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BIOPROCESSOS I CURSO: BIOTECNOLOGIA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS Catálise Enzimática Vantagens Aumentam em 106 a 1020 vezes a velocidade da reação; Operam em condições suaves: pressão atmosférica, temperaturas próximas à ambiente, pH próximo à neutralidade; Alta especificidade pelo substrato; Alto rendimento - ausência de produtos colaterais. Desvantagens Alto custo; Processo de obtenção demorado; Recuperação após uso economicamente inviável; Contaminante do produto; Baixa estabilidade a alterações térmicas, a variações de pH, durante o manuseio. SUPORTE IDEAL Alta capacidade de retenção e difusividade; Longo período de vida útil; Resistência ao ataque de solventes orgânicos, variações de pH e temperatura; Não causar interferência na atividade catalítica; Ser estável nas condições de reação. Resistência mecânica Resistente à enzima SUCESSO DA IMOBILIZAÇÃO As reações devem envolver grupos funcionais da enzima que não sejam essenciais para a catálise ou para as propriedades químicas ou físicas da enzima IMPORTÂNCIA DA IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS a) Possibilidade de repetidos usos de uma única batelada de enzima ocasionado redução nos custos operacionais b) Possibilidade de parar a reação por remoção da enzima do meio reacional c) Estabilização da estrutura terciária da enzima resultante da ligação ao suporte (efeito anti-turbulência) d) O produto não é contaminado com a enzima. Este fato é particularmente importante em aplicações relativas a alimentos e preparações farmacêuticas e) A extensão do curso da reação pode ser controlada pela velocidade de fluxo do substrato através da solução ou pela simples remoção da enzima. Suportes para imobilização de enzimas INORGÂNICOS NATURAIS Argilas Bentonite Terras Diatomáceas Pedra Pomes Areia Vermiculita SINTÉTICOS Alumina e aluminosilicatos Sílica e Vidro poroso Óxidos metálicos Níquel Magnetita Zircônia Suportes para imobilização de enzimas ORGÂNICOS NATURAIS Agarose e Alginatos Celulose, Amido Colágeno, Seda Carbono ativado Pasta de carbono K – Carragena Pectina SINTÉTICOS Poliestireno Poliacrilamida Polimetacrilato PVA, PVC, Nylon Polianilina Polietilenglicol (PEG) Poliuretano A morfologia do suporte (ou do poro) permite a entrada da enzima? A enzima pode ser imobilizada no suporte, isto é, existem grupos reativos disponíveis? A enzima a ser imobilizada tem estabilidade em (1) ácido, (2) base, (3) altas concentrações de sal? E o suporte? O material pode ser convenientemente manuseado? O suporte resiste à compressão? A pressão tolerável afeta o tamanho e a forma da partícula? A carga máxima de enzima é adequada ao sistema? Qual a vida média operacional do sistema? Ela é afetada pela temperatura, pH e outras condições? Sob que condições e por quanto tempo o material pode ser armazenado? Antes de Imobilizar, VERIFIQUE: MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO: 1- ADSORÇÃO: FORÇAS DE INTERAÇÃO COMPLEXAS QUE ENVOLVEM MÚLTIPLOS TIPOS DE FORMAÇÃO DE LIGAÇÕES - INTERAÇÕES ELETROSTÁTICAS ENTRE CARGAS