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] SUMÁRIO 1 AUTISMO ........................................................................................... 3 1.1 Etiologia ................................................................................... 3 1.2 Incidência ................................................................................. 4 1.3 Quadro clínico .......................................................................... 5 1.4 Definição .................................................................................. 5 1.5 Fisioterapia ............................................................................. 11 2 TERAPIAS ....................................................................................... 11 2.1 Método de Doman .................................................................. 11 2.2 Holding Terapy ....................................................................... 13 2.3 Hipoterapia ............................................................................. 15 2.4 Musicoterapia ......................................................................... 16 3 TRANSTRONOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO .................. 18 4 TRANSTORNO AUTISTA ................................................................ 19 4.1 Prevalência ............................................................................ 19 4.2 Distribuição por sexo .............................................................. 20 5 ETIOLOGIA E PATOGÊNESE ......................................................... 20 6 FATORES PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES ................................. 20 7 FATORES BIOLÓGICOS ................................................................. 21 8 FATORES GENÉTICOS .................................................................. 21 9 FATORES IMUNOLÓGICOS ........................................................... 22 10 FATORES PERINATAIS .............................................................. 22 11 FATORES NEUROANATÔMICOS ............................................... 22 12 FATORES BIOQUÍMICOS ........................................................... 23 13 CARACTERISTICAS FISICAS ..................................................... 23 14 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS............................... 23 ] 15 TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM ........ 24 16 COMPORTAMENTOS ESTERIOTIPADO .................................... 24 17 SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS ..................... 25 18 DOENÇA FISICA ASSOCIADA .................................................... 25 19 FUNCIONAMENTO INTELECTUAL ............................................. 26 20 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL .................................................... 26 21 RETARDO MENTAL COM SINTOMAS COMPORTAMENTAIS .. 27 22 AFASIA ADQUIRIDA COM CONVULSÃO ................................... 27 23 SURDEZ CONGÊNITA OU PREJUIZO AUDITIVO GRAVE ........ 27 24 CURSO E PROGNÓSTICO ......................................................... 28 25 TRATAMENTO ............................................................................. 29 26 HISTÓRICO DA EXCLUSÃO ....................................................... 30 26.1 Conceito de exclusão ............................................................ 34 27 INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA ............................................ 38 BIBLIOGRÁFIA ...................................................................................... 47 ] 1 AUTISMO Fonte: www.boaformaesaude.com.br A palavra autismo se origina do grego "auto” que significa "próprio". A criança autista parece em si mesma, pouco reagindo ou respondendo ao mundo que a rodeia. O autismo significa que o mundo não faz sentido. O mundo não forma os padrões necessários de símbolos interligados que torna a vida compreendida para essas crianças. As experiências sensoriais chegam à sua mente a toda hora como uma língua estranha que ela nunca ouviu. 1.1 Etiologia A etiologia é desconhecida, mas acredita-se em alteração orgânica metabólica. ] Fonte: wwwportalpedagogico.blogspot.com.br 1.2 Incidência De 10.000 crianças há de 4 a 5 casos com menos de 12 ou 15 anos. Com retardo mental severo, a taxa pode subir para 20 casos em 10.000 crianças. ] E é 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas; porém as meninas são mais seriamente acometidas. 1.3 Quadro clínico Fonte: biolugando.blogspot.com.br 1.4 Definição O autismo é uma síndrome de etiologia puramente orgânica, para qual existem, presentemente, três definições que podemos considerar como adequadas: ] A da ASA - American Society for Autism (Associação Americana de Autismo) A da Organização Mundial de Saúde, contida na CID-10 (10a. Classificação Internacional de Doenças) de 19991; A do DSM-V - diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders (Manual Diagnóstico e estatístico dos distúrbios Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria. Fonte: www.boaformaesaude.com.br A definição da ASA desenvolvida e aprovada em 1997, por uma equipe de profissionais conhecidos pela comunidade científica mundial, por seus trabalhos, estudos, pesquisas na área do autismo é resumidamente, a seguinte: 1 - “O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida. Acomete cerca de vinte entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que em meninas. Não se conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica, no meio ambiente destas crianças, que possa causar a doença”. ] Os sintomas, causados por disfunções físicas do cérebro, são verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem: 1o - Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguísticas. 