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Sistema Educacional Nacional

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Sistema Educacional Nacional
Tópicos Abordados
Breve análise do conceito de sistema
O Sistema Educacional Nacional
Conselho Nacional de Educação
Conselho Estadual de Educação
Conselho Municipal de Educação
OBJETIVOS DA UNIDADE
Compreender a educação nacional e como ela se organiza.
Analisar o conceito de sistema.
Refletir a respeito do sistema educacional nacional.
Entender a importância do conselho nacional, estadual e municipal de Educação.
Introdução
Olá, prezado(a) leitor(a)!
O objetivo principal desta unidade de estudos consiste em compreender a educação nacional e como ela se organiza. Para isso, o tema central será o Conselho Nacional de Educação, em que ele consiste, como é organizado, qual sua estrutura e elementos que o compõe.
Será possível observar que para compreender o sistema nacional de educação é necessário analisar os conselhos que fazem parte da sua estrutura, que são: Nacional, Estadual e Municipal de Educação, bem como quais suas especificidades, de modo a se compreender como a educação se constitui e caminha no país.
Dessa forma, o ponto de partida se dará com a análise do conceito de sistema, para que, na sequência, seja possível refletir a respeito do sistema educacional nacional e suas principais características, ou seja, como ele se estrutura e qual sua finalidade para com a educação. Além disso, será de grande valia para essa discussão entender a respeito da importância do Conselho Nacional de Educação, bem como os conselhos estaduais e municipais, de tal modo que fique claro a participação de cada um para a composição do sistema nacional de educação.
A partir de tais considerações, o convite inicial é para que reflita a respeito dos seguintes questionamentos:
O que é o Sistema Nacional de Educação?
Como ele se constitui?
Quais as perspectivas para a educação no país, com a organização de um Sistema nacional que a organize?
Espera-se que, a findar os estudos e a leitura dessa unidade, seja possível responder tais questionamentos com maior fundamentação e embasamento teórico sobre o assunto.
Bons estudos!
Breve Análise do Conceito de Sistema
Para se compreender a respeito do Sistema Nacional de Educação, é de grande valia que se entenda, inicialmente, o que é um sistema e em que ele consiste, para posteriormente se analisar a constituição de um sistema voltado para a área da educação em âmbito nacional.
Nos deparamos, ao longo da vida, com vários sistemas, em setores e de maneiras diversas, muitas vezes, inclusive, desenvolvemos nossos próprios sistemas, por exemplo, para estudar, cozinhar, trabalhar e outros. O fato é que a sociedade está formada por uma diversidade de sistemas que organizam e regulam aspectos e setores variados, como a saúde, o trabalho, a economia, da informática e tantos outros. Além disso, podem haver sistemas que abarcam as esferas diferentes como pessoais, institucionais, municipais, regionais, estaduais, federais e outros, e ainda, relacionarem-se entre si.
Sendo assim, é possível considerar que os sistemas estão concatenados a elementos em interação que os compõe. Segundo Saviani (2014, p. 3), a noção de sistema está caracterizada por alguns aspectos específicos, a saber: “a. intencionalidade; b. unidade; c. variedade; d. coerência interna; e. coerência externa”.  Dessa forma, o conceito de sistema pode ser considerado como “[...] a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos de modo que forme um conjunto coerente e operante”. (SAVIANI, 2014, p. 4)
Tais considerações evidenciam que o sistema relaciona-se com a análise, organização e ação, para se atingir objetivos comuns aos elementos que o compõem, assim,
Na verdade, um sistema insere-se sempre num conjunto mais amplo do que ele próprio; [...] Com efeito, se o sistema nasce da tomada de consciência da problematicidade de uma situação dada, ele surge como forma de superação dos problemas que o engendraram. E se ele não contribuir para essa superação terá sido ineficaz [...]. (SAVANI, 2014, p. 4)
Atuar para a resolução de problemas, melhorias contínuas em áreas específicas, ou mesmo a organização dessas áreas, é parte do que se entende por um sistema atuante, visto que, irá buscar ações para se atingir algo concreto com elas.
Nessa perspectiva de que os sistemas são múltiplos em suas formas e contextos, ou seja, áreas e finalidades, é possível considerar ainda e, segundo Saviani (2014, p. 4), que, “por fim, convém acrescentar que a palavra ‘sistema’ assume, também, no uso corrente, a conotação de modo de proceder, de forma de organização, maneira de arranjar os elementos de um conjunto, o que remete ao aspecto do método”.
