Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo de farmacologia 3.1: Aula oxido nítrico, AINEs e glicocorticoides parte 01: Óxido Nítrico: A gente já falou do oxido nítrico em si como uma molécula sinalizadora, mas essa aula vai focar mais nos efeitos farmacológico de drogas que atuam modulando a sinalização mediada pelo oxido nítrico. Em linhas gerais o oxido nítrico na verdade é um mediador gasoso, de forma que apresenta fácil difusão pela membrana plasmática, ou seja, o oxido nítrico funciona como um mediador local que sinaliza em distâncias curtas, isso acontece por exemplo, na neurotransmissão, na resposta imunológica ( mediada por macrófagos na fagocitose ), na resposta mediada pela célula endotelial ( essa célula está bem próxima da musculatura lisa, de forma que o oxido nítrico difunde e alcança a célula muscular lisa). Então o oxido nítrico funciona como um mediador local agindo a poucas distâncias, embora se especule através de trabalhos que o oxido nítrico associado à hemoglobina possa ser transportado e liberado a longas distâncias do local de produção, mas isso ainda não está bem definido. O oxido nítrico apresenta rápida inativação por espécies reativas de oxigênio ou associação com grupamentos heme (Hb). Sintetizado a partir da L-arginina por Óxido Nítrico sintases (NOS). As NOSs apresentam 3 isoformas: *iNOS : Induzível, expressa por células do sistema imune inato (macrófagos – principalmente - , neutrófilos estimulados por interferon- γ), células endoteliais (durante uma resposta inflamatória sistêmica, por exemplo na sepse, a produção massiva de citocinas pode levar a expressão de iNOS) e outros. Independente de cálcio (consegue começar a agir mesmo nas concentrações basais de cálcio, de forma que na verdade o que regula a produção de oxido nítrico pela iNOS é expressão gênica da iNOS, por exemplo o macrófago em repouso praticamente não expressa iNOS, mas se ele agora está infectado por uma bactéria e é adicionado TNF/ IFN-γ/IL-1 isso induz a produção da iNOS.) , induzível por estímulos pró-inflamatórios IFN-γ, LPS, TNF/IL-1 β. Essa enzima tem uma atividade catalítica muito alta de forma que as células produzem uma grande quantidade de oxido nítrico. Envolvida na imunidade e eliminação de microorganismos (por exemplo, camundongos nocaute para essa enzima, apresentam-se muito susceptíveis a infecções por parasitas intracelulares). *eNOS : Expressa principalmente pelo endotélio, constitutiva (apresentam uma expressão basal já da enzima e que não é muito sensível a modulação pela transcrição genica ), dependente de altas concentrações de cálcio intracelular. Regulação do tônus vascular periférico. Ativada por mecanorreceptores, GPCRs ativadores de Gq (M3, B2), agonistas que aumentam AMPc via fosforilação mediada por PKA. Mas o principal estimulo indutor da eNOS é a elevação da concentração de cálcio citosólica e isso pode ser mediado por vários estímulos, por exemplo, receptores acoplados a proteína Gq que ativam a fosfolipase C ( a bradicinina causa produção de oxido nítrico, a acetilcolina via receptores muscarinicos M3 , a epinefrina e a noraepinefrina ativando os receptores β-1-adrenergicos ). Essa elevação de cálcio faz com que o cálcio interaja com a calmodulina e esse complexo cálcio com calmodulina interage com a eNOS a ativando, esse mecanismo é parecido com o que ocorre com a nNOS. A eNOS ainda pode ser mediada por fosforilação devido a PKA. *nNOS : Expressa em neurônios. Constitutiva, dependente de cálcio. Envolvida no desenvolvimento neuronal, na plasticidade neuronal, na nocicepção. Vias de sinalização que elevam a concentração intracelular de cálcio, por exemplo, a produção local de bradicinina, a ativação de receptores alfa-1- adrenérgicos, isso acaba ativando a eNOS. Ela acaba então, convertendo a arginina a citrolina, portanto liberando oxido nítrico. Como a célula muscular lisa está em justa posição com a célula endotelial, esse oxido nítrico gerado pela célula endotelial difunde para a célula muscular lisa, podendo interagir com uma forma de guanilato ciclase citosólica que as células musculares lisas expressam. A interação do oxido nítrico com a guanilato ciclase leva a sua ativação, dessa forma convertendo o GTP em GMPc. Esse GMPc ativa então a proteína cinase G (PKG) , ela então por meio da fosforilação regula uma série de respostas celulares, por exemplo, a via de sinalização do oxido nítrico, promove a abertura de canais de potássio, promove a inibição de canais de cálcio operados por voltagem, a PKG também inibe a abertura do IP3R, então a consequência é que contribui para hiperpolarizar a célula muscular lisa e impedir a mobilização de cálcio para o citosol, como consequência final isso causa relaxamento da musculatura lisa vascular e também vasodilatação. Então o oxido nítrico é um regulador importante do tônus vascular. Por exemplo, camundongos nocaute da eNOS são espontaneamente hipertensos por que não produzem oxido nítrico pela eNOS. Então aparentemente parece que o oxido nítrico contrabalanceia os efeitos vasoconstritores da atividade simpática, como por exemplo, da epinefrina e noraepinefrina, além de contribuir na vasodilatação mediada por algumas moléculas indutoras de vasodilatação como a bradicinina. Coração Órgão que o oxido nítrico ganha uma grande importância na modulação farmacológica. Se comparar o coração com outros órgãos do corpo, ele é muito mal perfundido, obviamente que