2o - Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo. 3o - Fala ou linguagem ausentes ou atrasados. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado. 4o - Relacionamento anormal com os objetos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos ou crianças. Uso inadequado de objeto e brinquedos. " Fonte: www.craeditgdincluso.com.br 2 - Segundo a CID-10, é classificado como F84-0, como "Um transtorno invasivo de desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e receptivo. O ] transtorno ocorre três a quatro vezes mais frequentemente em garotos do que em meninas. " Fonte: www.craeditgdincluso.com.br 3 - O DSM-V apresenta o seguinte critério de diagnóstico: A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto): 1. Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais. 2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integradaa anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal. ] 3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares. B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto): 1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas). 2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente). 3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos). 4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida). D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente. E. Essas perturbações não são mais bem explicadas por deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) ou por atraso global do desenvolvimento. Deficiência intelectual ou transtorno do espectro autista ] costumam ser comórbidos; para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtorno do espectro autista e deficiência intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do esperado para o nível geral do desenvolvimento. Fonte: www.oficinadalinguagem.com O Autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, tais como Síndrome de Down e epilepsia. Os sintomas mudam e alguns podem até desaparecer com a idade. O Q.I de crianças autistas, em aproximadamente 60% dos casos, mostram resultados abaixo dos 50,20% entre 50 e 70 e apenas 20% tem inteligência maior do que 70 pontos. O Portador de Autismo tem uma expectativa de vida normal. Formas mais grave podem apresentar comportamento destrutivo, autoagressão e comportamento agressivo, que podem ser muito resistentes às mudanças. O Autismo jamais ocorre por bloqueios ou razões emocionais, como insistiam os psicanalistas. As causas são múltiplas. Algumas já têm sido relacionadas, como: fenilcetonúria não tratada, viroses durante a gestação, principalmente durante os três primeiros meses (inclusive citomegalovirus), toxoplasmose, rubéola, anoxia e traumatismos no parto, patrimônio genético, etc. ] 1.5 Fisioterapia Fonte: www.boaformaesaude.com.br A atuação fisioterápica só é dada as crianças autistas com atraso motor, onde são trabalhadas todas as fazes motoras até a marcha livre, estimulando as etapas do desenvolvimento normal, prevenindo deformidades e dando orientação familiar. Caso contrário existe algumas terapias na qual a criança deve se identificar. 2 TERAPIAS 2.1 Método de Doman A forma de trabalhar uma criança pode seguir muitos métodos distintos. O método adequado depende muito do terapeuta e também das condições e capacitações da criança. ] Fonte: www.innovaeducativa.com.br Uma observação inicial que pode ser feita é que assim como a flor nasce, o peixe nada e os pássaros cantam, a criança deve engatinhar andar e falar, nesta sequência. São seus impulsos naturais. Quando ela falha no seu desenvolvimento está também deve ser a sequência a ser seguida no seu trabalho terapêutico, segundo apreciação do Dr. Doman, notável especialista americano, que depois de trabalhar, durante anos, com crianças deficientes, segundo os métodos então tradicionais, chegou a uma conclusão absolutamente espantosa: "As crianças que tinham permanecido sem tratamento estavam incomparavelmente melhores do que as tratadas por nós". Buscando razões deste fracasso, através da observação, que as mães que não lhe deram ensejo de imobilizar os filhos pelo tratamento, levaram-nos para casa, puseram-nos no chão e permitirá que eles fizessem o que lhes aprouvesse. Estas crianças, por instinto, passaram a rastejar, engatinhar, obtendo melhoras consideráveis. O seu método nasceu daí e visa estimular a evolução natural da criança. Este método tem muito seguidores no Brasil, prevê um programa de exercícios que chega a ser extenuante, mas que tem se revelado eficaz. ] 2.2 Holding Terapy Fonte: www.silviareginasimoes.wordpress.com A terapia do abraço vem sendo empregada e defendida com crescente entusiasmo por um grupo bastante numeroso. A revista Communication da National Autistic Society de junho de 89 apresentou um artigo de Michele Zappella (Psiquiatra) e John Richer (Pediatra) que resumimos a seguir. O holding é uma forma de intervenção intrusiva cujo objetivo é reduzir o isolamento social, aumentar a comunicabilidade e desenvolver laços de união. O holding deve ser sempre parte de um pacote maior de terapias, mas parece ser uma eficiente terapia para desenvolver as condições da maioria das crianças autistas e de remover comportamentos indesejáveis. Welch desenvolveu esta forma de terapia como parte de uma ampla abordagem. Ainda não está claro como o Holding atua, porque a eficácia depende de quem a aplica e qual a inter-relação com as demais terapias aplicadas simultaneamente. O fato é que se obtêm resultados, independente de gravidade do autismo. Vamos dar um exemplo: "Uma criança com 1 