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ARTIGO LICEU PIAUIENSE: ARQUITETURA ESCOLAR COMO PATRIMÔNIO EM TERESINA

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V SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO 
BELO HORIZONTE – DE 24 A 26 DE Outubro de 2017 
LICEU PIAUIENSE: ARQUITETURA ESCOLAR COMO PATRIMÔNIO 
HISTÓRICO EM TERESINA 
JAKELINY, JENEFFY (1); GONÇALVES, ALDIR (2); SOARES, LETÍCIA (3) 
1. Estácio Teresina 
Av. dos Expedicionários, 700- Recanto das Palmeiras 
CEP: 64046-700 
jakelinymendes@gmail.com 
 
2. Estácio Teresina 
Av. dos Expedicionários, 700- Recanto das Palmeiras 
CEP: 64046-700 
agamf@hotmail.com 
 
3. Estácio Teresina 
Av. dos Expedicionários, 700- Recanto das Palmeiras 
CEP: 64046-700 
leticiadaniel17@hotmail.com 
 
RESUMO 
Este artigo consiste em uma análise arquitetônica voltada para a história e os critérios projetuais da 
escola Zacarias de Góis e Vasconcellos, ou como é conhecida popularmente, Liceu piauiense. 
Localizada em Teresina, capital do estado do Piauí, foi fundada entre 1934 e 1936, no período 
político do Estado Novo no brasil. Segundo pesquisas historiográficas, a mais antiga escola pública 
do Piauí herdou o nome de seu fundador e teve como engenheiro Luís Mendes Ribeiro Gonçalves, 
transcendendo a educação de diversas gerações. É notório uma composição arquitetônica disposta 
em dois blocos, o principal em formato de “u” e o secundário em linhas retilíneas, este por sua vez 
criado após sua reestruturação. É um edifício que faz parte do patrimônio histórico e arquitetônico de 
teresina e foi atuante nas transformações sociais, econômicas e culturais do espaço urbano da 
cidade. Com um estilo arquitetônico em Art Decó, possui uma fachada em linhas retas e escala 
monumental claramente identificadas. A metodologia adotada tem como aspecto basilar acervos 
bibliográficos, fotográficos e relatos pessoais sob uma visão crítica no que diz respeito a essa escola 
e sua relevância perante a transcendência histórica teresinense. Este artigo enquadra-se no eixo 
temático 2 – arquitetura e documentação: a pesquisa na área da história da arquitetura e do 
urbanismo – tendo como foco o edifício como documento. 
Palavras-chave: Patrimônio Histórico; Arquitetura Educacional; Critérios Projetuais. 
V SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO 
BELO HORIZONTE – DE 24 A 26 DE Outubro de 2017 
ASPECTOS HISTÓRICOS 
O Colégio Estadual Zacarias de Góis, ou comumente conhecido, Liceu Piauiense, é a mais 
provecta escola pública do estado do Piauí, sediada em sua capital, Teresina. É uma 
importante edificação já que está inserida no centro histórico da área central da cidade e 
participa da caracterização desse meio urbano arquitetônicamente consolidado. Sua 
primeira instalação foi originária em Oeiras, em 1852, antiga sede estatal, passando por 
diversas transições e locações em diferentes momentos históricos. A inexistência de uma 
boa infraestrutura educacional no século XVIII foi um dos motivos da instalação da escola. A 
partir da segunda metade do século XIX, o ensino na província piauiense progrediu, tendo 
como pauta o surgimento de escolas no Brasil, com a implementação da Lei Geral do 
Ensino, de 15 de outubro de 1827 (VASCONCELOS; MARIA INÊZ, 2007, p.14). 
O traço urbano de teresina caracterizou-se por uma malha ortogonal, similar a um tabuleiro 
de xadrez, tendo como eixo central e pioneiro a Igreja Nossa Senhora do Amparo. Foram 
doados alguns terrenos com dimensões de 40x40. A ocupação urbana originou-se dos sete 
primeiros quarteirões, sendo quatro para o eixo sul e três para o norte. Em um curto espaço 
de tempo, a cidade teve sua consolidação e, lotes anteriormente doados, passaram a ser 
vendidos nos quarteirões centrais (VASCONCELOS; MARIA INÊZ, 2007, p.14). 
Em Teresina, a falta de ensino chama a atenção do vigente presidente do distrito 
teresinense, Zacarias de Góis e Vasconcelos no ano de 1845. Dessa forma, uma de suas 
pioneiras medidas propostas à Assembléia Legislativa Provençal foi a organização dos 
ensinos primário e secundário, além de criar um curso de Humanidades – o Liceu. 
Em 1853, a resolução nos 350, no governo de Luís Carlos de Paiva Teixeira autorizou a 
transformação do Liceu em internato, porém não foi cumprida. No governo de Antônio de 
Boto de Sousa Gaioso chegou a ser extinguida, contudo no ano de 1867 foi reativada 
(VASCONCELOS; MARIA INÊZ, 2007, p.95). Com a falta de um lugar que atendesse às 
necessidades exigidas pela construção,o instituto passou por vários endereços, bem como o 
Arquivo Público, um imóvel comercial, localizado na esquina da Rua Rui Barbosa com a 
Desembargador Freitas. Em 1934 foi dado início a sua construção com sede própria, 
localizada no centro da cidade (Figura 1), em frente à praça Landri Sales, ou popularmente 
conhecida, praça do Liceu. 
 
V SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO 
BELO HORIZONTE – DE 24 A 26 DE Outubro de 2017 
 
Figura 1: Liceu Piauiense na década de 30 após sua implantação no centro de Teresina. 
Fonte: Acervo fotográfico encontrado “in loco”. 
 
Cada prédio possui um porte determinado que está relacionando não apenas a parte física 
da construção, mas também ao valor cultural e histórico do espaço e que as intervenções 
nesse patrimônio são naturais em função das constantes mudanças da vida urbana trazidas 
pelo progresso. Entretanto, a falta de cuidado com determinados espaços, tanto por parte do 
poder público como de parte da população traz alterações, na maioria das vezes, negativas. 
É aí que surge a necessidade de intervenções, reestruturações ou reformas desses espaços 
(Figura 2). A escola é um exemplo de patrimônio que transcende a educação de diversas 
gerações. 
Preservar significa proteger, resguardar, evitar que alguma coisa seja atingida por 
outra que possa lhe ocasionar dano. Conservar significa manter, guardar para que 
haja uma permanência no tempo. Desde que guardar é diferente de resguardar, 
preservar o patrimônio implica mantê- lo estático e intocado, ao passo que conservar 
o patrimônio implica integrá-lo no dinamismo do processo cultural. Isso pode, às 
vezes, significar a necessidade de ressemantização do bem considerado patrimônio, 
e é nesse terreno que se dá a discussão (BARRETTO, 2000, p. 15). 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2: Pátio central descoberto do Liceu. Ao fundo, bloco anexado após reforma realizada no ano 
de 2016 a fim de expandir o programa de necessidades desta. 
Fonte: Acervo fotográfico dos autores (2017). 
Esta situa-se num terreno irregular, com uma elevação, o Alto da Pitombeira, onde foi 
construído colégio. Possui um formato semicircular realizado por uma escadaria de pedra 
que percorre o formato da rua. No piso pode ser contrado pedras portuguesas e blocos 
intertravados de concreto. Assim como outros espaços públicos de Teresina, o rossio 
recebeu fontes, lago e mobília decorada, mas pela falta de preservação, tornou-se área de 
contaminação e patogênica, além de ter participado na formação do traçado urbano 
teresinense (MARIA DE MOURA; IRACILDE, 2002, P.6). 
 
