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Renan Soares – T122 – 2019.2 SEGUE O ENSINAMENTO DO DIA E DEPOIS VAMOS AOS ESTUDOS Renan Soares – T122 – 2019.2 RESUMO DE HISTOLOGIA CONJUNTIVO (CÉLULAS E TECIDOS) Geral: Tem como principal função manter a forma do corpo, unindo células e órgãos, fazendo realmente um papel de suporte. Seu principal componente é a matriz extracelular, que são formadas por proteínas fibrosas e substância fundamental. As fibras são compostas, principalmente, de colágeno, e preenchem todo o estroma. A substância fundamental é formada por macromoléculas muito hidrofílicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas (laminina, fibronectina, entre outras), que se liga a proteínas receptoras nas células (integrinas). Assim se garante rigidez e força tênsil para que se cumpra o seu papel estrutural. Além disso, o conjuntivo serve como reserva de fatores de crescimento e para troca de nutrientes e catabólitos. A grande diversidade de tipos de tecidos conjuntivos se dá pela proporção relativa dos componentes supracitados. O conjuntivo se forma, embriologicamente falando, do mesoderma. Conjuntivo: Células + Matriz Extracelular (MEC) Matriz → Fibras + Substância fundamental Substância Fundamental → Molécula aniônicas (Glicoproteínas e proteoglicanos) + Glicoproteínas multiadesivas + Proteínas receptoras (integrina) Células do Conjuntivo Há células residentes (fibroblastos, macrófagos e mastócitos) que são células originadas (exceto macrófago e mastócito) a partir de células tronco do conjuntivo e que residem por muito tempo. Há células transientes (leucócitos e plasmócitos): São células originadas principalmente a partir de células tronco hematopoiéticas, que ocupam o conjuntivo apenas em ocasiões especiais, como em inflamação. Fibroblastos: Sintetizam os componentes da MEC, como as proteínas fibrosas e glicosaminoglicanos. Produzem fatores de crescimento e modulam sua atividade metabólica, sendo chamadas de fibroblastos, quando em atividade, e fibrócitos, quando em repouso. Os fibroblastos ativos possuem citoplasma abundante e com prolongamentos. Núcleo ovoide, grande e fracamente corado. Fibrócitos têm aspecto fusiforme e núcleo alongado e mais escuro. Renan Soares – T122 – 2019.2 Nota clínica: Um dos principais papéis do conjuntivo é a cicatrização, preenchendo tecidos incapazes de se regenerar. Os fibrócitos revertem para o estado de fibroblasto. Os Miofibroblastos são fibroblastos adaptados para o processo de reparação de feridas e participam do fechamento da ferida, conhecida como célula queridinha dos cirurgiões. Macrófagos e sistema monofagocitário nuclear: Principal função: Fagocitose. Possui morfologia variável, dependendo do estado funcional e tecido que habitam. O citoplasma apresenta retículo endoplasmático rugoso e Golgi bem desenvolvidos e abundância de lisossomos. Os macrófagos derivam dos monócitos, células derivadas da medula óssea, ou seja, são estágios diferentes de maturação da mesma célula. Os macrófagos do tecido podem proliferar localmente. É interessante ressaltar que os macrófagos estão na maioria dos órgãos e formam o sistema monofagocitário nuclear, possuindo um nome diferente nos diversos órgãos, como a célula de Kupffer, o macrófago do fígado. São células de vida longa e podem sobreviver meses em tecidos. Quanto à forma da célula na microscopia, o macrófago Renan Soares – T122 – 2019.2 apresenta-se como uma célula grande em comparação com as outras (leucócitos), citoplasma abundante e, muitas vezes, irregular, com núcleo que pode se apresentar como ovoide ou em forma de rim, e, geralmente, excêntrico. Eosinofílico. Nota Clínica: Quando estimulados adequadamente, como acontece na contenção da tuberculose, os macrófagos podem aumentar de tamanho e se arranjar em grupos, formando células epitelioides (por lembrarem células epiteliais) ou células gigantes Mastócitos: Abundante, principalmente, na pele, no TGI e no trato respiratório. O mastócito maduro é uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos (muitas vezes não dá nem para ver o núcleo). O núcleo é pequeno, esférico e central. Estocam mediadores da inflamação, como histamina e heparina, participando, principalmente, de reações alérgicas e parasitárias. Os grânulos apresentam metacromasia (mudam a cor de alguns corantes básicos). Há duas populações: mastócito do tecido conjuntivo (pele e cavidade peritoneal), com heparina, e mastócitos da mucosa (pulmão e intestino), com sulfato de condroitina ao invés de heparina. Possui receptores para IgE (anticorpos) dos plasmócitos. Nota clínica: A liberação imediata, em indivíduos sensibilizados previamente, de mediadores pelos mastócitos, é chamada de reações de hipersensibilidade imediata, a qual o choque anafilático é a situação mais drástica, liberando uma grande carga de mediadores, fazendo emergir um quadro intenso de vasodilatação e bronconstrição, podendo levar o indivíduo à morte. Plasmócitos: São mais numerosos no tecido conjuntivo do tubo digestório, nos órgãos linfoides e em áreas de inflamação crônica. São células grandes, ovoides, com núcleo esférico e excêntrico. O núcleo apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina alternadas com eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é basófilo, devido à grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. Originam-se dos linfócitos B após entrarem em contato com o antígeno e produzem anticorpos, que são as imunoglobulinas (Ig). Cada anticorpo é específico para o antígeno e se combina especificamente com o antígeno. Leucócitos: Os leucócitos migram para os tecidos (mesmo os normais) pelo processo de diapedese, sendo células especializadas na defesa do organismo. Dependendo da situação, um leucócito é mais importante que o outro na resolução do problema. Geralmente, não retornam ao sangue, excetuando-se os linfócitos, que circulam pelo corpo todo. Nota clínica: Participam do processo de inflamação, que se configura como aumento da permeabilidade vascular (histamina principalmente), que leva ao edema (inchaço local), vermelhidão e calor. A dor é devido à presença de mediadores químicos nas terminações nervosas. Os leucócitos cruzam as paredes dos vasos devido à quimiotaxia (atração dos leucócitos pelo aumento da concentração de moléculas quimioatraentes). Renan Soares – T122 – 2019.2 Células adiposas: São células do conjuntivo que se tornaram especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicerídios. Fibras São proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas. Os três tipos principais são: As colágenas e reticulares: Proteína colágeno; Elásticas: Proteína elastina Os dois sistemas de fibras são o sistema colágeno, formado por fibras colágenas e reticulares, e pelo sistema elástico, formado por fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas. A composição dos tecidos em relação às fibras, determina suas propriedades. Fibras colágenas: O colágeno é a proteína mais abundante do corpo, representando cerca de 30% do peso seco. É produzido por diferentes tipos de células e variam em composição química, características morfológicas, distribuição, funções e patologias. De acordo com sua estrutura e função, os colágenos são classificados em: Formam longas fibrilas: I, II, III, V ou XI. O colágeno tipo I é o mais abundante e ocorre classicamente como estruturas denominadas de fibrilas de colágeno, formando ossos, dentina, tendões etc. Associados a fibrilas: IX, XII e XIV. Ligam as fibrilas umas às outras e à matriz. Formam rede: IV – Umdos principais componentes estruturais das lâminas basais, nas quais tem o papel de aderência e de filtração. Ancoragem: VII – Fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I à lâmina basal. Atualmente, já se sabe que não é só fibroblastos, condroblastos e osteoblastos que produzem o colágeno. Hidroxiprolina e a hidroxilisina são aminoácidos característicos Renan Soares – T122 – 2019.2 do colágeno. As fibrilas de colágeno são formadas pela polimerização de unidades moleculares alongadas denominadas tropocolágeno. Nos tipos I, II e III, as moléculas de tropocolágeno se juntam, formando microfibrilas, que se juntam formando fibrilas. No colágeno do tipo I e do tipo II, essas fibrilas se associam para formar fibras. As do tipo II formam fibrilas, forma cartilagem, mas não forma fibras. Algumas patologias estão associadas a um defeito na síntese de colágeno: Osteogenesis imperfecta: Mudança de um dos dois genes para o procolágeno tipo I Escorbuto: Falta de vitamina C, que é um cofator para a prolina hidroxilase. Mais grave em áreas que o conjuntivo precisa ser renovado com mais frequência, como é o ligamento periodontal, que defeituoso causa a perda de dentes. Nota clínica: O acúmulo anormal de colágeno também