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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA EXPERIMENTAL DOS ELEMENTOS Prática 1: Hidrogênio Leticia Ambok - 759236 Natasha Leandra Chiaranda da Rosa - 759118 São Carlos Agosto/2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………... 2 2. OBJETIVOS………………………………………………………………………… 3 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL…………………………………………….. 4 3.1. Materiais e Reagentes…………………………………………………….. 4 3.2. Métodos…………………………………………………………………….. 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES…………………………………………………. 9 5. CONCLUSÃO……………………………………………………………………....14 6. REFERÊNCIAS …………………………………………………………………... 15 1 1. INTRODUÇÃO O hidrogênio é um dos elementos mais importantes e é o mais abundante do universo, embora a quantidade de H2 na atmosfera terrestre seja muito pequena em razão do campo gravitacional da Terra ser pequeno para reter um elemento leve. Elemento de estrutura atômica mais simples do que qualquer outro, o hidrogênio é constituído por um núcleo com um próton de carga +1 e apenas um elétron, possuindo propriedades físicas e química únicas que podem variar entre uma base forte e um ácido forte de Lewis, forma mais compostos O hidrogênio forma moléculas diatômicas H2, sua forma mais estável, que consiste em um gás incolor, inodoro e quase insolúvel em água. Contudo, o hidrogênio molecular não é muito reativo em condições normais, devido à alta energia da ligação covalente (435,9 KJ mol -1), que demanda elevada energia de ativação para as reações. Por ser muito pequeno e não polar, as moléculas de H2 só interagem por forças de London muito fracas, por isso seu estado gasoso em condições normais de temperatura e pressão. Preparado por diversos métodos que dependem da quantidade e pureza intencionada, as formas mais comuns de se obter o hidrogênio no laboratório é através da reação de ácidos ou bases diluídas com metais e pela reação de hidretos salinos com água. 2 2. OBJETIVOS ● Realizar reações, as quais possuem como finalidade a produção e desprendimento do hidrogênio (H 2(g)). ● Observar experimentalmente as propriedades do hidrogênio, sua obtenção, combustão e propriedades redutoras. 3 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3.1. Materiais e reagentes Parte 1 - Preparação de hidrogênio gasoso pela reação entre um metal e um ácido. ● 1 Erlenmeyer de 50 mL; ● 1 rolha de borracha perfurada; ● 1 mangueira de borracha; ● 1 pipeta de vidro; ● 1 pipeta graduada de 5 mL; ● 2 garras; ● Aproximadamente 1,00 g de zinco; ● 5 mL de ácido sulfúrico 20%. Tabela 1. Reagentes utilizados na parte 1 e suas propriedades físicas. Massa Molar Ponto de ebulição Ponto de fusão Densidade Zn 65,38 g/mol 907ºC 419,5ºC 7,14 g/cm³ H2SO4 98,08 g/mol 337ºC 10ºC 1,84 g/cm³ Parte 2 - Verificação da pureza do gás. ● Sistema gerador de gases da parte 1; ● Bico de Bunsen; ● 1 palito de madeira. Parte 3 - Combustão do H2. ● Erlenmeyer gerador de H2; ● 1 mangueira; ● 1 pipeta de vidro; ● 1 espátula; ● 1 béquer; ● 1 palito de madeira; ● Bico de Bunsen. Parte 4 - Propriedades do H2. a) ● Erlenmeyer gerador de H2; ● 1 mangueira; ● 1 pipeta de vidro; ● 1 tubo de ensaio; ● Bico de Bunsen ● 1 garra; ● Óxido de cobre 4 b) ● Erlenmeyer gerador de H2; ● 1 mangueira; ● 1 pipeta de vidro; ● 3 tubos de ensaio; ● Permanganato de potássio; ● Dicromato de potássio; ● Cloreto de ferro (III); ● Grânulos de zinco; ● Ácido sulfúrico 0,1 M. Tabela 2. Reagentes utilizados na parte 4 e suas propriedades físicas. Massa Molar Ponto de ebulição Ponto de fusão Densidade CuO 79,54 g/mol 2000ºC 1326ºC 6,31 g/cm³ KMnO 4 158,04 g/mol decompõe 240ºC 2,70 g/cm³ K2Cr2O 7 294,18 g/mol 500ºC 398ºC 2,68 g/cm³ FeCl3 162,2 g/mol 315ºC 306ºC 2,90 g/cm³ Parte 5 - Obtenção de H2 a partir de metais muito reativos com água. ● 3 béqueres de 250 mL; ● Água; ● Cálcio metálico; ● Sódio metálico; ● Potássio metálico; ● Espátulas; ● Fenolftaleína. Tabela 3. Reagentes utilizados na parte 5 e suas propriedades físicas. Massa Molar Ponto de ebulição Ponto de fusão Densidade Ca 40,08 g/mol 1490ºC 840ºC 1,53 g/cm³ Na 22,99 g/mol 883ºC 98ºC 0,97 g/cm³ K 39,10 g/mol 774ºC 64ºC 0,86 g/cm³ C20H14O4 162,20 g/mol 557,8ºC 262,5ºC 1,28 g/cm³ Parte 6 - Obtenção de H2 a partir de reações de metais com ácidos. ● 1 tubo de ensaio; ● 1 pipeta graduada de 5 mL; ● Magnésio sólido; ● Ácido clorídrico diluído. 