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Livro Eletrônico
Aula 02
Contabilidade Geral - Pronunciamentos Contábeis p/ CFC 2018.1 (Bacharel em
Contábeis) Consulplan
Professor: Gilmar Possati
05948618374 - Girlene Oliveira
CONTABILIDADE GERAL: PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS p/ EXAME CFC 2018.1 
Aula 02 
 
 
 
 
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Sumário 
 
1. CPC 05 ± Divulgação sobre Partes Relacionadas 2 
2. CPC 06 ± Operações de Arrendamento Mercantil 20 
3. Questões comentadas 55 
4. Resumo 86 
5. Lista das Questões Apresentadas 89 
6. Gabarito 108 
AULA 2: CPC 05 (NBC TG 05) - Divulgação sobre Partes 
Relacionadas 
CPC 06 (NBC TG 06) - Operações de Arrendamento Mercantil 
05948618374 - Girlene Oliveira
CONTABILIDADE GERAL: PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS p/ EXAME CFC 2018.1 
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Pessoal, hoje vamos estudar mais dois pronunciamentos contábeis: 
 
CPC 05 (R1) ± Divulgação sobre Partes Relacionadas 
CPC 06 (R1) ± Operações de Arrendamento Mercantil 
 
Bons estudos! 
Gilmar Possati 
prof.possati@gmail.com 
 
 
Curta a nossa página e fique ligado(a) em todas as nossas atividades. 
www.facebook.com.br/profgilmarpossati 
 
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com muitas dicas, análises, questões comentadas, promoções e muito mais. 
 
 
 
05948618374 - Girlene Oliveira
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Galera, diferente dos Pronunciamentos que estudamos até agora, o CPC 
05 não é muito exigido em provas, porém é claro que temos que saber os 
principais pontos que podem frequentar as provas. Avante! 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
EP�SULPHLUR�OXJDU�GHYHPRV�VDEHU�TXDO�D�GHILQLomR��R�TXH�VLJQLILFD�³SDUWHV�
UHODFLRQDGDV´�� 
 
Segundo o CPC 05, parte relacionada é a pessoa ou a entidade que está 
relacionada com a entidade que está elaborando suas demonstrações 
contábeis. 
 
Nesse sentido: 
 
A - Uma pessoa, ou um membro próximo de sua família, está relacionada 
com a entidade que reporta a informação se: 
 
(i) tiver o controle pleno ou compartilhado da entidade que reporta a 
informação; 
 
(ii) tiver influência significativa sobre a entidade que reporta a 
informação; 
 
(iii) for membro do pessoal chave da administração da entidade que 
reporta a informação ou da controladora da entidade que reporta a 
informação. 
 
B - Uma entidade está relacionada com a entidade que reporta a 
informação se qualquer das condições abaixo for observada: 
 
(i) a entidade e a entidade que reporta a informação são membros 
do mesmo grupo econômico (o que significa dizer que a controladora e 
cada controlada são interrelacionadas, bem como as entidades sob 
controle comum são relacionadas entre si); 
CPC 05 (R1) ± Divulgação sobre Partes Relacionadas 
 
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(ii) a entidade é coligada ou controlada em conjunto (joint venture) 
de outra entidade (ou coligada ou controlada em conjunto de entidade 
membro de grupo econômico do qual a outra entidade é membro); 
(iii) ambas as entidades estão sob o controle conjunto (joint 
ventures) de uma terceira entidade; 
(iv) uma entidade está sob o controle conjunto (joint venture) de uma 
terceira entidade e a outra entidade for coligada dessa terceira entidade; 
(v) a entidade é um plano de benefício pós-emprego cujos 
beneficiários são os empregados de ambas as entidades, a que reporta a 
informação e a que está relacionada com a que reporta a informação. Se 
a entidade que reporta a informação for ela própria um plano de benefício 
pós-emprego, os empregados que contribuem com a mesma serão 
também considerados partes relacionadas com a entidade que reporta a 
informação; 
(vi) a entidade é controlada, de modo pleno ou sob controle conjunto, 
por uma pessoa identificada na letra A; 
(vii) uma pessoa identificada na letra A (i) tem influência significativa 
sobre a entidade, ou for membro do pessoal chave da administração da 
entidade (ou de controladora da entidade); 
(viii) a entidade, ou qualquer membro de grupo do qual ela faz parte, 
fornece serviços de pessoal-chave da administração da entidade que 
reporta ou à controladora da entidade que reporta. 
 
Segundo o CPC 05, não são partes relacionadas: 
 
(a) duas entidades simplesmente por terem administrador ou outro 
membro do pessoal chave da administração1 em comum, ou porque um 
membro do pessoal chave da administração da entidade exerce 
influência significativa sobre a outra entidade; 
(b) dois empreendedores em conjunto simplesmente por compartilharem 
o controle conjunto sobre um empreendimento controlado em conjunto 
(joint venture). 
 
Sei que você não absorveu quase nada dessa montanha de teoria, não é 
mesmo? Pois é... vida de estudante de CPCs não é fácil... 
 
 
1 Pessoal chave da administração são as pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo planejamento, 
direção e controle das atividades da entidade, direta ou indiretamente, incluindo qualquer administrador 
(executivo ou outro) dessa entidade. 
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Ciente dessa realidade (será?), o próprio CPC nos deu uma mãozinha, 
pois trouxe alguns exemplos, os quais (obviamente) adaptamos para 
torná-los mais fáceis de serem compreendidos... 
 
Vamos, então, a esses exemplos que, espero, possam te ajudar a 
YLVXDOL]DU�PHOKRU�R�TXH�p�FRQVLGHUDGR�³3DUWHV�5HODFLRQDGDV´�H�R�TXH�QmR�
é! 
 
Exemplo 1 - Coligadas e controladas 
 
A entidade controladora detém o controle das entidades A, B e C e exerce 
influência significativa sobre as entidades 1 e 2. A controlada C exerce 
influência significativa sobre a coligada 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusões: 
 
1. Para fins das demonstrações contábeis separadas e individuais, as 
controladas A, B e C e as coligadas 1, 2 e 3 são consideradas partes 
relacionadas. 
 