em condições saudáveis, existem mecanismos reguladores do fluxo sanguíneo e da função cardíaca, que garantem o suprimento de oxigênio para o coração. Mas isso torna-se problemático em pessoas que tem doenças como por exemplo deposição de placas de ateroma que são placas de gordura na parede do vaso e isso cria uma inflamação na parede do vaso (superfície da células endoteliais) que acaba causando a longo prazo ( processo crônico) a adesão de monócitos, esses monócitos tornam-se macrófagos, que são células que internalizam partículas de LDL e esses macrófagos ativados expressam um fator tecidual que ativa a cascata de coagulação ( via extrínseca), isso promove a agregação plaquetária, então com um tempo há a formação de um trombo na parede do vaso. Dessa forma se a doença não é tratada, isso pode causar duas coisas: isquemia (porque reduz o fluxo sanguíneo por aquele vaso e se ele for importante para o coração, pode afetar essa região) e infarto ( quando ocorre a obstrução completa do vaso sanguíneo, então uma área toda acaba morrendo porque não recebe suprimento vascular). No coração, na verdade a entrada de sangue rico em oxigênio (arterial ) é critica, para o coração diferente de outros tecidos que recebem o sangue oxigenado bombeado pelo ventrículo esquerdo, ele recebe o sangue em uma etapa critica, quando o átrio esquerdo se enche, sofre a diástole que chega o sangue trazido pelas veias pulmonares. Essa chegada de sangue dependendo de muitos fatores termodinâmicos e em uma pessoa saudável isso não é muito problemático, até porque se a pessoa tem uma capacidade cardiovascular e respiratória ruim ela irá cansar, mas para o individuo que tem problema cardíaco seja insuficiência cardíaca ou sofreu um infarto ou um processo em que está em vias de ter um infarto ou uma pessoa com angina onde a placa de gordura causa redução significativa do fluxo sanguíneo, nessas pessoas a atividade metabólica do coração é uma determinante critico da patogênese. Porque essa janela critica onde a pressão aórtica consegue ser maior do que a pressão feita pelos ventrículos, não ocorre batimento do ventrículo então o átrio se expande, então nessa etapa que o coração recebe o sangue arterial. Agora o que determina, por exemplo, a atividade metabólica do coração, é o trabalho de pós-carga, esse é trabalho que o coração fazpara bombear o sangue dele para os tecidos. O trabalho de pós-carga é maior se a resistência vascular periférica é maior, supondo um individuo hipertenso que teve uma pressão 15 por 10, nessa situação obviamente o trabalho necessário para bombear o sangue para o resto do corpo vai ser maior, a atividade metabólica do coração é maior e nessa situação se o miocárdio tem algum problema, por exemplo, infarto ou insuficiência cardíaca ou angina ( formação de uma placa que obstrui parcialmente o fluxo sanguíneo em uma artéria coronariana), o que acontece nesse situação é que se o trabalho de pós-carga é aumentado, aumenta muito a chance de ter isquemia, hipóxia, inclusive morte de uma parte do miocárdio, então pode ser perigosíssimo. Além do mais, a quantidade de sangue que chega ao coração no átrio esquerdo é determinante para a atividade metabólica do coração e um terceiro ponto é que a circulação coronariana é critica. Modulação farmacológica da via do NO: Fármacos nitratos orgânicos – Suponha uma pessoa com uma placa de ateroma em uma artéria coronariana, então obviamente o fluxo sanguíneo é reduzido, se causar vasodilatação de vasos colaterais, acaba desviando o fluxo sanguíneo para outra região, nesse caso para área afetada isquêmica, então isso é benéfico. De que forma os fármacos chamados de nitratos orgânicos (depois disso tudo finalmente o oxido nítrico vai entrar na história, não aguentava mais kkkkk), como trinitrato de glicerina e mononitrato de isossorbida, são uteis no tratamento de doenças cardiovasculares? Primeiro eles aumentam o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, devido a vasodilatação, como esses compostos liberam em solução oxido nítrico, isso causa vasodilatação devido ao relaxamento da musculatura lisa vascular e isso tem um efeito benéfico, pois como eles causam vasodilatação de vários leitos vasculares indiscriminadamente, então os nitratos orgânicos acabam causando desvio do fluxo sanguíneo para área afetada isquêmica e isso causa melhoria. O trinitrato de glicerina (na forma de comprimido sublingual, pois sofre metabolismo de primeira passagem muito intenso) é usado para tratamento emergencial de crises de angina, ele causa uma vasodilatação muito rápida e melhora o fluxo sanguíneo para a área isquêmica do coração. Por outro lado, outros agentes vasodilatadores como o dipiridamol, que causam dilatação somente das grandes artérias e não nas pequenas, são problemáticos, pois pelo contrário, eles causam prejuízo o caso de isquemia, pois eles causam sequestro do fluxo sanguineo da região afetada, como eles causam dilatação de artérias de grande calibre, ele piora a situação, pois diminui ainda mais o fluxo sanguíneo da região afetada. Então nesse sentido os nitratos orgânicos são muito mais vantajosos do que outros vasodilatores, porque eles causam desvio do fluxo sanguíneo para a área afetada, causando vasodilatação em vários leitos vasculares. Além do mais, os doadores de oxido nítrico (nitratos orgânicos) reduzem o trabalho de pós-carga, pois eles reduzem a incidência vascular periférica, como eles são