5 Tabela 4. Reagentes utilizados na parte 6 e suas propriedades físicas. Massa Molar Ponto de ebulição Ponto de fusão Densidade Mg 24,31 g/mol 1100ºC 650ºC 1,74 g/cm³ HCl 36,46 g/mol -85ºC -114,8ºC 1,18 g/cm³ Parte 7 - Obtenção de H2 a partir de hidróxidos ● 1 tubo de ensaio; ● 1 pipeta graduada de 5 mL; ● Alumínio em pó; ● Solução aquosa 20% de hidróxido de sódio. Tabela 5. Reagentes utilizados na parte 7 e suas propriedades físicas. Massa Molar Ponto de ebulição Ponto de fusão Densidade Al 26,98 g/mol 2467ºC 660ºC 2,70 g/cm³ NaOH 39,99 g/mol 1388ºC 318ºC 2,13 g/cm³ 3.2. Métodos Parte 1 - Preparação de hidrogênio gasoso pela reação entre um metal e um ácido. Adicionou-se em um Erlenmeyer alguns fragmentos de zinco (Zn), de modo que contivesse aproximadamente 1,00 g. Em seguida, adicionou-se 5 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 20% por meio de uma pipeta graduada (de 5 mL). O Erlenmeyer com a reação foi fechado com uma rolha perfurada, fixado com ajuda de uma garra, conectado a uma mangueira acoplada a um tubo de ensaio invertido também fixado por uma garra, de modo que o gás liberado pela reação entre o zinco e o ácido fosse armazenado dentro do tubo, resultando em um sistema de geração de gases (Figura 1). 6 Figura 1. Sistema gerador de gás hidrogênio. Parte 2 - Verificação da pureza do gás. Após a montagem do sistema, aguardou-se a ocorrência da reação por alguns minutos e acendeu-se um palito de madeira utilizando o bico de Bunsen. A chama foi posta em contato com o gás desprendido no tubo de ensaio a fim de verificar uma pequena explosão. O processo foi repetido até as explosões cessarem. Parte 3 - Combustão do H2. Colocou-se sobre a ponta da pipeta conectada à mangueira do Erlenmeyer gerador do gás, um béquer de cabeça para baixo. Concomitantemente, acendeu-se um palito de madeira, levando a chama até a saída gás. Observou-se. O produto da reação foi coletado no béquer. Parte 4 - Propriedades do H2. a) Inicialmente, colocou-se uma pequena quantidade de óxido de cobre (CuO) em tubo de ensaio com o auxílio de uma espátula. Inseriu-se no tubo, a pipeta conectada à mangueira do Erlenmeyer gerador de H 2 de modo que o gás estivesse em contato diretocom o óxido de cobre. Em seguida, aqueceu-se o tubo de ensaio com a chama do bico de Bunsen por uns minutos. Deixou-se o sólido esfriar sob corrente de gás. b) No 1° tubo de ensaio, adicionou-se 3 mL de dicromato de potássio (K2Cr2O7) 0,01 N, no 2° tubo 3 mL de permanganato de potássio (KMnO4) 0,01 N e no 7 3° tubo 3 mL de cloreto de ferro (FeCl3) 0,01 N com auxílio de diferentes pipetas graduadas. (Figura 2) Figura 2. O dicromato de potássio, o permanganato de potássio e o cloreto de ferro, respectivamente. Posteriormente, inseriu-se a ponta da pipeta conectada à mangueira do gerador de gases em cada tubo durante 1 minuto, a fim de borbulhar H 2 nas soluções. Após o borbulhamento, adicionou-se um grânulo de zinco e 5 mL de ácido sulfúrico 0,1M em cada tubo de ensaio. Parte 5 - Obtenção de H2 a partir de metais muito reativos com água. Em 3 béqueres, colocou-se em torno de 150 mL de água destilada. Em seguida, adicionou-se, com auxílio de espátulas, potássio metálico (K) no 1º, sódio metálico (Na) ao 2º e ao 3°, cálcio metálico (Ca). Após a observação de cada reação, adicionou-se 5 gotas do indicador ácido-base fenolftaleína em cada solução. Parte 6 - Obtenção de H2 a partir de reações de metais com ácidos. Em um tubo de ensaio, adicionou-se um pequeno pedaço de magnésio sólido (Mg). Em seguida, adicionou-se 2 mL de ácido clorídrico (HCl) diluído com auxílio de uma pipeta graduada de 5 mL. Observou-se. Parte 7 - Obtenção de H2 a partir de hidróxidos. Em um tubo de ensaio, adicionou-se 10 mg de alumínio em pó (Al). Em seguida, adicionou-se 10 mL de uma solução aquosa 20% de hidróxido de sódio (NaOH) com auxílio de uma pipeta graduada de 5 mL. Observou-se. 