velhice. A adolescência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um período biológico, psicológico e social que vai dos 10 e os 19 anos. Esse critério cronológico também é adotado pelo Ministério da Saúde do Brasil e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), preconiza o período da adolescência dos 12 aos 18 anos. Levando-se em consideração que tais definições apenas estabelecem parâmetros numéricos específicos, pois o ciclo vital do ser humano está em constante processo de mudança, independentemente da idade que a pessoa tenha. O Brasil tem aproximadamente 35 milhões de adolescentes. Enquanto que no mundo, existe aproximadamente 1 bilhão de pessoas nessa faixa etária, representando mais ou menos 20% da população de todo o planeta (CERQUEIRA-SANTOS, MELO NETO e KOLLER, 2014). 
Cada cultura conta com os seus próprios rituais para marcar a maturidade de uma criança. As sociedades modernas, na sua grande maioria tem denominado essa passagem da infância para a fase adulta como adolescência, que é uma transição no desenvolvimento, acompanhada por grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais, que variam de acordo com os contextos sociais, culturais e econômicos. Fisicamente esta fase tem uma mudança importante que é o início da puberdade, onde ocorrem alterações físicas dramáticas, levando à maturidade sexual, ou a capacidade de reprodução. Sendo a puberdade um complexo processo de maturação que se inicia antes do nascimento e tem implicações psicológicas que podem persistir até a vida adulta. Até bem pouco tempo acreditava-se que a adolescência e a puberdade começavam ao mesmo tempo por volta dos 13 anos de idade, mas atualmente isso tem sido discutido entre a classe médica, já que em alguns casos estas alterações puberais tem começado a surgir até antes dos 10 anos de idade (PAPALIA e FELMAN, 2013). 
Em meio a todos os desdobramentos que envolvem esta fase da vida, atualmente os adolescentes ainda contam com os desafios de uma sociedade globalizada, onde eles vivem interconectados e interdependentes, com informações, imagens eletrônicas, músicas e diversão, entre outras coisas, espalhando-se instantaneamente ao redor do planeta. A globalização e a modernização, tem provocado mudanças sociais em todos os segmentos da sociedade e isso também é percebido entre os adolescentes. Devido a rápida disseminação de tecnologias avançadas, que tornam o conhecimento um recurso valorizado, esses jovens passam a necessitar cada vez mais escolarização e habilidades, para ingressar no mercado de trabalho, resultando em uma fase de transição maior entre a infância e a idade adulta. A explosão das tecnologias de comunicação virtual como mensagens instantâneas, e-mail e mensagens de texto, bem como os sites de redes sociais como Twitter e Facebook, mudou a forma como muitos adolescentes se comunicam. Por outro lado, eles também experimentam mudanças no seu comportamento como consequência de estarem expostos a novas culturas, novos saberes e novas oportunidades (PAPALIA e FELDMAN, 2013).
Diariamente surgem novas tecnologias, algumas levando meses para serem aperfeiçoadas, ou outras “caindo na rede”, ou seja, no gosto dos adolescentes, que navegam com muita desenvoltura pela rede em alta velocidade. Desde que iniciou sua popularização no final dos anos 1990, a Internet, criou novos conceitos que foram introduzidos na sociedade, onde tem como maior parcela de usuários, os jovens que se sentem confortáveis ao lidarem com as ferramentas e novidades desse novo meio de comunicação (EISENSTEIN, 2013).
Em seu estudo bibliográfico SILVA e SILVA (2017), afirma que muito tem se falado sobre os impactos do uso excessivo das tecnologias digitais pelos adolescentes, apesar da tecnologia ser um meio facilitador na questão do ensino, onde professores podem utilizá-la para pesquisas, fontes ilustrativas, vídeos educativos etc., e também por que o mercado detrabalho e as relações sociais estão a cada dia mais articulados por processos mediados por tecnologias digitais, mas ainda assim muitos pesquisadores estão abordando o modo como esse uso excessivo das tecnologias afeta os adolescentes de forma social, afetiva e cognitiva. De acordo com dados do Comitê Gestor da Internet, no Brasil (2014), cerca de 81% dos adolescentes usam internet todos os dias, evidenciando o quanto a internet está inserida nos lares brasileiros e o seu poder de persuasão. 
