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Inclusão escolar de crianças com autismo

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1 
 
 
A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
Janiquele Coelho Martins 
Profª. Orientadora: Marta Teixeira do Amaral Montes 
 
 
RESUMO 
 
 
A inclusão escolar de crianças com autismo na educação infantil é um grande desafio, 
este estudo buscar analisar as mudanças produzidas pelas políticas de inclusão em 
relação ao acesso das crianças com autismo na escola, abordará o conceito de 
autismo, as políticas públicas existentes e a importância do envolvimento da escola, 
e família para atender as necessidades e garantir o acesso e permanência da criança 
com autismo no ambiente escolar. Abordará as adaptações no currículo que são 
importantes para desenvolver novos conhecimentos e comportamentos que auxiliam 
a autonomia do aluno com TEA (Transtorno do Espectro Autista). As questões dentro 
dessa temática comprovam a necessidade de que todos os envolvidos neste processo 
de inclusão, aceitem e compreendem a diversidade humana e contribua na construção 
de uma sociedade democrática e igualitária. Desta forma, o professor precisa ter um 
olhar atento às necessidades e particularidades de cada aluno, para que de fato esse 
aluno se sinta incluído, deve-se desenvolver nas crianças com autismo a convivência, 
os estímulos e suas capacidades interativas e principalmente estruturar a rotina da 
criança, pois mudanças podem influenciar em seu comportamento, todas as 
estratégias são fundamentais para que a criança autista consiga desenvolver dentro 
do aspecto social e também cognitivo, impedindo desta maneira, a exclusão e o 
isolamento continuo. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas 
bibliográficas em livros, revistas e artigos. Enfim, estudar o autismo e a inclusão 
contribui para ampliar o conhecimento na área e na construção de práticas 
pedagógicas inclusivas. 
 
 
 
Palavras-Chaves: Autismo - Inclusão escolar – Educação infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Ao longo do tempo as práticas educacionais no Brasil, foram baseadas em 
práticas sociais excludentes, as pessoas com deficiência, eram mantidas distantes da 
sociedade e não frequentavam as escolas regulares. Eram excluídas de todo e 
qualquer convívio social. Por longos anos foram vistos apenas sob os aspectos de 
caridade ou assistencialismo e não como sujeitos de direitos. 
Atualmente, o TEA -Transtorno do Espectro Autista e demais transtornos do 
desenvolvimento são assuntos muito discutidos na área da Educação, trata-se da 
inclusão escolar e como ela traz benefícios para a formação humana. O princípio 
relevante dessa iniciativa está baseado em um direito de todo ser humano, que é o 
acesso à educação e ensino. 
Neste sentido, o objetivo deste estudo é discutirmos a inclusão do aluno autista 
na Educação Infantil, pois é a primeira etapa a ser enfrentada pela criança com o 
diagnóstico comprovado do espectro. Sendo importante uma intervenção que 
favoreça positivamente o aluno no processo de acolhimento, inclusão, ensino e 
aprendizagem. 
A partir daí, surgem as perguntas que norteará este trabalho: Como possibilitar 
a inclusão do aluno portador do TEA (Transtorno do Espectro Autista) no ambiente 
escolar? Como trabalhar com o autismo na educação infantil? Quais mudanças 
precisam ser desenvolvidas? Qual o papel da família nesse momento? 
Buscando atender a tais questionamentos este trabalho apresenta um breve 
histórico contextualizando o autismo, a partir da abordagem da Educação Infantil e no 
processo de inclusão desses alunos. A metodologia adotada foi a bibliogáfica e 
qualitativa. 
Este estudo apresenta alguns autores como Marcelli (2009), Wing (1998), 
Rutter (1997), Sant´Ana (2005) que contextualizam o TEA (Transtorno do Espectro 
Autista) e principalmente abordam sobre as necessidades e a importância de discutir 
e reiterar para que a criança seja vista além de sua necessidade, favorecendo 
positivamente suas potencialidades e desenvolvimento. 
3 
 
 
Por isso, a importância da compreensão do TEA e seus desafios no âmbito 
pedagógico, a escola e os professores precisam proporcionar meios e condições 
favoráveis que estimule novas práticas que visam aprimorar o fazer pedagógico, 
assim como sua inserção escolar nos espaços de estudo regulares e mais 
especificamente na etapa da educação infantil. 
Certamente, isso potencializará a atuação dos professores, possibilitando a 
implantação de uma relação de confiança entre o aluno e o professor e assegurar a 
aprendizagem da criança com Autismo. 
 
