Buscar

GINÁSTICA DE ACADEMIA UM PERCURSO HISTÓRICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Artigo apresentado no II Seminário de Pesquisas e TCC da FUG no semestre 2011-2 
Coordenação, organização e formatação final: Prof. Dr. Rodrigo Irani Medeiros 
 
 
GINÁSTICA DE ACADEMIA: UM PERCURSO HISTÓRICO 
 
 
Gislaine Alves Martins A
1
 
Viviane Alves de Souza B
1
 
 Vinícius Ramos Rezende
 2 
 
 
RESUMO: Este artigo tem como proposta analisar a História da Ginástica de 
Academia, destacando as transformações ocorridas desde o seu surgimento até os 
dias de hoje, tendo como foco a ginástica em grupo tão difundida dentro das 
academias e cada vez criando mais novidades para atrair e manter os clientes que 
são a fonte de renda dos donos de academia e para os profissionais de Educação 
Física que atuam nessa área. Para tanto foi realizado uma pesquisa bibliográfica em 
artigos, livros e web sites. 
 
 
Palavras chave: Ginástica, Ginástica de Academia e História 
 
 
ACADEMY OF GYMNASTICS: A HISTORICAL 
 
 
ABSTRACT: This article has analyze the history proposed of Gymnastics Academy, 
highlights the changes that have occurred since its inception until the present day, 
the gymnastics on focusing group so widespread within the academies and creating 
ever more features to the facility and retain customers that are the source of income 
of the owners of the facility and physical education professionals engaged in this 
area. Do is literature search was carried out in articles, books and web sites. 
 
 
Keywords: Gymnastics, Gymnastics Academy and History 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________ 
1 Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdade União de Goyazes 
2.Professor Orientador da Faculdade União de Goyazes 
2 
 
 
1.0 INTRODUÇÃO 
 
 Este artigo tem como propósito, pesquisar o desenvolvimento do processo 
histórico da Ginástica de Academia e descobrir como ela se tornou tão poderosa e 
atraente como vemos atualmente nas grandes academias de ginástica. 
 Para construção deste artigo foi realizado uma pesquisa bibliográfica em 
artigos, livros e web sites. 
 Segundo Strehl (2008, p. 3), pesquisa bibliográfica é o “Levantamento dos 
dados e das fontes utilizando documentação indireta, ou seja, utilização de dados 
coletados por outras pessoas, obtidos por intermédio de pesquisa documental e 
pesquisa bibliográfica”. 
 O intuito de realizar este estudo surgiu através da curiosidade em 
aprofundar na história e descobrir como foi o percurso da ginástica até a atualidade, 
visto que nós Acadêmicas tivemos como mola propulsora para ingressar no curso de 
Educação Física as modalidades de ginástica em grupo oferecidas nas academias. 
A priori como alunas / clientes e posteriormente como instrutoras de aulas com 
licença para desempenhar tal papel através de cursos e certificações. 
 Entender um pouco mais sobre a história da ginástica é poder enxergar 
com clareza toda evolução ocorrida desde seu surgimento, aumentando assim 
nosso conhecimento, além de se tornar fonte de pesquisa para futuros profissionais 
da área que se interessem pelo tema. 
 A pesquisa mostra que a realidade sobre exercícios físicos é diferente do 
que era visto há algumas décadas atrás. A sociedade hoje é mais consciente sobre 
a importância de manter o corpo em movimento e grande parte desta 
conscientização ocorre através da influência da mídia, que através de televisão, 
revistas, rádios e internet conseguem atingir grande parte da população com dicas 
de como manter uma boa forma física através de exercícios físicos. E dentre as 
várias opções oferecidas como forma de exercício, estão às ginásticas em grupo 
oferecidas nas academias como, por exemplo, aulas de Ginástica Localizada, Step, 
Jump, Spinning, Pilates, Yôga, Body Pump, Body Balance, Body Combat, dentre 
muitas outras, sendo cada uma com um objetivo diferente, conforme a vontade e o 
desejo do cliente. 
3 
 
 Como o propósito do artigo é analisar os principais fatos da história da 
ginástica até a atualidade, destacando o início das academias e mostrando as 
principais modalidades oferecidas que é o foco principal desta pesquisa, é que se 
inicia o desenvolvimento deste levantamento bibliográfico, como poderá ser visto no 
item 2.0 que conta a História da Ginástica como o início de tudo, sucessivamente 
destacando a partir do item 2.1 os principais métodos desenvolvidos por estudiosos 
e que fizeram grande diferença na história da ginástica e da educação física, 
passando também por conceitos de Ginástica no item 3.0 e conceitos de Academia 
no item 4.0, posteriormente introduzindo um breve Histórico da Educação Física, 
mostrando as tendências que influenciaram no processo de regulamentação da 
profissão no item 5.0, destacando os principais fatos que fizeram com que a 
ginástica fosse introduzida nas academias no item 6.0 e finalizando no item 7.0 com 
a influência da mídia na expansão da ginástica até os dias de hoje. 
 
2.0 Histórico Da Ginástica 
 
 É possível perceber que a história da ginástica confunde-se com a história 
do homem e da Educação Física. 
 Segundo Ramos 1982 apud NORONHA, 2007, pg.13, 
 
 A Ginástica reconhecida como a prática do exercício físico ou atividade 
física, vem da Pré-história, afirma-se na Antigüidade, estaciona na Idade 
Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios 
da Idade Contemporânea. 
 
 
 Quanto a diferença entre atividade física e exercício física, Lazzari1 afirma 
que 
 
 
a atividade física é definida como qualquer movimento corporal, produzido 
pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que 
os níveis de repouso. Assim, a quantidade de energia necessária à 
realização de determinado movimento corporal deverá traduzir o nível de 
prática da atividade física exigido por esse mesmo movimento. Já o 
exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que 
tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes 
da aptidão física. 
 
