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2 AÇÃO RECLAMATÓRIA DE INEXIBILIDADE DE DÉBITO CUMULADA COM PEDIDO DE DANOS MORAIS CUMULADA COM TUTELA DE URGÊNCIA

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1
LEANDRO MOREIRA DA LUZ OAB/PR N.º 00001
Avenida: Goioerê, 1980, Campo Mourão (PR). Mobile: 9999-81001. E-mail: professorleandromoreira@gmail.com
MERITÍSSIMO JUÍZ DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO MOURÃO-PR
DORALICE SAMPAIO ROCHA, brasileira, médica, portadora da C.I.R.G. n°. 6.094.137-0 da SESP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n°. 005.547.159-97, residente e domiciliada na Avenida Dr. Luiz Teixeira Mendes n°. 474, Maringá-PR, com endereço eletrônico dora_med@hjotmail.com, vêm, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do Código de Processo Civil, propor;
AÇÃO RECLAMATÓRIA DE INEXIBILIDADE DE DÉBITO CUMULADO COM PEDIDO DE DANOS MORAIS CUMULADO COM TUTELA DE URGÊNCIA, em face de
NU PAGAMENTOS S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ 33.885.724/0001-19 com sede e endereço na Rua Capote Valente, n° 39, Pinheiros, São Paulo, CEP 05409-000, o fazendo com arrimo nos acontecimentos e, com efeito, no Direito vigente no ordenamento jurídico pátrio; a seguir aduzidos.
1 – APRESENTAÇÃO DOS FATOS:
Com o objetivo de apresentar os acontecimentos relacionados ao imbróglio jurídico, esclarecemos que a Requerente, em virtude de seu casamento com Valter Guimarães, precisou mobiliar seu apartamento na cidade de Maringá. Compareceu em uma loja de móveis planejados e lá realizou a compra do mobiliário para a sua nova residência no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) de forma parcelada por via de crediário. Entretanto, no momento da finalização da compra a mesma não fora possível, em razão de constar protesto de dívida no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) em nome da mesma, realizado pelo Requerido.
A Requerente se casará em 24/03/2018 e necessita urgentemente dos móveis para mobiliar o apartamento, sendo que ainda falta quitar a última parcela do buffet de casamento no dia 20/03/2018, no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais).
O noivo Valter Guimarães não tem condições de realizar o pagamento da última parcela do buffet de casamento e tão pouco ajudá-la, pois está desempregado.
Com efeito, informa a Requerente que recebeu na data de 23/02/2018 uma carta do Banco em que é correntista informando o cancelamento de seu cartão de crédito e também da emissão de talão de cheque, enquanto não regularizar sua situação cadastral.
A Requerente tentou várias vezes de diversas formas revolver a situação de maneira amigável com o Requerido. Mas, infelizmente, não logrou êxito.
A Requerente está desesperada! Pois há anos vem planejamento o seu casamento, convidando seus parentes e amigos e agendando/contratando os profissionais para o evento! E, se não bastasse, ainda há a situação que se encontra seu noivo - desempregado – isso a colocou numa condição “difícil” pra com seus familiares e amigos. 
Como supracitado, a requerida tem o ofício de médica. E a inclusão indevida de seu nome no Serasa (Centralização de Serviços de Bancos) e/ou no SPC (Serviço de Proteção ao Consumidor) proporcionou grave perda pessoal e profissional. Pois, a Requerente sempre atuou em sua comunidade com boa fé e zelou por sua reputação. 
Diante de todo abalo financeiro e psicológico sofrido pelo Requerente, sem vislumbrar qualquer possibilidade de amparo do Requerido, a Requerente foi compelida a emprestar dinheiro de amigos, pois ficou sem seu cartão de crédito e talão de cheques.
No dia 24 de fevereiro, diante de um grave distúrbio psicológico, dormiu no banco do praça e teve que ser acordada por um guarda, que a reputou como “vagabunda e delinquente”!
Tais fatos podem ser comprovados documentalmente e por provas testemunhais – arroladas ad tempore. Deste modo, não restando outro meio para a solução amigável do litígio faz-se útil e necessária a propositura da presente.
Dito isso, passa-se à análise dos fundamentos de mérito.