 
 
 
4 
 
 
2. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) 
 
2.1 O que é o autismo 
Etimologicamente autismo vem da palavra de origem grega “autós” cujo 
significado é “próprio ou de si mesmo”, sendo reconhecido como uma disfunção 
neurológica que aparece ainda na infância, causando atrasos no desenvolvimento na 
interação social e na aprendizagem da criança. 
O autismo é um transtorno psicológico que compõe questões emocionais, 
sociais, afetivas, cognitivas e motoras. É um termo que engloba um grupo de 
enfermidades do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem algumas 
alterações e comprometimentos na fala, nos processos de interação social e 
comportamento. Muitos estudiosos e cientistas afirmam que O TEA não tem cura e 
suas causas ainda são incertas. 
Na educação a percepção da doença pode ser realizada por meio de diversas 
abordagens, isto é, sem produzir preconceitos, sendo importante um olhar sensível 
para com o aluno autista e compreender seu processo único de aprendizagem. As 
relações que o aluno autista estabelece consigo, com os outros e com o mundo, 
decorrem de forma diferenciada do padrão da normalidade, gerando desafios para 
quem trabalha na educação. 
 
3 – RESUMO DA HISTORICIDADE DO AUTISMO 
 
A síndrome do autismo foi descoberta na década de 1940, por dois médicos de 
origem austríaca Leo Kanner e Hans Asperger que trabalhavam separadamente. No 
começo, era considerado um aspecto de esquizofrenia, mas, em 1943 ganhou sua 
especificidade clínica. 
5 
 
 
Estima-se que existam cerca de 70 milhões de autistas no mundo. 
De acordo com Gómez e Terán o termo Autismo: 
 
O termo “Autismo” foi nomeado pelo psiquiatra Leo Kanner tendo como base 
a terminologia originalmente concebida por seu colega suíço Eugene Bleuler 
em 1911. Bleuler utilizou o termo “autismo” para descrever o afastamento do 
mundo exterior observado em adultos com esquizofrenia, que tendem a 
mergulhar em suas próprias fantasias e pensamentos. (Gómez e Terán 
(2014, p. 447) 
 
Leo Kanner foi quem definiu o termo autismo, quando percebeu 
comportamentos diferentes em algumas crianças, bem como dificuldades em 
estabelecer relações comunicativas, isolamento e resistência a mudanças. 
Um ano depois, Hans Asperger, relatou algumas semelhanças parecidas com 
a que foi descritas por seu colega, porém com algumas diferenças, crianças sem o 
atraso e desenvolvimento da linguagem e aparentemente mais inteligentes, o que 
acabou sendo classificado mais tarde como Síndrome de Asperger. 
Em 1949, o Dr. Hans Asperger, fez uso do termo “psicose autista”, 
mencionando assim, às crianças com comportamentos semelhantes ao autismo. 
 
Possivelmente, ambos os cientistas estiveram diante de grupos semelhantes, 
mas, devido às diferentes interpretações, foram formuladas as chamadas 
“síndrome de Asperger” e “autismo de Kanner”, para se referir a autismos de 
alto e baixo nível de funcionamento, respectivamente (GÓMEZ; TERÁN, 
2014, p.448). 
 
Anteriormente, em seus estudos Kanner identificou o autismo somente em 
indivíduos que não sofriam com retardo mental, mais tarde o mesmo identificou em 
algumas pessoas comretardo mental o quadro de autismo. Acreditava-se que o 
retardo mental era uma das características do autismo, entretanto nos tempos atuais 
sabe-se que, que o retardo mental não é uma característica do espectro. 
6 
 
 
Segundo Gómez e Terán: 
 
Atualmente, sabe-se que o retardo mental não é uma característica da 
síndrome autista. Entretanto, uma grande porcentagem de pessoas com 
autismo pode apresentar retardo mental como característica associada. 
Muitas vezes, por desconhecimento ou falta de “olho clínico”, ocorre uma 
confusão entre retardo mental e autismo (GOMÉZ; TERÁN, 2014, p. 450). 
 
