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Assistência de enfermagem ao paciente em estado de choque Hipovolêmico; Cardiogênico; Neurogênico; Anafilático e Séptico Sumário • 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 • 2. CHOQUE .............................................................................................................2 • 2.1 Causas do Choque .................................................................................................. 3 • 3. TIPOS DE CHOQUES ............................................................................................4 • 3.1. Choque Hipovolêmico ............................................................................................5 • 3.2. Choque Cardiogênico..............................................................................................6 • a) Choque Séptico..........................................................................................................7 • b) Choque Vascular ou Neurogênico .............................................................................8 • c) Choque Anafilático.....................................................................................................9 • 3.4. Choque Obstrutivo ...............................................................................................10 • 4. TRATAMENTO DO ESTADO DE CHOQUE .............................................................12 Objetivos de Aprendizagem • Avaliar os riscos e a fisiopatologia do CHOQUE; • Diferenciar os tipos de CHOQUE; • Analisar o manejo da enfermagem frente aos pacientes em estado de choque; CHOQUE • Introdução; • Causas do Choque; • Tipos de Choque; Introdução Choque é uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo. Um estado de extrema gravidade que coloca em risco a vida do paciente. Em todos os tipos de choques ocorre a queda da pressão arterial e, consequentemente, um distúrbio na circulação de sangue, afetando os órgãos e tecidos do corpo. As principais causas do Choque dependem do mau funcionamento de uma das bases do tripé hemodinâmico: 1. Diminuição dos fluídos do corpo; 2. Falha no bombeamento do coração; 3. Problemas nos vasos sanguíneos; Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condição não é revertida, ocorre o que denominamos estado de CHOQUE. O choque é a intensa redução da perfusão com isquemia tecidual sistêmica, causando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, causando hipóxia (falta de oxigênio). Se não revertido leva a insuficiência circulatória generalizada. Fisiopatologia 1. (VUNESP HCFMUSP 2015) O choque circulatório é definido como: a) situação de oferta de sangue inadequada para o suprimento das necessidades de repouso do músculo cardíaco. b) situação de diminuição abrupta do fluxo de sangue para todo o corpo, sem prejuízo imediato da função circulatória, mas sim a longo prazo. c) inadequação do fluxo sanguíneo para os órgãos e sistemas, provocando lesões nos tecidos devido a diminuição da oferta de oxigênio. d) diminuição do fluxo de sangue para o coração com congestão pulmonar e renal. e) inadequação do fluxo sanguíneo no músculo cardíaco que pode culminar com lesões no cérebro. “Momento Enfo” TIPOS DE CHOQUES Tipos de Choque • O choque podem ser classificados em: 1. Hipovolêmico (hipo - baixo; volêmico – volume) 2. Cardiogênico; 3. Distributivo (Anafilático, Séptico e Neurogênico); 4. Obstrutivo; Tipos de Choque Choque Hipovolêmico - É provocado pela perda de grandes volumes de líquidos do corpo. Exemplos: hemorragias, desidratação por diarreia, vômitos intensos ou calor excessivo, perda de plasma causada por queimaduras. - Nesta situação, há uma queda importante da pressão arterial causando uma falha no sistema circulatório incapaz de manter a pessoa viva. No choque hipovolêmico encontramos: • PA Sistólica < 90 mmHg (Redução grave da pressão arterial) • PVC (pressão venosa central) e PCP (pressão capilar pulmonar) baixas; • RVP elevada (A resistência vascular periférica representa os vasos sanguíneos, se a está elevado quer dizer que está ocorrendo vasoconstricção nos vasos sanguíneos periféricos, tentando redistribuir o fluxo sanguíneo para coração e cérebro) • Índice cardíaco baixo (Esse indicador é resultado do débito cardíaco pelo peso do paciente e estará baixo pois o DC também está baixo) Pressão Venosa Central Pressão de Oclusão da Artéria Pulmonar Cateter de Swan Ganz “Momento Enfo” (IDECAN 2014) O choque é definido como uma anormalidade circulatória, cuja perfusão orgânica e oxigenação tecidual estão inadequadas. Deve- se reconhecer precocemente sua presença e identificar sua provável causa. São causas que podem levar ao choque hipovolêmico, EXCETO: a) Sangramentos volumosos (exteriorizados ou não). b) Perda de líquido excessiva (diarreia, vômito, poliúria e febre). c) Sequestro líquido – tecidos inflamados (peritonite, colite e pleuris). d) Drenagem de grandes volumes de transudato (ascite e