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primárias - notou que certas cores intensificam uma à outra. Leonardo se referia a elas como cores "co ntrárias"; hoje as referimos co mo cores complementares ou complementos . Cores complementares, quando misturadas , produzem uma cor neutra. 30 parte Ol .dtf iniç6u o químico francês M ichel Ch evr eul (1786- 9), que foi empregado pelo famoso estúd io de peçarias Gobelin, investigou mais profundamente possibilidades desse efeito. Examinou outra ilusão óptica: a imagem residual. Se voc ê olhar ente para uma superfície fortemente colorida r alguns segundos, e depois olhar para outro lado, . um bloco de cor diferente. Essa é uma imagem idual negativa, e sua cor será ()complemento doquela que você estava olhando. O efeito é chamado contraste sucessivo. Mas a imagem 'dual ocorre, embora menos intensamente, sempre que olhamos para as cores, e isso afeta a eira como os campos coloridos aparecem do justapostos. • Acima e à esquerda: Olhe fixamente para o quadrado azul pordois minutos. Agora olhe para o pequeno quadrado cinza e note a ilusão da cor. Acor que você deveria "ver" em torno do quadrado cinza é a cor complementar do azul. ollough foi desc rito pela . eira vez por CeLeste oUough em um artigo da Science. em 1965. Olhe fixam ente as list ras coloridas por pelo nosdoisminutos.depoispara as listras preto-e-branco.Você á uma névoaverde em torno das 5 horizontais e outra magenta torno dasverticais. Não se trata . de uma imagem residual da por neurônios fatigados. _ causa precisa é pouco clara, mas e neurotransmissores.oque . a por que o efeito podedurar tashoras. Mais informações o fenômeno em J /research.lumeta.coml mel. 0:0550 sistema visual parece "espe rar" o plemento da cor que vemos, qualquer que ela. Se o com plemento está presente, a binaç ão parece parti cularm ente vibrante; se nte, nós mesmos a produzimos. (Ago ra mos que este efeito é causado por eraçõ es inibit ór ias em células no córtex visual cére bro que funciona sobre pr incípios ilares ao pro cesso complementar de ring.) Esta descobert a é a base do cont raste ult âneo, um prin cípio importante '110 uso da em arte e designo capítu lo 02 . a teoria da cor coR PA RTITIVA Os contrastes simultâneos afetam nossa percepção de imagens preto-e-branco:um obje o cinza médio parecerá mais escuro sobre um fundo branco do que sobre um fundo preto.Seu e feito sobre combinações de preto-e-branco com as cores é ligeiramente mais complicado: não só um determinado vermelho,por exemplo,vai parecer mais destacado sobre um fundo preto, como também vai dar a impressão de ser mais quente . Quando as cores são combinadas urnas com as outras, desen cadeiam-se muitos tipos de int erações (contraste de cor simu lt âneo ), e a impressão ge rada pelas cores de uma imagem pod e ser altament e imprevisível. A mesma cor usada em diferentes posições, por exemplo, pod e parecer completa ment e diferente, por ter sido justaposta a outras cores. Uma vez compreendidos esses efeitos, podem ser aproveit ados para criar uma experiência de cor intensificada, dando a impressão de cor vibrante ou luminosa, ou podem ser deliberad amente cancelados. Como o contraste simultâneo opera apenas em uma pequena área em torno da divisão entre duas cores, o efeito pode ser reduzido ou removido completamente, separando os campos de cor com um conto rno preto ou branco. Uma forma mais sutil de impedir interações indesejadas é identificar qual, de duas cores, é a mais fraca e adicionar uma pequena quantidade do complemento da outra cor a ela. Prevendo a resposta do cérebro dessa maneira , o art ista consegue retomar o controle da percepção da cor e produ zir uma impressão mais previsível. Outra forma de explorar as interações de cores é a mistura part itiva. Em lugar de misturar pigmentos antes de aplicá-los à tela, o artista coloca pequen os pontos ou listras de cores cuidadosamente