Ao longo dos anos, foram vários estudos e pesquisas que contribuíram para a 
percepção e entendimento do que pode ser o autismo. Os pioneiros nas pesquisas 
foram Hans Asperger e Leo Kanner. Suas opiniões continuaram úteis para médicos e 
para as próximas três décadas. 
Resumidamente, foi a partir dos anos 60, 70 e 80 que a Educação foi vista 
como principal tratamento do autismo, com a criação de intervenções, procedimentos 
e o trabalho específico em centros educacionais preparados para o atendimento ao 
autismo, tendo como apoio a família de indivíduos autistas. 
Durante muito tempo o Asperger foi apontado como uma das condições do 
autismo, contudo, essa definição foi desconceituada com o lançamento do DSM-V, 
em 2013 em que insere o Asperger dentro do Transtorno do Espectro Autista. A quinta 
edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) da 
Associação Americana de Psiquiatria que determinou o uso do termo Transtorno do 
Espectro Autista (TEA), a ideia é classificar cada pessoa de acordo com o seu nível 
de dependência ou necessidade e estabelece três categorias: Autismo leve, 
moderado e severo. 
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) em sua 
5ª edição, diz: 
Com o lançamento da 5ª edição do DSM, os subtipos dos transtornos do 
espectro do autismo são eliminados. Os indivíduos são agora diagnosticados 
em um único espectro com diferentes níveis de gravidade. O DSM-V passa a 
abrigar todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico guarda-
chuva denominado Transtorno do Espectro Autista – TEA. A Síndrome de 
Asperger não é mais considerada uma condição separada e o diagnóstico 
para autismo passa a ser definido em duas categorias: alteração da 
comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e 
estereotipados (AUTISMO E REALIDADE, 2013). 
 
7 
 
 
 
Portanto, a causa do autismo ainda é desconhecida, estudos apontam para a 
existência de questões genéticas ou mesmo fatores ambientais que atuam na 
determinação da doença. É provável que seja uma combinação de fatores. Esse 
desconhecimento favorece muito as polêmicas, como em 1950-1960, quando o 
psicólogo Bruno Bettelheim falava que a causa do autismo seria a indiferença ou frieza 
da mãe, denominada “mãe-geladeira”, rótulo atribuído as mães de crianças autistas. 
Estudos da época revelaram que não havia relação. 
Em 2009 James Watson Biólogo Molecular, afirmou em um congresso que os 
genes que fornece habilidades intelectuais elevadas são os mesmos que favoreceriam 
o surgimento do autismo, o que não houve comprovações, como também 
especulações sobre vacinas também surgiram, mas foram desconsideradas ao longo 
dos anos. 
Recentemente, durante um congresso ocorrido em Baltimore em 2016, 
pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, relacionou o 
autismo com o uso do ácido fólico, vitamina que pode diminuir até 75% o risco de má 
formação no tubo neural do feto durante a gravidez, mas nada foi comprovado até o 
momento. 
É possível verificar que vários teóricos contribuíram para que fosse possível 
construir uma linha sobre a evolução do que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista). 
Apesar de muitas pesquisas, ainda há muito para se esclarecer no que diz respeito à 
questão da compreensão do autismo e suas causas. 
 
4 - A INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Ao trabalhar com crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é 
necessário compreender algumas limitações que elas apresentam, como: 
Hipersensibilidade auditiva (visual ou tátil), dificuldades de comunicação e interação 
social, como também as estereotipias (conhecido também como stims). Sabemos que 
estas são algumas características e que nem todos os autistas terão esses 
comportamentos, pois o processo de desenvolvimento das habilidades e 
8 
 
 
potencialidades, depende da interação e experiências que a criança trouxe ao longo 
da sua história de vida, da sua criação, acompanhamento médico e psicológico. 
Do mesmo modo é importante pensar em escolas de Educação Infantil que 
acolhem as crianças com suas diferenças e necessidades. 
Alves, enfatiza a importância do saber como forma de desenvolver a autonomia 
e a liberdade do aluno. 
 
Escolas que são gaiolas existem para que pássaros desaprendam a arte do 
voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu 
dono pode leva-los para onde quiser. Pássaros engaiolados tem sempre um 
dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. 
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam 
são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. 
Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos 
pássaros. O voo não pode ser ensinado, apenas encorajado (ALVES, 2004). 
 