Ressalta-se assim, que a diversidade e a intencionalidade possibilitam a existência de sistemas diferentes e que os sistemas estão relacionados à organização, métodos e objetivos específicos para cada situação, por exemplo, um sistema de vendas de uma empresa pode ser diferente da outra, o sistema de uma casa com sua família pode ser diferente da outra, o sistema de ensinar de uma professora pode ser diferente, se comparado ao de outras e assim sucessivamente.
Os sistemas são então importantes ferramentas organizativas que poderão nortear o trabalho, ou as ações variadas para que se alcance efetivamente os objetivos e melhorias esperados.
IMPORTANTE!
Para se ter um sistema é necessário observações da realidade embasada em teorias que possibilitem um plano com objetivos definidos a serem alcançados, dessa forma e a respeito do assunto, reflita:
“‘Sistema’ é uma organização objetiva resultante da atividade sistematizadora que se dirige à realização de objetivos coletivos. É, pois, um produto da práxis intencional coletiva”. (SAVIANI, 2014, p. 10)
O Sistema Educacional Nacional
Ao pesquisar a respeito da educação no país não é difícil deparar-se com o termo sistema, inclusive de modo equivalente a outros termos, conforme apontamentos de Saviani (2014), como o emprego do termo estrutura, por exemplo. Por isso a necessidade de se compreender bem o significado de sistema e seu uso na prática educativa.
Nesse contexto, é possível se deparar com sistemas estaduais e municipais de ensino, sistema público e privado, sistema de ensino básico e superior, sistema de ensino de determinada instituição e tantas outras situações e abrangência em que o termo pode ser empregado. Mediante o documento-referência da Conferência Nacional da Educação (CONAE, 2010, p. 10),
[...] historicamente, o termo Sistema Nacional de Educação é utilizado, quase sempre, de forma equivocada: ora como conjunto de “coisas” (escolas, níveis ou etapas de ensino, programas pontuais e específicos, nível de administração pública etc.), ora como uma forma de agrupar semelhanças, cuja lógica funcionalista lhe dá sentido. Ambas as formas não atendem ao princípio básico para a implantação de um Sistema Nacional de Educação.
É de grande valia compreender que, no país, são os sistemas de educação, tidos de maneira múltipla, plural, e isso se deve em parte, pela confusão do termo (ao empregá-lo em várias situações e com sentidos diversos), e também pela grande diversidade existente entre os vários estudantes em todo o país, que impossibilita um sistema único de ensino nacional.
Aspectos como a cultura, as realidades locais, os hábitos, as crenças, o acesso à tecnologia, o perfil de estudantes e outros itens, impactam diretamente na forma como o ensino caminha. Por isso, a necessidade de se considerar as particularidades existentes em cada região, de modo a possibilitar um ensino igualmente diversificado, inclusivo, de qualidade e significativo para os estudantes em todo o país dependerá de um suporte em partes comum para todos e em partes adaptado para a realidade local, de forma que a qualidade almejada se efetive por todo o território.
Ao considerar brevemente esse aspecto, desde o significado do sistema até sua aplicabilidade na educação, é possível observar mediante contribuições de Saviani (2014, p. 10), que:
O produto intencional e concreto de uma práxis intencionalcoletiva, eis o que está sendo denominado “sistema”. Vê-se, pois, que a teoria não faz o sistema; ela é apenas uma condição necessária para que ele se faça.  Quem faz o sistema são os homens quando assumem a teoria na sua práxis. E quem faz o sistema educacional são os educadores quando assumem a teoria na sua práxis educativa [...].
O sistema educacional, nesse pensar, corresponde a ação educativa intencional, planejada e com objetivos claros, que tem por base a teoria, contudo, se efetiva com a reflexão dessa teoria sistematizada e problematizada com a prática. Esse processo precisa assim ocorrer em várias esferas, dentre elas a federal, estadual e municipal e para além delas, da própria reflexão e adaptação às propostas previamente pensadas e contidas nos sistemas de ensino existentes por parte dos docentes que as executarão mantendo a máxima qualidade dos processos de ensino estabelecidos para cada etapa de aprendizagem dos alunos.
IMPORTANTE!
Embora as discussões mais voltadas à prática efetiva de um sistema nacional de educação sejam bem recentes, é oportuno destacar aqui, que as discussões envoltas a essa temática vêm ganhando espaço desde o manifesto dos pioneiros em 1932, estando também previstas na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e mais recentemente nas Conferências Nacionais da Educação (CONAE), 2010 e 2014, assim como no Plano Nacional de Educação em vigor e possui na Base Nacional Comum Curricular a ser implementada, um grande passo para sua efetivação.
Mas em que consiste o Sistema Nacional de Educação?
