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Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana

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História do Brasil 
 
 
 
 
INCONFIDÊNCIA MINEIRA E CONJURAÇÃO 
BAIANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução......................................................................................................................................2 
 
Objetivos ....................................................................................................................................... 2 
 
1. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana .................................................................... 2 
1.1. Inconfidência Mineira ................................................................................................... 2 
1.2. Conjuração Baiana ....................................................................................................... 4 
 
Exercícios ...................................................................................................................................... 5 
 
Gabarito ........................................................................................................................................ 6 
 
Resumo ......................................................................................................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Você consegue diferenciar as revoltas nativistas das emancipacionistas? 
Nas últimas apostilas vimos que as revoltas nativistas, ainda que chegassem a 
recorrer em movimentos armados, não tinham o caráter de uma ruptura definitiva 
com o Pacto Colonial, ou seja, de ruptura com a estrutura de dominação da 
metrópole sobre a colônia. Diferentemente, houve várias revoltas que foram 
emancipacionistas. Essas sim tiveram como objetivo a possibilidade da 
emancipação e independência em relação ao domínio colonial. As revoltas 
emancipacionistas ocorridas no Brasil no século XVIII tiveram como fundamento os 
ideais iluministas, que por sua vez estiveram no alicerce de importantes fatos como 
a Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789) e a 
Revolução do Haiti (1791). 
Nesta apostila, aprofundaremos um pouco mais sobre duas revoltas 
emancipacionistas: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana. O objetivo é 
também compararmos características delas. 
Objetivos 
• Compreender o processo histórico da Inconfidência Mineira e da Conjuração 
Baiana; 
• Comparar a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. 
 
1. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana 
1.1. Inconfidência Mineira 
Na metade do século XVIII o controle da metrópole sobre Minas Gerais se 
tornava cada vez mais pesado, e gerava a revolta dos colonos mineiros. 
Anteriormente, na década de 1770, a rainha Maria I tinha extinto as 
companhias de comércio, o que revoltou os proprietários das manufaturas. Ademais, 
os altos impostos sobre eles eram muitíssimos pesados e cobrados com muito rigor 
pela Coroa. 
Quando iniciaram os sinais do esgotamento das minas de ouro, a colônia 
entrava em uma crise econômica. Somado a isso, também era o momento da crise 
do açúcar do nordeste devido à concorrência dos holandeses. 
Esse cenário de crise provocou a diminuição da arrecadação de impostos, 
mas a Coroa não aceitava isso e argumentava que os motivos eram fraudes, 
extravios, contrabando e sonegação. Quando o mínimo de impostos esperados a 
 
3 
 
serem arrecadados não eram atingidos, a Coroa decretava a derrama. Esse era um 
imposto que a Coroa exigia o pagamento de qualquer pessoa, até que conseguisse 
arrecadar 100 arrobas de ouro. Aqueles que não conseguiam pagar a derrama 
tinham seus bens e objetos de ouro confiscados. 
 
IMPORTANTE! 
 
 
 
 
 
Nesse contexto, era forte a circulação das ideias iluministas entre as elites e 
homens letrados das Minas Gerais. Os mesmos tomavam contato com essas ideias 
geralmente quando iam estudar nas universidades europeias. Esses estudantes 
traziam livros que eram guardados em bibliotecas clandestinas da colônia, pois 
eram proibidos pela Coroa. 
A Independência dos Estados Unidos em 1776 passou a servir de modelo para 
essa elite, no sentido de uma ruptura definitiva com a dominação metropolitana. 
A partir de 1788 a elite mineira começou a tramar uma rebelião contra a 
metrópole no dia da cobrança da derrama. Seu objetivo era proclamar uma 
república em Minas Gerais, e teriam como modelo a constituição estadunidense. 
Também objetivavam incentivar a indústria mineira, criar uma universidade em Vila 
Rica, rever os tributos e perdoar as dívidas com a Coroa. Ainda que muitos dos 
rebeldes discordassem em nome dos ideais iluministas de liberdade, não era um 
objetivo da conjuração mineira a libertação dos escravos. 
Toda essa trama foi delatada para o então governador de Minas, Visconde de 
Barbacena, por Joaquim Silvério dos Reis, que tinha participado de reuniões com os 
conjurados. Silvério dos Reis teve suas dívidas com a Coroa perdoadas e o 
movimento rebelde foi reprimido antes que as ideias se materializassem. 
O governador ordenou a prisão dos conjurados e os enviou para o Rio de 
Janeiro, onde foram submetidos a uma devassa, que é a apuração do crime a partir 
de inquéritos e provas. O objetivo era decretar o crime de inconfidência, ou seja, de 
traição à Coroa. 
A Derrama foi um instrumento fiscal executado pela 
Coroa portuguesa, que tinha como objetivo garantir a 
arrecadação de Cem arrobas anuais de ouro, caso não 
alcançasse a arrecadação mínima de 20%. Caso a 
população negasse o pagamento da mesma, a Coroa 
poderia compulsoriamente tomar os bens de ouro de 
suas propriedades. 
 