agentes vasodilatadores, acaba que o trabalho necessário para bombear o sangue pelo ventrículo esquerdo é muito menor quando se utiliza nitrato orgânico, do que sem. Isso tem um efeito benéfico, porque reduz o consumo de oxigênio do trabalho cardíaco, o que é problemático em uma pessoa com angina por exemplo. Os nitratos orgânicos aumentam a pré-carga, por causa da vasodilatação eles causam uma vasodilatação das veias pulmonares, por exemplo, e isso facilita a chegada de sangue arterial ao coração. Então os doadores de oxido nítrico são muito uteis principalmente no tratamento de emergências e profilático no caso da angina, sendo menos eficazes no caso do infarto, principalmente porque quando ocorre um infarto aquela região do coração já morreu então tem pouca utilidade. Além de mais a elevação de GMPc , inibe a agregação plaquetária , não se sabe ao certo, mas é possível que o uso de nitratos orgânicos também contribua para impedir a progressão da aterosclerose ( de formação de placa de gorduras e de trombos na parede do vaso). Inibidores da fosfodiesterase V - A sinalização do oxido nítrico é regulada por enzimas chamadas de fosfodiesterases, que hidrolisam o GMP cíclico. A fosfodiesterase V é uma isoforma de fosfodiesterases seletiva para o GMPc, então ela hidrolisa o GMPc assim o inativando. Existem alguns fármacos que atuam sobre a fosfodiesterase V, como a sildenafila e a talanafila , esses fármacos ao inibirem a fosfodiesterase V, eles aumentam a concentração citosólica de GMPc. E como consequência eles potencializam a via de sinalização do oxido nítrico. Esses fármacos são muito uteis no tratamento da hipertensão pulmonar, uma doença que geralmente leva a insuficiência do átrio e ventrículo esquerdos – lado esquerdo do coração -, porque ocorre constrição de certos vasos pulmonares, a longo prazo pode causar a morte, nesse âmbito os inibidores da fosfodiesterase V e também os doadores de oxido nítrico são uteis para tratar a sintomatologia, pois devido a maior quantidade de GMPc, vai causar vasodilatação dessas veias pulmonares. Além do mais, a sildenafila inicialmente foi utilizada no tratamento da hipertensão, mas não se mostrou muito eficaz, entretanto se observou que ela é eficaz no tratamento da disfunção erétil masculina, em que aparentemente a produção de oxido nítrico é importante para a dilatação dos corpos cavernosos, então se potencializa a produção de GMPc também é útil na disfunção erétil. O oxido nítrico inalatório – Ele é útil no tratamento da síndrome de angustia respiratória do adulto, essa é uma doença diferente da presente no recém- nascido, que é normalmente associada a imaturidade pulmonar com deficiência na produção de surfactantes, só que no individuo adulto normalmente a angustia respiratória acontece quando tem inflamação pulmonar. Considerando inflamação pulmonar, por exemplo, com a pneumonia e formação de edema, então vai ter liquido na superfície do alvéolo, nessas condições, literalmente o alvéolo encharca. Evidentemente o alvéolo encharcado, prejudica a troca gasosa, porque o oxigênio difunde muito pouco diretamente na superfície aquosa, por isso existem os surfactantes para quebrar a tensão superficial das moléculas de agua e isso facilita a difusão do oxigênio na membrana das células epiteliais alveolares. Obviamente se tem inflamação pulmonar e extravasamento de liquido/plasma por conta da permeabilidade vascular, isso acaba prejudicando a troca de oxigênio. Agora pode-se melhorar essa condição se causa broncodilatação, por exemplo, pela administração de oxido nítrico inalado. Esse oxido nítrico inalado ao aumentar a produção de GMPc causa o relaxamento da musculatura lisa bronco e isso aumenta o fluxo respiratório do alvéolos. Isso traz melhoria para a função respiratória. Existem algumas ferramentas experimentais que foram desenvolvidas, mas que não são utilizadas na clinica, como os inibidores seletivos da iNOS – a L-NMMA/L-NAME – essas drogas são análogas a arginina. Em modelos de insetos e camundongo, eles se mostraram promissores para o tratamento da hipotensão, eles aumentavam a sobrevida, reduziam a mortalidade, mas para tratamentos clínicos isso não se comprovou verdadeiro. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): Eles são chamados assim porque os fármacos corticoides (ou glicorticóides) são derivados do colesterol, então eles tem uma estrutura de esteroide, característica que os fármacos como a aspirina e o diclofenaco, que fazem parte desse grupo de não esteroidais, não apresentam. Acido araquidônico, COX-1 e COX-2: Para entender os alvos farmacológicos desses fármacos precisamos entender primeiramente como os mediadoreslipídicos são produzidos a partir de fosfolipídios da membrana. Muitos glicerofosfolipideos de membrana, que possuem um glicerol ligado a cadeia de acido graxo, apresentam na posição SN2 (posição esterificada numero 2) um acido graxo chamado de acido araquidônico. Existe um grupo de fosfolipases, que catalisam reações muito seletivas de hidrólise do acido araquidônico na posição SN2 de glicerofosfolipideos da membrana plasmática. As fosfolipases A2 aparentemente apresentam 3 isoformas identificadas: uma é a fosfolipases A2 citosólica dependente de elevação de cálcio intracelular, uma isoforma independente de cálcio cujo papel é muito questionável e uma fosfolipases A2 secretada que embora não pareça importante para produção inicial de acido araquidônico, parece