OPOSTAS - FORMAÇÃO DE LIGAÇÕES IÔNICAS - MATERIAIS: INORGÂNICOS E POLÍMEROS SINTÉTICOS PROBLEMA: INFLUÊNCIA DO MEIO (FORÇA IÔNICA, pH, etc.) 2- LIGAÇÃO COVALENTE: GRUPOS QUÍMICOS ESPECÍFICOS - ESFERAS DE VIDRO (100 – 500 mm) + g-AMINOPROPIL-TRIETOXISILANO (APTS) + GLUTARALDEÍDO - GRUPO CARBONILA (GLURATARLDEÍDO) + GRUPOS AMINA (CADEIAS LATERAIS) 3- ENVOLVIMENTO OU APRISIONAMENTO: CONFINAMENTO FÍSICO DA MOLÉCULA EM UMA MATRIZ POLIMÉRICA FORMADORA DE UM GEL HIDROFÍLICO - É O MAIS USADO DOS MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS VIVAS - BAIXA TOXICIDADE, ALTA CAPACIDADE DE RETENÇÃO CELULAR - ESTABELECE-SE UM FLUXO DE SUBSTRATO DESDE O MEIO PARA O INTERIOR DO GEL E OS PRODUTOS FORMADOS DIFUNDEM ATRAVÉS DO GEL PARA O MEIO. 2. Fixação das enzimas sobre suporte sólido: A enzima deve ser fixar tão solidamente quanto possível; Bentonita: Insolúvel em água, mas uma vez hidratada intumesce e abre-se como uma espoja altamente porosa e carregada magnéticamente. 2.1 Fixação por adsorção 2.2 Fixação das enzimas por ligações covalentes Métodos de Imobilização 12 Imobilização de Enzimas 2.1. Adsorção Consiste da união entre a enz. e um suporte inerte através de interações iônicas, adsorção física, interações hidrofóbicas e forças de Van der Waals. Suportes: Orgânicos Inorgânicos Derivados da DEAE-celulose, Dowex Celite, bentonita e alumina 13 2.1 Fixação por adsorção Trata-se de um método simples, de aplicabilidade generalizada. Efetua-se por simples mistura da enz. com o suporte, nas condições de pH e força iônica adequados, em seguida lava-se a enz. que não ficou ligada. Suportes: Carvão ativado, óxidos metálicos, vidros, resinas poliméricas. Métodos de Imobilização 14 2.1 Fixação por adsorção Diferentes parâmetros vão influenciar na quantidade de enz. fixada e estabilidade das ligações: Do pH do meio dependem o número e a natureza das cargas sustentadas pelo suporte. Sais em [ ] aumentam a solubilidade das enz. Com da T existe a probabilidade de se aumentar a criação de ligações Métodos de Imobilização 15 2.1 Fixação por adsorção Vantagens: Procedimento extremamente simples custos Ligação ocorre por simples exposição e as condições são brandas Os efeitos difusionais são desprezíveis Desvantagens: Enz. são altamente dependentes de pH, solventes, substrato e Temp. Podem ser facilmente dessorvidas com a alteração destes parâmetros * É uma das técnicas mais usadas. Métodos de Imobilização 16 2.2 Fixação das enzimas por ligações covalentes Vantagens: Maior eficiência e estabilidade. Não são tão suscetíveis a pH, força iônica, solventes e Temp. Os suportes são escolhidos por suas propriedades de solubilidade, grupos funcionais, estabilidade mecânica, área superficial, intumescimento e natureza hidrofílica ou hidrofóbica. Suportes: inorgânicos, polímeros naturais e sintéticos. Métodos de Imobilização 17 2.2 Fixação das enzimas por ligações covalentes Suportes: Vidro; Sílica; Sephadex; Celulose; Nylon; Poliestireno. Métodos de Imobilização 18 Tipos de Ligação REAGENTES BIFUNCIONAIS 1. 