escolhidas para criar a impressão de uma nova cor, que é misturada no olho/cére bro, e não na tela. Acima: Em sedas furta-cor, os fios se combinam de tal forma que a cor percebida dotecido muda constanteme nte. Abaixo: Oefeito de contraste simultâneoé particularmenteforte na junção de campos de cores complementares de brilho semelhante. Estas combinações de cores"vibrantes- tornam otexto quase ileg ivel lá esqu erd a!. O processo é pseudo-aditivo, pois tenta combinar as cores refletidas pelos pigmentos em lugar de combinar as cores absorvidas. Seguindo o químico francês Micbel Chevreul (ver p. 3 1), muitos pintores pós-impressionistas adotaram variações sobre o método, principalment e Georges Seur at (18;9-1891 ). Aplicando sua técnica pontilhista, Seurat usou pontos coloridos de vários tamanho s para co nstruir as áreas enevoadas de cor, que enchem suas telas muita s vezes gigantescas. Foi sua própria pesquisa em óptica e teoria da cor que levou Seura t a esse método, mas parece que ele trabalhou com concep ções fundamentalmente er radas. Seurat acreditava que seus pontos de pares compl ementares criariam uma impr essão de luminosidade. Em vez disso, elas tendem ao cinzento. Vermelho e verde, por exemplo, aparecem vibrantes quando os campos de cada um são justapostos. ,\ las o efeito não ocorre quando pequenos pontos são usados para misturar essas cores opt icamen te . Chevreul já aplicara a cor partitiva mais bem compreendida à criação de tapeçarias. M uitas outras técnicas de produção de tecidos se apóiam sobre a mistura partiti va para criar ricos efeitos de co r, quer seus iniciadores compree ndessem o processo que ali funcionava, quer não. Embora um ttieed possa parecer . marrom, sua cor ganha uma qualidade especial se for feito de fios de várias cores, visíveis individualmente apenas quand o vistos de muito perto. Mais dramaticamente, os tecidos furta- cor entrelaçam cores de tal maneira que a impressão geral muda, dependen do de como a luz atinge a superfície, dando uma aparência cint ilante ao material. Este efeito é chamado iridescência. 32 parte Ol.d ef inições DI MENSÕES DA COR O comprimento de onda da luz envolvida é apenas uma das maneiras pel quais diferenciamos as cores.Como vimos (verp. 27),a tinta azul pode ser azul-clara ou azul-escura Em qualquer dos casos, a cor pode ser ou viva e forte, ou opaca e acinzentada,e o que dita estas nuanças de cor são seu matiz, saturação e brilho. Essas qualidades são independentes uma da outra e ,para descrever inteiramente uma cor, temos de medir as três. -70 SATURAÇÃO -40 100 -40 BRILHO o . 40 A propriedade da cor associada com o compriment o de onda é conhecida como mati z: é a mais difíci l de descrever. Embora todos percebam as cores mais ou menos igual (a menos que tenham algum tipo de daltonismo) e concordem que certa co r é vermelha e não verd e, nem sempre concordarão sobre a cor exata que represen ta o verm elho puro ou o verd e puro. A idéia da maior parte das pessoas sobre o vermelho é ligeiramente mais laranja do que o vermelho no modelo tricrom ático, po r exemplo, e a percepção comum do verde é ligeirament e mais amarelada. De modo semelhante, para criar uma cor intermediária ou secundária, como laranja (vermelho/a marelo), deveríamos misturar proporções exatamente iguais de duas cores primárias. Entretanto, são necessáriasdiferentes proporções para criar cores secundárias que pareçam equilibradas, em lugar de parecer tender a uma cor primária ou a outra. Também podemos referir o brilh o (em oposição à escuridão) de uma cor como valor. Um pigmento de dada nuança pode ser clareado ou escurecido adicionando-se bran co ou preto, dand o um matiz. Nuan ças não matizadas, como repres entadas nos círculos cromáticos, são chamadas matizes puros. Tod avia, eles não comparti lham do mesmo valor, por isso pode ser preciso adicionar branco ou preto a um deles para torná- lo semelhante a