ano e meio foi diagnosticada como autista e colocado em um programa de um hospital escola, onde ficava a maior parte do dia com outras crianças autistas. Depois de dois anos ela se apresentava seriamente ] retardada e com comportamento fortemente autístico, com péssimo prognóstico. Foi submetida então a tratamento envolvendo interações físicas acentuadas, com Michele Zappella. Depois de 6 meses o comportamento social da criança estava dentro da faixa normal da idade. Este exemplo é uma ilustração e não pode, evidentemente, ser apresentado como evidência." Deve ser lembrado. Inicialmente, que existem muitas variações de terapia do abraço. De um modo geral, porém são elementos comuns: O adulto mantém a criança abraçada mesmo que ela se oponha e lute para se livrar, até que ela se acalme e relaxe. O adulto deve manter o controle da criança Uma seção atípica apresenta os seguintes passos: Inicialmente a criança pode ficar quieta, mas a seguir começa a se debater. Os pais continuam a abraçá-la. A criança se debate mais e mais e ocasionalmente começaa gritar. O pai mantém o abraço. Os ciclos de luta, gritos e aquietamentos podem de estender até por mais de uma hora. Fonte: www.monsanto.interdinamica.com.br ] Durante, em especial, as seções iniciais, a criança se enraivece mais, então soluça, depois relaxa e se amolda ao corpo dos pais. A partir de então a criança se torna mais comunicativa, aconchegante e aberta. A insistência em confrontar a criança é uma importante característica do HOLDING. A intervenção é realizada mantendo a criança em contato estreito, fixando-lhe o olhar, beijando-a e falando com ela (Alguns usam um fundo musical). Zappella aplicou a terapia a 50 crianças autistas, com idade de 3 a 15 anos, envolvendo a família e tendo como base a terapia do abraço. Ela registra que 12% se normalizaram após dois anos, 18% perderam o comportamento autístico e 44% apresentaram progressos moderados e 26% não demonstraram resultados. J. Prekop, na Alemanha reportou resultados similares. Ela também comparou o desenvolvimento destas crianças com outras que não tinham sido submetidas ao HOLDING, concluindo que, relativamente, fizeram maior progresso. 2.3 Hipoterapia Fonte: www.ominho.com.br ] Essa atividade ajuda a fornecer balanço e força e requer o uso de suas mãos, portanto minimiza os movimentos estereotipados das mãos e aumenta o uso das mesmas. O autista ganha controle, trazendo confiança e satisfação. 2.4 Musicoterapia Fonte: www.ehow.com.br A musicoterapia é um método muito eficaz. A música promove o relacionamento entre o paciente e o terapeuta, que aproveita, na terapia tudo que possa provocar algum ruído, som ou mesmo movimento. A musicoterapia também utiliza o próprio corpo do paciente. No início, o terapeuta espera que o autista se expresse de algum modo, um piscar de olhos, um som, um gesto qualquer. O terapeuta, então, repete o gesto ou emite o mesmo som, tentando estabelecer uma comunicação com o paciente. Ao ] mesmo tempo, procura mostrar ao autista que ele será aceito, não importa a maneira como aja. Fonte: www.indianopolis.com.br Se o autista retribui a mensagem, a primeira comunicação está feita. Ele começa a se comunicar com os outros. Ele, agora, vê o mundo e o compreende. Crescimento da independência escolhendo músicas e atividades Comunicação (atividades musicais através de símbolos). Desenvolvimento da autoimagem e da autoestima. Estimulação pelo contato expressivo dos olhos. Desenvolvimento da vocalização através da música. Aumento do uso proposital das mãos enquanto toca os instrumentos Aumento da socialização através da participação A musicalidade induz ao relaxamento que facilita na liberdade de movimentos e expressão. ] Nem todo autista tem um atraso motor, mas o que tiver deve-se trabalha esse atraso até a marcha livre. 3 TRANSTRONOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO Os transtornos globais do desenvolvimento incluem um grupo de condições nas quais há atraso ou desvio no desenvolvimento de habilidades sociais, linguagem, comunicação e repertório comportamental. Fonte: www.slideplayer.com.br Crianças afetadas exibem interesse intenso idiossincrático em uma estreita gama de atividades, resistem à mudança e não respondem de maneira ] adequada ao ambiente social. Esses fatores se manifestam cedo na vida e causam disfunção pertinente. 4 TRANSTORNO AUTISTA O transtorno Autista (historicamente chamado de autismo infantil precoce/ autismo da infância ou autismo de Kanner) é caracterizado por interação social recíproca anormal, habilidades de comunicação atrasadas e disfuncionais e um repertório limitado de atividades e interesses. Fonte: www.jusro.com.br 4.1 Prevalência A taxa é de cinco casos por 10 mil crianças. O início do transtorno ocorre antes dos 3 anos de idade, ainda que possa não ser reconhecido até a criança ser muito mais velha. ] 4.2 Distribuição por sexo É 4 a 5 vezes mais frequente em meninos do que em meninas. Meninas com transtorno autista têm maior probabilidade de apresentar um retardo mental grave. 5 ETIOLOGIA E PATOGÊNESE Segundo Kanner poderia ser consequência de mães muito “geladeiras”, porém não há validade de tal hipótese. Fonte: www.conhecendo-o-transtorno-do-espectro-autsticocom.br 6 FATORES PSICOSSOCIAIS E FAMILIARES Essas crianças podem responder com sintomas exacerbados a estressores psicossociais, incluindo discórdia familiar, nascimento de um novo irmão ou mudança familiar. ] 7 FATORES BIOLÓGICOS Cerca de 75% das crianças afetadas apresentam um retardo mental. Um terço tem retardo mental leve a moderado e perto da metade tem retardo mental grave ou profundo (essas crianças apresentam déficits mais importantes no raciocínio abstrato no entendimento social e em tarefas verbais do que em tarefas de desempenho). Podem apresentar também: Convulsões; Aumento ventricular; Anormalidades eletroencefalográficas. 