 
4 
 
Os julgamentos se estenderam por três anos e o principal condenado foi 
Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes”, que era tido = como líder do 
movimento, e o mais pobre dos conjurados. O mesmo foi enforcado em 21 de abril 
de 1792, e seu corpo foi esquartejado e exibido em público como exemplo. 
 
1.2. Conjuração Baiana 
Seis anos passados desde a Inconfidência Mineira, explodiu outra rebelião, só 
que dessa vez em Salvador, em 1798. Essa, diferente da Mineira, contou com a 
participação de pessoas ligadas às camadas populares. 
No final do século XVIII, o contexto era de uma pesada crise econômica na 
Bahia, devido à decadência do comércio de açúcar. Havia escassez de alimento, pois 
a maioria das lavouras de abastecimento tinham sido substituídas pela cana de 
açúcar. Os preços dos produtos estavam altos, tal como os impostos, e isso gerava 
uma grande revolta em toda população. A partir de 1797, Salvador começou a 
assistir vários saques a armazéns, pois a crise afetava principalmente os mais pobres. 
O contexto externo era o da Independência dos Estados Unidos (1776), 
Revolução Francesa (1789) e Revolução do Haiti (1791). Os ideais revolucionários 
passaram a circular tanto entre as elites, mas também entre os mais pobres. Vários 
panfletos incitavam as pessoas à luta pela liberdade e diziam sobre a criação de uma 
República livre, sobre o fim do monopólio de Portugal, a diminuição dos impostos, o 
aumento dos soldos dos soldados e, diferentemente da Inconfidência Mineira, da 
abolição da escravidão. 
No dia 25 de agosto as autoridades portuguesas conseguiram capturar os 
conjurados, em uma reunião para a organização da rebelião. Dos cerca de 30 presos, 
04 morreram enforcados e expostos em público, eram os alfaiates João de Deus e 
Manuel Faustino e os soldados Luiz Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Os demais 
foram degredados. A Inconfidência Baiana também é conhecidacomo Conjuração 
dos Alfaiates, por muitos desses artesãos participaram ativamente. 
 
DICA 
 
 
 
Degredo: “pena de desterro ou exílio imposta 
judicialmente em caráter excepcional como punição de 
um crime grave, constituindo uma forma de 
banimento”. 
 
 
5 
 
Exercícios 
1. (UNIVALI-SC) No ano de 1789, dois acontecimentos importantes marcaram 
a História mundial e a História do Brasil: a Revolução Francesa e a Inconfidência 
Mineira. Estabelecendo uma relação entre estes dois acontecimentos, podemos 
dizer que tiveram a mesma fonte de inspiração, fato que justifica a necessidade de 
conhecer a nossa história no contexto global. Sobre a Inconfidência Mineira, assinale 
o item correto: 
a) Ela foi inspirada nas camadas mais pobres da colônia, exploradas pela 
metrópole. 
b) Inspirou-se nos princípios do socialismo utópico de Saint-Simon, bem 
como nos ideais absolutistas defendidos pelos pensadores iluministas. 
c) Ela inspirou-se no pensamento iluminista fortemente difundido pela 
Europa, que pregava ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. 
d) Ela aconteceu devido à forte pressão exercida pela metrópole exigindo a 
emancipação política do Brasil. 
e) A vitória dos inconfidentes transformou a região das Minas Gerais numa 
República, ainda que temporariamente. 
 
2. (UFRN) Entre os movimentos que eclodiram no Brasil no final do período 
colonial, destaca-se a Conjuração Baiana, ocorrida em 1798. Nessa ocasião, em 
Salvador, foram divulgados panfletos manuscritos. Em um deles, constavam os 
seguintes dizeres: 
Animai-vos Povo Bahiense que está para chegar o tempo feliz da nossa 
liberdade… […] 
Homens, o tempo é chegado para vossa ressurreição; sim, para ressuscitardes 
do abismo da escravidão, para levantardes a sagrada Bandeira da Liberdade.[…] E 
fazer uma guerra civil entre nós, para que não se distinga a cor branca, parda e preta, 
e sermos todos felizes sem exceção de pessoa, de sorte que não estaremos sujeitos a 
sofrer num homem tolo, que nos governe, que só governarão aqueles que tiverem 
juízo e capacidade para mandar a homens. […] … numa revolução, a fim de tornar 
esta Capitania num Governo democrático, nele seremos felizes; porque só 
governarão as pessoas que tiverem capacidade para isso, ou sejam brancos ou 
pardos, ou pretos, sem distinção de cor… 
(TAVARES, Luís Henrique Dias. Introdução ao estudo das ideias do movimento revolucionário 
de 1798. Salvador: Liv. Progresso, 1959. pp. 7-13). 
No fragmento anterior, estão expressos os anseios dos(as): 
 