1. Em Fibra 1. APRISIONAMENTO MÉTODOS PARA ENZIMAS INSOLÚVEIS MÉTODOS PARA ENZIMAS INSOLÚVEIS 1. APRISIONAMENTO 1.2. Em Gel MÉTODOS PARA ENZIMAS INSOLÚVEIS 1. APRISIONAMENTO 1. 3. Em Microcápsula MATERIAIS MAIS USADOS PARA A FORMAÇÃO DAS PARTÍCULAS DE GEL: - AGAR - POLIACRILAMIDA - K-CARRAGENANA POLISSACARÍDEOS (SINTÉTICO) - ALGINATO NATURAIS - PECTINA POLISSACARÍDEO (1 – 4 %) + ENZIMA AGITADOR MAGNÉTICO SOLUÇÃO DE CaCl2 PARTÍCULAS CONTENDO A ENZIMA IMOBILIZADA: 0,5 – 5 mm 250 mg/g PRINCIPAL DESVANTAGEM DA TÉCNICA DE IMOBILIZAÇÃO POR ENVOLVIMENTO: LIMITAÇÃO IMPOSTA PELA DIFUSÃO INTRAPARTICULAR DE SUBSTRATOS E PRODUTOS SOLUÇÃO: - OTIMIZAR O TAMANHO DA PARTÍCULA, A DIFUSIVIDADE DAS ESPÉCIES ATRAVÉS DA MATRIZ E A CONCENTRAÇÃO DA ENZIMA NA PARTÍCULA TIPOS DE BIORREATORES EMPREGADOS LEITO FIXO LEITO FLUIDIZADO 3. A Molécula da Enzima 3.1 – Mudanças na Conformação Para ser ativa a Enzima precisa resguardar: A conformação nativa; Capacidade de alterar a conformação durante a catálise. Imobilização pode resultar: Em alterações na conformação que impliquem em redução ou perda da atividade; Em múltiplos pontos de ligação que causem restrição às alterações conformacionais durante a catálise. Imobilização de Enzimas Efeitos causados pela imobilização 27 3.2 – Inativação Resultado da ação dos reagentes utilizados durante o processo de imobilização – radicais livres, agentes oxidantes, extremos de pH no microambiente. Enzimas Livres x Imobilizadas Livres Instabilidade Rápida perda da atividade catalítica Não regeneração Imobilizadas Reutilização Maior estabilidade (Faixas mais amplas depH e Temp.) Menor interferência de inibidores e/ou ativadores 29 Imobilização de Enzimas Interferência da imobilização sobre a atividade catalítica da Enzima Invertase. Tabela 3. Características cinéticas e parâmetros termodinâmicos para a invertase nas formas solúvel e insolúvel 30 Propriedades de Enzimas Imobilizadas Medida da atividade: Atividade residual de E imobilizada é mais fraca que a da E nativa, mas a estabilidade é maior Influencia das condições operacionais: pH e T desnaturação parcial ou total da proteína; Imobilizada resistem melhor a variações de pH e tratamentos térmicos; 31 Imobilização de Enzimas Vantagens As enzimas podem ser reutilizadas Os processos químicos podem ser continuamente operados e prontamente controlados Os produtos podem ser facilmente separados Os problemas de efluentes são minimizados A repetibilidade do processo pode ser aumentada estabilidade custos 32 Imobilização de Enzimas Desvantagens Aleatoridade da interação enzima-substrato; Inexistência de um método geral de imobilização; Atividade catalítica devido a efeitos: Difusionais Microambiente Estéricos / Conformacionais 33 SISTEMAS COM ENZIMAS IMOBILIZADAS: - MUITAS ENZIMAS (EXTRACELULARES E INTRACELULARES) AMPLAMENTE DISPONÍVEIS SOMENTE PARA PROCESSOS MONO-ENZIMÁTICOS MAIOR RENDIMENTO DO PRODUTO: NÃO SÃO FORMADAS SUBSTÂNCIAS COLATERAIS CONTAMINANTES, RESULTANTES DO METABOLISMO OU LISE CELULAR AUMENTA A ESTABILIDADE DA ENZIMA NO REATOR E AS POSSIBILIDADES DE RECUPERAÇÃO E REUTILIZAÇÃO TIPOS DE REATORES/PROCESSOS: BATELADA CONTÍNUO AGITADO LEITO FIXO LEITO FLUIDIZADO ENZIMA