um fator importante em patologias, como na esclerose sistêmica progressiva, que é caracterizada pela fibrose em vários órgãos, e os queloides, espessamento localizado na pele devido a um depósito excessivo de colágeno, que se forma em cicatrizes. Fibras de colágeno I: São as mais numerosas no conjuntivo. Em alguns locais, as fibras se organizam paralelamente, formando os feixes de colágeno. Ao microscópio de luz as fibras colágenas são acidófilas e se coram em rosa pela eosina. Fibras reticulares: São formadas predominantemente por colágeno tipo III. São chamadas de argirófilas, por causa da sua afinidade com os sais de prata, corando-se com preto. Formam uma rede extensa em diversos órgãos, comportando-se como uma malha de fibras que suportam células e todo o parênquima. Abundantes em músculo liso, endoneuro e órgãos hematopoéticos, bem como em órgãos parenquimatosos, como glândulas endócrinas. O pequeno diâmetro e a disposição frouxa criam uma rede flexível em órgãos que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume, como artérias, baço e fígado. Sistema elástico: Composto por fibras: oxitalânica, elaunínica e elástica. Essa é a ordem de formação até chegar na elástica. A fibrilina forma o arcabouço para deposição de elastina. Inicialmente, fibras oxitalânicas são feixes de microfibrilas de fibrilina, presente nas fibras da zônula do olho. Ocorre deposição irregular de elastina e se forma a elaunínica, presente em glândulas sudoríparas. Por fim, há acúmulo gradual de elastina, ocupando todo o centro do feixe de microfibrilas, as quais permanecem livres apenas na periferia, formando as fibras elásticas. Oxitalânicas são pouco elásticas, contudo, muito resistentes à tração. Fibroblastos e músculo liso são os principais produtores de elastina. A elastina ocorre, também, na forma não fibrilar: lâminas elásticas, que formam as membranas fenestradas, encontradas em alguns vasos. Nota clínica: Mutações no gene da fibrilina, localizado no cromossomo 15, resulta na síndrome de Marfan. Condição em que torna frágil vasos como a aorta, rica em componente elástico. Há um alto risco de morte. Renan Soares – T122 – 2019.2 Substância fundamental Mistura complexa, altamente hidratada, de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas. Os glicosaminoglicanos são polímeros lineares formados por monômeros dissacarídicos, de ácido urônico e hexosamina. Com exceção do ácido hialurônico, todas estas cadeias lineares são ligadas covalentemente a um eixo proteico, formando uma molécula de proteoglicano (parecida com uma escova de limpar tubo de ensaio). Os proteoglicanos são estruturas altamente hidratadas, em virtude da abundância de grupos hidroxila, carboxila e sulfato. Os glicosaminoglicanos são: sulfato de dermatana, sulfato de condroitina, sulfato de queratana e sulfato de heparana. Atuam como componente estrutural da matriz e ancora células à matriz. Ligam-se, ainda, a fatores crescimento. As glicoproteínas multiadesivas são compostos de proteínas ligadas a cadeias de glicídios. O componente proteico predomina e as cadeias de glicídios são ramificadas. Participam da interação entre células adjacentes e ajudam as células a aderirem a seus substratos. Fibronectina e laminina são as principais. As células interagem com os componentes da matriz por meio de proteínas transmembrana, as integrinas, que se ligam aos colágenos e glicoproteínas. Isso permite que as células migrem pelo tecido, uma vez que a ligação pode ser desfeita e depois feita. Existe, ainda, nos tecidos conjuntivos, uma pequena quantidade de fluido, chamado de fluido tissular ou fluido intersticial. É semelhante ao plasma sanguíneo, com íons, substâncias difusíveis e uma pequena porcentagem de proteínas plasmáticas de baixo peso molecular que conseguem passar pela parede do vaso. Duas forças atuam na água dos vasos: a pressão hidrostática, devido á contração do coração, forçando a água sair do vaso; pressão osmótica ou oncótica, que puxa a água dos tecidos para dentro do vaso e se deve às proteínas plasmáticas. Em condições normais, na porção arterial (onde o capilar se continua com a arteríola), a força hidrostática é maior que a oncótica e a água sai do vaso, enquanto que na porção venosa, o sangue agora mais concentrado, tem uma força hidrostática menor e a oncótica maior, atraindo a água para dentro do vaso. É assim que os metabólitos