Assim, temos: 
 
Para fins das demonstrações contábeis da controlada A, a controladora, 
as controladas B e C e as coligadas 1, 2 e 3 são consideradas partes 
relacionadas. 
 
 
Controladora 
Controlada A Controlada B 
Controlada C 
Coligada 2 
Coligada 3 
Coligada 1 
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Para fins das demonstrações contábeis separadas e individuais da 
controlada B, a controladora, as controladas A e C e as coligadas 1, 2 e 
3 são consideradas partes relacionadas. 
 
Para fins das demonstrações contábeis da controlada C, a controladora, 
as controladas A e B e as coligadas 1, 2 e 3 são consideradas partes 
relacionadas. 
 
Para fins das demonstrações contábeis das coligadas 1, 2 e 3, a 
controladora e as controladas A, B e C são consideradas partes 
relacionadas. 
 
Para fins das demonstrações contábeis consolidadas da controladora, as 
coligadas 1, 2 e 3 são consideradas partes relacionadas com o grupo 
econômico. 
 
2. As coligadas 1, 2 e 3 não são consideradas partes relacionadas entre 
elas. 
 
Exemplo 2 - Pessoal chave da administração 
 
A pessoa X detém 100% de investimento na entidade A e é membro do 
pessoal chaveda administração da entidade C. A entidade B detém 100% 
de investimento na entidade C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusões: 
 
1. Para fins das demonstrações contábeis da entidade C, a entidade A é 
parte relacionada com a entidade C em função de a pessoa X controlar a 
entidade A e ser membro do pessoal chave da administração da entidade 
C. 
 
Para fins das demonstrações contábeis da entidade A, a entidade C é 
parte relacionada com a entidade A em função de a pessoa X controlar a 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Controle Controle 
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entidade A e ser membro do pessoal chave da administração da entidade 
C. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Para fins das demonstrações contábeis da entidade C, a entidade A 
também é parte relacionada com a entidade C se a pessoa X for membro 
do pessoal chave da administração da entidade B e não for da entidade C. 
 
Para fins das demonstrações contábeis da entidade A, a entidade C 
também é parte relacionada com a entidade A se a pessoa X for membro 
do pessoal chave da administração da entidade B e não for da entidade C. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Ademais, as possíveis situações descritas nos itens 1 e 2 acima 
produzem os mesmos efeitos se a pessoa X controlar de modo 
compartilhado (conjunto) a entidade A. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Controle Controle 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Controle Controle 
Entidade A e Entidade C são partes relacionadas 
Entidade A e Entidade C são partes relacionadas 
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4. Se a pessoa X exercer tão somente influência significativa sobre 
a entidade A e não controlá-la de modo pleno ou em conjunto, então as 
entidades A e C não são consideradas partes relacionadas uma da 
outra. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Influência 
Significativa 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Controle 
Compartilhado 
 
Controle 
Compartilhado 
 
Entidade A e Entidade C são partes relacionadas 
Controle 
Pessoa X 
Entidade A 
Entidade B 
Entidade C 
Controle 
Compartilhado 
 
Controle 
Compartilhado 
 
Entidade A e Entidade C são partes relacionadas 
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5. Para fins das demonstrações contábeis consolidadas da entidade B, a 
entidade A é parte relacionada como grupo econômico, se a pessoa X for 
membro do pessoal chave da administração do grupo. 
 
 
Exemplo 3 ± Pessoa como investidora 
 
A pessoa X tem investimento na entidade A e na entidade B 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusões 
 
1. Para fins das demonstrações contábeis da entidade A, se a pessoa X 
controlar, de modo pleno ou em conjunto, a entidade A, a entidade B é 
considerada parte relacionada da entidade A quando X controlar, de modo 
pleno ou em conjunto, ou exercer influência significativa sobre a entidade 
B. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Se a pessoa X exercer influência significativa sobre ambas as entidades 
A e B, as entidades A e B não são consideradas partes relacionadas uma 
NÃO são partes relacionadas 
Pessoa X 
Entidade A Entidade B 
Entidade A Entidade B 
Pessoa X 
Controle Pleno 
ou Conjunto 
Entidade A e Entidade B são partes relacionadas 
Controle Pleno 
ou Conjunto 
ou influência 
significativa 
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da outra. 
 
Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo 4 ± Membros próximos à família detentora de holding de 
investimentos 
 
A pessoa X é sócia de Y. A pessoa X tem investimento na entidade A e a 
pessoa Y tem investimento na entidade B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusões 
 
1. Para fins das demonstrações contábeis da entidade A, se a pessoa X 
controlar, de modo pleno ou em conjunto, a entidade A, a entidade B é 
considerada parte relacionada com a entidade A quando a pessoa Y 
controlar, de modo pleno ou em conjunto, ou exercer influência 
significativa sobre a entidade B. 
 
Para fins das demonstrações contábeis da entidade B, se a pessoa X 
controlar, de modo pleno ou em conjunto, a entidade A, a entidade A é 
considerada parte relacionada com a entidade B, quando a pessoa Y 
controlar, de modo pleno ou em conjunto, ou exercer influência 
significativa sobre a entidade B. 
Entidade A Entidade B 
Pessoa X 
Influência 
significativa 
Influência 
significativa 
NÃO são partes relacionadas 
Pessoa X Pessoa Y 
Entidade A Entidade B 
Sócia 
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Ilustrando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Se a pessoa X exercer influência significativa sobre a entidade A e a 
pessoa Y exercer influência significativa sobre a entidade B, as entidades 
A e B não são consideradas partes relacionadas uma da outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse ponto já foi exigido pela FGV. 
 
 
1. (FGV/Analista Legislativo/Contabilidade/CM Caruaru/2015) João possui 
investimentos na Cia. J enquanto Maria possui investimentos na Cia. M. 
João e Maria são sócios em uma empresa holding que não possui 
participação nas Cias. J e M. 
 