O rádio e a televisão foram os primeiros meios de comunicação a invadir e modificar o cotidiano e os hábitos familiares, atualmente as inovações tecnológicas como smartphones, tablets, ipads, netbooks, TV digital aberta e TV por assinatura estão fazendo parte da rotina das famílias, as quais estão utilizando várias dessas tecnologias digitais com fácil acesso à internet, para se conectarem com o mundo virtual. Portanto, a tecnologia está modificando o convívio familiar e social, sendo incluída como um fator indispensável, participando de qualquer situação ou contexto em que as pessoas estejam. E à medida que o mundo virtual vai progredindo as tecnologias digitais vão transformando os comportamentos e hábitos sociais de todos os que as usam, sobretudo, os adolescentes que tem sido muito susceptíveis às transformações de tais tecnologias, as quais, se não forem trabalhadas dentro de alguns limites, podem se tornar um fator de isolamento social, comprometendo a capacidade de socialização dos mesmos, podendo levá-los a um estado onde não consigam distinguir a realidade do mundo virtual. Nesta faixa etária o convívio social se amplia, com a participação nos diferentes grupos, aos quais os adolescentes pertencem, como: escola, esportes, lazer, entre outros. No entanto os relacionamentos com grupos do mesmo interesse, em alguns casos, têm sido substituídos pela comunicação digital, o que pode acarretar alguns problemas como separação do convívio social, solidão, depressão, comportamento antissocial, tendências agressivas, manias, distúrbios do sono, ansiedade, problemas na linguagem escrita e transtornos de atenção e aprendizagem. Adolescentes estão trocando as conversas pessoais socializadoras por um mundo virtual, em que se comunicam através de chats, mensagens instantâneas, blogs, jogos on-line e redes sociais, partilhando de uma nova cultura, onde a interação só acontece por meios eletrônicos (SILVA e SILVA, 2017).
As tecnologias da era digital, como aplicativos, websites e programas da internet, tem proporcionado aos jovens uma perspectiva mais abrangente do mundo, quando usadas com respeito e cuidado, mas que podem se tornar também uma ameaça e oferecer riscos à saúde se forem ultrapassados os limites entre o real e o virtual, entre o público e o privado, entre o que é legal ou ilegal, entre o que é informação ou exploração, entre a intimidade e a distorção dos fatos ou imagens. As inúmeras redes sociais virtuais, tem se tornado algo muito atrativo para adolescentes, que não encontrando apoio emocional no meio da família, acabam abrindo suas vidas para pessoas desconhecidas nas “salas-de-bate-papo” e compartilhando seus dados pessoais, fotos, ou informações confidenciais, que podem se tornar prejudiciais tanto no mundo virtual quanto na vida real. E não raramente estes adolescentes acabam entrando em sites ou redes desconhecidas, com conteúdo sexual ou sem segurança, aumentando os riscos, pois estas imagens ou informações podem ser usadas por qualquer pessoa, inclusive redes criminosas ou ilegais, de exploração sexual, em qualquer parte do mundo (EISENSTEIN, 2013). 
Outro aspecto observado é o “Sexting” um compartilhamento de textos simples, curtos, diretos com ou sem imagens, de teor sexual, geralmente enviado por telefones celulares. Este termo deriva da expressão inglesa “sexual messaging”, que significa mensagem sexual, tendo uma conotação inapropriada, ou fotos de nudez ou relações sexuais. Prática esta, que pode causar uma enorme dor emocional tanto para o adolescente na foto como para quem envia ou recebe tal imagem, podendo ter implicações legais e criminais, por se tratar de conteúdo pornográfico e invasão de privacidade, apesar de muitos adolescentes acharem que é apenas uma brincadeira engraçada ao invés de perceberem que é um abuso ou Cyberbullying, que é o comportamento de bullying sendo disseminado virtualmente, onde a vitimização ocorre online, com mensagens e envio de fotos ou materiais abusivos, depreciativos, em linguagem discriminatória, sobre alguém, para algum grupo de pessoas em e-mails, websites ou sites de relacionamento (EISENSTEIN, 2013).