METODOLOGIA 
Para este trabalho, inicialmente foi realizada uma abrangente pesquisa bibliográfica, através 
de sites, artigos, livros e publicações, bem como entrevistas formais com o diretor da escola. 
Podemos classificar a natureza da pesquisa como quantitativa buscando abranger o maior 
número de dados históricos. Na abordagem qualitativa, o investigador procura aprofundar-se 
na compreensão dos fenômenos que estuda – ações dos indivíduos, grupos ou instituições 
em seu ambiente e contexto coletivo – interpretando-os segundo a observação dos 
participantes da situação enfocada, sem se ater à representatividade numérica, 
generalizações cadastrais e relações lineares derazão e efeito. Assim sendo, a explicação, 
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a consideração de quem investiga como principal instrumento de indegação e a 
necessidade do pesquisador de estar em contato direto com o campo, para absrover os 
significados dos comportamentos analisados, simbolizam características da pesquisa 
qualitativa (ALVES, 1991; GOLDENBERG, 1999; NEVES, 1996; PATTON, 2002). 
 
ANÁLISE ARQUITETÔNICA 
No Brasil, a arquitetura na década de 30 caracterizou-se como uma época que englobou a 
construção de modelos ecléticos e iniciativa do movimento modernista. Foi um período de 
transição, no qual posteriormente concretizou-se como o Art Decó, marcado por linhas 
simples, formas e volumes geométricos, ortogonais, exagero ornamental a pela 
verticalização dos edifícios. A procura de uma imagem metropolitana, o processo de 
industrialização visava um menor custo-benefício das obras públicas, buscando aliar a 
arquitetura ao poder político da época, desde grandes edifícios à moradias populares, 
refletindo também na arquitetura escolar (VALEK; FABIANA, 2007, P.5). 
O estilo Art Decó presente no Liceu Piauiense, chegou na década de 30 na capital, sendo 
em sua maioria adotada em edifícios comerciais, imóveis, marcos públicos, cinemas, a 
exemplo do Cine Rex, que teve sua construção em 1936. Além destes, o hospital Getúlio 
Vargas e a sede dos Correios e Telégrafos surgiram posteriormente, seguindo o mesmo 
estilo. Tal natureza promoveu na cidade uma mudança nas formas construtivas, bem como 
a substituição da madeira e da carnaúba pelo concreto armado, além de uma fachada mais 
linear. O Objetivo desse movimento foi o de trazer um caráter moderno a cidade. ( SILVA, 
2007, p. 20). 
A Art Decó foi um movimento que surgiu na Europa e teve seu apogeu na 
Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais, ocorrida em 1925 
em Paris. Foi um estilo que atingiu todos os setores das artes, tanto na 
arquitetura, designer, moda e decoração, foi estilo artístico que chegou ao 
Brasil somente no final da década de 20 e início dos anos de 1930, e teve 
grande influência na arquitetura Brasileira. Foi uma corrente que antecedeu o 
modernismo arquitetônico, e trazia consigo linhas retas estilizadas, a 
utilização de formas geométricas e tinha influências no construtivismo, 
futurismo e cubismo. (MAGALHÃES, ARACELLY M.;MOURA, VIVIANE DE 
PAULA F, As Transformações do Hospital Getúlio Vargas ao Longo de 70 
Anos como Referência Arquitetônica e Cultural de Teresina – PI, 2016, p.8). 
A escola Liceu Piauiense está locada no Centro, o bairro atualmente caracteriza-se como 
uma zona comercial, na área central de Teresina, capital do estado do Piauí, as 
transformações econômicas e sociais do espaço urbano da cidade trouxeram também 
transformações espaciais resultantes da alteração da intensidade de uso de diferentes 
áreas. Com a compreensão da maneira como aconteceram essas transformações ao longo 
da história, podemos perceber que os processos sociais, políticos econômicos e culturais 
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existentes em outros bairros tiveram reflexos no Centro (GABRIELA, ROSA; MARIA, LÍVIA; 
BARTZ, CÍNTIA; VALÉRIO, ARAÚJO, 2012, p.3). 
A partir da observação das plantas da escola é possível observar que a escola tem uma 
planta com um formato em “U” (Figura 3), com um intuito de criar um pátio central aberto, 
sendo a mesma até hoje, porém com o passar do tempo reformas estruturais e de 
restauração precisaram ser feitas, como a ocorrida no ano de 2016, na qual foi adicionado 
um bloco a fim de criar mais salas de aulas, bem como sanitários e um refeitório com 
cozinha. 
 
 
Figura 3: Plantas baixas térreo e pavimento superior da escola . 
Fonte: Acervo da SEMEC Piauí (2014). 
 