Pessoa X Pessoa Y 
Entidade A Entidade B 
Controle Pleno 
ou Conjunto 
Controle Pleno 
ou Conjunto 
ou influência 
significativa 
Entidade A e Entidade B são partes relacionadas 
Sócia 
Pessoa X Pessoa Y 
Entidade A Entidade B 
Influência 
significativa 
Sócia 
Influência 
significativa 
NÃO são partes relacionadas 
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De acordo com o pronunciamento técnico CPC 05 (R1) ± Divulgação sobre 
Partes Relacionadas, assinale a opção em que a Cia. M e a Cia. J não são 
partes relacionadas. 
a) João controla de modo pleno a Cia. J e Maria controla de modo pleno a 
Cia. M. 
b) João controla em conjunto a Cia. J e Maria exerce influência 
significativa sobre a Cia. M. 
c) João controla em conjunto a Cia. J e Maria controla em conjunto a Cia. 
M. 
d) João controla de modo pleno a Cia. J e Maria controla em conjunto a 
Cia. M. 
e) João exerce influência significativa sobre a Cia. J e Maria exerce 
influência significativa sobre a Cia. M. 
 
Segundo o CPC 05, não são partes relacionadas: 
 
(a) duas entidades simplesmente por terem administrador ou outro 
membro do pessoal chave da administração em comum, ou porque um 
membro do pessoal chave da administração da entidade exerce 
influência significativa sobre a outra entidade; 
(b) dois empreendedores em conjunto simplesmente por compartilharem 
o controle conjunto sobre um empreendimento controlado em conjunto 
(joint venture) 
 
Adaptando nossoexemplo a essa excelente questão, temos: 
 
Se a pessoa X (João) exercer influência significativa sobre a entidade A 
(Cia. J.) e a pessoa Y (Maria) exercer influência significativa sobre a 
entidade B (Cia. M.), as entidades A e B (Cias. J e M) não são 
consideradas partes relacionadas uma da outra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pessoa X 
(João) 
Pessoa Y 
(Maria) 
Entidade A 
(Cia. J.) 
Entidade B 
(Cia. M.) 
Influência 
significativa 
Sócia 
Influência 
significativa 
NÃO são partes relacionadas 
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Gabarito: E 
 
 
 
 
 
Exemplo 5 ± Entidade que exerça controle compartilhado 
(venturer) 
 
A entidade A controla de modo conjunto a entidade B e, 
simultaneamente, exerce influência significativa e controla de modo 
conjunto a entidade C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusões 
 
1. Para fins das demonstrações contábeis da entidade B, a entidade C é 
considerada parte relacionada com a entidade B. Similarmente, para fins 
das demonstrações contábeis da entidade C, a entidade B é considerada 
parte relacionada com a entidade C. 
 
Galera, se mesmo com os exemplos não ficou muito claro, tenho uma 
dica (ufa!) que pode ser muito útil. 
 
#ficaadica Æ Sempre que se deparar com uma questão em que 
são exigidos exemplos de partes relacionadas, procure a opção 
que possua as seguintes palavras-chave: controle, influência 
significativa, grupo econômico, coligadas, controladas, pessoal-
chave, entre outras. 
 
Já usamos essa técnica das palavras-chave em nosso curso... aqui apenas 
adaptamos! Vamos ver como isso é útil na prática? 
 
 
 
Entidade A 
Entidade B Entidade C 
Controle 
Conjunto 
Controle 
Conjunto e 
Influência 
significativa 
 
Entidade B e Entidade C são partes relacionadas 
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2. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/SEFAZ-SP/2009) São consideradas 
operações com partes relacionadas 
a) as compras ou as vendas de bens realizadas com fornecedores 
diversos. 
b) o pagamento de dividendos a acionistas minoritários. 
c) o fornecimento de garantias, avais ou fianças a empresas coligadas. 
d) o adiantamento a empregados e a fornecedores. 
e) os contratos de seguros e benefícios a empregados. 
 
Pessoal, vamos repetir aqui nossa dica: sempre que se deparar com uma 
questão em que são exigidos exemplos de partes relacionadas, procure a 
opção que possua as seguintes palavras-chave: controle, influência 
significativa, grupo econômico, coligadas, controladas, pessoal-chave, 
entre outras. 
 
Veja que somente com esse raciocínio nós podemos acertar esta questão. 
Observe que a única opção em que há uma palavra-chave (coligadas) 
OLJDGD� D� SDUWHV� UHODFLRQDGDV� p� D� ³&´�� $V� GHPDLV� RSo}HV� VmR� DSHQDV�
invenções da mente fértil do examinador. 
 
Gabarito: C 
 
Vamos ver mais uma questão... 
 
3. (FCC/Analista/CVM/2003) De acordo com as Normas Brasileiras de 
Contabilidade, são consideradas partes relacionadas da companhia 
 
a) o cônjuge ou companheiro(a) de acionistas com direito a voto. 
b) entidades que tenham com a companhia um diretor em comum, que 
não possa ser capaz de afetar as diretrizes de ambas as sociedades nas 
transações entre si. 
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c) pessoas-chave de sua administração, isto é, pessoas que têm 
autoridade e responsabilidade de planejar, dirigir e controlar as atividades 
da sociedade. 
d) financiadores, companhias de utilidade pública, sindicatos e órgãos e 
agências governamentais, no curso de suas transações normais com a 
entidade. 
e) pessoas físicas ou jurídicas que ela tenha possibilidade de contratar em 
condições de comutatividade e independência. 
 
Vamos aplicar a nossa técnica da palavra-chave? E aí... qual a única 
opção que nos remete a alguma palavra-chave ligada a partes 
UHODFLRQDGDV"�%LQJR��2SomR�³&´�QD�YHLD��9HMD�TXH�HOD�IDOD�HP�³pessoas-
chave´� 
 
Gabarito: C 
 
Meus camaradas, com essa dica superamos o primeiro grande ponto de 
exigência do CPC 05: saber identificar exemplos do que é considerado 
parte relacionada e o que não é... 
 
Vamos agora estudar outro ponto de grande exigência do CPC 05: 
divulgação das partes relacionadas. 
 