6 
 
 
a) categorias marginalizadas (artesãos, mulatos, soldados, brancos, pobres e 
negros) que desejavam uma sociedade com direitos iguais para todos os segmentos 
sociais da Bahia. 
b) membros da elite branca da Bahia, que pretendiam a liberdade de 
comércio, o fim das impo-sições da metrópole e a autonomia política da província. 
c) grandes proprietários das decadentes lavouras ca-navieiras do Recôncavo 
Baiano, que temiam uma revolução feita pelos escravos negros e mulatos livres. 
d) camadas médias de Salvador, constituídas de homens livres, brancos e 
mulatos, temerosos de um levante dos escravos ou, como diziam, daquela “canalha 
africana”. 
 
3. (UFCE) Ao mesmo tempo em que se desenvolvia, em Portugal, uma política 
de reforma do absolutismo, surgiram conspirações na colônia. Elas estavam ligadas 
à novas ideias e a acontecimentos ocorridos na Europa e nos Estados Unidos, mas 
também à realidade local. A ideia de uma nação brasileira foi se definindo à medida 
em que setores da sociedade da colônia passaram a ter interesses distintos da 
metrópole ou a identificar nela a fonte de seus problemas. Uma dessas conspirações 
foi a Inconfidência Mineira. Sobre o grupo que organizou esse movimento, é correto 
dizer: 
a) Era heterogêneo, de origem social variada, com ideias diferentes sobre as 
transformações sociais que o movimento deveria provocar. 
b) Era um pequeno grupo de mineradores, preocupados unicamente em não 
pagar mais impostos à metrópole, pois a extração do ouro tinha diminuído, e a 
Coroa continuava a cobrar o quinto. 
c) Era um grupo homogêneo de intelectuais, inspirados no Iluminismo e no 
liberalismo da Revolução Americana. 
d) Eram todos jovens, filhos da elite colonial, que tinham ido estudar na 
Europa. 
e) Teve forte presença de homens pobres, livres, libertos e escravos e, por isso, 
o fim da escravidão era um de seus principais objetivos. 
Gabarito 
1. c). A Inconfidência Mineira se fundamentou nos ideais iluministas que 
também foram base para a Revolução Francesa ocorrida no mesmo ano, de 1789. Os 
 
7 
 
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, diziam respeito à emancipação do que 
era considerado como as trevas associadas ao antigo regime, à monarquia 
absolutista, e ao passado medieval. Os homens letrados mineiros tomavam contato 
com essas ideias quando iam estudar nas universidades europeias, dessa forma, de 
lá traziam livros que eram guardados em bibliotecas clandestinas, pois eram 
proibidos pela Coroa por serem considerados subversivos. 
 
2. a). A Conjuração dos Alfaiates, ou Inconfidência Baiana, teve um forte 
caráter popular. Diferentemente da Inconfidência Mineira, um dos objetivos da 
conjuração na Bahia era a abolição da escravidão. Por isso, o fragmento da questão 
trazia noções de indistinção de raças, criando um ideal em que os homens não 
seriam hierarquizados devido às cores de suas peles. 
 
3. a). Ainda que tivesse um caráter menos popular que a Conjuração dos 
Alfaiates, a Inconfidência Mineira também foi formada por um grupo de pessoas de 
vários estratos sociais. Tanto é que o próprio Tiradentes, um alferes, não era 
considerado membro da elite. 
Resumo 
Nesta apostila, vimos que as Conjurações Mineira e Baiana tiveram várias 
características em comum. Eram movimentos de contestação do Pacto Colonial, ou 
seja, eram emancipacionistas ou separatistas. Ambas contestações tiveram como 
referência as revoltas internacionais influenciadas pelos ideais políticos iluministas, 
como a Independência dos Estados Unidos (1776) no caso da Inconfidência Mineira, 
e a Revolução Francesa (1789) e a Revolução do Haiti (1791), no caso da Conjuração 
Baiana. Ambas Conjurações também se voltaram contra a excessiva cobrança de 
impostos por parte da Coroa Portuguesa. 
Porém, há diferenças cruciais entre as duas Conjurações: a Inconfidência 
Mineira, ainda que contasse com pessoas de outros segmentos sociais, era um 
movimento mais elitista, enquanto a Conjuração Baiana teve um caráter muito mais 
popular, incluindo muitos pobres no movimento. Enquanto a primeira não buscava 
abolir a escravidão, esse era um grande objetivo da segunda. 
 
 
 
 
8 
 
Referências bibliográficas 
MESGRAVIS, Laima. História do Brasil colônia. São Paulo: Contexto, 2015. 
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 
2018.

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