hidrotórax). e) Tamponamento cardíaco relacionado ao ferimento penetrante no tórax. (Pref. RJ 2016) O choque é uma condição em que a pressão arterial sistêmica é inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os órgãos vitais e a função celular. O estado de choque que resulta do volume intravascular diminuído, decorrente da perda de líquidos, é denominado: a) circulatório b) cardiogênico c) séptico d) hipovolêmico “Momento Enfo” Tipos de Choque Choque Cardiogênico: Ocorre uma redução do débito cardíaco (volume de sangue ejetado por minuto) por falha do coração. Situações que podem causar o choque cardiogênico: Infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas e choques elétricos. Dados hemodinâmicos no choque cardiogênico • PAS < 90 mmHg; • PCP > 18 mmHg; • Índice cardíaco baixo; • RVP elevada; • Acentuada redução da fração de ejeção do VE; Tipos de Choque • Sinais e sintomas: 1. Hipotensão; 2. Taquicardia; 3. Palidez cutânea, enchimento capilar lento e pulsos finos; 4. Sudorese fria; 5. Taquipneia e insuficiência respiratória; 6. Sinais de Congestão Pulmonar – estertores pulmonares; 7. Turgência jugular; 8. Alterações do estado de consciência – agitação, confusão, sonolência ou coma. (AOCP 2015 EBSERH) Os sinais clássicos do Choque Cardiogênico são: a) hipertensão arterial, sonolência, aumento do débito urinário, hipóxia cerebral. b) hipotensão arterial, pulso rápido, pele quente, agitação, confusão mental. c) pulso rápido e fraco, diminuição do débito urinário, hipertensão arterial, pele quente. d) arritmias cardíacas, trombose, hipotensão arterial, pulso forte, obstrução de vasos sanguíneos. e) hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia cerebral evidenciada por confusão e agitação, diminuição do débito urinário, pele fria e úmida. “Momento Enfo” Tipos de Choque • Choque Distributivo ou Circulatório ocorre quando o volume intravascular fica represado nos vasos sanguíneos periféricos. Séptico Neurogênico Anafilático Tipos de Choque Choque Séptico (Infecção) é uma condição grave sendo consequência da septicemia, ou seja, uma infecção generalizada. É causado quando microrganismos lançam toxinas que provocam uma dilatação dos vasos sanguíneos. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente. Toxinas Inflamação Generalizada Danos em Fígado, Rins e Pulmões Tipos de Choque Os sintomas do choque séptico passam por 2 etapas: choque quente e frio. CHOQUE QUENTE (1ª ETAPA) CHOQUE FRIO (2ª ETAPA) Extremidades quentes e ruborescidas; Extremidadesfrias e pegajosas; PA normal ou discretamente reduzida; PA baixa; Taquicardia e pulsos amplos; Taquicardia e pulso fino; Febre; Febre; Taquipneia e alcalose respiratória; Taquipneia e alcalose respiratória Confusão mental; Confusão mental; Débito urinário normal; Débito urinário redizudo; SINAIS E SINTOMAS Tipos de Choque “Momento Enfo” (CESGRANRIO 2008) Uma das complicações circulatórias é a ocorrência de choque. Este quadro clínico, quando decorrente de infecção generalizada, e produzindo hipotensão, prostração e calafrios, é indicativo de choque: a) neurogênico. b) elétrico. c) cardiogênico. d) séptico. e) hipovolêmico. Tipos de Choque Choque Vascular ou Neurogênico (lesão medular) é quando o sistema nervoso é interrompido, como acontece em lesões ou traumas espinhais (medula), o controle do sistema circulatório é perdido. Os vasos aumentam em diâmetro (vasodilatação), o que faz com que a pressão do sistema circulatório caia, resultando em choque vascular. Esse é o único choque que apresenta a bradicardia como sintoma, todos os demais apresentam taquicardia. Isso ocorre por alteração na regulação do sistema nervoso autônomo. Sistema Nervoso Perde o controle Tipos de Choque (IBFC/2015/EBSERH) A seguir são descritas algumas classificações para o estado de choque de um acidentado. Assinale a alternativa que NÃO está correta. a) ANAFILÁTICO - Por reação alérgica a uma determinada substância, em indivíduos previamente sensibilizados, ocasionando edemas e vasodilatação. b) NEUROGÊNICO - As toxinas de infecção graves causam dilatação dos vasos, acúmulo de sangue nos vasos capilares pequenos e invasão dos vasos sanguíneos por bactérias. c) PSICOGÊNICO - Algo psicológico afeta a vítima; o sangue drena da cabeça e se acumula no abdome, causando desmaios. d) CARDIOGÊNICO - Ocasionado por disfunção do coração como bomba, dificultando sua capacidade de ejeção. e) HEMORRÁGICO - É caracterizado pela própria perda de sangue. “Momento Enfo” “Momento Enfo” (FGV 2014) O choque característico de uma lesão raquimedular em que o paciente apresenta hipotensão, bradicardia, bom nível de consciência e pele rosada no local da lesão, é denominado: a) choque cardiogênico; b) choque neurogênico; c) choque hipovolêmico; d) choque periférico; e) choque anafilático. Tipos de Choque Choque Anafilático (reação alérgica) é a consequência mais grave de uma reação alérgica. Pode ser desencadeado por medicamentos, picadas de insetos, alimentos