 
DIVULGAÇÃO DAS PARTES RELACIONADAS 
 
Objetivamente, devemos saber o seguinte sobre esse ponto: 
 
Segundo o CPC 05, os relacionamentos entre controladora e suas 
controladas devem ser divulgados independentemente de ter havido ou 
não transações entre essas partes relacionadas. 
 
A entidade deve divulgar o nome da sua controladora direta e, se for 
diferente, da controladora final. Se nem a controladora direta tampouco a 
controladora final elaborarem demonstrações contábeis consolidadas 
disponíveis para o público, o nome da controladora do nível seguinte da 
estrutura societária que proceder à elaboração de ditas demonstrações 
também deve ser divulgado. 
 
Veja como o CESPE exigiu esse ponto. 
 
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4. (CESPE/Analista/Contabilidade e Finanças/FUNPRESP-EXE/2016) Não 
ocorrendo transações entre as partes relacionadas, a divulgação do nome 
da controladora direta pela empresa controlada supre a divulgação do 
nome da controladora final. 
 
Para fixar! Segundo o CPC 05, os relacionamentos entre controladora e 
suas controladas devem ser divulgados independentemente de ter 
havido ou não transações entre essas partes relacionadas. 
 
A entidade deve divulgar o nome da sua controladora direta e, se for 
diferente, da controladora final. Se nem a controladora direta tampouco a 
controladora final elaborarem demonstrações contábeis consolidadas 
disponíveis para o público, o nome da controladora do nível seguinte da 
estrutura societária que proceder à elaboração de ditas demonstrações 
também deve ser divulgado. 
 
Gabarito: Errado 
 
Para possibilitar que os usuários de demonstrações contábeis formem 
uma visão acerca dos efeitos dos relacionamentos entre partes 
relacionadas na entidade, é apropriado divulgar o relacionamento entre 
partes relacionadas quando existir controle, tendo havido ou não 
transações entre as partes relacionadas. 
 
Além disso, o CPC 05 destaca que a entidade deve divulgar a 
remuneração do pessoal chave da administração no total e para 
cada uma das seguintes categorias: 
(a) benefícios de curto prazo a empregados e administradores; 
(b) benefícios pós-emprego; 
(c) outros benefícios de longo prazo; 
(d) benefícios de rescisão de contrato de trabalho; e 
(e) remuneração baseada em ações. 
 
O CPC 05 ressalta, ainda, que os valores incorridos pela entidade para a 
prestação de serviços de pessoal-chave da administração, que são 
fornecidos por entidade administradora separada, também devem ser 
divulgados. 
 
Veja como o CESPE exigiu o assunto recentemente: 
 
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5. (CESPE/Analista/Contabilidade e Finanças/FUNPRESP-EXE/2016) A 
entidade que divulgar a informação contábil, caso torne público o total da 
remuneração do pessoal chave da administração, estará dispensadade 
detalhar os valores dos benefícios de curto prazo a administradores e 
eventual remuneração baseada em ações. 
 
Conforme estudamos, o CPC 05 destaca que a entidade deve divulgar 
a remuneração do pessoal chave da administração no total e para 
cada uma das seguintes categorias: 
(a) benefícios de curto prazo a empregados e administradores; 
(b) benefícios pós-emprego; 
(c) outros benefícios de longo prazo; 
(d) benefícios de rescisão de contrato de trabalho; e 
(e) remuneração baseada em ações. 
 
Não há essa ressalva disposta na questão. Mesmo que a entidade torne 
público o total da remuneração do pessoal chave da administração ela 
deve detalhar os valores dos benefícios de curto prazo a administradores 
e eventual remuneração baseada em ações. 
 
Gabarito: Errado 
 
Ademais, outro ponto importante que devemos saber é o seguinte: 
 
22A. Para quaisquer transações entre partes relacionadas, faz-se 
necessária a divulgação das condições em que as mesmas transações 
foram efetuadas. Transações atípicas com partes relacionadas após o 
encerramento do exercício ou período também devem ser divulgadas. 
 
Esse ponto também foi recentemente exigido pelo CESPE... confira! 
 
 
6. (CESPE/Analista/Contabilidade e Finanças/FUNPRESP-EXE/2016) As 
transações atípicas com partes relacionadas ocorridas após o 
encerramento do exercício em divulgação devem ser evidenciadas nas 
notas explicativas. 
 
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Trata-se de exigência literal do disposto no CPC 05. Para fixar! 
 
22A. Para quaisquer transações entre partes relacionadas, faz-se 
necessária a divulgação das condições em que as mesmas transações 
foram efetuadas. Transações atípicas com partes relacionadas após o 
encerramento do exercício ou período também devem ser divulgadas. 
 
Gabarito: Certo 
 
Por fim, o CPC 05 ressalta que os itens de natureza similar podem ser 
divulgados de forma agregada, exceto quando a divulgação em 
separado for necessária para a compreensão dos efeitos das transações 
com partes relacionadas nas demonstrações contábeis da entidade. 
 
O CPC 05 expõe os seguintes exemplos de transações que devem ser 
divulgadas, se feitas com parte relacionada: 
 
a) compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados); 
b) compras ou vendas de propriedades e outros ativos; 
c) prestação ou recebimento de serviços; 
d) arrendamentos; 
e) transferências de pesquisa e desenvolvimento; 
f) transferências mediante acordos de licença; 
g) transferências de natureza financeira (incluindo empréstimos e 
contribuições para capital em dinheiro ou equivalente); 
h) fornecimento de garantias, avais ou fianças; 
i) assunção de compromissos para fazer alguma coisa para o caso de um 
evento particular ocorrer ou não no futuro, incluindo contratos a executar 
(reconhecidos ou não); e 
j) liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome 
de parte relacionada. 
 
Esses exemplos já foram exigidos (para variar -) pelo CESPE! 
 