8 FATORES GENÉTICOS Entre 2 e 4% dos irmãos de crianças autistas também tinham transtorno autista, uma taxa 50 vezes maior do que na população geral. Fonte: www.clinipam.com.br ] 9 FATORES IMUNOLÓGICOS Incompatibilidades imunológicas (anticorpos maternos transferidos ao feto) podem contribuir para o transtorno autista. Os linfócitos de algumas crianças autistas reagem com anticorpos maternos, o que levanta a possibilidade de que tecidos neurais embrionários ou extraembrionários possam ser danificados durante a gestação. 10 FATORES PERINATAIS Uma incidência de complicações perinatais mais alta que o esperado parece ocorrer em bebês mais tarde diagnosticados como autistas. Sangramento materno após o primeiro trimestre. No período neonatal, estas têm uma alta incidência de síndrome de sofrimento respiratório e anemia neonatal. 11 FATORES NEUROANATÔMICOS Fonte: www.socialspirit.com.br ] Estudos de RM comparando indivíduos autistas e controles normais demonstraram que o volume cerebral total era maior entre os primeiros, embora crianças com um retardo mental grave em geral tenham cabeças menores. O volume pode sugerir: neurogenese aumentada, morte neuronal diminuída e produção aumentada de tecido cerebral não neuronal, como células gliais ou vasos sanguíneos. Acredita-se que o lobo temporal seja uma área crítica de anormalidade cerebral no transtorno autista. 12 FATORES BIOQUÍMICOS Em algumas crianças autistas, altas concentrações de ácido homovanílico (principal metabólito da dopamina) no liquido cerebrospinal (LCS) estão associados a aumento do retraimento e estereotipias. 13 CARACTERISTICAS FISICAS Crianças com transtorno autista costumam ser descritas como atraente e a primeira vista, não apresentam nenhum sinal indicando o problema. Podem apresentar malformações das orelhas, uma vez que a formação das orelhas se dá quase ao mesmo tempo em que a formação de porções do cérebro. Também apresentam uma incidência mais alta de demartoglifia anormal (impressões digitais) do que a população em geral. 14 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS Apresentam prejuízos qualitativos na interação social: não apresentam sinais sutis com os pais e outras pessoas. Não apresentam contato visual ou o mesmo é muito pobre. Não reconhecem ou não diferenciam as pessoas mais importantes em sua vida. Podem apresentar ansiedade extrema quando ocorre alguma mudança em sua rotina. ] Há um déficit notável no brincar, seu comportamento social pode ser desajeitado ouinadequado. Incapazes de interpretar a intenção do outro (não desenvolvem a empatia). 15 TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO E NA LINGUAGEM Fonte: www.WagnerdaMatta/psicolingustica.com.br Os autistas têm dificuldade marcante em formar frases significativas mesmo quando dispõem de vocabulários amplos. 16 COMPORTAMENTOS ESTERIOTIPADO Em seus primeiros anos de vida não explora o ambiente (ou pouco). Os brinquedos são manuseados de formas ritualísticas, com poucos aspectos simbólicos. Suas atividades tendem a ser rígidas, repetitivas e monótonas, muitas com retardo mental grave, exibem anormalidades no movimento. Costumam ser resistentes a transição e mudança. ] 17 SINTOMAS COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS Hipercinesia é um problema de comportamento comum entre crianças autistas. Agressão e acessos de raiva são observados, em geral induzidos por mudanças e exigências. Comportamento automutilador (inclui bater a cabeça, morder, arranhar e puxar o cabelo). Período de atenção curto. Baixa capacidade de focalizar-se em uma tarefa. Insônia. Enurese. Problemas de alimentação. Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br 18 DOENÇA FISICA ASSOCIADA Tem uma incidência mais alta do que o esperado de infecções do trato respiratório superior e de outras infecções menores. Constipação e aumento do transito intestinal. ] Convulsões febris. 19 FUNCIONAMENTO INTELECTUAL Capacidades cognitivas ou Visio motoras incomuns ou precoces ocorrem em algumas crianças autistas. São chamadas de funções fragmentadas ou ilhas de precocidade. Memórias de hábitos ou capacidades de cálculos muitas vezes superiores aos seus pares normais. Hiperlexia e boa leitura (embora não possam entender o que leem.) Memorização e recitação, bem como capacidades musicais (cantar ou tocar melodias e reconhecer notas musicais). Fonte: www.veja-as-noticias-que-marcaram-o-ano-de-2013.com.br 20 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Os principais diagnósticos diferenciais são esquizofrenia com início na infância, retardo mental com sintomas comportamentais, transtorno misto de linguagem receptivo-expressiva, surdez congênita ou transtorno auditivo grave, privação psicossocial e psicose desintegrativa (regressivas). ] 21 RETARDO MENTAL COM SINTOMAS COMPORTAMENTAIS Crianças com retardo mental tendem a relacionar-se com adultos e outras crianças de acordo com sua idade mental, usam a linguagem que tem para comunicar se e exibem um perfil de prejuízos relativamente uniforme, sem funções fragmentadas. 22 AFASIA ADQUIRIDA COM CONVULSÃO Afasia adquirida com convulsão é uma condição rara, às vezes difíceis de diferenciar de um transtorno autista e transtorno desintegrativo na infância. 