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A crise de 1930 e sua superação A interpretação de Furtado e o deslocamento do centro dinâmico, as críticas de C M Peláez, os debates na literatura econômica

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CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
A CRISE DE 1930 E SUA SUPERAÇÃO: A INTERPRETAÇÃO DE FURTADO E O DESLOCAMENTO DO CENTRO DINÂMICO, AS CRÍTICAS DE C.M. PELÁEZ, OS DEBATES NA LITERATURA ECONÔMICA.
Discente: Larissa dos Santos Souza
A crise de 1930 (Grande Depressão)
Estados 
unidos 
(QUEBRA DA
 
BOLSA 
DE 
NOVA
 
YORK)
Europa
Brasil
1930: produção de café era enorme e a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua
história.
Níveis de atividade econômica afetados
BRASIL
BASE DE SUA
ECONOMIA:
PRODUÇÃO E A EXPORTAÇÃO DA CULTURA AGRÍCOLA
EXPLORAÇÃO
DE CAFÉ
A crise de 1930
Estados 
unidos 
(QUEBRA DA
 
BOLSA 
DE 
NOVA
 
YORK)
Europa
Brasil
Rápida queda na demanda por café
Queda nos preços do café
Reversão dos fluxos de capital
Exportações
 
caíram
Balança de capital passou a ser
 
negativaConfigurou-se uma grave Crise no Balanço de Pagamentos;
Queda do preço do café:
Governo se ver obrigado a intervir:
Compra e estoque de café;
Desvalorização do câmbio.
Objetivo: proteger o setor cafeeiro e ao mesmo tempo sustentar o nível de emprego e de renda na economia.
Economia brasileira dependente: exportações de um único produto agrícola (insustentável)
Governo: boa parte do estoque de café durante as décadas de 30 e 40 foi queimado.
A crise : momento de ruptura no desenvolvimento econômico brasileiro
Fragilidade do modelo agroexportador :
Necessidade da industrialização
PARA QUE?
Superação dos constrangimentos externos e subdesenvolvimento.
Industrialização brasileira (Anos 20) e não 30.
A CRISE DE 1930: A INTERPRETAÇÃO DE CELSO FURTADO E O DESLOCAMENTO DO CENTRO DINÂMICO
Celso Furtado
Autor do livro Formação Econômica do Brasil
Furtado em Formação Econômica do Brasil (1968):
Crise de 1930: Furtado chama de “deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira”.
Determinação do nível de renda
Demanda Externa	Mercado Interno
(base de uma economia agroexportadora) (consumo e o investimento doméstico)
Externo (Fora)	Interno (dentro)
PORQUE O DESLOCAMENTO OCORRE?
crise
forma (política econômica) como foi superada.
A crise mundial gera efeito negativo no brasil, se comparado com outros países, foi de menor intensidade e menor duração.
BRASIL x EUA
Evolução da estimativa do produto em termos reais no Brasil e nos EUA.
Furtado: crise foi menor no Brasil Recessão:
Brasil: 25% x EUA: 50%
Recuperação:
Brasil: 1933 x EUA: 1934/35
Desempenho da economia política nos anos 30:
Explicado por:
Política do 
governo
Heterodoxa
“manutenção 
da
renda”
“deslocamento
da demanda”
MANUTENÇÃO DA RENDA
Evitar queda maior
	
Reforça a politica do café (1931)
Estoque de café
muito grande
Queima o
estoqueGoverno:
OBS.: Preço que até então tinha caído 60% (no mercado consumidor) se estabiliza mas não sobe.
Manutenção da Renda:
Politica financiada: parte por crédito e emissão de moeda domestica.
Constitui uma política Keynesiana
Sustenta a
demanda agregada
Mantem minimamente a colheita, emprego e o multiplicador.
Vargas: política Keynesiana anti-ciclica
Política de fomento à renda nacional: manutenção da renda nominal, do nível de emprego
e da demanda agregada (diminui efeito multiplicador negativo sobre a economia)
DESLOCAMENTO DA
 
DEMANDACom a demanda mantida:
Continua o problema no balanço de pagamentos.
Causa:
Queda nas
importações
Entrada de
recursos externos
Agravado pela:
Manutenção
da
 