 
1
 Informações retiradas do site <fabianalazzaripersonaltrainer.blogspot.com/2009/02/atividade-fisica-x-
exercicio-fisico.html 
4 
 
 
 É sabido que, para o homem primitivo, a atividade física teve um papel 
relevante na sua sobrevivência, pois era preciso ser forte, ser observador, ser 
atento, construir estratégias e utilizar recursos de comunicação para atacar e se 
defender de animais, quando saía em busca de alimentos (NORONHA, 2007) 
 Os estudos históricos demonstram que as atividades físicas exercidas na 
antiguidade, embasaram a evolução das ginásticas. A partir das atividades de caça, 
pesca, lutas, diversão e culturação a deuses com danças e representações, os 
homens perceberam o potencial de suas capacidades físicas como força, destreza, 
resistência e equilíbrio, passando a estruturá-las em benefício próprio (CARVALHO, 
2009) 
 Percebemos que é nessa busca de alimentos, da caça ou da defesa que o 
homem desenvolveu o movimento corporal que era indispensável para 
sobrevivência naquela época, o que posteriormente foi reconhecido como exercícios 
físicos. 
 Na Antiguidade, principalmente no Oriente, os exercícios físicos aparecem 
nas várias formas: luta, natação, remo, hipismo, arte de atirar com o arco, nos jogos, 
nos rituais religiosos e na preparação guerreira de maneira geral. Na Grécia, nasceu 
o ideal da beleza humana, o qual pode ser observado nas obras de arte espalhadas 
pelos museus em todo o mundo, onde a prática do exercíciofísico era altamente 
valorizada como educação corporal em Atenas e, como preparação para a guerra 
em Esparta (NORONHA, 2007) 
 Segundo Malta (1998, pg.11), “[...] os gregos utilizavam em seus 
treinamentos inúmeros implementos até hoje utilizados, tais como: bolas de 
medicine rústicas, halteres para saltos, pedras, traves de madeira [...]” (Dien 1966, 
apud MALTA, 1998, pg.11), “[...] afirma que o conceito de beleza corporal para o 
ocidente nasceu na Grécia, onde a prática de exercícios físicos e as artes eram 
consideradas atividades irmãs [...] 
 O Egito foi outro lugar de destaque pela sua variedade de atividades 
físicas, é relatado que historiados concluíram que deveria existir um sistema egípcio 
de educação física, pois, foi constatado, por exemplo, o trabalho de diversas 
qualidades físicas, como equilíbrio, força, flexibilidade e resistência, sendo os mais 
utilizados os de flexão anterior do tronco e hiperextensão da coluna. Tronco de 
árvore, pesos e lanças eram os principais materiais utilizados (MALTA, 1998) 
5 
 
 Já em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal, a preparação 
militar, e, em segundo plano, a prática de Atividades Desportivas como as corridas 
de carros e os combates de gladiadores que estavam sempre ligados às questões 
bélicas. 
Recordações das magníficas instalações esportivas desta época como as termas, o 
circo e o estádio ainda hoje impressiona pela magnitude de suas proporções 
(NORONHA, 2007) 
 Malta (1998, pg. 12) lembra também que, 
 
Sócrates e Platão, tiveram grande importância na ascensão dos exercícios 
físicos, sendo Sócrates (468-339 a.C), o grande mestre de Platão (429-347 
a.C), e sendo de sua autoria muitos conceitos sobre exercícios físicos, entre 
os quais o que diz “na música a simplicidade torna a alma sábia; na 
ginástica dá saúde ao corpo” e suas idéias foram a origem de toda cultura 
ocidental, da qual os exercícios físicos fazem parte. Por sua vez, Platão foi 
considerado o maior educador da humanidade. O conceito de “equilíbrio 
entre corpo e mente” é de Platão, assim como “a educação consiste em dar 
ao corpo e alma toda perfeição de que são capazes. 
 
 
 A História mostra que a princípio os objetivos eram diferentes do que é 
visto atualmente, sendo na maioria das vezes voltado para a preparação dos 
guerreiros, fazendo com que a idéia de exercício estivesse ligada a guerras, dano 
então início a Idade Média, que de acordo com Malta (1998, pg. 12), 
 
foi um período inexpressivo para Educação Física sendo as principais 
causas, a decadência de Roma, o fim dos jogos olímpicos e o pavor 
causado pelas guerras e o Cristianismo, que era uma religião que se 
propagava rapidamente e tinha como ideologia o abandono do trabalho 
corporal para a conseqüente salvação da alma. 
 
 
 Durante esse período, ficou adormecido todo o conhecimento sobre 
exercícios físicos desenvolvidos até então, ressurgindo tempos depois na fase do 
Renascimento, "Época da razão", onde a ansiedade por novos conhecimentos 
científicos e culturais fez reascender o valor do exercício físico. Vários humanistas 
apregoavam o renascimento da atividade física, tratando de despertar em seus 
contemporâneos a afeição aos jogos inspirados pelos gregos (GUIMARÃES, 2007) 
 A valorização do homem pelo Renascimento, associada aos ensinamentos 
gregos, influenciou os historiadores ingleses a solucionarem os diversos problemas 
sociais que surgiram com a era industrial. Mediante atividades desportivas, 
6 
 
originaram-se os esportes de competição, nascendo o profissionalismo e com ele 
surgiram os primeiros métodos de treinamento, dano início a Idade Contemporânea 
que de acordo com Guimarães2 (2007), “[...] é marcada no período de 1860 por Dio 
Levis que levou às escolas americanas um plano de aula que recebeu o nome de 
"ginástica moderna", no qual introduziu exercícios livres, com halteres de madeira, 
massas, bolas e passos de danças [...]”. 
 Este plano foi grandemente difundido nas ACMS (Associação de Moços 
Cristãos), por intermédio de Willian Wood, Robert Jefries e tantos outros. Desta 
época conservamos a ginástica de elasticidade com movimentos suaves de Georges 
Demeny (1850 - 1917) que experimentou, por sua vez, a influência do fisiólogo 
Marey (1830 - 1903), cujas investigações científicas são bases de primeira linha. 
Edmond Desbonnet (1865 - 1953) foi fundador da "ginástica do organismo" e da 
cultura física com pequenos pesos para praticar-se em casa, na frente do espelho, 
para desenvolver a musculatura. 
 Ainda no período da Idade Contemporânea, a ginástica foi sistematizada e 
influenciada por um grande número de educadores. Alemanha, Suécia e França 
foram os principais centros culturais da época (MALTA, 1998) 
 Vários adeptos e pensadores dessa modalidade foram responsáveis pelo 
seu desenvolvimento e sistematização. Entretanto, a Suécia, através de Per Henrik 
Ling (1778-1839), foi o centro mais importante da sistematização da ginástica no 
mundo. Ling foi um educador considerado único na história da ginástica. Inspirada 
na filosofia grega, a Ginástica Sueca, idealizada por ele, revolucionou o mundo. Seu 
sistema era dividido em militar, pedagógica, estética e médica. As quatro 
classificações eram baseadas na ginástica pedagógica, que objetivava a 
manutenção da saúde, uma boa postura e desenvolvimento do indivíduo (MALTA, 
1998) 
 Acreditamos que o período do Renascimento, é o que mais influencia a 
ginástica e a educação física, por ter sido nessa época o desenvolvimento dos 
métodos tão difundidos como veremos a seguir e que foram sistematizados por 
estudiosos, trazendo de volta a credibilidade da importância de praticar exercícios 
físicos. 
 