23 SURDEZ CONGÊNITA OU PREJUIZO AUDITIVO GRAVE Visto que crianças autistas com frequência são mudas ou apresentam um desinteresse seletivo na linguagem falada, costumam ser julgada surda. Fonte: www.vivamelhoronline.com ] Os fatores de diferenciação incluem o seguinte: bebês autistas podem balbuciar com pouca frequência, enquanto bebês surdos têm história de balbucio relativamente normal, que vai diminuindo e pode parar entre 6 meses e 1 ano de idade. Crianças surdas respondem a apenas sons altos, enquanto autistas podem ignorar sons altos ou normais e responder a sons suaves ou baixos. As crianças mesmo surdas gostam de se relacionar com seus pais, buscam sua afeição e gostam de ser seguradas enquanto bebês, diferentemente do autista. Fonte: www.casadedavid.net.br 24 CURSO E PROGNÓSTICO O transtorno autista costuma se uma condição para toda a vida com um prognóstico cauteloso. Crianças autistas com um QI acima de 70 e aquelas que usam linguagem comunicativa nas idades de 5 a 7 anos tendem a ter melhores prognósticos. As áreas de sintoma que não parecem melhorar com o tempo foram àquelas relacionadas a comportamentos ritualísticos e repetitivos. ] Em geral, estudos do resultado em adultos indicam que cerca de dois trecos dos adultos permanecem gravemente incapacitados e vivem em dependência completa ou semidependência com seus parentes ou em instituições de longo prazo. O prognóstico melhora quando o ambiente ou lar é sustentador e capaz de satisfazer as necessidades extensivas dessas crianças. Embora os sintomas diminuam em muitos casos, automutilação grave ou agressividade e regressão podem desenvolver em outros. 25 TRATAMENTO Os objetivos do tratamento de criança com transtorno autista são aumentar o comportamento socialmente aceitável e pró-social, diminuir sintomas comportamentais bizarros e melhorar a comunicação verbal e não verbal. Fonte: www.autismoinfantil.com.br Além disso, os pais muitas vezes confusos necessitam de apoio e aconselhamento. No momento intervenções educacionais e comportamentais são mais indicadas. Treinamento em sala de aula estruturada em combinação com métodos comportamentais é o mais efetivo para muitas crianças autistas. Não há medicamentos específicos para tratar os sintomas centrais do autista, entretanto, a psicofarmacoterapia é um tratamento adjunto valioso para melhorar sintomas comportamentais associados. ] Foi relatado que ela atenua sintomas como agressividade, acesso de raiva grave, comportamentos automutiladores, hiperatividade, comportamento obsessivo compulsivo e esteriotipias. A administração de medicamentos antipsicoticos pode reduzir o comportamento agressivo e automutilador. 26 HISTÓRICO DA EXCLUSÃO Fonte: www.apape.com.br Nos anos 60 e 70, a marginalidade era vista como pobreza, uma consequência das migrações internas que esvaziavam o campo da região nordeste, do norte e “incharam” as cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Entendia-se na época, que os problemas urbanos de moradia (favelas), mendicância, delinquência etc., poderiam ter suas raízes nesses processos migratórios. Inicia-se aí a exclusão, onde competidores teriam a mesma chance na luta pelo espaço, sendo que os mais aptos ganhariam melhores posições nesse ambiente construído e disso resultariam zonas segregadas, onde os mais pobres excluíam-se dos anéis urbanos e imediatamente passariam para o próximo e gradativamente, os melhores lugares estariam ocupados pelos “vencedores”. ] Nos anos 70, existia o dualismo: atrasado x moderno, não integrado x integrado, rural x urbanos e os estudiosos passaram a ver as relações econômicas e sociológicas inerentes ao capitalismo como constitutivas do sistema produtivo. As populações marginais aparecem, nesse contexto, como consequência da acumulação capitalista, um exercício industrial de reserva singular. Nos anos 80, na chamada “década perdida”, ao contrário dos anos 60 e 70, quando se chamava a atenção para os favelados e para a migração como figura emblemática dos excluídos na cidade, pelo aumento da pobreza e da recessão econômica, ao mesmo tempo em que se vivia a chamada “transição democrática”, chama-se a atenção para a questão da democracia, da segregação urbana (efeitos perversos da legislação urbanística), a importância do território para a cidadania, a falência das ditas políticas sociais, os movimentos sociais, as lutas sociais. Fonte: www.saude.umcomo.com.br ] O componente territorial implica não só que seus habitantes devem ter acesso aos bens e serviços indispensáveis, mas que haja uma adequada gestão deles, assegurando indispensáveis, mas que haja uma adequada gestão deles, assegurando tais benefícios à coletividade. Aponta queo terceiro mundo tem “não cidadãos” (contraste entre massa de pobres e a concentração de riqueza), porque se funda na sociedade do consumo, da mercantilização e na monetarização. Em lugar do cidadão, surge o consumidor insatisfeito, em alienação, em cidadania mutilada. A cidadania é também o direito de permanecer no lugar, no seu território, o direito a espaço de memória. O capitalismo predatório e as políticas urbanas que privilegiam interesses privados e o sistema de circulação acabaram por descaracterizar bairros, expulsar moradores como favelados (remoção por obra pública, reintegração de posse), encortiçados (despejos, remoção, demolições), moradores de loteamento irregulares, sem teto, num nomadismo sem direito às raízes. Fonte: www.fiocruz.br Pedro Jacobi desenvolve seus trabalhos sobre a questão dos movimentos sociais urbanos e as carências de habitação, equipamentos de saúde, escolas, ] lazer, enfim, dos serviços urbanos. Assim a exclusão aparece como não acesso aos benefícios da urbanização. Nos anos 90 reeditam o conceito de exclusão como não cidadania, principalmente a ideia de processo abrangente dinâmico e multidimensional. O rótulo que parece empurrar as pessoas, os pobres, os fracos, para fora da sociedade, para fora de suas melhores e mais