fluem pelos tecidos e vasos. Contudo, a água que volta para o vaso é menor que a que sai. Essa água que sobre é drenada pelo sistema linfático. Nota clínica: O edema é a situação em que há um acúmulo de líquido no espaço intersticial. Ocorre em várias situações patológicas, como: Obstrução de ramos venososo ou linfáticos (filariose); Diminuição do fluxo sanguíneo (Insuficiência cardíaca); Metástases dos tumores malignos; Desnutrição crônica, devido à falta de proteínas e queda na pressão oncótica; Aumento da permeabilidade vascular (Alergias – histamina). Renan Soares – T122 – 2019.2 Tipos de tecidos conjuntivos Tecido conjuntivo propriamente dito: Esse conjuntivo é o que apresenta todos os componentes acima, é como se fosse aquele negócio “modelo” e a partir dele a gente estudas os outros, porque ele tem todos os componentes básicos do conjuntivo. Há duas classes: o frouxo e o denso (modelado e não modelado). O conjuntivo frouxo suporta pressão e atrito pequenos, preenchendo espaços de células musculares, suportando células epiteliais e formando camadas em torno de vasos. Contém todos os componentes básicos do conjuntivo, não havendo predominância de nenhum componente. Tem uma consistência delicada, flexível e bem vascularizado. O conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. Há uma clara predominância de fibras. Menos flexível e mais resistente à tensão. Pode haver uma desorganização das fibras, sendo chamado de denso não modelado, ou as fibras podem ter uma orientação bem definida para um lado, como nos tendões, suportando a tensão que o tendão é submetido. É chamado de denso modelado. Morfologicamente, os fibroblastos do tendão podem ser classificados como fibrócitos. Os feixes de colágeno do tendão (feixes primários) se agregam em feixes maiores (feixes secundários) que são envolvidos por conjuntivo frouxo contendo vasos e nervos. O tendão é envolvido por umabainha de conjuntivo, podendo ser dividida em uma camada presa ao tendão e outra a estruturas adjacentes. Entre as duas camadas, há um líquido parecido com o sinovial (articulações), lubrificante. Tecido elástico: Formado por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas. O espaço entre as fibras é ocupado por fibras delgadas de colágeno e fibrócitos. Está presente nos ligamentos amarelos da coluna vertebral e no ligamento suspensor do pênis. Renan Soares – T122 – 2019.2 Tecido reticular: É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos. É formado por fibras reticulares associadas às células reticulares (fibroblastos modificados). As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras e a substância fundamental. Forma uma rede trabeculada semelhante a uma esponja, dentro da qual as células e fluido se movem. Tecido mucoso: Tem consistência gelatinosa graças à preponderância de matriz fundamental composta predominantemente por ácido hialurônico com pouquíssimas fibras. É o principal componente do cordão umbilical, sendo chamado, aqui, de geleia de Wharton. Também é visto na polpa jovem dos dentes. Tecido adiposo: É um tipo especial de conjuntivo formado pelos adipócitos, que podem ser encontrados isolados ou em pequenos grupos no conjuntivo frouxo, porém a maioria delas forma grandes agregados, formando o tecido adiposo. Guarda energia em forma de triglicerídeos, mais eficiente que o glicogênio. O tecido adiposo modela a superfície do corpo, protege contra choques e contribui para o isolamento térmico. Além disso, tem atividade secretora. Há duas variedades: O tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular e o pardo ou multilocular. Tecido adiposo unilocular: Quando maduros, os adipócitos contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo o citoplasma. Praticamente todo o tecido adiposo do homem adulto. Forma o panículo adiposo, camada disposta sob a pele, e que é de espessura uniforme por todo o corpo do recém-nascido. Ao longo do tempo, desaparece de algumas áreas e desenvolvem-se em outras, a partir de hormônios sexuais e hormônios corticais da adrenal. São esféricas, quando isoladas e poliédricas quando juntas, dada à compressão. Devido ao preparado histológico, a gordura sai, e fica apenas um anel de citoplasma. Não há membrana envolvente nas gotículas. Cada célula é envolvida por uma lâmina basal. O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, com vasos e nervos, além de fibras