 
7. (CESPE/Analista/Contabilidade e Finanças/FUNPRESP-EXE/2016) Entre 
as transações que devem ser divulgadas se realizadas pelas partes 
relacionadas incluem-se os arrendamentos, as compras de bens não 
acabados, as vendas de propriedades e as transferências de pesquisa e 
desenvolvimento. 
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Conforme estudamos, o CPC 05 expõe os seguintes exemplos de 
transações que devem ser divulgadas, se feitas com parte 
relacionada: 
 
a) compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados); 
b) compras ou vendas de propriedades e outros ativos; 
c) prestação ou recebimento de serviços; 
d) arrendamentos; 
e) transferências de pesquisa e desenvolvimento; 
f) transferências mediante acordos de licença; 
g) transferências de natureza financeira (incluindo empréstimos e 
contribuições para capital em dinheiro ou equivalente); 
h) fornecimento de garantias, avais ou fianças; 
i) assunção de compromissos para fazer alguma coisa para o caso de um 
evento particular ocorrer ou não no futuro, incluindo contratos a executar 
(reconhecidos ou não); e 
j) liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome 
de parte relacionada. 
 
Gabarito: Certo 
 
Pessoal, com o que estudamos na aula estamos aptos a acertar eventuais 
exigências do CPC 05. 
 
Antes de você passar ao estudo do CPC 06, sugiro estudar as questões 
que comentamos do CPC 05 na 2ª parte da aula, ok? 
 
 
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Pessoal, o CPC 06 é um importante Pronunciamento que vem sendo 
bastante explorado nos últimos anos. 
 
 
ALCANCE 
 
Orientação Inicial: Esse ponto do CPC ainda não foi explorado em 
provas de concursos, mas possui alguns detalhes que podem facilmente 
ser explorados pelos examinadores. Vamos, portanto, estudar esses 
pontos. 
 
O CPC 06 deve ser aplicado na contabilização de todas as operações 
de arrendamento mercantil (leasing) que não sejam (essas são as 
exceções): 
 
(a) arrendamentos mercantis para explorar ou usar minério, petróleo, gás 
natural e recursos similares não regeneráveis; e 
 
(b) acordos de licenciamento para itens tais como fitas cinematográficas, 
registros de vídeo, peças de teatro, manuscritos, patentes e direitos 
autorais (copyrights). 
 
O CPC 06 não deve ser aplicado como base de mensuração para: 
 
(a) propriedade detida por arrendatário que seja contabilizada como 
propriedade de investimento; 
(b) propriedade de investimento fornecida pelos arrendadores sob a 
forma de arrendamentos mercantis operacionais; 
(c) ativos biológicos detidos por arrendatários sob a forma de 
arrendamentos mercantis financeiros ou arrendamentos mercantis 
operacionais; ou 
 
Além disso, o CPC 06 aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar 
ativos mesmo que existam serviços substanciais relativos ao 
funcionamento ou à manutenção de tais ativos prestados pelos 
arrendadores. 
 
CPC 06 (R1) ± Operações de Arrendamento Mercantil 
 
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Por fim, o CPC 06 não se aplica a acordos que sejam contratos de serviço 
que não transfiram o direito de usar os ativos de uma parte contratante 
para a outra. 
 
 
DEFINIÇÕES 
 
Orientação Inicial: essas definições, além de importantes para o 
entendimento da essência das operações de arrendamento mercantil, 
costumam frequentar as provas, conforme veremos na sequência. Por 
ora, vamos apenas descrever as definições. Algumas trataremos com 
maiores detalhes na sequência da aula. 
 
Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite 
ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o 
direito de usar um ativo por um período de tempo acordado. 
 
Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência 
substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O 
título de propriedade pode ou não vir a ser transferido. 
 
Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil 
diferente de um arrendamento mercantil financeiro. 
 
Arrendamento mercantil não cancelável é um arrendamento 
mercantil que é cancelável apenas: 
(a) após a ocorrência de alguma contingência remota; 
(b) com a permissão do arrendador; 
(c) se o arrendatário contratarum novo arrendamento mercantil para o 
mesmo ativo ou para um ativo equivalente com o mesmo arrendador; ou 
(d) após o pagamento pelo arrendatário de uma quantia adicional tal que, 
no início do arrendamento mercantil, a continuação do arrendamento 
mercantil seja razoavelmente certa. 
 
 Início do arrendamento mercantil é a mais antiga entre a data do 
acordo de arrendamento mercantil e a data de um compromisso assumido 
pelas partes quanto às principais disposições do arrendamento mercantil. 
Nessa data: 
(a) um arrendamento mercantil deve ser classificado como arrendamento 
mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional; e 
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(b) no caso de arrendamento mercantil financeiro, as quantias a 
reconhecer no começo do prazo do arrendamento mercantil são 
determinadas. 
Começo do prazo do arrendamento mercantil é a data a partir da 
qual o arrendatário passa a poder exercer o seu direito de usar o ativo 
arrendado. É a data do reconhecimento inicial do arrendamento mercantil 
(isto é, o reconhecimento dos ativos, passivos, receita ou despesas 
resultantes do arrendamento mercantil, conforme for apropriado). 
 
Prazo do arrendamento mercantil é o período não cancelável pelo qual 
o arrendatário contratou o arrendamento mercantil do ativo juntamente 
com quaisquer prazos adicionais pelos quais o arrendatário tem a opção 
de continuar a arrendar o ativo, com ou sem pagamento adicional, 
quando no início do arrendamento mercantil for razoavelmente certo que 
o arrendatário exercerá a opção. 
 
Pagamentos mínimos do arrendamento mercantil são os 
pagamentos durante o prazo do arrendamento mercantil que o 
arrendatário está ou possa vir a ser obrigado a fazer, excluindo 
pagamento contingente, custos relativos a serviços e impostos a serem 
pagos pelo arrendador e a ele serem reembolsados, juntamente com: 
(a) para o arrendatário, quaisquer quantias garantidas pelo arrendatário 
ou por parte relacionada a ele; ou 
(b) para o arrendador, qualquer valor residual garantido ao arrendador: 
(i) pelo arrendatário; 
(ii) por parte relacionada com o arrendatário; ou 
(iii) por terceiro não relacionado com o arrendador que seja 
financeiramente capaz de dar cumprimento às obrigações segundo a 
garantia. 
 