Considera-se inicialmente que, para a existência de um sistema educacional, é necessário também a existência de uma ação sistematizadora voltada para a educação, de tal modo que possa efetivamente promover o desenvolvimento do saber para que atenda as demandas e para além disso, tenha um planejamento e objetivos claros, frente às necessidades e potencialidades percebidas, assim como possibilite a eficácia do aprendizado significativo.
Fomentar uma educação que compreenda um sistema harmônico no âmbito da qualidade de seus processos requer vários cuidados. Conforme Saviani (2014, p. 12),
[...] o homem é capaz de educar de modo sistematizado quando:
a. toma consciência da situação (estrutura) educacional;
b. capta os seus problemas;
c. reflete sobre eles;
d. formula-os em objetivos de termos realizáveis;
e. organiza meios para alcançar os objetivos;
f. instaura um processo concreto que os realiza;
g. mantém ininterrupto o movimento dialético ação-reflexão-ação.
O sistema de educação precisa levar em conta todas as particularidades que o rodeia, a fim de que possa ocorrer de modo sistematizado com a realidade, sem deixar de considerar os aspectos pedagógicos da aprendizagem. Por esse e outros fatores, é possível compreender que não há um sistema único e bem estabelecido para a educação no país, mas se caminha para cada vez mais existir um sistema de ensino de abrangência nacional que compreenda as particularidades de cada região.
Dessa forma e, em linhas gerais, se pode considerar que o sistema nacional de educação é um sistema de sistemas, uma vez que não tem como ser hierarquizado, visto que possui três esferas de governo com certa autonomia, devido, principalmente, às diferentes realidades e a necessidade de possibilitar a educação de qualidade a todos. Essas esferas que possuem autonomia e que de certo modo possuem também aspectos a serem considerados de maneira comum na ação pedagógica, são a federal, estadual e municipal. A esse respeito, é válido considerar que os aspetos federais, pois exemplo, direcionados para a educação, precisam ser seguidos em todo o país, adaptado às realidades vivenciadas.
De acordo com o documento-referência da CONAE (2010, p. 10), “o Brasil ainda não efetivou o seu Sistema Nacional de Educação, o que tem contribuído para a existência de altas taxas de analfabetismo e para a frágil escolarização formal de sua população [...]”. Desse modo, compreende-se que o sistema ainda não está bem alinhado e por isso, não é difícil de encontrar em pesquisas, que o país não possui um sistema único de ensino, mas sim, uma estrutura de ensino, conforme aponta Saviani (2018), pois o que se tem são leis que regem a educação e que compõe a estrutura do ensino no país e não um sistema único, propriamente.
É válido, contudo, salientar que está se desenvolvendo gradativamente um sistema, que terá uma base nacional comum e que contará com parte nacional, determinada no âmbito federal e partes específicas como estaduais e municipais, para que não se promova uma educação que não seja assertiva para a realidade vivenciada e que não atinja seus objetivos de estar disponibilizada a todos com qualidade, sem discriminações e valorizando a diversidade existente. Segundo Saviani (2014, p. 31),
Em suma, o Sistema Nacional de Educação integra e articula todos os níveis e modalidades de educação, com todos os recursos e serviços que lhes correspondem, organizados e geridos em regime de colaboração por todos os entes federativos, sob coordenação da União. Fica claro, pois, que a repartição das atribuições não implica a exclusão da participação dos entes, aos quais não cabe a responsabilidade direta pelo cumprimento daquela função. Eles participarão por meio dos respectivos colegiados, acompanhando e apresentando subsídios que venham a tornar mais qualificadas as decisões tomadas.
Nessa perspectiva, o Sistema Nacional de Educação perfaz um todo bastante amplo e complexo, composto por partes que, ainda que se comunique entre si, possuem também certa autonomia para a devida realização de alterações, dadas as particularidades e diversidades do país. Por isso, é válido considerar que uma parte do que se aplica na educação do país deve ser de abrangência nacional (base nacional comum), contudo, outra parte deve estar de acordo com essas tantas particularidades existentes, tendo por foco principal, o combate às desigualdades e proporcionar a todos, um ensino público de qualidade, ao mesmo tempo em que fortalece as diversidades que caracterizam o país.
Com efeito, o foco central do sistema nacional de educação está na garantia do direito de acesso à educação, por isso há tantas incertezas em se implantar um sistema único e nacional de ensino, sob o risco de não contemplar todas as culturas e não fomentar uma educação para a diversidade, assim, esse sistema torna-se um grande desafio.
VOCÊ SABIA?