Igualmente, a inclusão de autistas nas escolas públicas e privadas é muito 
importante, pois dessa forma, consegue-se despertar em todos os envolvidos, 
professores, alunos e funcionários, atitudes que geram empatia e respeito. 
Incluir não é só integrar. Cavaco diz: 
 
 [...] Não é estar dentro de uma sala onde a inexistência de consciencialização 
de valores e a aceitação não existem. É aceitar integralmente e 
incondicionalmente as diferenças de todos, em uma valorização do ser 
enquanto semelhante a nós com igualdade de direitos e oportunidades. É 
mais do que desenvolver comportamentos, é uma questão de 
consciencialização e de atitudes (CAVACO, 2014, p. 31). 
 
Neste sentido, Carvalho afirma: 
 
[...] para que, em nossas escolas, o ideal da integração de todos, ou da não 
exclusão de alguns, torne-se realidade, é preciso trabalhar todo contexto em 
que o processo deve ocorrer. Do contrário, corre-se o risco de contribuir para 
maiores preconceitos em torno dos deficientes. (CARVALHO, 1999, p. 37): 
 
Atualmente, há algumas diretrizes de atenção e reabilitação da pessoa com 
Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Em 2007 ocorreu eu Nova York a 
9 
 
 
Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e foi promulgada pelo Estado 
brasileiro, por meio do Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Que resultou em 
algumas mudanças de paradigmas referente as condutas oferecidas às pessoas com 
deficiência, nomeando a “acessibilidade” como ponto importante para a garantia dos 
direitos individuais. 
 
[...] tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual 
ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir 
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas (BRASIL, 2009). 
 
O Estado brasileiro tem buscado, por meio da formulação de políticas públicas, 
garantir a autonomia e a ampliação do acesso à saúde, à educação e ao trabalho dos 
portadores de Autismo, com o objetivo de melhorar as condições de vida das pessoas 
com deficiência. 
Assim, para que o processo de inclusão e aprendizagem ocorra de maneira 
efetiva na escola, é primordial que o trabalho com crianças autistas seja carregado de 
práticasintencionadas e eficientes. Pois, cada criança é diferente, independentemente 
se carrega consigo um diagnóstico de transtorno ou não. 
Identificar as necessidades de cada aluno é fundamental para instituir um 
processo de ensino e aprendizagem de qualidade, promovendo o desenvolvimento de 
habilidades e competências favoráveis e auxiliando no processo de adaptação da 
criança com autismo. 
Trabalhar com o autismo na educação infantil pode ser desafiador. No entanto, 
sabemos que é possível, se criarmos estratégias e práticas pedagógicas que 
favoreçam a socialização e promovam o ensino. 
 
4.1 Adaptações curriculares com significações 
 
Atualmente, existem Leis que precisam ser aplicadas, tudo em favor de um 
aprender eficiente. No Brasil, a importância de se pensar um currículo para a escola 
inclusiva teve maior dimensão após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da 
10 
 
 
Educação Nacional. Igualmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Especial na Educação Básica, aprovada em setembro de 2001 e a Política Nacional 
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada em 2008, 
como também a Lei Brasileira de Inclusão em 2015, resultaram em análises de como 
tais leis contemplam as adaptações e adequações necessárias e que favoreça um 
ensino de qualidade aos educandos com necessidades educacionais. 
De acordo com Monjón as adaptações institucionais necessitam de atributos 
que facilitam o processo de ensino e aprendizagem: 
 
“Ao tipo de agrupamento de alunos para realizar atividades de ensino e 
aprendizagem; a organização didática da aula - propõe conteúdos e objetivos 
que interessam ao aluno, como também diversificados para atendê-los diante 
das suas necessidades especiais; a organização dos períodos definidos para 
a execução das atividades previstas – propõe previsão de tempo diversificado 
para desenvolver os diversos tipos de elementos do currículo na sala de 
aula.” (Monjón 1995; p. 89). 
 