A escola engloba dois blocos, preferencialmente sendo nomeados de “Bloco A” e “Bloco B”. 
Ambos conjuntos possuem dois pavimentos. O principal (Bloco A), no pavimento inferior, 
ficam localizados os setores administrativo e de serviços, bem como algumas salas de aula 
e sanitários. Já o superior é predominantemente de uso pedagógico (Figura 4). O segundo 
bloco (Bloco B), no que lhe concerne, seu pavimento inferior é detectado o setor de 
serviços, sendo grande parte deste composta pelo refeitório, depósitos, dentre outros 
espaços que participam do funcionamento da escola. Já o pavimento superior, também há 
uma predominância pedagógica. (Figura 4). 
O programa de necessidades da escola atual cedido em entrevista através do diretor 
Edvaldo Francisco de Lima e visitas “in loco“ é extenso, preferindo – se assim setorizá-lo 
para uma melhor compreensão. O setor de vivência compreende a biblioteca, o pátio, o 
auditório, as duas salas de espera, a sala dos professores e a quadra poliesportiva. O setor 
administrativo está localizado no pavimento térreo e é composto pela diretoria e 
coordenação, a secretaria e o financeiro e o arquivo morto . O setor pedagógico localiza-se 
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em ambos pavimentos que por sua vez abrange as 23 salas de aula, o laboratório de 
ciências, sala de xadrez e o laboratório de informática. Por último, o setor de serviço 
encontra-se em todos os blocos da escola, é formado pelos depósitos, pelos vestiários e 
banheiros para funcionários e pela portaria. 
Em arquitetura, o programa de uma edificação é o conjunto de necessidades 
que um projeto deve contemplar e o roteiro de como os requisitos devem 
estar dispostos em um novo prédio deve contemplar o roteiro de como os 
requisitos funcionais devem estar dispostos em um novo prédio. No caso 
específico da tipologia escolar, o “programa” define o número de salas de 
aula e quais serão os outros ambientes de ensino, como, pro exemplo, 
biblioteca, quadras, laboratórios etc., além de estabelecer as características 
desejadas a tais ambientes e as respectivas disposições na edificação. 
(WEISS, Donald. Como Escrever com Facilidade. São Paulo: Círculo do 
Livro, 1992). 
 
Figura 4: Perspectivas volumétricas da escola Liceu Piauiense. 
Fonte: Redesenho dos autores (2017). 
 