Para que um Sistema Nacional de Educação seja constituído, é necessário considerar alguns princípios, dentre eles, você está convidado(a) a pesquisar e acessar o Plano Nacional de Educação sob a Lei nº 10.172/2001, bem como o artigo 206 da Constituição Federal. Além deles, Lei nº 9394/96, o artigo 3º,  vejamos:
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Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018).
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BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <https://bit.ly/2GMESeP>. Acesso em: 08 jan. 2019.
Conselho Nacional de Educação
Para iniciar as discussões envoltasao conselho nacional de educação, faz-se oportuno iniciar com a compreensão do conselho de educação de modo geral e sua representatividade para a educação no país.
Conforme apontamentos de Cury (2006, p. 41),
Um Conselho de Educação é, antes de tudo, um órgão público voltado para garantir, na sua especificidade, um direito constitucional da cidadania. Eis porque um conselheiro, membro desse órgão, ingressa no âmbito de um interesse público cujo fundamento é o direito à educação das pessoas que buscam a educação escolar.
Nesse pensar, fica evidente que o foco dos conselhos voltados para a área educativa consiste na responsabilidade principal de assegurar o direito à educação. Mas para que isso ocorra, a educação é analisada e planejada sob vários olhares e abrangência nacional, estadual e municipal, assim como, por vários profissionais representantes desses conselhos.
Em âmbito nacional, é recente a existência de um conselho voltado para a educação, ademais, ele sofreu influências dos períodos e necessidades da área modificando-se algumas vezes, antes de se instaurar tal como procede na atualidade.
Segundo Gohn (2007), esses conselhos tiveram início com a primeira LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) como o Conselho Federal de Educação, quando em 1994, foi extinto, cedendo lugar para o Conselho Nacional de Educação que perdurou por um curto período de tempo, sendo recriado com a nova LDB, atendendo às novas demandas e movimento de educação para todos.
O Conselho Nacional de Educação foi inicialmente contemplado na Lei nº 4.024/61, alterada pela Lei nº 9.131/95, na qual confere:
Art. 7º O Conselho Nacional de Educação, composto pelas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, terá atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto, de forma a assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da educação nacional.
§ 1º Ao Conselho Nacional de Educação, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, compete:
a) subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação;
b) manifestar-se sobre questões que abranjam mais de um nível ou modalidade de ensino;
c) assessorar o Ministério da Educação e do Desporto no diagnóstico dos problemas e deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os sistemas de ensino, especialmente no que diz respeito à integração dos seus diferentes níveis e modalidades;
d) emitir parecer sobre assuntos da área educacional, por iniciativa de seus conselheiros ou quando solicitado pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto;
e) manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal;
f) analisar e emitir parecer sobre questões relativas à aplicação da legislação educacional, no que diz respeito à integração entre os diferentes níveis e modalidade de ensino;
g) elaborar o seu regimento, a ser aprovado pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto. (BRASIL, 1995, on-line)
No artigo 7º da Lei ora abordada, verifica-se sua composição, ou seja, por quais setores e órgãos públicos fica direcionada a responsabilidade deste conselho. Para além da composição, esse artigo da lei contempla também as principais atribuições referentes, incluindo-se nelas a organização de um plano nacional para a educação, bem como demais particularidades previstas para o ensino no país.
Observe, na Figura a seguir, a estrutura organizacional do Conselho Nacional de Educação:
Figura 1 - Estrutura organizacional do Conselho Nacional de Educação 
Fonte: Conselho Nacional de Educação - Secretaria Executiva 1.
Buscar meios de assegurar uma educação democrática e de qualidade para todos, compreende as principais premissas deste conselho. Claro que o trabalho do Conselho Nacional de Educação, para ser verdadeiramente eficaz, precisa contar com o apoio e dedicação dos profissionais da educação, nas diversas áreas de atuação em todo o país, igualmente os demais conselhos envolvidos na área, sendo eles os conselhos estaduais e municipais.
WEB
Para conhecer mais sobre o Conselho Nacional de Educação, acesse o seu Regimento Interno no seguinte endereço eletrônico:<https://bit.ly/2GKeLVs>. Acesso em: 21 fev. 2019.
Conselho Estadual de Educação
Os Conselhos Estaduais de Educação são órgãos responsáveis pela educação em cada estado do país. Eles foram instituídos a partir da primeira LDB nº 4.024/61, cujo artigo 10° desta lei apresenta:
Art. 10. Os Conselhos Estaduais de Educação organizados pelas leis estaduais, que se constituírem com membros nomeados pela autoridade competente, incluindo representantes dos diversos graus de ensino e do magistério oficial e particular, de notório saber e experiência, em matéria de educação, exercerão as atribuições que esta lei lhes consigna. 