 
2
 Informações retiradas do site <www.fabioguimaraes.com.br/personal-grupo.html> 
7 
 
2.1 Principais métodos de ginástica 
 
2.1.1 Método Francês 
 
 Este método era formado por um conjunto de exercícios com movimentos 
conduzidos, onde a contração muscular prolongada agia continuadamente durante a 
amplitude do movimento. Os exercícios eram classificados em: jogos, evoluções, 
flexionamentos, movimentos mímicos educativos e desportos individuais e coletivos. 
Este método foi inspirado no método natural de Hérbert, do qual resultou o 
regulamento geral da Educação Física adotado pelo exército francês (GUIMARÃES, 
2007) 
 O método francês preocupava-se com o aperfeiçoamento motor, 
considerando as dimensões anatomo/fisiológicas, dando ênfase nas qualidades 
físicas mais utilizadas na vida quotidiana, na economia de energia, no 
desenvolvimento físico integral, no aumento da resistência orgânica, valorizar 
aptidões através dos exercícios naturais, repudiando os artificiais (CARVALHO, 
2009) 
 Ë possível observar que o método francês era voltado para a manutenção 
das funções diárias do indivíduo, ou seja, aumentando a resistência através de 
exercícios para que o dia de trabalho e as atividades rotineiras fossem menos 
exaustivos. 
 
2.1.2 Método Sueco 
 
 Na Suécia, os estudiosos propunham um método de educação física com 
finalidades higiênicas e corretivas, integrando exercícios racionais e tendo em vista o 
composto por exercícios analíticos, racionais, simples e localizados, e tinha 
abrangência pedagógica, militar, médica e estética (CARVALHO, 2009) 
 Não existia uma classificação rígida de exercícios. No entanto,o esquema 
do Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo agrupou os exercícios em 
marchas, exercícios formais ou fundamentais a (movimentos de membros, tronco e 
cabeça), exercícios aplicados ou fundamentais (equilíbrio, destreza, corridas, saltos, 
suspensão e jogos) e relaxamento (GUIMARÃES, 2007) 
8 
 
 Seu objetivo era desenvolver o corpo humano por meio de exercícios 
racionais, sempre partindo dos mais simples para os mais complexos (MALTA, 
1998) 
 Percebemos que o método sueco desenvolvia além do físico, aptidões 
racionais e pedagógicas, mas ao mesmo tempo rígidas com a influência militar nos 
exercícios como, por exemplo, as marchas e os exercícios formais. 
 
2.1.3 Método Alemão 
 
 Na Alemanha, o método de ginástica era executada em aparelhos e em 
contato com a natureza, tendo um caráter pedagógico, de formação moral e 
disciplinar, e onde houve também a introdução de aparelhos portáteis na ginástica, o 
improviso na atividade corporal, a valorização do rítmico e o contato do corpo com o 
solo (CARVALHO, 2009) 
 Diferente dos métodos anteriores, o método alemão tem destaque devido à 
introdução de aparelhos aos exercícios, diferente dos outros métodos que só 
utilizavam o corpo. 
 
 
 
2.1.4 Método Calistênico 
 
 Inspirada no método sueco, a calistenia defendia uma ginástica com 
exercícios livres e ritmados, onde homens e mulheres e crianças podiam praticá-la 
sem que fossem ginastas. A princípio a Calistenia foi usada nos EUA como ginástica 
feminina, mas introduzida na escola, serviu para todos. Divulgada pela Associação 
Cristã de Moços, tinham como princípio a higiene e a educação (CARVALHO, 2009) 
 Este método era formado por um conjunto de exercícios com movimentos 
rápidos, ritmados e com paradas bruscas, que se executavam ao som da música. 
Eram praticados com aparelhos leves ou à mão livre, visando grandes massas 
musculares com o objetivo de manter boa atitude, permitindo perfeito funcionamento 
das grandes funções e órgãos. Na América do Sul, Alfredo Wood foi o grande 
apologista da calistenia, que consistia em: marcha; braços e pernas; tronco e região 
9 
 
póstero- superior, inferior, laterais, abdominais, ombros e escápulas; equilíbrio e 
novamente marcha, para terminar (GUIMARÃES, 2007) 
 Apesar da influência sueca, podemos analisar que a diferença deste 
método, está nos exercícios ritmados e na utilização de música para a execução dos 
movimentos, o que torna a calistenia a grande influência das ginásticas oferecidas 
nas academias, que tem incorporado aos exercícios a música, que é uma grande 
motivadora para os praticantes, o que podemos dizer com propriedade devido à 
experiência e vivência adquirida dentro das academias. 
 
3.0 Ginástica – o conceito 
 
 Para conceituar a Ginástica Pereira 1988 apud BARBOSA, 2009, p. 01, 
explica que 
 
ginástica é a exercitação corporal, o conjunto de exercícios físicos e mentais 
em ações que ativem e solicitem os diversos sistemas e aparelhos 
orgânicos, visando o desenvolvimento de qualidades físicas, mentais e 
sociais do ser humano. 
 
 
 Já Barbanti (1994, pg. 24), denomina que, “[...] o termo ginástico é derivado 
de Gymnós, que quer dizer nu, levemente vestido, e geralmente se refere a todo tipo 
de exercícios físicos para os quais se tem que tirar a roupa de uso diário [...]”. 
 Podendo ser executada de forma individual ou coletiva, com ou sem o uso 
de implementos, tem caráter utilitário, pedagógico ou terapêutico, utilizada tanto para 
o fortalecimento corporal, integral do ser humano, como para o lazer e também para 
a reabilitação física (COSTA, 1996 apud BARBOSA, 2009) 
 