Contudo, se o arrendatário tiver a opção de comprar o ativo por um preço 
que se espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo na 
data em que a opção se torne exercível, para que, no início do 
arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será 
exercida, os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil 
compreendem os pagamentos mínimos a serem feitos durante o prazo do 
arrendamento mercantil até à data esperada do exercício dessa opção de 
compra e o pagamento necessário para exercê-la. 
 
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um 
passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e 
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independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a 
liquidação da transação ou que caracterizem transação compulsória. 
 
Vida econômica é: 
(a) o período durante o qual se espera que um ativo seja 
economicamente utilizável por um ou mais usuários; ou 
(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que 
um ou mais usuários esperam obter do ativo. 
 
Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do começo do 
prazo do arrendamento mercantil, sem limitação pelo prazo do 
arrendamento mercantil, durante o qual se espera que os benefícios 
econômicos incorporados no ativo sejam consumidos pela entidade. 
 
Valor residual garantido é: 
(a) para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida por 
ele ou por parte a ele relacionada (sendo o valor da garantia o valor 
máximo que possa, em qualquer caso, tornar-se pagável); e 
(b) para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida pelo 
arrendatário ou por terceiro não relacionado com o arrendador que seja 
financeiramente capaz de satisfazer as obrigações cobertas pela garantia. 
 
Valor residual não garantido é a parte do valor residual do ativo 
arrendado, cuja realização pelo arrendador não esteja assegurada ou 
esteja unicamente garantida por uma parte relacionada com o 
arrendador. 
 
Custos diretos iniciais são custos incrementais que são diretamente 
atribuíveis à negociação e estruturação de um arrendamento mercantil, 
exceto os custos incorridos pelos arrendadores fabricantes ou 
comerciantes. 
 
Investimento bruto no arrendamento mercantil é a soma: 
(a) dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber pelo 
arrendador segundo um arrendamento mercantil financeiro; e 
(b) de qualquer valor residual não garantido atribuído ao arrendador. 
Investimento líquido no arrendamento mercantil é o investimento bruto 
no arrendamento mercantil descontado à taxa de juros implícita no 
arrendamento mercantil. 
 
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Receita financeira não realizada é a diferença entre: (a) o 
investimento bruto no arrendamento mercantil; e 
(b) o investimento líquido no arrendamento mercantil. 
 
Taxa de juros implícita no arrendamento mercantil é a taxa de 
desconto que, no início do arrendamento mercantil, faz com que o valor 
presente agregado: a) dos pagamentos mínimos do arrendamento 
mercantil; e b) do valor residual não garantido seja igual à soma (i) do 
valor justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer custos diretos iniciais do 
arrendador. 
 
Taxa de juros incremental de financiamento do arrendatário é a 
taxa de juros que o arrendatário teria de pagar num arrendamento 
mercantil semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa em que, no 
início do arrendamento mercantil, o arrendatário incorreria ao pedir 
emprestado por prazo semelhante, e com segurança semelhante, os 
fundos necessários para comprar o ativo. 
 
Pagamento contingente é a parcela dos pagamentos do arrendamento 
mercantil que não seja de quantia fixada, e sim baseada na quantia futura 
de um fator que se altera sem ser pela passagem do tempo (por exemplo, 
percentual de vendas futuras, quantidade de uso futuro, índices de preços 
futuros, taxas futuras de juros do mercado). 
 
Vamos ver como já foi exigido em prova essas definições acima descritas? 
 
 
8. (COPS UEL/Auditor Fiscal/SEFAZ-PR/2012) A resolução que trata de 
operações de arrendamento mercantil define o termo arrendamento 
mercantil como sendo um acordo pelo qual o 
a) arrendador transmite ao arrendatário, mediante um contrato de 
comodato sem uma contraprestação de remuneração, o direito de usar 
um ativo por um período de tempo acordado. 
b) arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um pagamento ou 
série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo 
acordado nunca inferior a um ano, nem superior a cinco anos. 
c) arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um pagamento ou 
série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo 
acordado. 
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d) arrendatário transmite ao arrendador, mediante um contrato de 
comodato sem uma contraprestação de remuneração, o direito de usar 
um ativo por um período de tempoacordado. 
e) arrendatário transmite ao arrendador, em troca de um pagamento ou 
série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de tempo 
acordado. 
 
Nos termos do CPC 06, 
 
Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite 
ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o 
direito de usar um ativo por um período de tempo acordado. 
 
Veja que a questão exige conhecimento literal da definição de 
arrendamento mercantil disposta no CPC 06. 
 
Gabarito: C 
 
9. (FUNCAB/Contador/CRF-RO/2015) De acordo com a NBC TG 06 ± 
Operações de Arrendamento Mercantil, a soma dos pagamentos mínimos 
do arrendamento mercantil a receber pelo arrendador segundo um 
arrendamento mercantil financeiro e de qualquer valor residual não 
garantido atribuído ao arrendador, é denominada: 
a) custos diretos iniciais. 
b) receita financeira não realizada. 
c) investimento bruto no arrendamento mercantil. 
d) pagamento contingente. 
e) investimento líquido no arrendamento mercantil. 
 
Trata-se de questão que exige conhecimentos sobre as definições 
descritas no item 4 do CPC 06, 
 
Investimento bruto no arrendamento mercantil é a soma: 
(a) dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber pelo 
arrendador segundo um arrendamento mercantil financeiro; e 
(b) de qualquer valor residual não garantido atribuído ao arrendador. 
 
Gabarito: C 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DO ARRENDAMENTO MERCANTIL 
 
Orientação Inicial: Esse ponto do CPC é o mais explorado, se 
considerarmos as bancas como um todo. Trata-se de um conhecimento 
básico que frequenta provas de todos os níveis. Logo, fique alerta! 
 
Vimos nas definições acima que existem dois tipos de arrendamento 
mercantil: o financeiro e o operacional. 
 
Segundo o CPC 06, a classificação de arrendamentos mercantis 
adotada baseia-se na extensão em que os riscos e benefícios 
inerentes à propriedade de ativo arrendado permanecem no 
arrendador ou no arrendatário. Os riscos incluem as possibilidades de 
perdas devidas à capacidade ociosa ou obsolescência tecnológica e de 
variações no retorno em função de alterações nas condições econômicas. 
Os benefícios podem ser representados pela expectativa de operações 
lucrativas durante a vida econômica do ativo e de ganhos derivados de 
aumentos de valor ou de realização do valor residual. 
 