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão: 
 
II - Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições 
de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de 
serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e 
promovam a inclusão plena. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.12) 
 
V – Adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com 
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a 
aprendizagem em instituições de ensino. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, 
p.13) 
 
Do mesmo modo, citamos aqui o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) 
que é um documento importante da inclusão escolar, pois, através dele, o aluno com 
deficiência é avaliado e todo o planejamento é elaborado. Neste documento 
estratégias específicas são elaboradas, levando-se sempre em consideração as 
capacidades e habilidades do aluno, respeitando sempre suas limitações. 
O Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é amparado pela Lei Brasileira de 
Inclusão (Lei 13146/2015) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 
11 
 
 
9394/1996). Ele orienta a escola no atendimento de alunos com deficiência. Por isso, 
o PDI é uma ferramenta que contribui para garantir a acessibilidade na escola. 
A Lei Brasileira de Inclusão no capítulo IV, Art. 28. diz: 
 
VII - Planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de 
atendimento educacional especializado, de organização de recursos e 
serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de 
recursos de tecnologia assistiva. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13) 
 
Diante disso, o conceito de adaptações curriculares é considerado como 
estratégias que viabilizam a prática docente, e que ao mesmo tempo oportunizam 
decisões que combinam com a ação educativa escolar e às características específicas 
de aprendizagem dos alunos portadores do Transtorno do Espectro Autista. 
 
4.2 A formação do docente para a escola inclusiva 
 
Na atualidade, a inclusão e a diversidade humana têm sido a causa para a 
busca de estudos. Motivando também a formação dos professores dentro de uma 
perspectiva de práticas inclusivas. Auxiliando e ressignificando o saber docente, 
principalmente no que diz respeito às diferenças individuais, sabemos que a 
diversidade adentra os muros da escola, ou seja, é preciso repensar, demonstrando 
a necessidade de se buscar condições favoráveis à construção de uma educação 
efetivamente inclusiva. 
A ação pedagógica se caracteriza dentro da perspectiva de um continuado 
processo de formação, pautado em novos e diferentes saberes, os professores devem 
reconstruir em novas concepções e práticas. 
O saber e o fazer docente são fundamentais na construção da inclusão 
educacional, como sugere a legislação, que em seu movimento universal considera a 
educação para todos. Por isso que a formação e os saberes produzidos pelos 
professores são importantes no atendimento às diferentes necessidades educacionais 
dos alunos, princípio afirmado também pela Declaração de Salamanca (UNESCO, 
1994). 
12 
 
 
É crescente a diversidade dentro do ambiente escolar, o professor é um agente 
fundamental no processo de inclusão. 
A esse respeito, Pimenta afirma que: 
 
A formação de professores reflexivos compreende um projeto humano 
emancipatório [...] as escolas de formação de professores necessitam ser 
preconcebida com esferas contrapúblicas de modo a propiciarem a formação 
de professores com consciência e sensibilidade social. Para isso, educa-los 
como. Intelectuais críticos capazes de ratificar e praticar o discurso da 
liberdade e da democracia. (PIMENTA, 2002, p.31) 
 
O professor e a escola precisam se inserir dentro de uma proposta 
humanizadora de ensino, que entenda que o ambiente escolar deve ser um local que 
aceite e acolha as minorias independente de cor, etnia, gênero, classe e também as 
limitações individuais. 
É necessário a adoção de práticas pedagógicas inclusivas e a formação dos 
professores, conforme a Lei Brasileira de Inclusão: 
 
X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação 
inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o 
atendimento educacional especializado. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, 
p.13) 
 
XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento 
educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias 
intérpretes e de profissionais de apoio. (Lei Brasileira de Inclusão 2015, p.13) 
 
É fundamental que as ações e as práticas pedagógicas sejam ricas em 
experiências educativas, transformando a necessidade do aluno em um gosto pela 
busca do conhecimento. 
 
4.3 A importância da relação família e escola para a inclusão 
 
Do mesmo modo, a dinâmica dentro deste processo de inclusão e a tríade 
escola, família e aluno, servirá como base para sustentar as práticas pedagógicas, 
especialmente as inclusivas. 
13 
 