Centralizado no pátio está o auditório, que por se tratar de um espaço destinado as artes 
possui um cuidado maior com sua estética, diferenciando-se de seu entorno. Sua forma é 
orgânica. A circulação dos estudantes é feita através de rampas e corredores abertos que 
percorrem toda a construção, o que oferece uma sensação de liberdade dentro do âmbito 
escolar. É importante ressaltar também que a edificação desde seu projeto inicial ate as 
reformas recentemente atribuídas, sempre preservou o ambiente no qual foi inserido. 
Árvores centenárias presentes no local foram mantidas. Já o ginásio poliesportivo é um 
espaço a parte da escola, assim como sua estrutura. A sua volta estão dispostos vestiários 
e sanitários para alunos. 
O lote no qual o edifício foi construído possui um grande desnível. Os declives encontrados 
no interior da edificação, visto a planificação da mesma, são pouco acentuados, sendo estes 
bem aproveitados para o escoamento de águas. Quanto à acessibilidade, rampas de acesso 
foram criadas e pensadas para o uso de cadeirantes desde a entrada, as salas de aula e 
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demais instalações, segundo a NBR 9050. Outras instalações atendem a essa lei, bem 
como portas largas, guarda corpos e salas, que já eram amplas desde o seu projeto inicial. 
Promover a educação requer a garantia de um ambiente com condições para 
que a aprendizagempossa ocorrer. É importante proporcionar um ambiente 
físico, aqui denominado infraestrutura escolar, que estimule e viabilize o 
aprendizado, além de favorecer as interações humanas. (JOSÉ, JOAQUIM; 
RIBEIRO, GIRLENE; AKEMI, CAMILA; FRANCISCO, DALOTN, Uma Escala 
para Medir a Infraestrutura Escolar, 2013, p.78) 
Sua volumetria em “U” foi projetada com o intuito de centralizar todas as atividades ao pátio. 
O uso de cheios e vazios interior e exteriormente com abertura de grandes vãos, bem como 
o intercolnúnio em corredores propiciam um ritmo à mesma. Na fachada frontal e em alguns 
pontos da planta da escola há uma simetria bilateral, algo pensado para facilitar o acesso e 
a funcionalidade de quem a utiliza, sem contar toda sua venustidade. A paleta de cores 
utilizada na construção é a mesma de antigamente, sendo essa perservada. Tons pastéis e 
claros são vistos nas paredes, a exemplo da cor amarela clara e branca. A cerâmica branca 
também está presente nos banheiros, salas de aula, e demais instalações do setor de apoio 
para facilitar a limpeza. 
Em uma análise formal, é possível garantir que suas paredes são em alvenaria de tijolos, 
com paredes grossas (35cm) que revelam seu caráter monumental e pesado, além de 
mostrar toda sua imponência. No piso é constatado o uso do granilite, do piso cerâmico e do 
cimento queimado, dependendo de cada setor. Deve-se frisar que a escolha do piso foi 
assertiva, pois a função de cada ambiente depende desse fator e estes estão em ótimo 
estado de conservação. Como propriedades de teto e de forro é verificado a aplicação do 
forro PVC e do gesso. A opção foi adequada para a época da construção, mas no decorrer 
de décadas houve uma degradação do mesmo, permitindo infiltrações. 
Forma é um termo abrangente que tem vários significados. Pode se referir a 
uma aparência externa passível de ser reconhecida, como a de uma cadeira 
ou de um corpo humano que se senta nela. Pode também aludir a uma 
condição particular na qual algo atua ou se manifesta, como quando falamos 
de água na forma de gelo ou vapor. Em arte e projeto,frequentemente 
utilizamos o termo para denotar a estrutura formal de um trabalho – a maneira 
de dispor e coordenar os elementos e partes de uma composição de forma a 
produzir uma imagem coerente. (CHING, Francis. Arquitetura Forma, Espaço 
e Ordem. São Paulo, 2002). 
A fachada principal da escola está localizada na direção Sul, região em que se encontra é a 
melhor forma de otimizar o conforto térmico dos ambientes na capital, segundo sua carta 
solar, pois é a área que recebe menor incidência solar. Já quanto à orientação dos ventos 
predominates de Teresina, estão voltados para a direção sudeste pela manhã e nordeste 
pela noite, logo podemos perceber que a fachada lateral direita é melhor posicionada nesse 
sentido. O “sol da tarde” atinge com supremacia o pátio central, porém os alunos contam 
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com a proteção de grandes árvores que geram sobras para quase toda a área, o que revela 
o cuidado com a proteção solar para com os alunos, sem ceder a proposta de uma área 
recreativa descoberta. 
As janelas e basculantes presentes nas fachadas laterais voltadas para nordeste e noroeste 
propiciam uma boa iluminação as salas de aula e demais instalações. O conforto térmico 
também é beneficiado pelas mesmas e, o acústico por sua vez é aproveitado pelo pé direito 
duplo na maioria dos ambientes. Durante todo espaço construído é possível perceber o 
microclima criado na escola, fator esse possível graças à preservação do paisagismo 
centenário presente desde seu projeto inicial. Optou-se então por se adaptar as condições 
paisagistas que já existiam no terreno antes da edificação ser inserida no mesmo. 
Os corredores de circulação possuem um guarda-corpo com parede de cobogós garantindo 
a ventilação zenital durante todo o percurso que os alunos fazer ao transitar pela escola. 
As salas de aulas, apesar de contarem com uma climatização artificial, também são bem 
ventiladas naturalmente por meio de janelas que chegam a medir 3 metros de altura, além 
de existir também basculantes posicionados no lado oposto dessas aberturas maiores, 
facilitando assim a ventilação cruzada. 
As áreas recreativas dos alunos são predominantemente ao ar livre, já que Teresina é 
caracterizada por suas elevadas temperaturas e pouca densidade de chuvas durante o ano. 
A localização espacial é a melhor possível, sua fachada principal está voltada para sul, 
direção na qual se fica as melhores condições dentro das variáveis climáticas locais. 
 