Um arrendamento mercantil deve ser classificado como financeiro se 
ele transferir substancialmente todos os riscos e benefícios 
inerentes à propriedade. 
 
Um arrendamento mercantil deve ser classificado como operacional 
se ele não transferir substancialmente todos os riscos e benefícios 
inerentes à propriedade. 
 
Galera, a ideia é a seguinte: no arrendamento mercantil financeiro 
temos em essência uma compra financiada/a prazo 
(financiamento). 
 
Imagine que determinada empresa esteja precisando adquirir um veículo 
para transportar suas mercadorias e não possui grana para tanto (o que é 
normal no atual cenário em que vivemos, não é mesmo?) ou, por 
TXHVW}HV� HVWUDWpJLFDV�� QmR� TXHU� ³WRUUDU´� D� JUDQD� FRP� R� YHtFXOR. Sendo 
assim, vai até uma instituição financeira e faz o seguinte negócio: a 
instituição financeira compra o veículo e aluga (arrenda) esse veículo para 
D�HPSUHVD�TXH�� SRU� VXD�YH]�� YDL� SDJDQGR�RV� ³DOXJXpLV´� �DV�SUHVWDo}HV��
mensalmente ao banco. Observe que, na essência o banco está vendendo 
o veículo para a empresa de maneira financiada. Trata-se de uma 
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aquisição disfarçada de aluguel e, por isso, veremos na sequência da 
aula, que esse veículo, mesmo não pertencendo à empresa, deve ser 
reconhecido no ativo da empresa e, em contrapartida, também 
reconhecemos a dívida junto ao banco no passivo da empresa. Nesse tipo 
de arrendamento, ao final da última prestação, a empresa possui a opção 
de adquirir o bem (no nosso exemplo, o veículo) geralmente por um 
valor, irrisório, bem próximo de zero. Assim, após esse último pagamento 
residual, finalmente o banco transfere a propriedade para a empresa. 
 
%HOH]D�� SURIHVVRU���� HQWHQGL� D� HVVrQFLD� GD� ³SDUDGD´�� PDV� SRUTXH� D�
HPSUHVD� QmR� HIHWXD� XP� ILQDQFLDPHQWR� ³QRUPDO´"� 2EMHWLYDPHQWH�� HVVD�
operação é interessante para ambas as partes: 
 
Para o arrendador (instituição financeira) Æ o bem objeto da 
transação é uma espécie de garantia da operação. Assim, caso a empresa 
não efetue o pagamento acordado, fica muito mais fácil para a instituição 
ILQDQFHLUD� UHDYHU� R� SUHMXt]R�� SRLV� HOD� ³SHJD´� R� EHP� GH� YROWD�� DILQDO� D�
propriedade é dela. 
 
Para o arrendatário Æ tendo em vista a garantia acima comentada e o 
fato de que no arrendamento não há desconto por quitação antecipada 
total ou parcial de parcelas futuras (diferentemente do financiamento 
normal), as taxas de juros praticadas no arrendamento financeiro 
(leasing) é mais baixa. 
 
Já no arrendamento mercantil operacional, de fato, temos na 
essência um aluguel. Assim, a Contabilidade reconhece essa operação 
como despesa, conforme estudaremos oportunamente nesta aula. 
 
Esquematicamente, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não há transferência dos 
riscos e benefícios inerentes 
à propriedade 
Há transferência dos riscos e 
benefícios inerentes à 
propriedade 
Possui essência de um aluguel 
Prestações apropriadas ao 
resultado como despesa 
Possui essência de uma compra 
financiada 
Bem é registrado no ativo 
(imobilizado ou intangível) 
Arrendamento 
Mercantil 
FINANCEIRO 
Arrendamento 
Mercantil 
OPERACIONAL 
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Professor, se no arrendamento mercantil operacional não há a 
transferência dos benefícios, qual a vantagem para o arrendador? E para 
o arrendatário? 
 
Para o arrendador a principal vantagem é de ordem tributária. De 
forma objetiva é o seguinte: a vantagem decorre em função da não 
incidência de ICMS nas remessas de Bens para locação e da não 
incidência do ISS nas contraprestações mensais. Assim, na comparação 
com uma operação de venda interestadual, em que há incidência de 
alíquota do ICMS média de 12%, resta evidenciada essa vantagem na 
operação de arrendamento mercantil operacional. 
 
Para o arrendatário a principal vantagem está atrelada ao custo de 
oportunidade, ou seja, com o dinheiro que a empresa deixa de aplicar 
na aquisição do objeto sob arrendamento, poderá aplicar em outras 
atividades que gerem maior retorno. Além disso, geralmente as despesas 
de manutenção são assumidas pelo arrendador, ou seja, a empresa não 
precisa se preocupar com a manutenção do objeto arrendado. Estragou, 
OLJD�SDUD�R�DUUHQGDGRU�H�IDOD��³&DUD��D�PiTXLQD�SDURX����Gi�WHX�MHLWR´�� 
 
Por fim, não poderia deixar de citar a questão tecnológica... com a 
intensa evolução tecnológica que estamos vivenciando, os produtos 
tornam-se obsoletos em pouco tempo, tornando-se inviável o emprego do 
capital de giro de uma empresa na compra desse tipo de equipamento. 
 
Vamos ver como a classificação dos arrendamentos já foi exigida... 
 
 
10. (COPS UEL/Auditor Fiscal/SEFAZ-PR/2012) A classificação de 
arrendamentos mercantis adotada na NBC TG 06 (Operações de 
Arrendamento Mercantil), aprovada pela resolução CFC 1.304/2010, 
baseia-se na extensão dos riscos e dos benefícios, inerentes à 
propriedade de ativo arrendado, que permanecem para o arrendadorou 
para o arrendatário. 
 