4.0 Academia de ginástica 
 
 Academia de ginástica segundo a definição dos descritores em Ciências da 
Saúde (DeCS, 2004) e de acordo com Lollo (2004, pg. 1/1), “[...] são instalações que 
têm programas que pretendem promover e manter um estado de bem-estar físico 
para ótimo desempenho e saúde [...]” 
 Já Toscano (2001, pg. 41) “[...] conceitua as academias de ginástica como 
centros de atividades físicas onde se prestam serviços de avaliação, prescrição e 
10 
 
orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de profissionais de educação 
física [...] 
 O nome academia originou-se do filósofo Platão (427-347 a.C.), que 
escolheu como local para fundar sua escola de filosofia um bosque que levava o 
nome de um legendário herói grego Academos. Assim a escola recebeu o nome de 
Academia que nesta época era um local de ensino e aprimoramento de filosofia, 
matemática e ginástica (GAARDER, 1995 apud LOLLO, 2004) 
 O modelo de academias de ginástica existente atualmente, com base na 
ginástica, lutas e halterofilismo ou culturismo, se delineou a partir de 1940, sendo até 
então, as academias situadas principalmente nas grandes capitais brasileiras 
próximas ao litoral, principalmente no eixo Rio de Janeiro e São Paulo, embora haja 
informações a respeito de espaços para aulas de natação em São Luís (MA), em 
1893, e de lutas em Belém (PA), em 1914 (CAPINISSÚ, 2006 apud BARBOSA, 
2009) 
 A ginástica realizada em academia teve como entidade propagadora a 
Associação Cristã de Moços (ACM) instalada em São Paulo, em 1950, conhecida 
internacionalmente como Young Men Christian Association (YMCA), instituição de 
caráter religioso originada da Inglaterra, porém voltada exclusivamente para a 
prática de atividade física, o que representou o embrião de uma rede de unidades 
que se espalharam pelo país, com as características das atuais academias de 
ginástica (NOVAES 1991, apud BARBOSA, 2009) 
 A relação entre atividade física e saúde se justifica pelas muitas evidências 
de que níveis apropriados de aptidão física, mantida durante toda a vida por meio de 
exercícios regulares, exercem efeitos benéficos nas funções dos órgãos em geral, 
tendo como conseqüência o prolongamento da vida e de vida com qualidade sendo 
desta forma que a Academia de Ginástica pode ser apontada como sendo um centro 
com potencial para demanda em serviço de saúde primário, sendo possível sua 
ampliação para outros níveis de prevenção (TOSCANO, 2011) 
 O percurso histórico feito até o momento revela o quanto a ginástica evolui 
desde seu surgimento, destacando cada período desde a Antiguidade até o 
surgimento das academias, revelando a importância que cada época teve de acordo 
com suas necessidades e objetivos, mas não é possível contar esta história sem 
falar na Educação Física, que está diretamente ligada ao tema. Com isso segue-se 
um breve histórico do movimento e das tendências que marcam a regulamentação 
11 
 
do Profissional de Educação Física que se tornou uma exigência no mercado de 
trabalho. 
 
5.0 História da educação física no Brasil 
 
 Quando se trata da História da Educação Física, nos deparamos durante 
a pesquisa que ela se inicia na Antiguidade como já foi destacado no item 2.0 
Histórico Da Ginástica, onde a ginástica surge com a necessidade do homem pré-
histórico em ter que ir atrás de sua caça para se alimentar, sendo que ao mesmo 
tempo tinha que se defender deste predador, necessitando pra isso movimentos 
corporais que mais tarde foram conhecidos e sistematizados como exercícios físicos, 
sendo desenvolvidos métodos que influenciaram diretamente na ginástica que 
conhecemos hoje, e por já ter sido citado o início de todo esse processo histórico da 
EducaçãoFísica é que destacaremos apenas as tendências que marcaram a 
regulamentação do curso. 
 O século XX marca oficialmente a inclusão da Educação Física no Brasil 
(VAGO, 1999 apud SILVA, 2009) 
 A ginástica passa a ser disciplina obrigatória em 1882 nas escolas, sendo 
oferecida para ambos os sexos. Mas sua inserção não foi fácil, pois, a população a 
considerava um trabalho escrava e a classe dominante consideravam importante 
desenvolver apenas o intelecto dos indivíduos. 
 Em oito de março de 1940, foi promulgado o Decreto Lei no 2072, que 
dispõe obrigatório a Educação Física Moral e Cívica a Infância e da Juventude 
(CASTELLANI FILHO, 1991 apud SILVA, 2007) 
 A questão da formação profissional em Educação Física torna-se 
obrigatória após o Golpe Militar de 1964, devido à inclusão da Educação Física 
como disciplina obrigatória do primeiro ao terceiro grau (CANFIELD 2000, apud 
SILVA, 2007) 
 Após a implantação da Educação Física nas escolas, estabeleceu-se 
várias tendências que nortearam concepções para justificar e afirmar sua presença, 
sendo elas: 
 
Tendência Higienista: Predominou no final do século XIX época da proclamação da 
República e início do XX, entre 1889 e 1930. “A Educação Física é produto do 
12 
 
pensamento liberal” (Ghiraldelli 2007, apud VALLADÃO, 2009). Rui Barbosa 
defendia na época que a Educação Física deveria enraizar nas juventudes hábitos 
higiênicos, a saúde individual das pessoas, saúde moral na quais os jogos, o 
desporto, a ginástica deveriam levar a esse fim. 
Tendência Militarista: Predominou entre 1930 e 1945, durante a Segunda Grande 
Guerra. A Educação Física Militarista tinha a única e exclusiva função de preparar o 
cidadão para guerra, era totalmente seletora, tendo fortes tendências eugenistas, 
onde os mais valorizados eram os mais forte, os mais bem preparados, na qual o 
cidadão deveria se tornar um “cidadão-soldado”, capaz de obedecer cegamente e se 
servir de exemplo para o restante da juventude pela sua bravura e coragem. 
Tendência Pedagogicista: Educação Física Pedagogicista está preocupada com a 
juventude que freqüenta as escolas. Nesse contexto, a Educação Física é encarada 
como algo útil e bom à sociedade, além de propagar o sentimento de valorização 
profissional que permeia essa tendência, que predominou entre 1945 e 1964. 
Tendência Competitivista: Essa é a tendência da ditadura militar pós 64, os 
competitivista são voltados ao culto do atleta-herói, onde o mais importante é aquele 
que sobe ao podium. No “desporto de alto nível” que é o “desporto espetáculo”, há 
uma exacerbação de interesses por parte dos meios de comunicação, 
explicitamente incutido na população pelo governo militar. 
 