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Parte 1 - Preparação de hidrogênio gasoso pela reação entre um metal e um ácido. Ao adicionar ácido sulfúrico ao Erlenmeyer contendo zinco, observa-se efervescência causada pela grande liberação de bolhas (Figura 3) formadas pelo hidrogênio gasoso, H2. Isso ocorre porque o zinco, sendo um metal mais reativo que o hidrogênio, é capaz de deslocá-lo, formando um sal, observado pela formação de um precipitado branco, o sulfato de zinco (ZnSO4), conforme descrito na reação 1. Zn (s) + H2SO4 (aq) → ZnSO4 (s) + H2 (g). (1) Assim, o zinco age como agente redutor e é oxidado, enquanto o hidrogênio, como agente oxidante, é reduzido. Figura 3. Reação entre o zinco e o ácido sulfúrico. Nota-se que o hidrogênio é um gás incolor, inodoro e muito inflamável. Outros metais poderiam ser utilizados no lugar do zinco, como por exemplo, alumínio, níquel, cromo, lítio, entre outros metais, desde que sejam mais reativos que o hidrogênio. Além do ácido sulfúrico, poderiam ser utilizados outros ácidos fortes, tal como o ácido clorídrico e o ácido fosfórico. Parte 2 - Verificação da pureza do gás Ao aproximar a chama do tubo de ensaio, observou-se uma pequena explosão, perceptível através de um ruído, e a formação de gotículas de água nas paredes do tubo. Tal explosão comprovou a eficiência da reação entre o zinco e o 9 ácido sulfúrico na preparação de H2. As gotículas de água se devem à combustão do oxigênio, ativada pelo calor. A equação da reação que ocorre a explosão é descrita conforme a reação 2. 2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (l) (2) Parte 3 - Combustão do H2. Ao aproximar a chama do gás, notou-se a formação de algumas gotículas de água nas paredes do béquer, o que fez sentido uma vez que o produto da reação de combustão do H2 é água, consoante a reação de combustão (Reação 3). 2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (l) (3) Parte 4 - Propriedades do H2. a) Durante a reação entre o óxido de cobre e H 2 foi possível observar uma pequena mudança na coloração do sólido. O óxido de cobre, que possui cor preta, passou a ter uma cor alaranjada. Esse fato indicou que a reação produziu cobre metálico, ou seja, o H2 age como agente redutor do óxido de cobre, conforme a reação 4. CuO (s) + H2 (g) → Cu (s) + H2O (l) (4) Outros óxidos podem ser reduzidos pelo H2, como por exemplo, o óxido de ferro (Fe2O3), como mostra a equação 5. 3 Fe2O3 (s) + H2 (g) → 2 Fe3O4 (s) + H2O (l) (5) b) No borbulhamento de H2 direto do Erlenmeyer gerador em cada tubo de ensaio, nenhuma mudança foi perceptível. O mesmo ocorre ao colocar um grânulo de zinco em contato com cada uma das substâncias. Entretanto, ao adicionar o ácido clorídrico (HCl), foi possível perceber o desprendimento de gás, indicando a ocorrência de reação e preparação de H 2. No tubo contendo cloreto de ferro, essa reação ocorreu de forma mais rápida, havendo mudança de coloração de amarelo para transparente (Figura 4). 