 
Por este motivo, a família e a escola, precisam desenvolver um diálogo 
fortalecido, que favoreça o trabalho e as várias formas de enfrentamento, 
possibilitando todas as ações, estimulando sempre o aluno a manter-se focado em 
sala. 
A família e a escola possuem um papel fundamental na compreensão do 
transtorno e na maneira de lidar com o portador do Autismo, o que faz muita diferença 
nos resultados esperados. A partir desta perspectiva é possível identificar também os 
graus de acometimento, a idade do diagnóstico e sua evolução. 
A Declaração de Salamanca é um documento elaborado na Conferência 
Mundial sobre Educação Especial, na cidade de Salamanca/Espanha,em 1994, com 
o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a inclusão social nas esferas políticas e 
educacionais. Este documento foi redigido por um grupo internacional de especialistas 
sob o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura (Unesco), é considerado um dos principais documentos mundiais que visam 
a inclusão social, sendo a principal referência simbólica no assunto. 
A Declaração de Salamanca, enfatiza no seu parágrafo 6º: 
 
O sucesso delas [das escolas inclusivas] requer um esforço claro, não 
somente por parte dos professores e dos profissionais na escola, mas 
também por parte dos colegas, pais, famílias e voluntários. (DECLARAÇÃO 
DE SALAMANCA p. 5) 
 
E no parágrafo 59º: 
 
Uma parceria cooperativa e de apoio entre administradores escolares, 
professores e pais deveria ser desenvolvida e pais deveriam ser 
considerados enquanto parceiros ativos nos processos de tomada de 
decisão. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA p. 14) 
 
Por todas essas razões, a família e a escola enquanto parceiros, precisam ser 
atuantes no campo da educação inclusiva, para assim, realizar com mais acerto todas 
as especificidades que compõe a inclusão. 
 
14 
 
 
5 - CONCLUSÃO 
 
O Autismo é uma condição de nascimento, sabe-se que não é desenvolvido 
ao longo da vida, pois os fatores que intensificam sua aparição são relacionados a 
fatores genéticos e ambientais. 
Para lidar com o autismo na educação infantil, a escola precisa oferecer 
projetos de inclusão que promovam o acolhimento dos alunos autistas, possibilitando 
as práticas de inclusão. 
É importante que os espaços e as práticas pedagógicas favoreçam o trabalho 
e que as mesmas oportunidades oferecida aos outros alunos sejam também 
oportunizadas aos alunos de inclusão, mesmo que seja necessário adaptações. 
Torna-se relevante a busca de estudos voltados para a formação do 
profissional da educação frente às políticas de inclusão escolar. 
Além disso, para que se tenha uma educação inclusiva, é importante 
considerar cada aluno na sua subjetividade, criando assim, um plano de 
desenvolvimento individual (PDI) que facilite a sua aprendizagem. 
A escola precisa acolher todos os alunos com suas particularidades e 
espeficidades e ainda se referindo principalmente àqueles que possuem deficiência 
física. 
Assim, a melhor forma de de inserir os projetos e planos de inclusão é atuar 
no coletivo e oportunizar momentos de respeito e conscientização frente a 
diversidade, para que as crianças e toda comunidade escolar entendam o que é o 
autismo. Estimulando, dessa forma a percepção do conjunto de diferenças que 
compôe a diversidade. 
Certamente, isso só será possível se toda a equipe pedagógica, participar 
ativamente no desenvolvimento das diretrizes que envolvam o trabalho inclusivo. 
Enfim na esfera educacional, a inclusão envolve um processo de 
reestruturação e reforma. Com o objetivo sempre de assegurar que todos os alunos 
sejam eles autistas ou não, tenham acesso a uma infinidade de oportunidades 
educacionais e sociais ofertada pela escola e com a significação influente de impedir 
a segregação e o isolamento de qualquer criança. 
 
 
15 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ALVES, R. Gaiolas ou asas: a arte do voo ou a busca da alegria de aprender. 
Porto: Edições Asa, 2004. 
 
BATISTA, C. R., BOSA, C. e cols. Autismo e Educação: reflexões e proposta de 
intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
 
BELISARI http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf O JUNIOR, J.F. 
A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: transtornos globais do 
desenvolvimento. Brasília: MEC; Secretaria da Educação Especial; Fortaleza: UFC, 
2010. 
 
BOTTGER, A.R.S.; LOURENÇO, A.C.; CAPELLINI, V.L.M.F. O professor da 
Educação Especial e o processo de ensino-aprendizagem de alunos com 
autismo. Revista de Educação Especial, v.26, n.46, maio/ago. 2013. Disponível 
em:<https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/5833/pdf> Acesso 
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