 Independente da variedade de métodos e tendências que foram 
desenvolvidos ao longo da história é possível perceber que o exercício, a ginástica e 
a educação física, que estão diretamente ligados, sempre esteve e provavelmente 
sempre estará presente na vida das pessoas. 
 Encerraremos esse tópico com uma grande reflexão de Azevedo 1920, 
apud SILVA, 2009, que diz: 
 
A Educação Física se dirige a todos, e aos fracos, sobretudo, e [...] o 
preparo físico – pelo estímulo enérgico, que provocam os exercícios no 
funcionamento fisiológico de todos os órgãos, inclusive do cérebro, que 
largamente beneficiam, estimulando intensamente seu desenvolvimento e 
sua nutrição –, é um grande fator social educativo, o mais maravilhoso 
instrumento de regeneração higiênica e transformação estética do individuo 
e das raças e uma das forças mais eficazes do desenvolvimento da 
mentalidade, da formação do caráter e da vontade, sobre os quais exerce 
poderosa e incontestável influência. 
13 
 
 
 
6.0 Inserção da ginástica nas academias 
 O surgimento e crescimento das academias de ginástica no Brasil 
acompanharam o movimento mundial, surgido nos anos 70 e 80, em torno da prática 
regular de exercícios físicos para a melhoria e manutenção de uma vida saudável e 
como decorrência desses fatos, a demanda por esse tipo de serviço cresceu 
extraordinariamente e as academias começaram a proliferar por todos os cantos do 
país (PEDROSO 2009, apud BARBOSA, 2009). 
 Nos anos 80, a ginástica localizada surge e é desenvolvida com 
fundamentos teóricos dos métodos da musculação e o que ficou de bom da 
Calistenia, invadindo assim as academias do Rio de Janeiro e São Paulo. A 
ginástica aeróbica foi à responsável pela invasão das mulheres nas academias. Em 
1985 o livro A dança aeróbica (1982 / Record) da professora americana Barbie Allen 
prometia perda de 500 calorias por hora, uma nova fonte de ganhar dinheiro 
"pegando" no ponto fraco de quem queria perder peso (MORAES, 2006) 
 A pesquisa de Moraes (2006, pg. 01), também nos mostra que, 
 
a professora Lígia Azevedo no Rio de Janeiro não perdeu tempo 
implantando na sua academia a nova modalidade acrescentando ao método 
Jane Fonda, saltitos. A ginástica virou mania nacional havendo inclusive 
competição com regras definidas que incluíam exercícios obrigatórios nas 
apresentações como, por exemplo, as flexões de braços, os abdominais e 
os chutes altos. 
 
 
 Não demorou muito as contusões ligamentares e microtraumatismos por 
causa dos excessos de saltitos e giros começaram a aparecer. Para amenizar esse 
problema surgiu a aeróbica de baixo impacto substituindo os saltitos por passadas 
mais suaves. Um pé sempre deveria estar no chão em qualquer passo coreográfico 
ou transição. Atrás disso veio a lambaeróbica, o aerodum e o street-dance com mais 
liberdade de movimentos corporais, arrebanhando as pessoas que não se sentiam à 
vontade com a complexidade que a ginástica aeróbica havia trazido (MORAES, 
2006) 
 Segundo Andrade (2000, pg.16), 
 
14 
 
O pluralismo de ofertas de atividades nas academias, na segunda metade 
da década de 80, incluía musculação, jazz, balé, yoga, lutas e iniciação à 
natação. A tendência era oferecer apenas uma modalidade de ginástica 
(salvo a ginástica corretiva), comumente denominada ginástica estética 
ginástica de academia, ou, numa denominação mais circulante no meio 
profissional, ginástica total. Nessa modalidade de ginástica os componentes 
aeróbio, de resistência muscular localizada, de flexibilidade e relaxamento 
predominavam dentre as diversas qualidades físicas trabalhadas na mesma 
aula e os proprietários das academias, em geral, eram profissionais da área 
e atuavam como professores nas suas instituições. 
 
 
 Com a expansão das academias como negócio no final dos anos 80 e 
início da década de 90, profissionais da área da administração também se voltaram 
para o setor, dando início a grandes empreendimentos. Nesses empreendimentos, 
caracterizados pelo consumo de bens e serviços cada vez mais diversificados, os 
proprietários/investidores passaram a compor uma maior quantidade de ofertas aos 
alunos, com a diversificação e a padronização das aulas de ginástica em diferentes 
modalidades, com o objetivo de abrir um leque de possibilidades com vistas a 
satisfazer os gostos da demanda (ANDRADE, 2000) 
 Em conseqüência desse movimento surgiram profissionais com atuação 
específica em aulas de grupo dentro das academias (ANDRADE, 2000) 
 No começo dos anos 90, com abertura do mercado externo, as academias 
brasileiras se viram num paradoxo: ou se modernizavam com equipamentos 
modernos e estruturados e com novas aulas e tendências, ou ficavam sucateadas e 
condenadas a fechar (MURER,2007) 
 Surge então as aulas de step ou step training , que é uma atividade na 
qual o indivíduo sobe e desce de uma plataforma regulável. Ele foi apresentado ao 
público na convenção da AFFA (American Aerobic Fitness and Association) em 
fevereiro de 1990. Mas antes disso, em 1986 nos Estados Unidos, a professora Gim 
Muller começou a utilizar o step como forma de recuperação de uma lesão no joelho, 
notando ela que o trabalho era seguro porque o impacto nas articulações era menor 
do que das aulas de aeróbica e também eficaz pelo fato de ter se recuperado da 
lesão (MALTA, 1998) 
 Por experiência própria, sabemos que o step é uma das aulas que atrai 
muito as pessoas por ser uma aula enérgica e motivante e no decorrer da pesquisa 
percebemos que após seu surgimento as academias começaram a investir cada vez 
mais em modalidades variadas. 
15 
 
 Chega então no final dos anos 90, a Body Systems3 no Brasil com suas 
aulas pré coreografadas ou aulas prontas, provocando um impacto significativo no 
mercado. Ocorre uma grande diversificação das modalidades e de outros produtos 
vendidos pelas academias como, por exemplo: Body Combat, Body Balance, Body 
Pump, Body Step, Body Jam, RPM. Os planos passam a permitir acesso a todas 
elas, inclusive a musculação, diferenciando-se dos pagamentos por modalidades 
(FURTADO, 2009) 
 O grande trunfo da Body Systems foi ter percebido que a ginástica de 
grupo consistia independentemente de cultura, geografia ou tamanho das 
Academias, no mais rentável espaço a ser explorado, merecedora, portanto, de uma 
atenção especial e um lugar de honra dentro do negócio (NORONHA, 2007) 
Segue abaixo as modalidades oferecidas por esta empresa como exemplo de 
variação existente hoje na ginástica. 
 