10 Figura 4. Produtos das reações ocorridas na parte 4. Em contrapartida, no tubo contendo dicromato de potássio, a reação ocorreu de forma lenta e no tubo com permanganato de potássio mais lenta ainda e não houveram mudanças nas colorações das soluções. Esse fato indica que o hidrogênio não foi capaz de reduzir os compostos.As reações observadas foram: K 2CrO7 (aq) + 3H2 (g) → 2 KOH (aq) + Cr2O3 + 2H2O (l) (6) FeCl3 (aq) + H2 (g) → 2FeCl2 + 2HCl (aq) (7) KMnO4 (aq) + 3/2H2 (g) → MnO2 (l) + KOH (aq) + H 2O (l) (8) Parte 5 - Obtenção de H2 a partir de metais muito reativos com água Ao adicionar-se os metais em água foram feitas as seguintes constatações: - O potássio apresentou maior reatividade, resultando numa pequena explosão de coloração rosa acompanhada de fumaça branca; - Na adição do Na, foi possível perceber o desprendimento de gás pela agitação do metal boiando na superfície da água. A reação ocorreu de forma mais lenta que o potássio. - Já o cálcio, apresentando a menor reatividade entre os três, percebe-se que no primeiro momento não houve nenhuma alteração. O desprendimento do gás inicia após alguns minutos. 11 Ao adicionar-se a fenolftaleína (indicador ácido-base), aos 3 béqueres, todos adquiriram uma coloração roxa ou carmim (Figura 5), indicando que o pH estava acima de 10, ou seja, o meio estava alcalino. Figura 5. Soluções dos metais utilizados na parte 5 ao adicionar indicador ácido-base, sendo Ca, Na e K, respectivamente. Todas as reações tiveram como produto uma base e resultaram no desprendimento de hidrogênio, representadas pelas equações 9, 10 e 11. K (s) + 2 H2O (l) → K(OH) 2 (aq) + H2 (g) (9) 2 Na (s) + 2 H2O (l) → 2 Na(OH) (aq) + H2 (g) (10) Ca (s) + 2 H2O (l) → Ca(OH)2 (aq) + H 2 (g) (11) Parte 6 - Obtenção de H2 a partir de reações de metais com ácidos. Ao adicionar ácido clorídrico ao tubo contendo magnésio, observou-se, após certo tempo, a formação de bolhas indicando o desprendimento do gás H2, em uma reação lenta, como descreve a equação 12. Mg (s) + 2 HCl (aq) → MgCl 2 (s) + H2 (g) (12) Neste caso, o houve a oxidação do magnésio, portanto o H 2 age como agente oxidante. Parte 7 - Obtenção e H2 a partir de hidróxidos. Com a adição de hidróxido de sódio no tubo de ensaio contendo alumínio, observou-se a ocorrência de uma reação exotérmica, com liberação de calor. A reação ocorreu de forma relativamente rápida e não foi necessário aquecer para que houvesse produção de hidrogênio. 12 Ao final da reação, percebe-se a formação de um precipitado de cor preta (Figura 6), indicando a formação do aluminato de sódio, conforme representa a equação x. Figura 6. Precipitado formado na reação de alumínio com hidróxido de sódio. 2 Al (s) + 6 NaOH (aq) → 2 Na3AlO2 (s) + 3 H2 (g) (13) Outros metais poderiam ser substituídos pelo alumínio, como por exemplo, o zinco, o chumbo e o estanho. Observação: Todos os compostos produzidos nesta prática foram descartados corretamente com orientação do técnico e da professora. 13 5. CONCLUSÃO Há diversas maneiras de se obter hidrogênio molecular experimentalmente. Através desta prática, conclui-se que todos os métodos realizados para a obtenção do hidrogênio molecular são eficientes. As reações de ácidos com metais têm como produto o H 2 desde que o metal utilizado seja mais reativos que o hidrogênio. Além disso, pode-se afirmar que o hidrogênio atua, em grande parte dos métodos, como agente redutor, conforme demonstrou a parte 4 da prática, em que houve a redução do cobre e a oxidação do hidrogênio. Exceto na parte 6 em que o gás hidrogênio atuou como agente oxidante do magnésio. Contudo, é necessário ressaltar que o hidrogênio é um gás altamente inflamável, como verificado na parte 1 do experimento. Logo medidas de proteção devem ser tomadas para se evitar acidentes durante a preparação desse gás. 14 6. REFERÊNCIAS ● ATIKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 615-628. ● BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, J. R. Química, a ciência central. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p. 809-812. ● Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora Edgard Blücher Ltda. pp. 24, 217, 360-370. 1999. 15
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