justas corretas relações sociais, privando-os dos direitos que dão sentido a essas relações. Quando, de fato, esse movimento as está empurrando para dentro, para condição subalterna de reprodutores mecânicos do sistema econômico, reprodutores que não reivindicam nem protestam em face das privações, injustiças e carências. Fonte: www.deficenter.blog.br Neste caso o termo exclusão é concebido como expressão das contradições do sistema capitalista e não como estado de fatalidade. Através do consumismo dirigido, gera-se uma sociedade dupla, de duas partes que se excluem reciprocamente, mas parecidas por conterem as mesmas mercadorias e as mesmas ideias individualistas e competitivas, só que as oportunidades não são iguais, o valor dos bens é diferente, a ascensão social é bloqueada. Apesar ] disso, um bloco de ideias falso, enganador e mercantilizado acena para o homem “moderno colonizado”, que passa a imitar, mimetizar os ricos e a pensar que nisso reside à igualdade. “É a sociedade da imitação, da reprodutividade e da vulgarização, no lugar da criação e do sonho”. SAWAIA (2009) Atribui-se a René Lenoir, em 1974, a concepção da exclusão como um fenômeno de ordem individual, mas social, cuja origem deveria ser buscada nos princípios mesmos do funcionamento das sociedades modernas. Dentre suas caudas destacava o rápido e desordenado processo de urbanização, a inadaptação e uniformização do sistema escolar, o desenraizamento causado pela mobilidade profissional, as desigualdades de renda e de acesso aos serviços. Não se trata apenas de um fenômeno marginal, mas de um processo em curso que atinge cada vez mais todas as camadas sociais. “E os pobres passam a desconfiar de si próprios, numa culpabilidade popular: caminhando sobre o chão pavimentado pelo preconceito dos pobres contra os pobres, as classes dominantes no Brasil começam a extravasar uma subjetividade antipública que segrega, elabora pela comunicação imediática uma ideologiantiestatal, fundada no grande desenvolvimento capitalista, na desindustrialização, na terceirização superior, da dilapidação financeira do estado e da imagem de um Estado devedor”. SAWAIA (2009) 26.1 Conceito de exclusão Fonte: www.clubematerno.net ] O tema exclusão está presente na mídia, no discurso político e nos planos e programas governamentais, a noção de exclusão social tornou-se familiar no cotidiano das mais diferentes sociedades. Não é apenas um fenômeno que atinge os países pobres. A concepção de exclusão continua ainda fluida como categoria analítica, difusa, apesar dos estudos existentes, e provocadora de intensos debates. Muitas situações são descritas como exclusão, que representam as mais variadas formas e sentidos advindos da relação inclusão/ exclusão. Sob esse rótulo estão contidos inúmeros processos e categorias, uma série de manifestações que aparecem como fraturas e rupturas do vinculo social (pessoas idosas, deficientes, desadaptados sociais, minorias étnicas ou de cor, desempregados de longa duração, jovens impossibilitados de aceder ao mercado de trabalho, etc.). Assim os estudiosos da questão concluem que do ponto de vista epistemológico, o fenômeno da exclusão é tão vasto que é quase impossível delimitá-lo. ... “Excluídos são todos aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos valores” SAWAIA (2009). Fonte: www.tuasaude.com ] A ruptura de carência, de precariedade, pode-se afirmar que toda situação de pobreza leva a formas de ruptura do vínculo social e representa, na maioria das vezes, um acúmulo de déficit e precariedade. A pobreza não significa necessariamente exclusão, ainda que possa ela conduzir. A pobreza e a exclusão no Brasil são faces de uma mesma moeda. As altas taxas de concentração de renda e desigualdade persistentes em nosso país convivem como os efeitos perversos do fenômeno do desemprego estrutural. Se, de um lado cresce cada vez mais a distância entre os excluídos e os incluídos, de outro, essa distância nunca foi tão pequena, uma vez que os incluídos estão ameaçados de perder direitos adquiridos. Fonte: www.lagartavirapupa.com.br A consolidação do processo de democratização, em nosso país, terá que passar necessariamente pela desnaturalização das formas com que são encaradas as práticas discriminatórias, portanto, geradoras de processo de exclusão. De acordo com SAWAIA (2009), no livro as Artimanhas da Exclusão, a inclusão é contraditória, onde a qualidade de conter em si a sua negação e não ] existir sem ela, isto é, ser idêntico à inclusão (inserção social perversa). A sociedade exclui para incluir e esta transmutação é condição da ordem social desigual, o que implica o caráter ilusório da inclusão. Todos estamos inseridos de algum modo, nem sempre decente e digno, no circuito reprodutivo das atividades econômicas, sendo a grande maioria da humanidade inserida através da insuficiência e das privações, que se desdobram para fora do econômico. Portanto, em lugar da exclusão, o que se tem é a “dialética exclusão/ inclusão”. Fonte: www.enfrentandooautismo.com A dialética inclusão/exclusão gesta subjetividade especificas que vão desde o sentir-se incluído até o sentir-se discriminado ou revoltado. Essas subjetividades não podem ser explicadas unicamente pela discriminação econômica, elas determinam e são determinadas por formas diferenciadas de legitimação social e individual, e manifestam-se no cotidiano como identidade, sociabilidade, afetividade, consciência e inconsciência. “Em síntese, a exclusão é processo e multifacetado, uma configuração de dimensões materiais, políticas, relacionais e subjetivas. É processo sutil e dialético, pois só existe em relação à inclusão como parte constitutiva dela. Não é uma coisa ou um estado, é processo que envolve o homem por inteiro e suas relações com os outros. Não tem uma única forma e não é uma falha do sistema, devendo ser combatida como algo que perturba a ordem social, ao contrário, ele é produto do funcionamento do sistema” (SAWAIA, 2009) ] SAWAIA (2009) aponta vários estudos acerca da exclusão e todos eles reforçam a tese de que o excluído não está à margem da sociedade, mas repõe e sustenta a ordem social, sofrendo muito neste processo de inclusãosocial, pois a sociedade opera sobre o homem (social e o psicológico), de forma que o papel de excluído engole o homem. 