demanda
Manutenção da demanda:
Materializava-se por meio das importações.
Solução:
Moratória sobre parte da dívida externa do país
Desvalorização 
da moeda nacional
Obs.: divisas quando entravam no país, eram direcionados para o pagamento de compromissos
externos e aquisição de bens essenciais ao país.
Elevação dos preços do café
dificuldade de importar produtos
Produtos nacionais mais atraentes.DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL
Produtos nacionais passaram a substituir produtos importados no atendimento a
DESLOCAdemanda.
(DEMANDA)	PRODUTOS NACIONAIS DOS PRODUTOS IMPORTADOS
Produção nacional:
Produção nacional frente aos concorrentes externos e vendas propiciadas pela manutenção da
demanda passa a ter rentabilidade.
Se a rentabilidade caísse: atraía o capital de outros setores e o próprio reinvestimento dos lucros
gerados na atividade industrial.
Os investimentos passam a gerar o ritmo do crescimento da economia brasileira.
Caracteriza o deslocamento do centro dinâmico da
economia cafeeira.
Onde está a capacidade destes setores domésticos em atender a demanda?
Existência e utilização de alguma capacidade ociosa: nos setores produtores de bens consumidos internamente;
Capacidade gerada nos anos 20 (possibilidade de investimentos);
Capacidade ociosa esgota: ampliação;
Por meio de que?
Indústria interna de bens de produção, e novas importações de máquinas e equipamentos.
DÉCADA DE 30 FICA MARCADA
Declínio da produção de café;
mesmo com crescimento sustentado.
Outro produto que apresentou crescimento significativo: algodão
Tanto para atender a produção interna, ainda muito concentrada na produção têxtil, como para as exportações.
C.M.AS CRÍTICAS DE
PELÁEZ
Interpretação de Furtado é criticada por Peláez
Como?
-	Resumi a interpretação de Furtado em 2 argumentos:
 
