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Trabalho PTG de corpo e movimento

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SISTEMA DE ENSINO SEMI PRESENCIAL 
 PEDAGOGIA –6º SEMESTRE
Produção textual InterdiSciplinar EM GRUPO
Grasiele Lima Guimarães
Helenice do Carmo Silva Magalhães
Marlei Rocha
Núbia Ferreira de Almeida Silva
Rosa Maria dos Santos
CIDADE Poções-Bahia
2019
Grasiele Lima Guimarães
Helenice do Carmo Silva Magalhães
Marlei Rocha
Núbia Ferreira de Almeida Silva
Rosa Maria dos Santos
Produção textual INTERDISCIPLINAR EM GRUPO 
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de: Corpo e Movimento, Avaliação na Educação, Filosofia para criança, Fundamentos, Organização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Estágio Curricular Obrigatório II Anos Iníciais do Ensino Fundamental.
Edneia de Cássia Santos Pinho; Jackeline Rodrigues Gonçalves Guerreiro; Natália da Silva Bugança; Natália Gomes dos Santos; Tatiane Mota Santos Jardim. Luciane Batistella Bianchini. 
Tutora eletrônica: Claudia G Nascimento
Tutora de sala: 
CIDADE Poções-Bahia
2019
Sumário
INTRODUÇÃO
 2. DESENVOLVIMENTO 
 
Para as percepções a respeito do corpo, devemos compreender seus significados, bem como a história dessas ideias. Para estimular o movimento escolar deve-se envolver uma atividade dinâmica onde todas equipes trabalhem juntos a fim de que as ações corporais sejam realizadas.
Como a ação física é a primeira forma de aprendizagem, é importante que essas atividades estejam sempre presentes na escola. A criança que é estimulada a se movimentar explora com mais frequência e espontaneidade o meio em que vive, aprimora a mobilidade e se expressa com mais liberdade. Geralmente, nos primeiros sete anos de vida, os pequenos têm um vocabulário gestual muitas vezes maior do que o oral. De acordo com pesquisas recentes feitas na área da neurociência, é cada vez maior a relação entre o desenvolvimento da inteligência, os sentimentos e o desempenho corporal. Fica para trás, portanto, aquela visão tradicional que separava corpo e mente, razão e emoção.
Segundo o Referencial Nacional Curricular para a Educação (RCNEI), ”a aquisição da consciência dos limites do próprio corpo é um o pacto importante do processo de diferenciação do eu e do outro e da construção da identidade” (Brasil, 1998, 25).
Com base no senso comum, corpo é a parte material do ser palpável da nossa existência; em última instância, é aquilo que garante que estamos vivos.
O tema corpo e movimento é o descobrimento do corpo na educação infantil e se justifica pela necessidade de enfatizar a partir da observação, a necessidade de uma criança conhecer as funções de seu corpo e estabelecer relações de movimento que pertencem ao indivíduo em sua totalidade, revelando sentimentos, emoções e experiências vivenciadas por ela assim como a importância de criar hábitos e atitudes integradas ao corpo, possibilitando a construção da personalidade e da identidade, em outras palavras se redescobrir.
 Em busca de uma educação com qualidade, uma possível alternativa seria desenvolver um projeto interdisciplinar, no sentido de facilitar o entendimento dos temas em seus diferentes componentes curriculares e consequentemente, perceber por meio do pensar e do agir coletivo uma nova maneira de vivenciar a escola, BARBOSA, CASTILHO, BÀSSOLI, CSUCULY, (2011).
    A interdisciplinaridade caracteriza-se pela integração de dois ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento, portanto, um caminho interessante para a Educação Física na busca de uma maior valorização como matéria de relevância no processo de ensino aprendizagem dos alunos.
Para Santomé (1998), uma prática interdisciplinar implica, em um primeiro nível, uma proposta de trabalho pedagógico em que as disciplinas estabelecem contato umas com as outras, depois vão se modificando cada uma e passam a ter uma ampla relação de dependência entre si. Nesse processo, começa a se compor uma interação entre seus objetos, uma intercomunicação e um enriquecimento fecundo implicando a transformação do trabalho pedagógico em sala de aula. No momento em que há o registro da intercomunicação e da dependência entre as diferentes disciplinas, “[...] ocorrem intercâmbios mútuos e recíprocas integrações, existe um equilíbrio de forças nas relações estabelecidas” (Id, p. 63).
A dança faz parte do corpo em movimento, ela é pois uma linguagem artística, possibilita o desenvolvimento da sensibilidade e da motricidade como pares entrelaçados. Na dança o movimento propicia a ampliação de repertórios gestuais e a expressão de sensações, sentimentos e pensamentos. O movimento expressa a criatividade e envolve processos de consciência corporal (individual) e social (relacional), assim como, processos de memória, imaginação, concepção, e criação em dança nos âmbitos artísticos e estéticos. As bases ou pilares para que o processo de ensino e a aprendizagem possam ter início é que o professor se permita vivenciar uma aproximação do próprio corpo: visitar seu “corpo-casa”, conforme sugerido por Vianna e Castilho (GARCIA, 2002, p. 17). Além disso, é importante observar a criança em movimento no cotidiano escolar em jogos, brincadeiras e danças. Isso lhe oferecerá um rico repertório de ações corporais, formas e movimentos da mesma. 
Por exemplo a dança se manifesta na capoeira que por sua vez tem origem na cultura afro-brasileira que se manifestou através das lutas e funções sociais e que teve início com a proibição e depois transformada em esporte nacional e por conseguinte variado os estilos.
A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão de obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas. 
 Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Pois eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelo capitão do mato que tinham uma maneira de captura muito violenta. 
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência.
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional, criado por Mestre Bimba, caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade. Porém é importante ressaltar que capoeira é uma só, a Capoeira de Angola, considerada a mãe dos outros estilos e mais próxima da capoeira jogada pelos escravos africanos.
 