Para Eisenstein (2013), os profissionais de saúde nos consultórios e ambulatórios precisam estar conscientes da realidade deste mundo virtual e bem preparados para ajudarem a prevenir os problemas da exploração sexual, pornografia, pedofilia online e outras tantas ameaças à saúde desta geração digital. Trabalhando para transformar o uso da internet numa fonte de conhecimentos, que seja mais segura, ética, educativa e saudável, insistindo em que as condutas de rotina dos atendimentos de crianças, adolescentes e suas famílias, sirvam como uma ação preventiva e alerta aos problemas cibernéticos, bem como construa uma ponte de diálogo entre as gerações.
Em contra partida Assunção e Matos (2014), trazem uma visão mais otimista a respeito do uso da internet pelos adolescentes. Elas afirmam que em linhas gerais as pessoas percebem a internet como uma ferramenta de grande importância na vida atual. Em sua pesquisa qualitativa, as autoras afirmam que os adolescentes descrevem como enormes, as mudanças introduzidas pela era digital, dentre as quais destacam a aproximação entre as pessoas que se encontram distantes, o rápido acesso às informações e a realização de tarefas comuns do dia-a-dia. Pois graças à internet, agora é possível se comunicar com amigos, familiares e pessoas que estão longe, podendo saber o que se passa com pessoas do mundo inteiro. Também é possível fazer compras sem sair de casa, fazer transações bancárias, pessoas podem inclusive trabalharem em casa, e quando é necessário saber alguma coisa, basta ir ao Google que já se tem a resposta.
Atividades práticas
Ao longo do semestre tivemos algumas aulas de estágio supervisionado com o objetivo de fornecer materiais para construção deste relatório, bem como nos preparar para a visita à escola onde faríamos uma entrevista com adolescentes. Logo na primeira aula conversamos sobre a visita e definimos o tema e o tipo da entrevista que faríamos. Na segunda aula foi feita a divisão das equipes e a definição das datas de cada visita. Na ocasião foram trazidas explicações sobre a elaboração deste trabalho, detalhando cada tópico e esclarecendo as dúvidas. Também foi sugerido fazer uma entrevista piloto, para que pudesse verificar se o roteiro estava claro para os adolescentes e saber como nortear a visita.
Para fecharmos a parte das aulas de estágio supervisionado, também tivemos uma palestra com o Psicólogo Bruno, sobre o tema: Fatores de risco e proteção na adolescência, onde ele abordou os seguintes tópicos: Vulnerabilidade social e status social da infância/adolescência; Origem do conceito de fatores de risco; Definição dos conceitos de fatores de risco e fatores de proteção; Pesquisas para identificação de fatores de risco e proteção e intervenções baseadas em fatores de risco e proteção. O palestrante conduziu toda a sua fala passando desde o significado da palavra vulnerabilidade até o contexto histórico da mesma, assim como dos conceitos de fatores de risco e de proteção, entrando na história e situando estes conceitos na atualidade, abordando inclusive a parte de conquistas legais como o caso do ECA. E concluindo com a afirmação de que as intervenções baseadas em fatores de risco e proteção podem direcionar e otimizar as ações, as quais são classificadas em três níveis de intervenção, sendo o nível primário, no qual é trabalhado com a população em geral de forma preventiva e queacontece anteriormente à presença de fatores de risco e promoção de fatores de proteção, o nível secundário, onde já se tem noção dos fatores de risco, trabalhando com os mecanismos de ação para diminuição dos impactos dos fatores de risco e promoção de fatores proteção e por último o nível terciário, o qual vai procurar diminuir as consequências negativas e prevenir o agravamento.