reticulares. A vascularização é grande, em proporção ao citoplasma pouco funcionante. A remoção dos lipídios não se dá de forma uniforme em todos os lugares do corpo, sendo os depósitos subcutâneos os primeiros atingidos. É um órgão, também, secretor, sintetizando moléculas como a leptina, que atua principalmente no hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia. Nota: Os triglicerídios são ésteres de ácidos graxos e glicerol. Originam-se da seguinte maneira: Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídios dos quilomícrons; Oriundos do fígado e transporta dos até o tecido adiposo, sob a forma de triglicerídios constituintes das VLDL; Da síntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose. Renan Soares – T122 – 2019.2 São inervados por fibras simpáticas do SN autônomo. No unilocular, apenas alguns adipócitos são inervados, enquanto no multilocular, as terminações nervosas atingem vários adipócitos. Desempenha importante papel na mobilização das gorduras em atividades físicas intensas, jejuns prolongados e frio. Com frequência, há formação de tumores benignos do tecido unilocular, chamados de lipomas. Geralmente, removidos cirurgicamente com grande facilidade. Há os tumores malignos, o liposarcomas, que facilmente originam metástases. Histogênese: Se originam do mesoderma, a partir dos lipoblastos. Tecido adiposo multilocular: Possui cor parda devido à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias encontradas em suas células. É de distribuição limitada. Esse tecido é encontrado, principalmente, em animais que hibernam. No feto humano e no recém-nascido são encontrados em regiões definidas. Possui células menores e poligonais. Há varias gotículas no citoplasma (por isso, o multilocular) e mitocôndrias. É especializado na produção de calor, tendo função de termorregulação em recém-nascidos. Quando há liberação de norepinefrinas em suas terminações, ocorre lipólise e oxidação dos ácidos graxos, produzindo calor e não ATP, devido ao fato que as mitocôndrias possuem em suas membranas internas, uma proteína transmembrana chamada de termogenina ou UCP 1. O calor é distribuído pelo sangue presente nos diversos capilares em torno do tecido. Renan Soares – T122 – 2019.2 CHECKLIST CONJUNTIVO – FIBRAS/CÉLULAS Lâmina 06 – Aorta • Fibras elásticas – Camada média Lâmina 61 – Vasos (Fibras elásticas) – Weigert • Fibras elásticas – Camada média Lâmina 8 – Pele fina • Fibras colágenas • Fibroblasto Lâmina 17 – Linfonodo • Tecido adiposo unilocular Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan • Fibra reticular Lâmina 72 – Pulmão (Células Gigantes) • Células Gigantes Lâmina 100 – Mastócito Lâmina 31 – Esfregaço de Sangue – Giemsa • Neutrófilo • Linfócito Lâmina 69 – Intestino inflamado • Plasmócito • Linfócito • Neutrófilo • Eosinófilo Lâmina 84 – Tecido conjuntivo inflamado • Macrófagos • Linfócitos • Plasmócito Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâminas vistas na aula Lâmina 06 e 61 – Fibras Elásticas As fibras elásticas são o principal componente do sistema elástico. São formadas pela proteína elástica, que confere alta elasticidade, cerca de 5 vezes superior à borracha. A aorta e grandes artérias são órgãos que possuem em suas camadas médias uma alta taxa de fibras elásticas, uma vez que precisam distender e suportar a pressão com que o sangue é ejetado a partir do coração. Assim, a lâmina 6, é a aorta corada em HE. Logo de cara, dá para notar as grandes ondulações na camada média. É onde fica as fibras elásticas. Contudo, na camada média, há outros componentes que a formam além das fibras elásticas. A lâmina 61 evidencia, através de uma coloração especial, apenas as fibras elásticas. Esse caráter ondulado é devido à preparação histológica. O principal questionamento feito na prova prática é qual a fibra, o órgão no campo e uma patologia associada (Marfan) → Caiu na minha prova Note, na imagem abaixo, as diversas ondulações. Aqui, devido à coloração, é evidenciado as fibras elásticas, que são muitas. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 8 – Pele fina Essa lâmina está em praticamente todas as aulas desse módulo né?! Dessa vez, nessa aula, o essencial é ver os fibroblastos e as fibras colágenas. O fibroblasto é a célula mais abundante nessa lâmina e podemos ver que é uma célula fusiforme, com núcleo ovoide e o citoplasma, muitas vezes, não é regular. Ela é gordinha Um fibroblasto ao lado direito da seta na imagem abaixo As fibras colágenas em destaque. Note que nesse tipo de microscopia não é possível diferenciar fibras uma das outras, mas é importante saber que esse material eosinofílico (rosa), são as fibras colágenas, do conjuntivo. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 17 – Linfonodo Essa lâmina será vista na próxima aula com mais detalhes. Aqui serve apenas para ver o tecido adiposo, que fica junto com a cápsula de conjuntivoque recobre o órgão. O tecido adiposo unilocular, presente em grande quantidade no corpo, é formado por adipócitos e uma grande gotícula de lipídio, que não pode ser vista depois da preparação histológica. O que vemos é apenas uma parte do citoplasma que rodeava a gotícula. O núcleo, difícil de ser visto, fica “imprensado” contra a membrana. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 72 – Pulmão (Células Gigantes) As células gigantes são a junção de vários macrófagos. Ocorrem em algumas patologias, como na tuberculose. É fácil de distinguir uma célula gigante. É uma célula enorme, com diversos núcleos e citoplasma abundante. Lâmina 63 – Fígado – Reticular As fibras reticulares são formadas principalmente por colágeno tipo III e são argirófilas, ou seja, se coram com sais de prata. Presente em diversos tipos de tecido, principalmente, em órgãos hematopoiéticos. Apoiam células de órgãos parenquimatosos e órgãos que precisam se distender, como útero, dado sua organização frouxa. A imagem mostra as fibras reticulares presentes no fígado. A seta está apontando exatamente para o lugar que estaria a veia centrolobular do fígado. Observe que as fibras reticulares estão realmente apoiando esse vaso e todo o parênquima do fígado. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 100 – Mastócitos: Os mastócitos são células residentes do conjuntivo e estão presentes principalmente em reações alérgicas e parasitárias. Possui núcleo central e esférico, que é geralmente encoberto pela grande quantidade de seus grânulos com mediadores (heparina e histamina). É importante entender que estamos no conjuntivo e não no sangue (basófilos). Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 31 – Esfregaço sanguíneo A aula de sangue será a próxima e os leucócitos serão vistos com mais detalhe. Nesse momento, é importante reconhecer nessa lâmina apenas os neutrófilos e os linfócitos, apesar de que eosinófilos e outras células possam ser vistas. O neutrófilo, é um leucócito granulócito que possui citoplasma neutro (daí seu nome), com núcleo lobulado, possuindo de 3 a 5, dependendo da idade da célula (mais lóbulos → mais velha). O linfócito é um leucócito agranulócito que possui pouco citoplasma em relação a seu núcleo esférico e parece um pingo de tinta de caneta. Imagens de Neutrófilos. Repara o seu núcleo lobulado (3 a 5). E seu citoplasma mais neutro. E os linfócitos, com pouco citoplasma. Parece um pingo de tinta de caneta Nessa imagem, vemos no canto superior, dois neutrófilos. Embaixo, um linfócito Renan Soares – T122 – 2019.2 A seta do microscópio está apontada para um linfócito Renan Soares – T122 – 2019.2 Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 69 e 84 – Intestino Inflamado/ Conjuntivo Inflamado Essas lâminas servem para ver a maioria das células que participa do processo inflamatório e migram para o conjuntivo. É um pouco difícil de identificar as células nessa lâmina. Podemos ver células como neutrófilos, linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e macrófagos. A 84 é mais para ver macrófagos. Os eosinófilos são leucócitos granulócitos com núcleo bilobulado e citoplasma bem eosinofílico, ou seja, se apresenta como uma célula bem rosada com núcleo bilobulado (parece um headphone e outras vezes parece que está com um óculos <3) Os plasmócitos são células grandes, ovoides, com núcleo esférico e excêntrico. O núcleo apresenta nucléolo bem desenvolvido e áreas de heterocromatina alternadas com eucromatina, lembrando raios de roda de carroça. O citoplasma é basófilo, devido à grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. O macrófago apresenta-se como uma célula grande em comparação com as outras (leucócitos), citoplasma abundante e, muitas vezes, irregular, com núcleo que pode se apresentar como ovoide ou em forma de rim, e, geralmente, excêntrico. Eosinofílico. Na imagem