2 – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:
Apresentados os fatos, cabe tecer considerações sobre a fundamentação jurídica dos direitos a serem tutelados.
2.1 Da tutela de urgência
Como exposto nos argumentos supra corroborados com os documentos anexos, a Requerente encontra-se em difícil situação pela proximidade de seu casamento, pela necessidade de mobiliar sua residência, por necessitar de crédito para pagar a última parcela do buffet de casamento e pela falta de crédito proporcionada pela indevida inscrição de seu nome no Serasa e SPC.
Desse modo, a antecipação da tutela com fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil para a Requerente é de suma importância. 
Art. 300. A tutal de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
O fumus boni iuris no caso em tela configura-se pelo fato da Requerente estar sendo cobrada por uma dívida que não contratou com o Requerido. Tendo colocado em risco seu casamento, a mobiliação de sua residência, sua reputação como boa cidadã e como professional além, obviamente, de sua dignidade como pessoa. 
Deve, por sua vez, o Requerido fazer prova de tal contratação, uma vez que, por ser no caso em tela uma relação de consumo, se valerá o autor da inversão do ônus da prova e até porque, não há como o autor fazer prova negativa dos fatos, cabem sim ao Requerido provar a existência e validade do débito.
O pericullum in mora se apresenta pelo fato da proximidade do casamento da Requerente. Não podendo a mesma adiar o evento face à vários contratos firmados com os profissionais que trabalharão no evento, com à igreja, com os convidados que vêm de outras cidades para participar, entre vários outros motivos.
Observemos o entendimento jurisprudencial:
TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI 10388150029659001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 13/04/2016
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO ORDINÁRIA - RETIRADA DO NOME DO AGRAVANTE DOS CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - TUTELA DE URGÊNCIA - AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE EVIDENCIEM A PROBABILIDADE DO DIREITO E O PERIGO DE DANO OU O RISCO DE RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO - ART. 300 (lei 13.105 /15)- DILAÇÃO PROBATÓRIA - NECESSIDADE. Nos termos do art. 300 , do novo CPC , (lei 13.105 /15), a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco de resultado útil do processo. Ausente os elementos que evidenciem a probabilidade de direito de que a parte requerente da tutela antecipada detém o direito capaz de ensejar o deferimento da medida que, na maioria das vezes, será demonstrado por meio do conjunto probatório, deve ser negado provimento ao agravo de instrumento.
Portanto, pede-se em tutela de urgência, a retirada imediata do nome da Requerente do cadastro (SPC, SERASA), determinando expedição de ofício e/ou declaração para os devidamente intessados, e que o Requerido se abstenha de inscrever o nome da Requerente nos cadastro de proteção ao crédito sob pena de multa a reverter em favor da Requerente.
2.2 Do Dano Moral
O dano moral é aquele que afeta a personalidade e, de alguma forma, ofende a moral e a dignidade da pessoa. 
No Artigo 11 do Código Civil, por exemplo, a violação ao nome, à imagem, a privacidade, à honra, à boa fama, à dignidade, traz o direito ao cidadão que de que seja verificada pelos juízos se determinadas condutas ilícitas, dolosa ou culposa, causou prejuízo moral a alguém, provocando, por sua vez, sofrimento psicológico que supere meros aborrecimentos da vida cotidiana a que todos nós estamos sujeitos.
O doutrinador Sílvio Venosa aprofunda a análise sobre o tema, afirmando que o dano moral está presente quando um conduta ilícita causar a determinado indivíduo extremo sofrimento psicológico e físico, estes que muito das vezes pode levar a vítima a desenvolver patologias como depressão, síndromes, inibições ou bloqueios.[1: VENOSA, Silvio S. Direito Civil, Responsabilidade Civil. 15ª ed., Atlas, 2005.]
No caso em apreço, abruptamente e sem quaisquer formas de se protegerdo infortúnio, a Requerente foi deixada numa situação conflituosa, insidiosa, indigesta e perturbadora. Sem condições algumas de crédito, a Requerente passou a não durmir e comer direito, a ter problemas em seu trabalho e também em seu relacionamento.
 Tal fato acarretou em grandes dificuldades gerando custas, desacertos, desaforos, aborrecimentos e também grave sofrimento psicológico frente à possibilidade de ver seus planejamentos de vida (casamento/casa) serem destruídos.