Relatório da visita
A entrevista foi realizada durante uma visita ao CAIC EMEF Doutor Cid Muniz Barreto, situado à rua das Palmas, n° 557, no bairro Parque Morada do Sol, na cidade de Descalvado no estado de São Paulo, no dia 23 de abril de 2019 das 8:00 às 11:30hs.
Ao chegarmos à escola fomos conduzidos pelo professor orientador até a sala onde nos encontramos com os adolescentes que seriam entrevistados. Cada estagiário assentou-se em frente a um aluno/adolescente, para iniciar a conversa e explicar como se daria aquela atividade, que consistiria em algumas perguntas de múltipla escolha, as quais teriam como respostas: nunca, raramente, pouco, algumas vezes, frequentemente e sempre, e também algumas perguntas abertas, todas baseadas no intervalo dos últimos 30 dias. O registro das respostas encontra-se no Apêndice com as folhas utilizadas para o roteiro.
Coube a mim entrevistar Brenda, 12 anos de idade, aluna do 7° ano. Uma menina dócil, simpática, mas um pouco tímida. Falava muito baixo e em poucas palavras. A mesma relatou usar a internet diariamente numa média de duas a três horas por dia. Ao ser perguntada sobre o tipo de comunicação direta ela respondeu que usa sempre o Whatsapp, já sobre as redes sociais, respondeu que raramente usa o Facebook. Disse utilizar frequentemente a tecnologia para jogos, não sabendo apontar nenhum jogo específico. Para se inteirar das notícias, disse utilizar da internet algumas vezes, já com relação a filmes e vídeos utiliza sempre. Brenda também relatou que devido a gostar muito de música usa sempre a internet para este fim. Relatou não saber o que são podcasts, e por isso nunca utilizou a internet para este fim, por outro lado disse utilizar sempre para as pesquisas escolares.
Nas perguntas abertas, a adolescente disse que os sites mais visitados por ela são o Google, para pesquisas da escola e o Youtube, para assistir vídeos e ouvir músicas, porém não soube especificar nenhum canal do Youtube. Perguntada sobre quais aplicativos ou programas que ela mais usava na internet, respondeu que não tem nenhum. Brenda disse que sente que já aprendeu algo na internet, porém não lembrou de algo para exemplificar. Relatou que a internet tem influenciado sua relação com a família, pois os pais reclamam que a mesma passa muito tempo na internet e inclusive alguns amigos já haviam reclamado que ela dava mais atenção para o celular do que para eles. A adolescente concluiu dizendo que a importância da internet para sua vida hoje, se dá principalmente devido ao quanto essa tecnologia tem lhe ajudado nos trabalhos escolares.
Considerações finais
Durante a preparação deste trabalho, percebi que eu tinha alguns preconceitos ao lidar com a faixa etária da adolescência, devido a todo o estereótipo que a sociedade tem colocado sobre ela. À medida que fui pesquisando sobre o tema, fui me deparando com a realidade de que existiam estes preconceitos em mim e que os mesmos precisavam ser trabalhados. Me surpreendi ao fazer a entrevista com a adolescente, pois imaginava que seria algo difícil e tenso, quando na verdade foi a parte mais agradável do trabalho.
Algo que me fez sentir um pouco desconfortável no início foi a dificuldades em encontrar materiais bibliográficos que pudessem ser utilizados neste relatório. Mas logo que encontrei alguns livros e artigos, as coisas foram ficando mais claras e fui gostando de estar lidando com o este assunto. 
Ao preparar a introdução, pude observar algumas coisas que foram mencionadas pela adolescente que eu havia entrevistado, a qual tem encarado o mundo globalizado em que vive, cada dia mais “conectada”. Mesmo não sendo uma garota com vasta experiência em navegar na Internet, ainda assim foi possível perceber como a mesma já tem feito uso desta tecnologia, chegando inclusive a ouvir comentários dos pais ou de amigos que ela estaria se isolando deles por gastar muito tempo com os aplicativos. O que nos remete a posição de Silva e Silva (2017) quando afirma que se não forem estabelecidos limites para o uso de tais tecnologias, podem acabar se tornando um fator de isolamento social.