abaixo, apesar da péssima qualidade (sorry), a célula representada é o neutrófilo, com se núcleo trilobulado. Renan Soares – T122 – 2019.2 A seguir, temos um linfócito: Renan Soares – T122 – 2019.2 As duas imagens em seguida são eosinófilos. Observe que elas estão com um óculos (brinks), ou seja, com núcleo bilobulado e apresentam citoplasma rosado. A primeira é mais difícil de reconhecer e acaba parecendo que é mononuclear, mas observe bem. Renan Soares – T122 – 2019.2 Temos o plasmócito, que tem seu núcleo, geralmente, excêntrico e como uma roda de carroça (lembre-se disso e mentalize ahumm ahumm). Contudo, é importante salientar, que nem sempre ele vai ter todas essas características, principalmente a roda de carroça. Essa primeira imagem é meramente ilustrativa, para efeitos de comparação entre o macrófago e o plasmócito. Veja que o núcleo do plasmócito é bem excêntrico e esférico. Outro ponto é o tamanho relativo entre as duas células (o macrófago é enorme) Agora sim, plasmócitos: Renan Soares – T122 – 2019.2 Uma enxurrada de macrógafos (mentira, mas são as que consegui pegar) Renan Soares – T122 – 2019.2 Renan Soares – T122 – 2019.2 Renan Soares – T122 – 2019.2 CHECKLIST TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO Lâmina 8 – Pele fina • Tecido conjuntivo propriamente dito frouxo • Tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado Lâmina 61 – Vasos (Fibras Elásticas) – Weigert • Tecido elástico Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan • Tecido reticular Lâmina 15 – Cordão Umbilical • Tecido Mucoso ou Geleia de Warton Lâmina 23 – Tendão • Tecido conjuntivo propriamente dito denso modelado • Fibrócito Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 8 – Pele fina Mais uma vez dando seu ar da graça, a lâmina de pele está aqui, dessa vez, para nos mostrar o conjuntivo denso não modelado e o conjuntivo frouxo. A pele tem diversas camadas e que não são abordadas nas aulas de histologia porque o interesse nessa lâmina é outro. Porém, todos sabemos que existe a epiderme e a derme. A epiderme já foi vista no resumo anterior. Nesse resumo, veremos a derme, que é constituída na parte mais superior, por conjuntivo frouxo (derme papilar) e na parte mais inferior (derme reticular) por conjuntivo denso não modelado. O tecido conjuntivo propriamente dito frouxo não apresenta predominância de nenhum componente, podendo ser visto na lâmina a distribuição de células e fibras de modo equilibrado. O denso não modelado predomina fibras, com poucas células e tem como principal característica a desorganização das fibras, não estando orientadas. Vemos na imagem abaixo, um claro limite entre o conjuntivo de cima e o de baixo, estando mais ou menos delimitado pela seta do microscópio. O de cima é o frouxo. Renan Soares – T122 – 2019.2 De um modo mais aproximado, podemos ver as fibras todas desorganizadas e que tem, basicamente, só fibras, no conjuntivo denso não modelado. O frouxo tem fibras e várias células. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 61 – Vasos O tecido elástico é formado principalmente por fibras elásticas, formadas pela proteína elastina. Nessa lâmina, já vista,podemos notar a grande concentração no vaso. Lâmina 63 – Fígado (Reticulina), Mét. Leidlan É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos. É formado por fibras reticulares associadas às células reticulares (fibroblastos modificados). As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras e a substância fundamental. Forma uma rede trabeculada semelhante a uma esponja, dentro da qual as células e fluido se movem. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 15 – Cordão Umbilical O cordão umbilical, órgão essencial para o desenvolvimento do feto, tem como principal componente um tecido mucoso, um conjuntivo diferenciado. A principal marca dele é a grande quantidade de ácido hialurônico. Aqui, o geral da lâmina. Duas artérias e uma veia. Estão envoltas pela geleia de Warton. Na outra, o tecido mucoso fica em destaque. Renan Soares – T122 – 2019.2 Lâmina 23 – Tendão O tendão é formado basicamente por conjuntivo. É um conjuntivo propriamente dito denso modelado. Suas fibras estão alinhadas e orientadas para apenas um lado. Morfologicamente, os fibroblastos entre suas fibras podem classificados como fibrócitos. Observe a predominância de fibras e os fibrócitos alinhados com as fibras. É HISTO!