Não bastasse isso, a forma como ocorreu o desacerto expôs a Requerente a inúmeras situações desconcertantes. Pois além de sofrer o dano a Requerente teve que se indispor com o Banco onde é correntista e com a loja de móveis planejados ao qual pretende adquirir seus móveis para o apartamento. 
Transtornos e bloqueios psicológicos na Requerente, conduziram esta em seu ofício de médica a uma imagem sinônima de “insucesso” e de “mau profissional”. 
Por conseguinte, a Requerente não dorme direito e vive num estado de agonia e ansiedade diuturnas. 
Quanto ao Direito, nossa Constituição Federal consagra o dano moral em seu artigo 5°, incisos v e x, dando respaldo à obrigação de indenizar: 
Art. 5º - CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem; 
[...] 
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Em que pese, o Enunciado n° 1.8 trazido a baila por analogia, o cabimento da indenização por dano moral em casos de cobrança de serviço que não foi solicitado, o que no caso em tela, socorre ao autor que não pactuou o referido contrato junto ao Requerido, sem dizer ainda do descaso e constrangimento experimentado.
Enunciado N.º 1.8– Cobrança de serviço não solicitado – dano moral - devolução em dobro: A disponibilização e cobrança por serviços não solicitados pelo usuário caracterizam prática abusiva, comportando indenização por dano moral e, se tiver havido pagamento, restituição em dobro, invertendo-se o ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, visto que não se pode impor ao consumidor a prova de fato negativo.
Observemos também o entendimento jurisprudencial
TJ-RS - Inteiro Teor. Apelação Cível: AC 70075284679 RS
Data de publicação: 04/04/2018
Decisão: na publicidade negativa do nome da autora, nos cadastros restritivos de crédito, ilegalmente. O dano moral... DE NULIDADE DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇAO POR DANO MORAL. INSCRIÇAO DO NOME DA PARTE AUTORA... CIVIL. AÇAO DE DESCONSTITUIÇAO DE DÉBITO C/C INDENIZAÇAO POR DANOS MORAIS. AVAL EM CONTRATO...
Por isso consideramos aqui que o ato do Requerido consubstancia-se na mais pura forma de dano moral. 
Tecidas tais premissas, a Requerente pleiteia a condenação da Requerida nos danos morais a que deu causa, o qual pugna já, seja fixado em quantia não inferior a 40 (quarenta) Salários Mínimos, acrescidos da correção monetária e dos juros legais.
3 dos pedidos e requerimentos
Diante do exposto, requeremos que digni-se o M.M. Juízo em receber, autuar e processar a presente demanda para ao final julgar procedente.
Para tanto, requeremos ainda,
I – concessão de tutela provisória de urgência, com base no item 2.1, nos termos do artigo 300 do CPC;
II - seja recebida a presente ação e no mérito, concedida ou não a tutela de urgência, seja declarada a inexistência e inexibigilidade da cobrança/dívida no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) junto ao Requerido, nos termos da fundamentação;
II – condenação da parte ré ao pagamento dos danos morais conforme fundamentação exposta no item 2.2; segue ao Juízo, para efeito de quantificação do dano, entende-se como plausível o valor de 40 salários mínimos vigentes, importando-se no valor de R$ 38.160,00 (trinta e oito mil cento e sessenta reais);
IV – A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 373, II, do CPC;
V – a condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor da causa, nos temos do artigo 85, § 4°, CPC.
3 das provas
Protestamos pela produção de todas as provas em direito admitidas especialmente a produção da prova documental pericial.
Damos a causa o valor de R$ 38.160,00 (trinta e oito mil cento e sessenta reais).
Neste Termos, pede-se deferimento. 
Campo Mourão, 26 de Fevereiro de 2018.
Advogado
Documentação anexa
I – PROCURAÇÃO
II – DOCUMENTOS DO AUTOR
iii – orçamento dos móveis planejados
iv – apontamento de débito do nu pagamentos s.a.
v – comprovante do pagamento da última parcela do buffet
vi – carta informando o cancelamento do cartão de crédito e da emissão de cheques pelo banco
vii – cópias dos e-mails para o requererido

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