ser importante para sustentar a produção continuada de acido araquidônico. A fosfolipases A2 dependente de cálcio é extremamente sensível a vias de sinalização celular, ela é regulada, por exemplo, pelo complexo cálcio com a calmodulina, por fosforilação, então ela é regulada por uma serie de estímulos. Estímulos estes que podem ser citosinas pro-inflamatórias, produtos bacterianos como o LPS, ativação de receptores Scry-1 por complexos IgE- antígeno na superfície de mastócitos, ativação mediada por receptores para moléculas quimiotáticas, como C5a, e outros, o interessante é que essa isoforma é estritamente regulada. Ocorreu a ativação da fosfolipases A2, ela cliva esse acido graxo e libera o acido araquidônico na célula, esse acido araquidônico ( ou acido hecoxatetranoico) é o percursor de todas as prostaglandinas e dos leucotrienos. As nossas prostaglandinas são geralmente derivadas do acido hecoxatetranoico, mas tem uma particularidade, os peixes tem um serie de ácidos graxos da serie ômega-3, que tem mais insaturações,então pessoas que se alimentam muito desses tipos de alimentos tem muita incorporação a partir do acido hecoxapentanoico. As prostaglandinas apresentam uma nomeação de acordo com o numero de insaturações, a maior parte das prostaglandinas que produzimos é da serie 2, pois possuem 2 insaturações, mas na suplementação da dieta com ômega-3, tem uma proporção considerável de prostaglandinas da serie 3. Especula-se que isso tem um bom efeito cardiovascular, pois aparentemente o tromboxano A3 ele tem uma potencial menor na indução da agregação plaquetária, mas isso ainda é neboluso (palavra que o ele adoraaa usar). O acido araquidônico liberado pela ação da fosfolipases A2 é um percursor da síntese das prostaglandinas devido a ação das duas isoformas de enzimas chamadas ciclooxigenases – COX 1 e COX 2 -, elas são muito parecidas tendo uma homologia de cerca de 61%, são muito similares uma com a outra e catalisam essencialmente a mesma reação química. Essas enzimas COX catalisam uma desoxigenação do acido graxo em seguida de uma peroxidação e ciclização da molécula, então como consequência o acido araquidônico é convertido em prostaglandinas G2 e depois em prostaglandinas H2. A prostaglandina H2 é um percursor de todas as classes de prostaglandinas (E2, F2-alfa, I2, tromboxano A2,...). Ai o que vai ser feito da prostaglandina H2 depende de cada tipo celular, por exemplo, o macrófago expressa grandes quantidades da tromboxano A2 sintase e da prostaglandina E sintase de forma que os macrófagos produzem basicamente prostaglandina E2 e tromboxano A2, já as plaquetas só expressam praticamente tromboxano A2 sintase e produzem tromboxano A2, já as células endoteliais produzem prostaciclina e expressam prostaciclina sintase. Então dependendo do tipo celular, vai ser produzido um ou mais tipos de prostaglandinas. Diferentes isoformas da ciclooxigenases: COX-1: - Constitutiva na maior parte dos tecidos, por exemplo, essa enzima é expressa de forma constitutiva nas células do epitélio gástrico e da mucosa gástrica. A COX-1 parece ser importante para a produção fisiológica e homeostática de prostaglandinas, por exemplo, na mucosa gástrica a produção de prostaglandinas H2 é importante para a síntese de prostaglandina E2 na mucosa gástrica e essa PGE2 agindo em receptores EP aumenta a produção de muco e ela inibe o bombeamento de prótons e cloreto (ou seja, HCl) pelas células parietais, como consequência a COX-1 constitutivamente expressa na mucosa gástrica é fundamental para a gastroproteção, ou seja, é um processo fisiológico para proteger a mucosa gástrica dos efeitos nocivos do excesso de acido clorídrico que pode ser gerado. Tanto que para indivíduos que fazem uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais que não são seletivos para a COX-2 essas pessoas invariavelmente desenvolvem gastrite, porque esse é mecanismo fisiológica protetor que depende da atividade da COX-1 gástrica. - Parece que a COX-1 e também a COX-2 nos rins tem um papel importante na produção de prostaglandinas vasodilatadoras, que se contrapõem aos efeitos vasoconstritores da angiotensina II e da norepinefrina, de forma que essa produção local nos rins de prostaglandinas é muito importante para a regulação do fluxo sanguíneo renal em pessoas hipertensas ou com insuficiência cardíaca. - Expressa em vários tecidos, papel no controle da produção de H+ e muco protetor gástrico, produção de prostaglandinas vasodilatoras nos rins. COX-2: - Didaticamente, a COX-2 é o alvo farmacológico porque ela é induzida durante a resposta inflamatória, por estímulos pró-inflamatórios, por exemplo, citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL-1-beta,...), produtos bacterianos (LPS, lipoproteínas bacterianas), todos esses agentes estimulam a expressão da COX-2 em células endoteliais, macrófagos, mastócitos. - Induzida por estímulos inflamatórios. - Envolvida na produção de prostaglandinas na resposta inflamatória. Importante alvo farmacológico dos anti- inflamatórios não esteroidais durante a resposta inflamatória. Exemplo.: Supondo que eu tenha uma faringite, devido a uma infecção por estreptococos, o estreptococos ele é reconhecido por macrófagos, induzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, isso induz a produção da COX-2 nos vasos sanguíneos das células endoteliais da faringe e nos macrófagos, essa COX-2 acaba sendo importante para a síntese de