Bodyattack™é um programa desenvolvido para os amantes do condicionamento 
físico intenso, obtido através de movimentos e simples associados a exercícios de 
força e estabilização. 
Bodybalance™. O programa que utiliza técnicas de disciplinas como Yoga, Tai-Chi e 
Pilates, permitindo que você encontre o seu equilíbrio físico e tenha uma percepção 
indescritível de leveza mental. 
Bodycombat™. A combinação de vários estilos de artes-marciais e ginástica 
produziu uma aula gostosa e explosiva, apaixonando milhões de praticantes em todo 
o mundo. 
Bodyjam™, o programa de ritmos desenvolvido para fazer você se sentir um 
popstar. Dance, divirta-se e gaste muitas calorias! 
Bodypump™ conquistou 70 países, através do treinamento de força, resistência, 
melhora da postura e a desejada definição muscular que essa aula proporciona. 
Anilhas e barras, músicas alucinantes com combinações seguras e eficazes. 
Bodystep™, uma aula que te motiva a dar o máximo de si e gastar muitas calorias, 
além de trabalhar coxas e glúteos. Este é o segredo da aula que conquistou uma 
verdadeira legião de fãs por todo mundo. 
 
3
 Informações retiradas do site <®www.bodysystems.net > 
16 
 
Rpm™. Sigla que, em inglês, significa “Força bruta em movimento”, o RPM™. É um 
verdadeiro incinerador de calorias. 
Power Jump®, programa desenvolvido pela Body Systems que proporciona 
condicionamento físico, alto gasto calórico e melhora da postura utilizando os mini-
trampolins (FURTADO, 2009) 
 Após as invenções dos anos 90, chegamos ao início de 2000, um ano 
revolucionário também para a ginástica e com novas tendências em vista, buscou-se 
através da variedade de modalidades existentes nas academias e acompanhando a 
evolução do fitness treinamentos que integrassem força, equilíbrio, flexibilidade e 
que propiciasse condicionamento físico e saúde e equilíbrio mental. Procurando 
atender essas necessidades, as Academias investiram no método Pilates, que até 
então era desenvolvido em estúdios próprios para tal prática (MURER, 2007) 
 Esta metodologia foi idealizada pelo alemão Josehp Pilates (1880-1967) e 
de acordo com Camarão (2004, pg. 5), 
 
Pilates é um método de condicionamento físico que integra o corpo e a 
mente, ampliando a capacidade de movimentos, aumentando o controle, a 
força, o equilíbrio muscular e a consciência corporal. É um sistema de 
exercícios que possibilita maior integração do indivíduo no seu dia a dia. 
 
 
 Há poucos anos, o método Pilates começou a se tornar mais conhecido 
mundialmente, sendo praticado não só por aqueles que necessitam manter a boa 
forma, mas também por pessoas que se preocupam em viver de maneira saudável 
(CAMARÃO, 2004) 
 Hoje em dia, é possível encontrar o Pilates em várias academias de 
ginástica, podendo ser os exercícios feitos em solo (nas salas de ginástica), ou os 
exercícios feitos com aparelhos (estúdios dentro das academias). 
 Outra modalidade que teve destaque em 2000 foi o Jump4 ou 
minitrampolim. O ancestral do Jump brasileiro é o conhecido trampolim acrobático, 
cujos primeiros registros técnicos foram feitos em 1911. 
 Em 1938, foi criado um protótipo de menor tamanho, denominado mini-
trampolim, com o propósito de popularizar a atividade e torná-la viável para todos. 
 
4
 Informações retiradas do site <http://powerjump.110mb.com/origemjump.html> 
17 
 
Em 1975, esta atividade passou a ser divulgada e praticada nos EUA, nas Filipinas e 
em Hong Kong , e desde então, muitos estudos passaram a ser realizados. 
 Alguns cientistas da NASA descobriram que após 14 dias no espaço, os 
astronautas apresentam uma significativa perda de massa óssea e muscular, em 
função das condições gravitacionais diferenciadas. 
 O trampolim elástico é a atividade que mais se assemelha a estas 
condições especiais de gravidade em função da movimentação vertical e, após 
algumas pesquisas, constatou-se que esta atividade seria a mais indicada como 
prevenção e terapia para estes indivíduos. Outras entidades se interessaram pelo 
assunto e passaram a conduzir e patrocinar várias investigações científicas, que 
unanimente comprovaram a eficiência do trampolim elástico como meio de 
condicionamento físico. 
 Como profissionais atuantes nas academias, podemos dizer que 
atualmente a modalidade que ganha destaque nas salas de ginástica são os 
exercícios funcionais. E o treinamento funcional é 
 
uma técnica de treinamento físico fulcrada no desenvolvimento de um 
sistema neuromuscular integrado, cujo objetivo principal é tornar o corpo 
humano uma máquina de locomoção mais eficiente. A maior virtude do 
functional training é a notória percepção de como a máquina "corpo 
humano" funciona (Franco
5
) 
 
 
 
 Um exemplo de treinamento funcional oferecido hoje nas academias é o 
Treinamento Suspenso. De acordo com o treinador Fontana6, o equipamento se 
constitui de cintas de nylon reguláveis com manoplas para as mãos e apoio para os 
pés, que permite que você trabalhe todos os músculos do corpo. O equipamento usa 
a variação do peso do corpo e da gravidade para criar resistência, não sendo 
necessário adicionar outro tipo de carga, sendo que a própria inclinação do corpo 
em relação ao solo aumenta ou diminui a resistência, fazendo com que o trabalho 
seja mais ou menos forte. 
 Analisando a história até o momento, não tem como prever o que ainda 
está por vir e o que ainda será inventado para que a ginástica de academia continue 
 
5
 Informações retiradas do site <www.treinamentofuncional.com/artigo_essencia.aspl>6
 Informações retiradas do site <treinadormarciofontana.blogspot.com/2010/03/treinamento-funcional-suspenso-
home-gym.html> 
18 
 
nessa crescente evolução como vimos no decorrer da pesquisa. Provavelmente 
outras modalidades serão desenvolvidas para que as salas de ginástica continuem 
sendo invadidas por alunos que se sentem bem trabalhando em grupo e que se 
motivam a praticar exercícios físicos dentro das academias. 
 