27 INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA Muito se tem falado sobre o processo de inclusão, e quase sempre com a conotação de que inclusão e integração escolar seriam sinônimas. Na verdade, a integração insere o sujeito na escola esperando uma adaptação deste ao ambiente escolar já estruturado, enquanto que a inclusão escolar implica em redimensionamento de estruturas físicas da escola, de atitudes e percepções dos educadores, adaptações curriculares, dentre outros. A inclusão num sentido mais amplo significa o direito ao exercício da cidadania, sendo a inclusão escolar apenas uma pequena parcela do processo que precisamos percorrer. Fonte: www.revistavivasaude.uol.com.br ] Um processo de inclusão escolar consciente e responsável não acontece somente no âmbito escolar e deve seguir alguns critérios. A família do indivíduo portador de autismo possui um papel decisivo no sucesso da inclusão. Sabemos que se trata de famílias que experimentam dores psíquicas em diversas fases da vida, desde o momento da notícia da deficiência e durante as fases do desenvolvimento, quando a comparação com demais crianças é frequente. O ambiente para o desenvolvimento da criança, tanto "normal" quanto "deficiente", no que tange à organização de suas atividades de vida diária e ao processo de estimulação, torna-se fundamental compreender como o ambiente influencia o desenvolvimento das crianças, principalmente daquelas que apresentam algum tipo de deficiência. Vygotsky (1994) afirma “que a influência do ambiente sobre o desenvolvimento infantil, ao lado de outros tipos de influências, também deve ser avaliada levando em consideração o grau de entendimento, a consciência e o insight do que está acontecendo no ambiente em questão”. O microssistema da família não é o único que precisa ser estudado. Há também o ambiente da escola, que constitui mais um espaço de socialização para a criança com autismo. Em relação a isso, muito se tem discutido a respeito da inclusão da criança autista em ambiente coletivo, mostrando a sua importância e necessidade. Fonte: www.tempodecreche.com.br É importante ressaltar a necessidade de mais orientação para as famílias de crianças autistas, as quais devem ser mais bem informadas sobre este tipo transtorno e suas consequências para o desenvolvimento da criança, bem como ] dos recursos necessários para favorecê-lo. Nesse contexto, as políticas públicas têm um papel muito importante, especialmente para as famílias de baixa renda, uma vez que o gasto com profissionais e com atendimento especializado se torna necessário. O nascimento de um filho com algum tipo de deficiência ou doença, ou o aparecimento de alguma condição excepcional, significa uma destruição de todos os sonhos e expectativas que haviam sido gerados em função dele. Durante a gravidez, e mesmo antes, os pais sonham com aquele “filho ideal” que será bonito, saudável, inteligente, forte e superará todos os limites; aquele filho que realizará tudo que eles não conseguiram alcançar em suas próprias vidas. Além da decepção, o nascimento de um filho portador de deficiência implica em reajustamento de expectativas, planos para o futuro e a vivência de situações críticas e sentimentos difíceis de enfrentar. Fonte: www.todo-dia-aprendo-uma-licao-com-ele-diz-mae-de-crianca-autista.com Passado o período de luto simbólico, a forma como a família se posiciona frente à deficiência pode ser determinante para o desenvolvimento do filho. ] Muitos pais, porque não acreditam que seus filhos possuam potencialidades, deixam de ensinar coisas elementares para o autocuidado e para o desenvolvimento da independência. Alguns optam pelo isolamento e outros por infantilizarem seus filhos por toda a vida, esquecendo que eles não são eternos e que o portador de necessidades especiais deve se tornar o mais autônomo possível. Quando se propõe a inclusão de crianças autistas devem-se respeitar as características de sua natureza, visando à aquisição de comportamentos sociais aceitáveis, porém, respeitando as necessidades especiais de cada educando, e, sobretudo, trazendo os pais para um comportamento mais realístico possível, evitando a fantasia da cura, tão presente em pais de crianças especiais. Fonte: www.ensinoinfantilnumclique.com.br A escola também pode colaborar dando sugestões aos familiares de como estes podem agir em casa, de maneira que se tornem coautores do processo de inclusão de seus filhos. Sendo assim, quando uma criança portadora de autismo é incluída na escola regular, sua família também o é. Com efeito, é provável que antes da inclusão escolar a convivência com os pais de outras crianças, o ] planejamento de visitas de coleguinhas na casa da criança e a frequência a festinhas de aniversário dos colegas de sala eram possibilidades muito distantes para essas famílias. O objetivo da educação especial é o de reduzir os obstáculos que impedem o indivíduo de desempenhar completas atividades e participação plena na sociedade. Promover a inclusão significa, sobretudo, uma mudança de postura e de olhar acerca do transtorno. Implica