prostaglandinas e no tecido inflamado. O que é importante é as enzimas COX-1 e COX-2 são os alvos farmacológicos dos fármacos anti-inflamatórios não esteroidais, fármacos que são muito populares, tais como imezulina, dipirona, paracetamol, aspirina, ibuprofeno ( agora fala pelo menos de fármacos que eu conheço e consumo bastanteeee kkkkk). Todos esses fármacos são inibidores de alguma das ciclooxigenases, todos vão inibir a COX-2 e alguns com menor ou maior seletividade a COX-1. Todos esses fármacos inibem a síntese das prostaglandinas. Prostaglandinas: Elas receberam esse nome porque achava-se que elas fossem somente produzidas pela glândula da próstata, mas hoje sabe-se que as prostaglandinas são produzidas por praticamente todas as células do corpo: macrófagos, mastócitos, células endoteliais, neurônios, fibroblastos, células epiteliais e por ai vai. Os nomes das prostaglandinas foram dados de acordo com a caracterização da estrutura e usa-se uma nomenclatura através de letras, então as primeiras identificadas foram as prostaglandinas A, B e C, mas paradoxalmente estas prostaglandinas não tem nenhuma relevância fisiológica, porque eram produtos da decomposição da prostaglandinas E2 então elas nunca foram encontradas in vivo. Na nomenclatura das prostaglandinas, a letra diz respeito a ordem de classificação e o número diz respeito a quantidade de insaturações. E relação a nomenclatura dos receptores da Prostagladinas, o nome vai ser a letra da prostaglandinas + a letra P, exemplo: receptor da prostaglandinaD2 é o receptor DP. Prostagladinas mais importantes: PGD2 – Agonista de receptores DP e do CRTH-2, ambos receptores acoplados a proteína G e também do receptor TP ( receptor do TXA2 ). Um potente vasodilatador (causando vasodilatação agindo nos receptores DP), causa inibição da agregação plaquetária, relaxamento da musculatura gastrointestinal e uterina. A principal relevância dessa prostaglandina parece ser como vasodilatador. Além disso, ela também é quimiotáxica para certos leucócitos, como o eosinófilo e ela tem sido atribuída a patogênese da asma, parece que os leucócitos expressam o receptor e a PGD2 produzida por mastócitos recruta eosinófilos nas vias áreas em pacientes asmáticos e especula-se que isso contribua para promover a resposta inflamatória durante a asma alérgica. PGI2 (também chamada de prostaciclina) – Potente vasodilatador e potente inibidor da agregação plaquetária agindo em receptores IP, estimula a liberação de renina e promove a natriurese. Agonista de receptores IP. Bastante importante para a regulação da fisiologia vascular, nesse âmbito acreditava-se que os inibidores seletivos da COX-2 fossem uma verdadeira revolução no tratamento da dor inflamatória e da inflamação, porque como eles eram seletivos para a COX-2, eles não causavam gastrite praticamente, porque não inibiam a COX-1 na mucosa gástrica, só que o problema era que esses fármacos inibiam a síntese de prostaciclina pelas células endoteliais, então depois se observou que eles agravavam muito o risco de doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio, tanto que os fármacos altamente seletivos já não são mais comercializados. PGE2 – Receptores EP1-4 (quatro receptores para PGE2). Potente vasodilatador (cooperando com a PGD2 e a prostaciclina, causando aumento do fluxo sanguíneo local durante a resposta inflamatória), mediador importante da hiperalgesia inflamatória (potencialização dos efeitos da bradicinina), indução da febre (ação no hipotálamo), contração uterina (pouco relevante na espécie humano no trabalho de parto), facilitação da transmissão da dor por neurônios aferentes no corno dorsal posterior da medula. * Hiperalgesia inflamatória Algesia – processo que causa dor e hiper- elevação, ou seja, durante esse processo a dor inflamatória é amplificada basicamente pela síntese de PGE2. Embora a prostaglandina por si só não cause ativação das terminações nervosas nociceptivas, a PGE2 sinergiza com a bradicinina, então se tem uma pequena produção local de bradicinina (gerada durante a lesão vascular) e produção de PGE2, não só bradicinina porque outros estímulos causam dor também, mas particularmente a bradicinina, a prostaglandina vai amplificar muito a ativação das terminações nervosas e isso causa a dor. Exemplo 1.: Dor de dente - Uma dor que responde muito bem a anti-inflamatórios não esteroidais é a dor de dente, se a pessoa tem uma inflamação/infecção no canal, ela irá sentir uma dor absurda, mas essa dor irá melhorar com o anti- inflamatório não esteroidais, porque esse tipo de dor é causada por uma inflamação local, por exemplo, durante a infecção essa bactérias ativam a produção de citocinas, que leva ao aumento da expressão de COX-2 e a síntese de PGE2. Essa PGE2 amplifica a sinalização mediada durante a inflamação, por exemplo, pela bradicinina que é gerada localmente. Então quando ingere o anti-inflamatório não esteroidais, melhora bastante, mesmo que o prostaglandina por si só não cause dor, mas com a nibição da produção continuada a mesma, então como ela cooperada com a bradicinina potencializando a sua resposta, a dor inflamatória é diminuída. Exemplo 2.: Quando torce o tornozelo e dói só de encostar em algum local – A prostaglandina que é gerada localmente amplifica muito a nocicepção ( a ativação da terminação nervosa nociceptiva), mediada por exemplo pela bradicinina. Além do mais a prostaglandina é gerada na medula espinhal