Em 26 de novembro de 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos coloniale imperial de nossa história.
Desde sua criação, a capoeira tem atravessado por fases distintas, sendo definida como dança, luta, jogo, manifestação místico-religiosa, sempre atendendo a propósitos definidos, ora por seus praticantes, ora pela ideologia da classe dominante do período vivido, a qual sempre teve por objetivo a manutenção e a conquista do poder. Desde que surgiu como forma de repressão aos brancos pela escravidão, passando pela marginalidade dos guarda-costas políticos e eleitorais do final do século XIX, pela obscuridade dos “leões de chácara” dos cassinos e cabarés do Rio de Janeiro, os quais se fundem com a própria história da malandragem carioca do início do século XX, até chegar às academias, escolas e Universidades
Nos dias de hoje, é que se busca mostrar a importância de sua prática, como riqueza histórico-cultural de um país que, apesar de formado por uma grande e diversificada mistura de raças, possui em suas raízes, traços fortes da cultura negra africana. Assim como a Educação Física Escolar brasileira busca a cada dia repensar sua atuação, para transformar sua fundamentação teórica e filosófica em uma prática científico-pedagógica, com o objetivo de encontrar definitivamente a sua verdadeira identidade, este trabalho também objetiva reestudar a prática da capoeira, encontrando para ela, o espaço que merece como riqueza cultural e de expressão humana. Pretende-se então, democratizar este conhecimento através da difusão da capoeira dentro da escola, como prática regular da Educação Física, dentro de uma metodologia que propicie aos educandos de todas as faixas etárias, classes sociais, credos religiosos e etnias, uma maior e melhor integração, objetivando uma redução nas distâncias socioculturais institucionalizadas por essa sociedade capitalista e injusta em que vivemos. É preciso demonstrar então, que é possível melhorar o desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor do educando, através do jogo/dança da capoeira, assim como a contextualização de sua história e de seus fundamentos. Na perspectiva interdisciplinar Santos e Oliveira (2001), abordam a importância da inclusão da capoeira na Educação Física Escolar, expondo os vários aspectos que justificam essa inclusão, como por exemplo: a origem afro-brasileira e toda a sua expressão cultural; o seu surgimento através de uma luta de classes; o combate a códigos culturais dominantes, entre outros.
Diante de tantas danças, a capoeira sofreu diversas influências para transformar-se nessa dança lutada. Um dos aspectos que mais a aproximam da dança é a ginga, onde esta é conduzida pelo ritmo da bateria, como afirma Carneiro (1975, p. 5): “A ginga da capoeira, sublinhada pelas chulas ao som de berimbaus e pandeiros, dá ao jogo uma aparência de dança”. Para Reis (1997, p. 129) “A ginga é ritmada ao som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo dos capoeiristas descreve círculos no espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a capoeira do lúdico”. Segundo Iório; Darido (2005) “No momento em que se toca no assunto música e gestualidade corporal, a ligação com a dança aparece. Da dança podemos citar a ginga como sendo um ponto que a aproxima da capoeira” (p. 270). A partir dessas afirmações feitas pelos autores podemos refletir a importância da dança para a capoeira, percebendo também o caráter lúdico presente. A dança é uma parte integrante do jogo: há uma relação de participação direta, quase de identidade essencial. “A dança é uma forma especial e especialmente perfeita do próprio jogo” (HUIZINGA, 2000, p. 184). A dança na capoeira, imbricada no jogo, expressa-se no gingado em que o corpo todo se embala ao som de berimbaus, pandeiros, atabaque, cantos e palmas, descrevendo círculos no espaço da roda e fazendo com que o sujeito lute dançando e dance lutando (FALCÃO, 2004, p. 154). Justamente por apresentar características de dança, a capoeira pode disseminar por todo o mundo resistindo à perseguição e se tornando essa cultura tão imensa, carregando consigo, não só a capoeira propriamente dita, mas mantendo tradições de danças dramáticas. Para Wheelock (1989), citado por Reis (2001, p. 85) “a capoeira é como o Jazz americano em seu início [...] é um ‘beat’, um ‘swing’, uma pulsação, um movimento. É a maneira como as pessoas se movimentam, pensam e se comportam em suas vidas”. A capoeira tornou-se mais do que uma dança, ela acaba se tornando uma arte corporal, onde seus adeptos assimilam valores e através dos tempos, de simples discípulos, passam a ser mestres, disseminando essa cultura.
PLANO DE AULA
 