CONCLUSÃO 
A análise histórica e arquitetônica da edificação congrega em um mesmo espaço questões 
de dialética espacial e funcional, bem como históricas (relacionado ao seu ano de 
construção e estilo arquitetônico adotado) e urbanísticas (o fato de sua construção englobar 
um espaço cívico marcante no traçado urbano de teresina. O liceu é um patrimônio a ser 
definido como pioneiro na educação piauense e seus traços e formas representaram um 
sinal de evolução, contribuindo para o desenvolvimento da área central e trouxe consigo 
uma imponência até então inexistente na arquitetura teresinense. 
Pôde-se verificar a relação do espaço construído inicial, na década de 1930 e o que a 
modernização do ensino e dos espaços escolares demandam atualmente, já que diversas 
reformas foram realizadas buscando melhorias e principalmente funcionalidade assim como 
o aumento do programa de necessidades visando atender uma maior demanda de alunos. A 
questão da manutenção das linhas retas, característica do Art Decó, deve-se à 
representatividade que o edifício tem para o meio urbano em que está inserido, como um 
exemplar de qualidade arquitetônica claramente visíveis e que deve ser mantido como 
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memória de um período de modernização da cidade, sendo assim patrimônio histórico de 
grande relevância para o meio. 
Vale ressaltar que a educação de Teresina dependeu fortemente da construção dessa 
edificação, que serviu como base para futuras instalações na cidade e sua modernização. A 
evolução da educação é um dos pontos principais, sendo esta detacada dentre as demais 
do país. O objetivo desse artigo foi almejado, uma vez que foi possível observar a 
importância da escola e da história do ensino de Teresina. 
Pretende-se com a finalização do estudo indicar possíveis meios que sirvam como base 
para futuras mudanças e preservação desse monumento. Além disso a pesquisa serve de 
referência para a história da capital e o reconhecimento do Liceu como um bem histórico-
cultural. Objetiva-se também a ligação desse artigo para futuras pesquisas na área como 
forma de resguardar tal contexto. 
 
BIBLIOGRAFIA 
CHING, F. D. L. Arquitetura,forma,espaço e ordem. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2008. 
FRANCISCO de L., EDVALDO. Depoimento. [agosto de 2017]. Entrevista cedida a Aldir 
Gonçalves Alves de Meneses Filho e Jeneffy Jakeliny Mendes. 
JOSÉ, JOAQUIM; RIBEIRO, GIRLENE; AKEMI, CAMILA; FRANCISCO, DALOTN. Uma 
Escala para Medir a Infraestrutura Escolar, 2013, p.78. 
MAGALHÃES, ARACELLY M.; MOURA, VIVIANE DE PAULA F. As Transformações do 
Hospital Getúlio Vargas ao Longo de 70 Anos como Referência Arquitetônica e 
Cultural de Teresina – PI. Belo Horizonte. 2016, p.8. 
GABRIELA, ROSA; MARIA, LÍVIA; BARTZ, CÍNTIA; VALÉRIO, ARAÚJO. O Centro de 
Teresina: Avaliação dos Programas de Requalificação no Plano Teresina Agenda 
2015, 2012, p.3. 
VASCONCELOS, MARIA INÊZ B. de. LICEU PIAUIENSE (1845-1970): DESVENDANDO 
ASPECTOS DE SUA HISTÓRIA E MEMÓRIA.Curso de Mestrado em Educação, 2007. 
FAÇANHA, ANTONIO C.; VIANA, BARTIRA A. da S., PLANEJAMENTO E GESTÃO 
URBANA EM TERESINA (PI): NOTAS DA AGENDA 2015 COMO PLANO DIRETOR, 
Mestrado em Geografia - UPFI, Teresina, 2015. 
V SEMINÁRIO IBERO-AMERICANO ARQUITETURA E DOCUMENTAÇÃO 
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Paulo: 2014. 
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