ou qualquer substância que cause alergia no indivíduo. Nesta situação, a histamina liberada pelo corpo com o objetivo de combater a alergia provoca uma reação em cadeia que estimula de forma exagerada o sistema imunológico causando vasodilatação e, consequentemente, colapso no sistema cardiorrespiratório. Tipos de Choque Sinais e sintomas: ➢ Prurido na pele; ➢ Sensação de queimação na pele; ➢ Edema generalizado; ➢ Dificuldade para respirar; ➢ Pulso fraco; ➢ Perda da consciência e morte. Tipos de Choque (Pref. RJ 2016) A reação exagerada do organismo a substâncias as quais está sensibilizado recebe o nome de choque: a) séptico b) hipervolêmico c) hipovolêmico d) anafilático Tipos de Choque Choque Obstrutivo é definido como uma redução do débito cardíaco secundário a um inadequado enchimento ventricular. As principais causas de choque obstrutivo são o tamponamento pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o pneumotórax. Tipos de Choque Tipos de Choque Quadros clínicos que levam a choques: Tratamento do Estado de Choque Tratamento do Estado de Choque • Estágios do Choque.: • O choque progride continuamente e pode ser identificado como inicial ou tardio, dependendo dos sinais e sintomas e da gravidade geral da disfunção dos órgãos. ESTÁGIO 1: ESTÁGIO 2: ESTÁGIO 3: COMPENSATÓRIO, estado em que a PA permanece nos limites normais, porem, apresentam sinais de ativação do simpático; Sequestro sanguíneo para os órgão vitais; PROGRESSIVO, estado em que os mecanismos que regulam a PA não conseguem compensar PA baixa; Declínio do estado mental; Insuficiência Cardíaca; Aumento da permeabilidade capilar; Falha dos Sistemas; IRREVERSÍVEL, estado em que as lesões dos órgão são tão grave que o paciente não responde ao tratamento e não consegue sobreviver; Tratamento do Estado de Choque Estratégias de Manejo Geral no Choque.: Suporte dos Sistema Respiratório Reposição de Líquidos Terapias com Agentes Vasoativos Suporte Nutricional Tratamento do Estado de Choque • REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS.: • Realizado em todos os tipos de choque; CRISTALOIDE COLOIDES HEMODERIVADOS Soluções eletrolíticas que se movimentam livremente entre o compartimento intravascular e os espaços intersticiais; Soluções intravenosas com moléculas grandes; Concentrado de hemácias, plasma fresco congelado e plaquetas; Ex.: Cristaloides Isotônicos (SF 0,9%, Ringer Lactato) Ex.: Proteínas Plasmáticas (Albumina) Tratamento do Estado de Choque • Cuidados na Reposição de Líquidos.: Sobrecarga Cardíaca Edema Pulmonar Débito Urinário (Monitoramento) Monitorização Contínua (Ausculta Pulmonar) Verificar a Pressão do Átrio Direito (4 a 12 mmHg ou cmH2O) ScVO2 Saturação de Oxigênio Venoso Tecnologia Tratamento do Estado de Choque • TERAPIA COM AGENTES VASOATIVOS: • Realizado em todos os tipos de choque; Objetivo: Melhora a estabilidade hemodinâmica quando a reposição de líquido isoladamente não consegue manter a PAM adequada; Manter a força de contração Reduzir a resistência miocárdica Regular a Frequência CardíacaIniciar a Vasoconstrição Objetivos da Terapia Farmacológica Tratamento do Estado de Choque Ação Agentes Vasoativos Sistema Nervoso Simpático Receptores Adrenérgicos - Alfa adrenérgicos: - Beta adrenérgicos: • beta-1; • beta-2 Vasoconstricção dos vasos dos sistemas: - Cardiorrespiratório; - Digestório; - Pele; - Rins Frequência e Contração Cardíaca e aumentada; Vasodilatação no coração, nos músculos esqueléticos e os bronquíolos relaxam; Tratamento do Estado de Choque • Agentes Vasoativos.: Obs 1 .: Após a administração o paciente terá que ser monitorado a cada 15 min até a estabilização do quadro do paciente; Obs 2.: Estas medicações deverão ser administradas pelo AVC tendo em vista que a infiltração e o extravasamento de alguns deles podem causar necrose; Agentes Vasoativos Utilizados no Tratamento do Choque Medicamento Ação desejada Agentes Inotrópicos: Dobutamina, Dopamina, Epinefrina, Milrinona; Melhora a contratilidade, aumento do volume sistólico, aumento de débito cardíaco; Vasodilatadores: Nitroglicerina, Nutroprussida; Redução da pré e da pós-carga, redução da demanda do coração por oxigênio; Agente Vasopressor: Norepinefrina, Dopamina, Fenilefrina, Vasopressina; Elevação da pressão arterial por meio de vasocnstrição; Tratamento do Estado de Choque • Suporte Nutricional.: • Fornecer o aporte calórico necessários para atender a velocidade metabólica exigida durante o choque; 3 mil calorias Paciente em Choque Catecolaminas Glicogenólise em 8 a 10hs Consumo dos mm. esqueléticos Se não Dieta Enteral Dieta Parenteral Atividade para A partir do texto (Protocolo de SEPSE) encaminhado desenvolva um checklist dos procedimento e suas especificidades. Utilizaremos para a aula prática!!!! Tratamento do Estado de Choque • Referência.: HINKLE, J.K.; CHEEVER, K.H. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 13 ª ED. 2018. vol. II.
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