7.0 Influência da mídia na expansão da ginástica 
 
 Com o desenvolvimento das técnicas de comunicação de massa, a 
produção cultural deixa de atingir um nível local e passa a abranger um mercado 
consumidor muito maior. Esses conteúdos, que devem sensibilizar grandes massas 
de pessoas de diferentes culturas, ficam assim internacionalizados. Toda essa 
situação pode ser verificada nas academias de ginástica desde o seu boom, nas 
principais cidades brasileiras, a partir da década de 70 (ANDRADE, 2000) 
 Antecedendo a essa proliferação de academias de ginástica, vale notar o 
trabalho realizado pelo rádio, de 1932 a 1983, por Oswaldo Diniz Magalhães. 
Transmitindo ininterruptamente o programa "Hora da Ginástica", contribuiu para a 
difusão da ginástica/educação física em todo o território nacional e escolheu o meio 
de comunicação mais poderoso da época, o rádio, pelo seu poder de estar em toda 
parte ao mesmo tempo, vencendo imensas distâncias. Segundo depoimento do 
próprio professor: "teria que fazer de cada lar um ginásio e de cada família uma 
turma de rádio-ginastas, beneficiando milhares de alunos diariamente em suas 
próprias residências. De acordo com Andrade (2000, pg. 15), 
 
na televisão, a professora Yara Vaz foi a pioneira. Ela começou a estrelar 
um programa de ginástica rítmica em 1952 na TV Tupi, passou pela TV Rio 
e pela TV Educativa. O seu programa era repetido em todas as emissoras, 
por força de um decreto que as obrigava a ter uma atração educativa. 
 
 
 Com certeza esse o início da divulgação do exercício através do rádio foi o 
grande marco na influência da mídia a respeito da ginástica e sua difusão dentro das 
academias, surgindo posteriormente à televisão, às revistas e a internet. 
 Aliada a prática da atividade física, estrutura-se hoje, também, a poderosa 
indústria do fitness, onde as estratégias de vendas perpassam pela criação de novos 
produtos, de novas necessidades, que contam com a divulgação da poderosa mídia 
prometendo novas formas de serem escultores de sua própria anatomia, 
19 
 
 
Para as mãos, luvas; para os pés, tênis das mais variadas marcas; para o 
corpo, roupas específicas para a prática do exercício físico de vários 
modelos, aparelhos de todos os tipos, garrafas de água e aí se segue para 
uma infinidade de coisas. (PALMA 2001 apud EUFRÁSIO e NÓBREGA, 
2010) 
 
 As formas de se chegar à aparência de beleza circulam pelo mundo, 
atravessa diferentes culturas pela força de penetração dos meios de comunicação 
de massa, levando a uma homogeneização das tecnologias do corpo como 
construção de um sonho (SILVA 2001, apud EUFRÁSIO e NÓBREGA, 2010) 
 Apesar de o discurso utilizado ser o da saúde, a utilização da mídia tem 
uma preocupação maior com a estética. Resta-nos saber se essas estratégias se 
desenvolvem para melhor qualidade da Educação Física ou são, apenas, estratégias 
de mercado. O reflexo dessa indústria se vê na própria academia, onde seus 
praticantes querem estar com a roupa da moda, o tênis do momento etc. 
 A Educação Física como área relacionada ao fitness é vista como uma 
atividade formadora dos corpos quer no sentido da verdade da saúde, quer com o 
objetivo estético. As academias propagam saúde, mas investem em propagandas do 
tipo “esculpa já o seu corpo para receber o verão”, ou seja, na verdade elas 
propagam um ideal inatingível, uma vez que as imagens veiculadas e a promessa de 
um corpo padronizado geram sérias frustrações (EUFRÁSIO e NÓBREGA, 2010) 
 A questão de corpo e indústria do fitness por si só já é um tema para ser 
discutido em outro artigo em que o objetivo seria, por exemplo, analisar saúde e a 
imagem que se vende através da mídia, em que o corpo tem que ser escultural para 
estar dentro dos padrões de beleza, o que não é o objetivo do presente artigo e 
muito menos nossa intenção divulgar que a ginástica oferecida dentro da academia 
seja uma milagrosa porta para o corpo perfeito e não potencializando todos os 
outros benefícios que o exercício físico pode oferecer. Pelo contrário, nosso objetivo 
é poder oferecer através da ginástica de academia um corpo condicionado e 
possivelmente sadio, tanto no aspecto social, emocional e psicológico, podendo 
assim transformar a vida das pessoas, tornado-as menos sedentárias. 
 
 
8.0 Considerações finais 
 
20 
 
 Após percorrer tantos séculos de uma História como a da ginástica, 
podemos concluir que sabíamos menos do que imaginávamos sobre o assunto. E 
isso sustentou nossa sede de informação e conhecimento durante o processo de 
levantamento bibliográfico. A História da Ginástica por si só, pode ser dividida em 
vários artigos devido a sua complexidade e a diferença e significado que cada 
período representou. Porém como nosso objetivo era destacar o Percurso Histórico 
da Ginástica de Academia, mantivemos nosso foco, portanto, alguns assuntos ou 
temas podem ter sido omitidos, mas que com certeza tiveram e ainda tem sua 
importância dentro história e que poderá se tornar tema de futuras pesquisas. 
 O processo de construção deste artigo, nos fez viajar no tempo, desvendando 
cada período da ginástica e suas particularidades, nos dando a exata noção do 
quanto uma história pode se modificar, evoluir, amadurecer e continuar perpetuando 
até hoje na vida das pessoas. Nossos objetivos em relação à pesquisa foram 
completamente atingidos, visto que a partir de agora, com mais compreensão e 
conhecimento sobre a história, enxergaremos nossa profissão com outros olhos, 
pois saberemos o quanto o caminho foi longo para a ginástica chegar ao que 
conhecemos hoje. 
 Gostaríamos de destacar a dificuldade que tivemos na construção deste artigo, já 
que muito dos livros não estão disponíveis facilmente para uma consulta direta ao 
autor, e que as fontes de pesquisa relacionadas ao tema são poucos, o que nos fez 
buscar a maioria das informações em artigos oferecidos em sites. 
 Esperamos com este artigo, oferecer aos profissionais ou futuros profissionais de 
educação física que se interessem pelo tema, mais uma fonte de pesquisa 
aumentando assim o conhecimento de todos em relação à História do que se vive 
hoje com a ginástica de academia. 
 
9.0 Referências bibliográficas 
 
ANDRADE, Carlos Alberto. O discurso sobre o profissional de ginástica em 
academia no Rio de Janeiro. Revista Movimento – Ano VI – n 12 – 2000/1. 
Disponível em: < http://seer.ufgs.br/Movimento/article/view/2496>. Acesso em: 28 de 
out. de 2011. 
 