e a dor é um processo complexo que depende da medula, pessoas que sofreram uma lesão na medula em determinado estágio não percebem mais dor na perna nem através de um estimulo mecânico, porque na verdade a dor não é um fenômeno local, ela depende da conexão entre a terminação nervosa nociceptiva que é gerada com a lesão ( por exemplo, produção de bradicinina gerou a liberação de ATP, prótons, calor que vai ativar o neurônio e esse neurônio vai liberar mediadores químicos, entre eles a PGE2, e essa PGE2 vai atuar em terminações nervosas que vão até o tálamo e isso que faz perceber a dor ) com o SNC. Então os anti-inflamatórios não esteroidais, ao inibirem a COX-2, inibindo a síntese de PGE2, eles inibem essa facilitação da dor nesse neurônio nociceptivo isso localmente no local da lesão. Parece que na medula a COX-1 parece ser importante, embora alguns autores mostrem que o COX-2 também é induzida na hiperalgesia. NÃO FALOU DA FIGURA EXPLICITAMENTE, mas a figura fala de hiperalgesia só coloquei para vcs verem msm, pq tem essa figura em dois slides. *Febre – Supondo que está com dengue, se está infectado com o vírus da dengue, então os macrófagos e os monócitos vão produzir muitas citocinas pró-inflamatórias, essa citocinas, também são chamadas de pirógenos endógenos, porque eles causam febre. Existem também os pirógenos exógenos, exemplo o LPS, que é liberado pelas bactérias durante uma infecção bacteriana, isso ativa o sistema imunológico que pode atuar no macrófago para que ele produza citocinas pro- inflamatórias, ou ainda, pode agir no hipotálamo induzindo a produção da COX-2. Essa COX-2 é importante para a síntese da PGH2 e no hipotálamo é gerada a PGE2, ainda não bem o mecanismo envolvido, mas a produção global de PGE2 no hipotálamo causa um reajuste do ponto de regulação temporal, pois na condição de febre há um aumento do ponto de regulação temporal. Então se toma, por exemplo, aspirina, paracetamol, dipirona, diclofenaco, é inibida a COX-2 no hipotálamo, portanto inibindo a síntese de PGE2 no hipotálamo, e com isso não tem febre (inibindo a elevação da temperatura corporal). *TXA2 (tromboxano A2, tem esse nome por ser gerado por plaquetas durante a agregação plaquetária e formação de trombos) – Vasoconstrição, papel fundamental na agregação plaquetária, induzindo-a pela ligação ao receptor TP, broncoconstrição embora isso não pareça ser importante de doenças pulmonares. Agonista de receptores TP. *PGF2α – Contração do miométrio na musculatura lisa uterina na espécie humana, agonista de receptores FP. Parece ser pouco importante, pelo menos pelo que se sabe dos efeitos farmacológicos dos anti-inflamatórios não esteroidais. Mecanismo de ação dos fármacos anti-inflamatórios não esteroidais: Todos eles são inibidores competitivos com menor ou maior afinidade dos sítios catalíticos das ciclooxigenases-1 e/ou -2, se ligando ao sitio catalítico da enzima e inibindo a sua atividade, obviamente isso impede a produção de prostaglandinas H2 e como consequência de não produção de PGH2, não tem síntese também de outras prostaglandinas, pois a PGH2 é a percussora de todas elas. Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais são fármacos analgésicos, reduzindo a dor, mas só são eficazes para dores de fundo inflamatório, eles não são uteis nas dores neuropáticas, ou seja, por exemplo, dor associada a infecção pelo vírus da Herpes simples, que causa dor devido a infecção o vírus nos neurônios, esse tipo de dor não responde a esse tipo de farmaco, porque nesse caso a prostaglandina não parece ser importante para hiperfunção desses neurônios, parece que é a lesão que o vírus causa nas terminações nervosas que causa a dor. Esses fármacos também não são eficazes para a dor causada, por exemplo, na dordo membro fantasma, dor causada na região amputada, pois as prostaglandinas não estão presentes nesse tipo de dor, sim houve uma lesão neuronal. Também não são eficazes para as dores associadas a fibromialgia, também é um tipo de dor de fundo neuropático. Já na inflamação, as prostaglandinas são importantes, durante a inflamação macrófagos podem produzir prostaglandinas E2, as células endoteliais também e as prostaglandinas geram a hiperalgesia, principalmente a PGE2 produzida localmente, agindo em receptores EP nas terminações nervosas, amplifica a sinalização mediada pela bradicinina, facilitando a abertura de canais iônicos de sódio. Propagação de impulsos elétricos ao longo do tempo em uma terminação nervosa – A bradicinina sozinha causa uma propagação de impulsos em uma magnitude muito baixa, a prostaglandina E2 sozinha não causa nada praticamente. Mas se administrou PGE2 e depois a bradicinina, há uma grande diferença na magnitude dos impulsos nervosos nessa terminação nervosa, então a PGE2 potencializa muito o efeito da bradicinina. Efeitos terapêuticos dos anti-inflamatórios não esteroidais: Sinais cardinais da inflamação: Calor (a região inflamada aquece devido à vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo na região), rubor (a região fica avermelhada porque ocorre vasodilatação), tumor (porque ocorre à formação de edema, ou seja, há extravasamento de liquido dos vasos sanguíneos para a região ao redor) e dor (hiperalgesia). As prostaglandinas participam de todos esses processos, por isso que os fármacos que inibem a atividade das ciclooxigenases são chamados de anti-inflamatórios. Então todos os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais agem sobre todos esses processos, pois como a PGD2, a PGE2 e a prostaciclina causam vasodilatação, então como esses fármacos inibem a atividade catalítica da COX-1 ou da COX-2, eles inibem a formação das prostaglandinas e isso inibe a vasodilatação. Além do mais se aumenta o fluxo sanguíneo e a permeabilidade celular, vai aumentar a formação de edema, sendo que as prostaglandinas sozinhas não causam edema, mas elas cooperam com moléculas que causam edema como a bradicinina, histamina e outros. Como esses fármacos bloqueiam a produção das prostaglandinas vasodilatadoras, isso reduz o fluxo sanguíneo vascular e inibe a formação de edema. Além do mais, como inibe a produção de PGE2, também inibe a dor inflamatória (inibe a hiperalgesia). Embora esses fármacos sejam muito uteis para tratar as manifestações clinicas da inflamação, eles não tratam a condição, por exemplo, em indivíduos com artrite reumatoide, normalmente utilizam por toda a vida esses fármacos, pois elas têm uma doença autoimune que causa lesões nas articulações, e esses fármacos eles não tratam a lesão tecidual (eles não tratam o que causa os sintomas), mas sim as manifestações da resposta inflamatória, eles são eficazes para diminuir a dor, mas eles não vão bloquear a destruição da articulação nesse caso, ou seja, não são eficazes para tratar a progressão da doença. *Ação anti-inflamatória: Redução da vasodilatação – Inibição da produção de PGE2, PGI2 e PGD2, vasodilatadoras. Redução do edema e dor inflamatória. *Ação antipirética (reduzem a temperatura corporal durante a febre): Inibição da produção de PGE2 no hipotálamo, em resposta à ação de pirógenos como TNF, IL-1 e LPS. Bloqueio do mecanismo de reajuste da temperatura corporal em situações onde ocorre a febre, não interfere com a regulação homeostática da temperatura corporal. *Ação analgésica: Bloqueio da produção de PGE2 que potencializa ação da bradicinina nas fibras nociceptivas periféricas e age facilitando a transmissão de fibras de dor aferentes na medula. Efeitos adversos dos anti-inflamatórios não esteroidais: *Distúrbios gastrointestinais: Úlceras gástricas e sangramentos gastrointestinais. A produção de PGE2 pela COX-1 inibe a produção de H + gástrico e promove a produção de muco gastroprotetor. Para indivíduos que utilizam AINES não seletivos para a COX-2 ou que também inibem a COX-1, depois de um tempo irão desenvolver gastrite pela inibição da produção de PGE2 que teria um efeito gastroprotetor. Se toma, por exemplo, aspirina, que é um farmaco não seletivo, então acaba inibindo a produção de PGE2 e acaba diminuindo a produção de muco e aumentando a produção de acido clorídrico pelas células parietais. Esse processo é menos problemático para os AINES seletivos para a COX-2, como o valdecoxibe, etoricoxibe e rofecoxibe. Alguns estudos sugerem que o COX-2 também esteja envolvida na gastroproteção, mas em linhas gerais, os fármacos seletivos para COX-2 teriam pequena chance de causar gastrite, em alguns casos apenas agravando a gastrite que o próprio paciente já possua. Como uma forma alternativa, pode usar um AINE pouco seletivo que acaba inibindo em parte a COX-1, mas juntamente com outro farmaco que reduza a secreção de acido clorídrico, como o omeprazol que é um inibidor de bombas de prótons. *Efeitos renais adversos: Insuficiência renal aguda. Se o individuo não possui qualquer problema renal ou hipertensão, os AINES não são problemáticos, mas para indivíduos que possuem hipertensão, insuficiência cardíaca, lesão renal glomerular, os AINES podem ser um problema, porque parece que as COX-1 e COX-2 são expressas nas células justa glomerulares nos glomérulos renais e elas são importantes para a produção de prostaciclina e outras prostaglandinas vasodilatadoras. Essas prostaglandinas causam dilatação aumentando o fluxo sanguíneo local, o que se contrapõem aos efeitos vasoconstritores da angiotensina II e da noraepinefrina. Então aparentemente a produção de prostaglandinas aumenta em resposta ao aumento da atividade simpática e da atividade de ligação de angiotensina II. Elas causam vasodilatação nas arteríolas glomerulares e isso é importante para manter o fluxo sanguíneo renal, em condições de hipertensão, de redução do volume circulatório que ocorre na insuficiência cardíaca ou lesão renal. Então em pacientes hipertensos, os AINEs causam risco de causar insuficiência renal e agravar a doença cardíaca vascular, mas isso é um estado transitório. Problemas devido a inibição da produção de PGE2 e PGI2, que auxiliam na manutenção do fluxo sanguíneo compensatório à ação da noradrenalina e da angiotensina II. *Riscos de sangramentos: Os AINEs não seletivos para a COX-1 aumentam o risco potencial de sangramentos, sendo pouco perigoso no caso de pessoas saudáveis, que não usam anticoagulantes ou que não tenham problemas de diminuição do numero de plaquetas, mas é perigoso para pacientes com dengues e pacientes que fazem uso de anticoagulantes, como a varfarina. É menos problemático para os anti-inflamatórios em geral, pois a maior parte deles atua como inibidores competitivos reversíveis da COX-1, mas é muito mais perigoso para a aspirina. A aspirina causa acetilação irreversível em uma serina no sitio catalítico da COX-1 ou COX-2, nas células gerais é menos preocupante, pois estão sempre renovando as suas ciclooxigenases, mas as plaquetas por serem células anucleadas tem certa quantidade