Desde esse documento, fica a cargo dos Conselhos Estaduais de Educação, regulamentar e normatizar o ensino no Estado. Para que caminhe segundo as perspectivas nacionais da educação de maneira adaptada às realidades vivenciadas no Estado, fomentando um ensino de qualidade para todos os alunos.
Dentre as várias atribuições desse conselho, destacam-se a elaboração do regimento próprio, comunicar-se com os demais conselhos de educação do país e executar as determinações em âmbito nacional e estadual para o ensino, considerar a legislação vigente e as normas do Estado. Além dessas atribuições também enquadram-se ao conselho em âmbito estadual propor medidas que intencionam melhorias no sistema de ensino do Estado, nos diferentes níveis e modalidades de acordo com o que compete ao próprio conselho.
É importante que os Conselhos Estaduais de Educação possam elaborar e executar em conjunto com os demais órgãos responsáveis no Estado, o Plano Estadual de Educação, analisar, elaborar estratégias e acompanhar o andamento do ensino no Estado com a emissão de pareceres comprobatórios. Outro aspecto de grande valia, ao se tratar de educação, é que Estados, Municípios e União trabalhem de maneira coletiva e inter-relacionada em prol de melhorias significativas.
Conselho Municipal de Educação
As considerações e incumbências dos municípios perante a gestão das diversas áreas sociais que representa, incluindo a educação, são tratados e amparados legalmente pela Constituição Federal de 1988 e também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), além disso, constam também no Plano Nacional de Educação atribuições referentes à responsabilidade dos municípios.
De acordo com a LDB, em seu artigo 11, verifica-se que:
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.
Muitas são as atribuições do conselho municipal de educação, para que o ensino no município tenha o suporte necessário para se desenvolver com qualidade. Vale ressaltar que esse conselho é instituído conforme lei municipal e a partir disso, conselheiros devem ser destinados às devidas funções, além disso, o conselho será composto por membros representantes do governo, da área da educação e da comunidade.
O intuito éde que as ações propostas para a educação no município se cumpram com eficácia e democracia. Assim, de acordo com Gohn (2007, p. 132), “na área da educação, os conselhos têm caráter consultivo e, em alguns casos, deliberativo. São compostos por representantes do poder público e da sociedade civil organizada”.
Nem todos os municípios do país têm um conselho municipal de educação, sendo, neste caso, dependentes do conselho estadual. Existe, contudo, um programa de capacitação para conselheiros ofertado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que visa tanto capacitar novos conselheiros em novos municípios como manter atualizado os já existentes, trata-se do Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho).
Os conselhos educacionais existem assim, para fomentar e nortear ações educativas capazes de promover um ensino de qualidade, participativo e significativo, de acordo com as metas de melhorias nacionais da educação.
Você saberia indicar as principais funções que tem um conselho municipal de educação?
INFOGRÁFICO
Normatização
uma das funções do conselho municipal consiste em normatizar, ou seja, elaborar e aplicar no município regras que efetivem as determinações federais e estaduais. Essa normatização é feita, para que se possa adaptar as ações para o resultado desejado e determinado por outrem.
Deliberativa
essa função corresponde a ação de tomada de decisões, como a autorização ou não que escolas públicas ou privadas de ensino no município funcionem, assim como o trabalho com a legalização de cursos e com a aprovação de currículos.
Assessoria
essa função está relacionada assessoramento e desenvolvimento de pareceres que esclareçam possíveis dúvidas, ou que apresentem as situações existentes.
Fiscalização
tão importante quanto as demais funções a fiscalização completa o quadro de funções principais de um conselho municipal de educação, pois está incumbida de realizar os monitoramentos necessários às ações que estão sendo implementadas no âmbito da educação a fim de inferir se estão caminhando para o alcance das metas e resultados esperados. A fiscalização servirá de suporte também para as demais funções caso demandem de alterações.
Compreender o que é um sistema de educação e como ele se constitui foram os principais temas dessa leitura. Para se chegar a essa discussão, partiu-se da noção básica do que é um sistema, para somente depois discutir o sistema nacional de educação.
Para complementar essa análise, buscou-se tratar ainda que brevemente, a respeito dos conselhos de educação da União, Estados e Municípios e sua representatividade para a educação no país e, sobretudo, para a constituição de um sistema nacional.
Ficou evidente, a partir de tais considerações, que o Sistema Nacional de Educação está subdividido em parte que o compõe, dadas as particularidades e diversidades do país e que demandam de olhares e ações adaptados. Outro fator considerado para a existência de um sistema nacional é a construção e aplicação de uma base nacional comum que norteará as ações educativas em todo o país, articuladas a um bom planejamento e plano de ações.

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