BARBANTI, Valdir Jr. Dicionário de Educação Física e do Desporto. São Paulo. 
Editora Manole, 1994. 
 
21 
 
BARBOSA, Aline. A Influência Motivacional da Música em praticantes de 
Ginástica Localizada em Juiz de Fora. TCC apresentada a Universidade Federal 
de Juiz de Fora, 2009. 
Disponível em: <www.ufjf.br/faefid/files/2010/08/TCC-Aline-Barbosa-A-Influencia-
Motivacional-da-Musica-em-Praticantes-de-Ginastica-Localizada-em-Juiz-de-
Fora.pdf >. Acesso em: 12 de set. de 2011. 
 
BODY SYSTEMS. Disponível em <www.bodysystems.net> .Acesso em: 15 de nov. 
de 2011. 
 
CAMARÃO, Tereza. Pilates no Brasil, corpo e movimento. 2ª edição. Riode 
Janeiro: Editora Elsevier, 2004. 
 
CARREIRA, Natan. A História do Mundo Fitness. (2011). 
Disponível em: <http://tribodocorpo.blog.com/2011/07/01/a-historia-do-fitness/> 
Acesso em: 05 de set. de 2011. 
 
CARVALHO, Victor. Ginástica na Escola. (UVA – Universidade Estadual do Vale do 
Acaraú/CE), 2009. 
Disponível em: <www.ebah.com.br/content/ABAAABDRUAB/ginastica-na-escola>. 
Acesso em: 05 de ago. de 2011. 
 
EUFRÁSIO, José Jefferson; NÓBREGA, Terezinha. Que corpo é esse? Saúde e 
estética na academia de ginástica. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
2010. Disponível em: 
<www.4shared.com/document/fQmCOAsI/QUE_CORPO_ESSE_SADE_E_ESTTICA
.html> Acesso em: 22 de out. de 2011. 
 
FONTANA, Marcio. Treinamento Funcional Suspenso. (2010). 
Disponível em: <http://treinadormarciofontana.blogspot.com/2010/03/treinamento-
funcional-suspenso-home-gm.html> Acesso em: 29 de out. de 2011. 
 
FRANCO, Alexandre. Essência do Treinamento Funcional. 
Disponível em: <www.treinamentofuncional.com/artigo_essencia.asp> Acesso em: 
29 de out. de 2011. 
 
FURTADO, Roberto. Do Fitness ao Wellnes: os três estágios de 
desenvolvimento das academias de ginástica. Revista Pensar a Prática 12/1: 1-
11, Janeiro/Abril, 2009 
Disponível em: <www.revistas.ufg.br/index.php/fef/serch/results> Acesso em: 12 de 
jun. de 2011. 
 
GUIMARÃES, Fabio. Origem da Ginástica. (2007) 
Disponível em: <www.fabioguimaraes.com.br/personal-grupo.html> Acesso em: 13 
de jun. de 2011. 
 
22 
 
LAZZARI, Fabiana. Atividade Física ou Exercício Físico? (2009) 
Disponível em: <http://fabianalazzaripersonaltrainer.blogspot.com/2009/02/atividade-
fisica-x-exercicio-fisico.html> Acesso em: 02 de nov. de 2011. 
 
LOLLO, Pablo. Perfil dos alunos das academias de ginástica de Campinas, SP. 
Revista Digital – Buenos Aires, 2004. 
Disponível em: <www.efdeportes.com/efd76/acad.htm> Acesso em: 09 de out. de 
2011. 
 
MALTA, Paulo. Step Aeróbico e Localizado. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora 
Sprint, 1998. 
 
MORAES, Luiz Carlos. O “boom” das Academias. (2006) 
Disponível em: <www.puc-campinas.edu.br/servicos/detalhe.asp?id=55144> Acesso 
em: 27 de out. 2011. 
 
MURER, Evandro. Novas Tecnologias a Serviço das Academias de Ginástica e 
Musculação. Cap.3, pgs. 157-160. “Qualidade de Vida e Novas Tecnologias, Ipês 
Editorial, 2007 
Disponível em : 
<http://upge.academia.edu/GuanisdeBarrosVilelaJunior/Papers/931172/Novas_Tecn
ologias_Inclusao_Digital_e_Qualidade_De_Vida> Acesso em: 12 de jun. de 2011. 
 
NORONHA, Daniel. A ginástica promove a integração social? Monografia 
apresentada ao Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências, 
Universidade Estadual Paulista, Bauru/2007 
Disponível em: <www.fc.unesp.br/upload/mono-prontinha[1]DAniel.pdf> Acesso em: 
15 de ago. de 2011. 
 
JUMP. Disponível em <http://powerjump.110mb.com/origemjump.html>. Acesso em: 
18 de out. de 2011. 
 
SILVA, Carla. Representação Social da Educação Física Escolar no meio 
sociocultural: um estudo na cidade de Bauru/SP. Monografia de Conclusão de 
Curso apresentada a Universidade Paulista Julio de Mesquita Filho, 2007. 
Disponível em: <www.fc.unesp.br/upload/Carla%20da%20silva.pdf> Acesso em: 27 
de nov. de 2011. 
 
STREHL, Letícia. A pesquisa bibliográfica como procedimento de investigação. 
Biblioteca Central UFRGS, Doutoranda – PPGCOM UFRGS, 2008. 
Disponível em: <www.slideshare.net/leticia.strehl/pesquisa-bibliografica-
presentation> Acesso em: 28 de out. de 2011. 
 
SWERTS, Mário Sérgio Oliveira et al. Manual para elaboração de trabalhos 
científicos. Alfenas: UNIFENAS, 2010. Disponível em: 
<http://www.unifenas.br/pesquisa/manualmetodologia/normasdepublicacoes.pdf> 
Acesso em: 03 de nov. de 2011. 
23 
 
 
TOSCANO, José Jean. Academia de Ginástica: um serviço de saúde latente. 
Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Brasília, 2001. 
Disponível em: 
<http://portalrevistas.ucb.br/índex.php/RBCM/article/viewFile/381/434> Acesso em: 
12 de abr. de 2011. 
 
VALLADÃO, Rafael. Da pré história a regulamentação: breve ensaio sobre a 
História da Educação Física. Revista Digital – Buenos Aires – Ano 13 – no 129, 
2009. Disponível em: <www.efdeportes.com/efd129/a-regulamentacao-ensaio-sobre-
a-historia-da-educacao-fisica.htm> Acesso em: 09 de out. de 2011.

Outros materiais