 
ARGUMENTO DE
 
RECUPERAÇÃO
 
 
ARGUMENTO DE
 
TRANSFERÊNCIA
( Mecanismo por meio da crise e as	(Formação de mercado interno
políticas para a rápida recuperação)	para indústria nacional)
ARGUMENTO DE RECUPERAÇÃO
Depressão influencia o Brasil por meio da redução do lucro no setor exportador afetando negativamente a renda nacional.
Garantia de preço mínimo levou ao acumulo de estoque de café (governo).
Para evitar que o estoque afetasse o preço	Queima o estoque.
Impossibilidade de financiamento para a incineração do estoque, recorre para emissões
monetárias aumentando o credito interno.
Efeito multiplicador
- Pleno emprego
ARGUMENTO DE RECUPERAÇÃO
PELÁEZ: CRÍTICAS
considera que o fundo da Depressão mundial ocorreu em 1931 – 1932, ao invés de 1933; e que a
Depressão abateu os Estados Unidos em março de 1933 e não em 1934;
Discorda em relação ao limitado efeito da depressão mundial no Brasil, julgando-o semelhante ao
sofrido pelos EUA;
Recuperação econômica do Brasil na década de 30 não tão rápida e crise não tão pequena
Brasil não tão diferente (queda de 41%)
Alega que se não houvesse tributação por unidade e um imposto em espécie, os custos de
produção do café teria sido diminuídos.
- impostos sobre vendas de café
Alega que não se pode afirmar que a renda monetária foi mantida em níveis elevados durante a
Depressão, tendo estagnado em patamar baixo;
Julga errônea a interpretação de Furtado em relação às finanças do governo, alegando que foi adotada uma política fiscal ortodoxa, distante da ditada por Keynes.
Não houve intervenção heterodoxa do governo brasileiro
Impacto do Governo Federal : Política Fiscal seguida foi ortodoxa ( aumento de impostos e redução
de despesas).
Responsável pelo aprofundamento
da Depressão em 1931
- Estado não fugiu aos preceitos do orçamento equilibrado e manteve-se a ortodoxia monetária
REVOLUÇÃO PAULISTA	EXPANÇÃO DO GASTOS
1933 A 1936 RETOMA A ORTODOXIA
EVITOU A CONTINUAÇÃO
DA POLÍTICA ORTODOXA
ARGUMENTO DE TRANSFERÊNCIA
ARGUMENTO DE TRANSFERÊNCIA DO “CENTRO DINÂMICO”.
Peláez crítica esse argumento de transferência:
alega que a demanda interna não se manteve em níveis elevados em virtudeda redução da renda
real per capita da população;
critica a hipótese de desenvolvimento da industrialização como subproduto da política cafeeira, afirmando que a defesa do setor cafeeiro prejudicou o desenvolvimento da industrialização, ao elevar a rentabilidade agrícola. O desenvolvimento industrial só seria viabilizado com a falência do setor cafeeiro;
comportamento empírico dos ramos tradicionais (particularmente algodão) foi diferente do
sugerido pelo argumento da transferência;
Peláez alega que teria havido, de fato, uma transferência direta de recursos do café para o algodão, não restando recursos a serem transferidos diretamente ao setor industrial. Talvez isso pudesse ser feito indiretamente, através da demanda por produtos da indústria nacional; porém, os dados mostram-se insuficientes para tal conclusão.
QUESTÕES ANPEC
(1997 – 3) O preço do café no comércio internacional caiu drasticamente à época da Grande Depressão, o que levou o Governo brasileiro a implementar uma política de defesa do setor cafeeiro. Em relação a esses fatos, pode-se afirmar que:
(0) A proteção ao setor era desnecessária, já que a queda no valor externo da moeda brasileira no período foi proporcionalmente maior do que a redução do preço do café;
(1) A intensidade de queda nos preços internacionais do café, no início dos anos trinta, relaciona-se à expansão da oferta brasileira do produto, nos anos vinte;
(2) A política econômica então implementada pode ser vista, pelos seus resultados, como uma política anticíclica keynesiana;
(3) A política de defesa dos cafeicultores foi totalmente financiada por emissão de papel-moeda lastreada por empréstimos externos;
(4) A expansão da produção industrial nos anos trinta foi devida, em parte, a essa política de defesa do setor cafeeiro.
Gabarito 1:
FALSO se levarmos em consideração que a intervenção no mercado visava não só proteger a renda do cafeicultor em moeda nacional, mas
também evitar um maior declínio do nível de preços do café
VERDADEIRO, considerando o tempo necessário para que os novos cafezais entrassem em idade de produção (de quatro a cinco anos entre o plantio e a primeira colheita), a grande produção obtida na época da grande depressão está, de fato, associada ao plantio executado nos anos 20. Note portanto que este plantio está, em grande parte, associado às políticas de intervenção realizadas ao longo da década de 20.
VERDADEIRO, a afirmação descreve justamente o ponto de vista de Celso Furtado para a política de defesa do café implementada pelo governo brasileiro, pois a compra e a queima do café garantiam aos cafeicultores a manutenção de um patamar de renda e também o nível de emprego da economia em um momento de crise.
FALSO, a despeito da crise de 29, o governo brasileiro ainda consegue obter recursos externos para a política de defesa do café implementada
neste mesmo ano. Entretanto, não se pode dizer também que ela foi inteiramente financiada por meio de recursos externos.
VERDADEIRO, de fato, segundo alguns autores (entre eles Celso Furtado), a manutenção da renda da cafeicultura e do emprego mantinham a demanda interna, a qual foi deslocada do setor importador para o setor produtivo nacional por meio da proteção dada a este pela desvalorização cambial.
(2004 – 2) A crise mundial deflagrada em 1929 levou o governo brasileiro a implementar, durante os anos da grande depressão, uma política dirigida especificamente ao setor cafeeiro. Segundo Celso Furtado:
(0) Essa política consistiu, essencialmente, na garantia de um preço mínimo de compra do café pelo governo e na destruição de parte da produção, como forma de impedir uma queda maior do preço do produto no mercado internacional;
(1) Essa política pode ser caracterizada como anticíclica, de fomento da renda
nacional.
(2) Essa política, ao reduzir a renda do setor exportador, levou (por seu efeito
multiplicador) ao aumento do desemprego nos demais setores da economia;
(3) O imposto de exportação e o empréstimo externo contraído pelo Governo de
São Paulo em 1930 foram decisivos para o financiamento das compras de café;
(4) O mecanismo cambial não seria capaz, por si só, de constituir, naquele
momento, um instrumento efetivo de defesa da economia cafeeira frente à crise.
Gabarito	2:
(0) VERDADEIRO. Um ponto a ser considerado com atenção diz respeito à política de compra e destruição do café, que passa a ser implementada somente a partir de 1929/1930. Até então, a política de proteção consistia na compra e estocagem do produto. De qualquer forma, o objetivo era controlar (diminuir) a oferta do mesmo de modo a garantir um preço mínimo para o mesmo.
(1) VERDADEIRO, o item descreve o ponto de vista de Furtado em relação à política de proteção do café, pois de acordo com o mesmo, tal política pode ser vista como anticíclica (keynesiana), ao minimizar a queda da renda do setor cafeeiro nos momentos de expansão da produção interna do produto, garantir o emprego na cafeicultura e, por meio de efeito multiplicador, a demanda agregada.
(2) FALSO, ao afirmar que tal política reduziu a renda do setor exportador. O resultado obtido através da política de defesa do café veio, pelo contrário, a garantir a renda deste setor, como analisado anteriormente (mais uma vez, o caráter keynesiano da política de defesa do café).
(3) FALSO, apesar de existirem empréstimos externos e financiamento por meio de receita tributária estes não são suficientes para financiar toda a política de intervenção.
(4) VERDADEIRO, uma vez que a demanda internacional pelo café era preço-inelástica, como já visto anteriormente. Assim, por exemplo, uma desvalorização cambial diminuiria o preço do produto no mercado internacional, mas sem ser traduzida num aumento na demanda pelo mesmo, diminuindo assim a renda do setor cafeeiro brasileiro.
REFERÊNCIAS:
GREMAUD, Amaury P., Marco Antonio S. Vasconcellos e Rudinei Toneto Jr. Economia
Brasileira Contemporânea. 7. ed.- São Paulo: Atlas, 2007.
BERNARDI, Livia Beatriz Moreira. Ortodoxia econômica nas origens da era Vargas: continuidade ou ruptura?. 2007. 107p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, Campinas, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/285805>. Acesso em: 25 ago. 2019.

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