em quebra de paradigmas, em reformulação do nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de qualidade, na qual, o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam garantidos a todos os alunos, independentemente de suas diferenças e necessidades. A concepção da Educação Especial como serviço segrega e cria dois sistemas separados de educação: o regular e o especial, eliminando todas as vantagens que a convivência com a diversidade pode nos oferecer. Fonte: www.comportese.com.br É preciso ter claro que para a conquista do processo de inclusão de qualidade, algumas reformulações no sistema educacional se fazem necessário. Seriam elas: adaptações curriculares, metodológicas e dos recursos tecnológicos, a racionalização da terminalidade do ensino para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em ] virtude das necessidades especiais, a especialização dos professores e a preparação para o trabalho, visando à efetivação da cidadania do portador de necessidades especiais. Fonte: www.autismoediversidade.blogspot.com A escola, por sua vez, para promover a inclusão deve eliminar barreiras que vão além das arquitetônicas, mas principalmente as atitudinais. São necessárias algumas adaptações de grandes e pequenos portes, tais como a adaptação curricular, a adaptação do sistema de avaliação da aprendizagem, de materiais e equipamentos, a preparação dos recursos humanos e a preparação dos alunos e pais de alunos que receberão o portador de necessidades especiais. Sem as devidas adaptações, um processo de inclusão pode ser mais segregador que a exclusão declarada, pois entendemos que a inclusão não pode se restringir à convivência social, mas deve zelar pela aprendizagem da criança com necessidades especiais. O atendimento educacional a crianças e jovens portadoras de autismo tem sido realizado, em nosso país, em escolas especiais ou ainda em clínicas-escolas, provavelmente porque educar uma criança autista ainda se constitui em um grande desafio em função das características desta população. Uma desordem aguda do desenvolvimento requer tratamento especializado para o autista por toda a sua vida. ] É fato que a inclusão deve ser avaliada em seu custo-benefício para o aluno em questão. Não podemosperder de vista que “a inclusão é um processo permanente e contínuo, pois a inclusão sempre deve visar a aprendizagem dos alunos com necessidades especiais e não simplesmente o convívio social, habilidade que a criança pode adquirir em muitos espaços e não necessariamente na escola. Fonte: www.aliexpress.com O desenvolvimento fantástico das novas tecnologias, a maneira de se produzir as coisas e a maneira de se executar os serviços sofreram uma transformação profunda. Surge o fenômeno da automação, isto é, as novas tecnologias criam instrumentos que substituem a mão-de-obra humana. Com isso multidões de pessoas foram dispensadas de seus empregos, e as novas gerações nem chegam a conseguir um local de trabalho. As relações centrais que definem nossa sociedade não são mais apenas a dominação e a exploração, como no modo de produção capitalista, pois são bem menos agora os que podem ser dominados ou explorados. ] A consequência do capitalismo é a competitividade, a qual exige a exclusão. É o confronto, o choque entre interesses diferentes ou contrários, que vai fazer com que as pessoas lutem, trabalhem, se esforcem para conseguir melhorar seu bem-estar, sua qualidade de vida, sua ascensão. Podemos tomar como exemplo o filme exibido em sala de aula - “Como as estrelas na terra, toda criança é especial”, onde Ishaan era rotulado de burro, preguiçoso e desinteressado, pois não conseguia acompanhar as exigências do pai, que era muito rígido. Ishaan não conseguia acompanhar os demais porque era disléxico e por isso era excluído pela sociedade e pela própria família. Assim também acontece com a criança autista. Fonte: www.sitiodaeducacao.blogspot.com.br Mas essa competitividade vai além da disputa de mercado, trata-se de uma competitividade que se estabelece entre os seres humanos. O ser humano, como ser isolado e egoísta, tem de competir para sobreviver, de um lado e de outro lado, para trazer progresso. ] “Mas essa competitividade entre os desiguais acaba por excluir os mais fracos e manter a dominação dos mais fortes” (SAWAIA, 2009). A educação de uma criança portadora de autismo representa, sem dúvida, um desafio para todos os profissionais da Educação. A singularidade e a insuficiência de conhecimento sobre a síndrome nos fazem percorrer caminhos ainda desconhecidos e incertos sobre a melhor forma de ajudar essas crianças e sobre o que podemos esperar de nossas intervenções. É necessário ter humildade e cautela diante do tema, pois para compreender o autismo, é preciso uma constante aprendizagem, uma contínua revisão sobre nossas crenças, valores e conhecimento sobre o mundo, e, sobretudo, sobre nós mesmos. ] BIBLIOGRÁFIA FERREIRA, Patrícia Palmerino Terra. A Inclusão da Estrutura TEACCH na Educação Básica. Frutal-MG: Prospectiva. 2016. FOMBONNE E. Epidemiological studies of pervasive developmental disorders. In: Volkmar F, Paul R, Klin A, Cohen D, editors. Handbook of autism and pervasive developmental disorders. 3rd ed. New York: Wiley; 2005. Volume 1, Section I, Chapter 2, p. 42-69. JERUSALINSKY, A. Psicose e autismo na infância: Uma questão de linguagem. Psicose, 4 (9). Boletim da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, RS, 1993. KANNER L. Autistic disturbances of affective contact. Nerv Child. 1943;2:217- KLIN A, Jones W, Schultz RT, Volkmar F. The enactive mind, from actions to cognition: lessons from autism. 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