INDÚSTRIA USO a- AMILASE PANIFICAÇÃO Redução da viscosidade e acelerar o crescimento da massa CERVEJARIA Liquefaçãodo amido PAPEL Remoção de gomas TÊXTIL Remoção de gomasde amido GLICOAMILASE AÇUCAREIRA Produção de xaropes de glicose PROTEASES LAVANDERIA Incorporação emdetergentes CURTUME Curtir e depilar o couro ALIMENTÍCIA Queijos, amaciamento de carnes PECTINASES ALIMENTÍCIA Clarificação de sucos GLICOSE-ISOMERASE ALIMENTÍCIA Produção de xaropes de frutose GLICOSE-OXIDASE ALIMENTÍCIA Desglicosaçãode ovos PAPAÍNA ALIMENTÍCIA Evitarturbidezda cerveja PENICILINA-AMIDASE FARMACÊUTICA Produção de antibióticos AMINO-ACIDASE FARMACÉUTICA E ALIMENTÍCIA Purificação de misturasracémicasde aminoácidos EXEMPLOS DE ENZIMAS INDUSTRIAIS 1- ISOMERIZAÇÃO DA GLICOSE: TRANSFORMAÇÃO DA GLICOSE EM FRUTOSE * EXECUTADA NO MUNDO INTEIRO, PRINCIPALMENTE EM U.S.A. * PRODUTO COMERCIAL: HFCS – “HIGH FRUCTOSE CORN SYRUP” (42 – 55 %) * USO COMO ADOÇANTE EM BEBIDAS NÃO-ALCOÓLICAS, PANIFICAÇÃO, LATICÍNIOS E ENLATADOS AMIDO DE MILHO GLICOSE Hidrólise FRUTOSE 55% Isomerização FRUTOSE PURA Cromatografia PROCESSOS DE IMOBILIZAÇÃO: USANDO A CÉLULA TOTAL LIGANDO A ENZIMA SOLÚVEL A UM SUPORTE ADEQUADO (GLUTARALDEÍDO/ALUMINA) BIORREATOR: LEITO FIXO PERSPECTIVAS: ENZIMA MAIS BARATA AUMENTAR O RENDIMENTO EM FRUTOSE COMBINAR OS PROCESSOS ENZIMÁTICOS NUMA ÚNICA ETAPA USAR O HFCS COMO SUBSTRATO PARA A SÍNTESE DE MANITOL APERFEIÇOAR O PROCESSO DE SEPARAÇÃO CROMATOGRÁFICA 2- HIDRÓLISE DA LACTOSE: PRODUÇÃO DE LEITE E DERIVADOS PARA CONSUMIDORES INTOLERANTES VIA ÁCIDA (ALTA TEMPERATURA, PRODUTOS COLATERAIS) VIA ENZIMÁTICA (40 °C, SEM PRODUTOS COLATERAIS) LACTOSE GLICOSE + GALACTOSE Lactase b-Galactosidase (Kluyveromyces sp., Aspergillus sp.) a) DESLACTOSAÇÃO DO SORO b) DESLACTOSAÇÃO DO LEITE INTEGRAL HIDRÓLISE (80 – 90 %) PASTEURIZAÇÃO SORO PASTEURIZADO AJUSTE DO pH DESMINERALIZAÇÃO EVAPORAÇÃO / XAROPE LEITE (UHT ou PASTEURIZADO ADIÇÃO DE LACTASE ESTÉRIL EMBALAGEM ASSÉPTICA HIDRÓLISE NA EMBALAGEM LEITE DESLACTOSADO AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE LIPASES IMOBILIZADAS EM GEL DE PECTINA (Santos et al.,1997). Foi realizado um estudo sobre a atividade de diferentes lipases (lipases de Candida rugosa, Pseudomonas cepacia, Mucor javanicus e Lipolase) imobilizadas em gel de pectina, avaliando sua atividade catalítica em meio orgânico. Determinação das propriedades catalíticas em meio aquoso e orgânico da lipase de Candida rugosa imobilizada em celulignina quimicamente modificada por carbonildiimidazol (Fabrício M. Gomes; Ariela V. de Paula; Grazielle dos S. Silva; Heizir F. de Castro; 2006) 39 Imobilização de Lipase de Candida antarctica B em Esferas de Quitosana para Obtenção de BiodieseI por Transesterificação de Óleo de Mamona (Cruz Jr., Américo; Pacheco, Sabrina Moro Villela; Furigo Jr, Agenor; 2008) (- Amino de Lisina e N-terminal Tiol de Cisteína Carboxila de Ác. Aspártico, Glutâmico e C-Terminal Fenol de Tirosina Guanidino de Arginina Imidazol de Histidina Dissulfeto de Cisteína Indol de Triptofano Tioéter de Metionina Hidroxila de Serina e Treonina Resíduo Aminoácido de origem