de ciclooxigenases que não é possível de ser renovada. Então se inibe a atividade da COX-1 pela aspirina, essa plaqueta não conseguirá produzir tromboxano A2 e isso é importante para a agregação plaquetária e menos preocupante para pessoas saudáveis, mas para indivíduos com dengue hemorrágica, a aspirina irá intensificar muito a hemorragia (Não usar esse medicamento em caso de suspeita de dengue –comercial – ahhhh faz sentido kkkkkk). As plaquetas também são importantes para a formação de trombos e para prevenir os sangramentos espontâneos. Inibição da produção de TXA2 devido à inibiçãoda COX-1 plaquetária. Muito relevante no caso da aspirina. *Distúrbios cardiovasculares graves: Observado no caso dos AINEs inibidores seletivos da COX-2. Eles foram desenvolvidos a certo tempo atrás e tinha muita esperança nesses fármacos como um grupo, pois eles inibiam a COX-2 que é responsável pela síntese de PGE2 durante a inflamação ( hiperalgesia, vasodilação, edema e febre) e quase sem inibir a COX-1, portanto não interferindo na agregação plaquetária e na síntese de PGE2 na mucosa gástrica. Então esses fármacos foram propostos para alivio da dor, mas sem causar os efeitos colaterais que os AINEs causavam. Foi possível desenvolver esses fármacos, pois a COX-1 não possui um bolso hidrofóbico volumoso no sitio catalítico, então se desenhasse uma molécula com um grupo hidrofóbico volumoso ela iria “encaixar” somente no sitio catalítico da COX-2, sem se ligar a COX-1, nesse âmbito que surge os grupos dos coxibs. Infelizmente, tudo na farmacologia ( e na vida também) tem os prós e os contras, então em estudos clínicos foi observado que esses fármacos aumentavam consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares graves, porque aparentemente esses fármacos inibem a produção de prostaglandinas vasodilatadoras pelas células endoteliais, mas esses fármacos não interferem com a produção de TXA2 gerada pelas plaquetas. Eles aumentam a produção de TXA2 e reduzem a produção de prostaciclina, como a prostaciclina causa vasodilatação e inibe a agregação plaquetária, especula-se que ao ingerir esses AINEs seletivos para a COX-2, o equilíbrio é quebrado e há a produção de prostaglandinas vasoprotetoras que medeiam vasodilatação e inibição da agregação plaquetária, então em indivíduos que já possuem problemas cardiovasculares, eles seriam agravados, pois haveria o desenvolvimento de placas de gordura na parede das artérias e formação de trombos nas artérias, então eles agravavam quadros como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Então, alguns deles não são mais comercializados, os mais seletivos para COX-2. Provavelmente associado à inibição seletiva da produção de PGE2 e PGI2, pela COX-2 induzida no endotélio, vasodilatadoras e no caso da PGI2 inibidora da agregação plaquetária. Exemplos de AINEs usados na clinica: Maior chance de distúrbios gástricos ↑ ↓ Maior chance de efeitos adversos cardiovasculares Os AINEs variam enormemente no grau de seletividade, mas todos eles inibem a C0X-2, até mesmo porque isso parece ser fundamental para os efeitos anti-inflamatórios, mas varia muito em relação a COX-1, existem desde aqueles com maior seletividade para COX-1 ( ceterolaco, maior chance de distúrbios gástricos) até os mais seletivos para a COX-2 ( maior chance de efeitos adversos cardiovasculares). AINEs particulares: * Aspirina: - Causa inibição competitiva irreversível das COX-1/2, devido à acetilação de uma serina do sítio catalítico, inibição das COX por tempo prolongado. Inibição da ativação do NFκB (efeitos anti-inflamatórios adicionais em relação aos AINEs, esse efeito é compartilhado com os outros salicilatos, como o acido salicilico) por meio da inibição da degradação do I κB. - Risco de sangramentos – Interação com varfarina e em patologias com desordens da coagulação, ex: dengue, febre amarela. Inibição prolongada da função plaquetária, porque as plaquetas não sintetizam novas COXs por serem células anucleadas. - Vantagem: Baixas dosagens, efeito benéfico antitrombótico, em indivíduos com distúrbios cardiovasculares, ex: infarto do miocárdio, progressão da angina. Ao reduzirem a agregação plaquetária, impedem a formação de trombos. - Intoxicação (salicismo): Somente em altas dosagens de aspirina ou de acido salicílico. Desacoplação da fosforilação oxidativa no musculo esquelético, aumento do consumo de O2, aumento da produção de CO2, alcalose respiratória, depressão do centro respiratório. Isso pode ser grave para causar coma e até morte. Pode ser tratado com bicabornato. * Paracetamol (Acetaminofen): - Fraca ação anti-inflamatória, muito pouco eficaz na redução da vasodilatação e da formação do edema, mas muito eficaz como analgésico e antipirético. - Metabolismo hepático citocromo p450 → Gera um composto extremamente tóxico o N-acetil-p-benzoquinona imina, que é um composto reativo com elétrons não emparelhados, esse composto se não for conjugado a glutationa é extremamente tóxico, se liga covalentemente a proteínas, causa lesão do DNA, peroxidação de lipídeos, então isso pode causar hepatite e inflamação renal. Mas esse composto só é gerado em altas doses de paracetamol ou quando tem uma disfunção hepática, como uma hepatite e há problemas na produção de glutationa. Isso pode ser revertido se coloca um agente redutor. - Toxicidade hepática e de túbulos renais, na ausência da glutationa. Náuseas, vômitos, lesão hepática.
Compartilhar