Dados de identificação:
Nome da Escola: Pingo de Gente
Professor: Helenice, Grasiele, Marlei, Núbia, Rosa
Série: 3º ano
Período: Matutino
Número de alunos: 25 
Data: 18/10/2019
Tema: A dança da capoeira (Ginga menina)
Objetivos:
 Desenvolver nos alunos uma práxis de capoeira sob o enfoque da cultura corporal, enquanto campo de conhecimento elaborado e reelaborado a partir de experiências concretas dos homens.
Objetivos Geral: apresentar aos alunos a história da capoeira.
Objetivos Específicos:
- Fazer com que os alunos vivenciem na prática aulas de capoeira
-Produzir conhecimento científico da capoeira aplicável à nossa realidade
 -Capacitar os alunos para participarem de eventos, que envolvam apresentações
Metodologia: 
Colocaremos a música Ginga menina de autoria Mestre mão Branca, para dar início a atividade proposta onde todos participarão numa roda, simulando movimentos, que são trabalhados no jogo da capoeira Tais como: Gingado, Aú, Benção, meia lua de compasso, desenvolvendo um momento lúdico ao som da bateria da capoeira (berimbau, atabaque, pandeiro e agogô).
Os alunos irão aprender a usar o espaço através do som da música respeitando o seu tempo de entrar no jogo para mostrar suas habilidades, onde desenvolverão noções de ritmo, coordenação motora e concentração.
Recursos:
 Música, pandeiro, atabaque, pandeiro e agogô e tarefa xerocopiada, lápis, borracha e lápis de cores.
Avaliação:
Se dará através das variadas apresentações realizadas, ou seja, a demonstração das atitudes que os alunos terão a partir do início das atividades com as aulas de capoeira. Acredita-se que a aprendizagem e a expressão dos alunos sejam ressaltadas e os professores possam acompanhar de perto o desenvolvimento dos mesmos dando a devida importância da presença da capoeira, na melhor estruturação do aprender e conviver que vem de encontro com as necessidades educacionais.
   
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Por meio de estudos a respeito do corpo e movimento é notório a importância desta mesma no contexto escolar, sendo ela teórica ou prática tem papel fundamental para o crescimento intelectual e motor do ser humano.
 Ao citarmos em cada fase ou categoria que ela pode ser implementada e diversificada com crianças e jovens, demos maior ênfase ao se trabalhar o corpo e movimento na área da dança, onde nos chama a atenção para o movimento da capoeira que nos instiga com sua história de luta e coragem de um povo que busca através da dança e da cultura não fraquejar com as adversidades que lhes impunham. 
 Pois nos dias atuais esta dança lutada é reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade e deve ser incluída na educação escolar sabendo de sua relevância para tal, sendo esta abordada por estudiosos que contemplam e indicam para ser trabalhada na Educção física.
 Essa arte pode ser trabalhada em sala de aula de forma interdisciplinar, onde o professor desenvolverá uma atividade coletiva, visando a dança, o jogo, ginga demonstrando uma aprendizagem de expressões culturais, que venha desenvolver a coordenação motora, aprimorando a flexibilidade, equilíbrio e destreza, aliviando as tensões do cotidiano, proporcionando assim a criatividade e liberdade de movimento.
 
 REFERÊNCIAS:
https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htmhttps://novaescola.org.br/conteudo/1030/o-corpo-o-movimento-e-a-aprendizagem
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
https://www.efdeportes.com/efd165/trabalhos-interdisciplinareemeducacaofisicescolar.htm
http://sistemaolimpo.org/midias/uploads/0400d296aa3066d4f95af5aba8f7958e.pdf
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_jose_eduardo_segala_medeiros.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/fevereiro2012/educacao_fisica_artigos/capoeira_danca_luta_jogo_arte_edf.pdf
IÓRIO, Laércio Schwantes; DARIDO, Suraya Cristina. Capoeira. In: DARIDO, Suraya
FALCÃO, José Luiz Cirqueira. A escolarização da capoeira. Brasília, DF: Royal Court Editora, 1996
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. 4ª. ed. São Paulo, SP: Perspectiva, 2000.
OBJETIVO GERAL
- Desenvolver nos alunos uma práxis de capoeira sob o enfoque da cultura corporal, enquanto campo de conhecimento elaborado e reelaborado a partir de experiências concretas dos homens.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Produzir conhecimento científico da capoeira aplicável à nossa realidade 
Capacitar os alunos para participarem de eventos, que envolvam apresentações; 
Contribuir para a formação da auto-estima pessoal 
Oferecer subsídios relacionados à práxis da capoeira na escola a fim de fazer com que os alunos conheçam e pratiquem exercícos de maneira criativa

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