Mas por outro lado pude observar como ela tem conseguido aproveitar o lado positivo da Internet, se beneficiando da mesma para ouvir músicas, assistir alguns vídeos ou filmes, se comunicar com amigos e principalmente para trabalhos escolares, alguns dos pontos que inclusive são apontado por Assunção e Matos (2014), para mostrar como benefícios da internet.
Termino este relatório consciente da necessidade de enxergar os adolescentes sem nenhum preconceito, e enquanto estudante de psicologia buscando me aprofundar mais no contexto que os cerca, para ter possibilidade de auxiliá-los em suas demandas. Também buscando não focar somente nas coisas negativas vivenciadas pelos mesmos, tendo o cuidado para não perder de vista as coisas boas que eles também são capazes de vivenciar, como no caso do uso da internet, não proibindo-os de utilizar estas tecnologias, mas orientando-os a utilizarem de forma consciente, pois para um desenvolvimento cognitivo, social e afetivo saudável, eles precisam do equilíbrio entre o virtual e o real.
Referências
ASSUNÇÃO, Raquel Sofia; MATOS, Paula Mena. Perspectivas dos adolescentes sobre o uso do Facebook: um estudo qualitativo. Psicol. estud.,  Maringá ,  v. 19, n. 3, p. 539-547,  set.  2014 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722014000300018&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  30  maio  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/1413-73722133716.
CERQUEIRA-SANTOS, Elder; MELO NETO, Othon Cardoso de; KOLLER, Silvia H. Adolescentes e adolescências. In: HABIGZANG, Luísa Fernanda; DINIZ, Eva; KOLLER, Silvia H. (Org.). Trabalhando com adolescentes: Teoria e intervenção psicológica. Porto Alegre: Artmed, 2014, cap. 1, p. 17-29.
EISENSTEIN E. Desenvolvimento da sexualidade da geração digital. Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, Adolescência & Saúde supl. 1, p. 61-71, abril 2013. Disponível em <http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=396>. ISSN: 2177-5281 (Online). acessos em 24 maio 2019.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH; 2013
SILVA, Thayse de Oliveira; SILVA, Lebiam Tamar Gomes. Os impactos sociais, cognitivos e afetivos sobre a geração de adolescentes conectados às tecnologias digitais. Rev. psicopedag.,  São Paulo ,  v. 34, n. 103, p. 87-97,   2017.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862017000100009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  24  maio  2019.
Apêndice
Primeiro nome: ________________________________________Idade: ______anos
Você utiliza a internet? ( ) Sim ( ) Não Quantas horas por dia/semana? _______ d/s
Pensando no último mês, em relação às situações abaixo sobre uso de internet, diga se você usou nunca, raramente, pouco, algumas vezes, frequentemente, sempre 
Comunicação direta, tipo whatsapp, Messenger, Skype.
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Redes sociais, exceto de comunicação direta
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Jogos
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Notícias
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Filmes, vídeos e lives
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Músicas
( ) Nunca( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Podcasts
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Atividades ou pesquisas escolares
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Outros: ______________________________
( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Pouco ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente ( ) Sempre
Quais são os seus sites mais visitados?
Quais são seus canais do youtube que você mais acompanha?
Quais aplicativos ou programas que utilizam a internet você mais usa?
Você sente que já aprendeu algo na internet? Consegue dar um exemplo?
Como a internet influencia a sua relação com sua família? (opção alternativa: Como sua família reage em relação ao seu uso de internet)
E com seus amigos/amigas?
Qual a importância da internet na sua vida hoje?
ESCALA DE FREQUÊNCIA
	NUNCA
	RARAMENTE
	POUCO
	ALGUMAS VEZES
	FREQUENTEMENTE
	SEMPRE

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