Desse modo, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a 
classificação dos arrendamentos. 
a) Alto, médio e baixo risco. 
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b) Financeiro e operacional. 
c) Contabilizáveis e não contabilizáveis. 
d) Mercantis e não mercantis. 
e) Realizável e não realizável. 
 
4XHVWmR� ³PDPmR� FRP� Do~FDU´�� Detalhe... observe que foi aplicada em 
uma prova para auditor fiscal... típica questão que não podemos jamais 
errar em uma prova da área fiscal (ou qualquer área, não é mesmo!?). 
Deixa para os aventureiros errarem esse tipo de questão... 
 
Conforme acabamos de estudar, o arrendamento mercantil pode ser 
financeiro ou operacional, a depender da transferência ou não dos riscos e 
benefícios inerentes à propriedade. 
 
Gabarito: B 
 
11. (CESPE/Contador/TJ-RR/2012) Com a aplicação de critérios contábeis 
homogêneos advindos das normas internacionais de contabilidade e dos 
pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as 
empresas e os contadores procuraram adequar-se ao novo arcabouço de 
padrões contábeis em relação ao registro e à mensuração dos eventos 
contábeis. A respeito desse assunto, julgue o item. 
 
O arrendamento mercantil é classificado como financeiro ou operacional. 
No arrendamento operacional, há transferência substancial de todos os 
riscos e benefícios inerentes à propriedade, ao passo que, no financeiro, 
não há transferência substancial de riscos e benefícios inerentes à 
propriedade. 
 
A questão inverteu os conceitos. Corrigindo, temos: 
 
No arrendamento operacional financeiro, há transferência substancial de 
todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade, ao passo que, no 
financeiro operacional, não há transferência substancial de riscos e 
benefícios inerentes à propriedade. 
 
Gabarito: Errado 
 
Segundo o CPC 06, a classificação de um arrendamento mercantil 
como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil 
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operacional depende da essência da transação e não da forma do 
contrato. 
 
Trata-se de aplicação da Primazia da Essência sobre a Forma, prevista no 
CPC 00. Assim, por exemplo, pode acontecer uma situação em que um 
contrato é elaborado como arrendamento operacional, mas suas cláusulas 
possuem características de arrendamento financeiro. Sendo assim, o 
arrendamento deve ser classificado como financeiro, observando-se a 
essência da operação (arrendamento financeiro) em detrimento da forma 
(arrendamento operacional). 
 
Isso já foi alvo de exigência! 
 
 
12. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/SEFAZ-SP/2009) O contador da 
empresa Inova S.A. conseguiu condições financeiras vantajosas para 
comprar dois caminhões por meio de arrendamento mercantil (leasing). 
Como a empresa tem a intenção de ficar com os veículos no final do prazo 
do contrato e a compra se enquadra dentro dos conceitos de leasing 
operacional, a empresa contabilizou como ativo imobilizado os dois 
caminhões. Referido procedimento atende ao 
 
a) conceito da essência sobre a forma. 
b) pressuposto da competência de períodos. 
c) conceito da neutralidade. 
d) pressuposto da relevância. 
e) princípio da materialidade. 
 
Observe que no caso apresentado pela questão, o arrendamento 
formalmente se enquadra dentro dos conceitos de leasing operacional. 
Porém, como a empresa tem a intenção de ficar com os veículos no final 
do prazo (o que é uma situação indicativa de um arrendamento mercantil 
financeiro, conforme veremos na sequência), de acordo com a premissa 
da Primazia da Essência sobre a Forma, a empresa deve contabilizar 
como ativo imobilizado os dois caminhões. Observe que na essência a 
operação envolve uma compra e venda, justamente pela intenção da 
entidade de adquirir os bens ao final do arrendamento. 
 
Gabarito: A 
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O CPC 06 destaca alguns exemplos de situações que individualmente 
ou em conjunto levariam normalmente um arrendamento mercantil a ser 
classificado como arrendamento mercantil financeiro: 
 
(a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o 
arrendatário no fim do prazo do arrendamento mercantil; 
 
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se 
espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em 
que a opção se torne exercível de forma que, no início do arrendamento 
mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida; 
 
(c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida 
econômica do ativo mesmo que a propriedade não seja transferida; 
 
(d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos 
pagamentos mínimos do arrendamento mercantil totaliza pelo menos 
substancialmente todo o valor justo do ativo arrendado; e 
 
(e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que 
apenas o arrendatário pode usá-los sem grandes modificações. 
 
Além desses exemplos, o CPC fornece, ainda, indicadores de situação 
que individualmente ou em combinação também podem levar um 
arrendamento mercantil a ser classificado como arrendamento mercantil 
financeiro: 
 
(a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas 
do arrendador associadas ao cancelamento são suportadas pelo 
arrendatário; 
 
(b) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual 
são atribuídos ao arrendatário (por exemplo, na forma de abatimento que 
equalize a maior parte do valor da venda no fim do arrendamento 
mercantil); e 
 
(c) o arrendatário tem a capacidade de continuar o arrendamento 
mercantil por um período adicional com pagamentos que sejam 
substancialmente inferiores ao valor de mercado. 
 
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O CPC 06 destaca que esses exemplos e indicadores nem sempre são 
conclusivos. Se for claro com base em outras características que o 
arrendamento mercantil não transfere substancialmente todos os riscos e 
benefícios inerentes à propriedade, o arrendamento mercantil deve ser 
classificado como operacional. Isso pode acontecer se, por exemplo, a 
propriedade do ativo se transferir ao final do arrendamento mercantil 
mediante um pagamento variável igual ao valor justo no momento, ou se 
há pagamentos contingentes, como resultado dos quais o arrendatário 
não tem substancialmente todos os riscos e benefícios. 
 
Vamos ver como esse ponto já foi exigido em prova? 
 
 
13. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/SEFAZ-SP/2013) O auditor externo, 
para certificar-se de que uma operação de leasing se enquadra na 
classificação de leasing operacional, deve, além de verificar se o 
arrendamento mercantil não transfere os riscos e benefícios inerentes à 
propriedade, constatar se 
a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o 
arrendatário no fim do prazo do arrendamento mercantil. 
b) o prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida econômica do 
ativo, mesmo que a propriedade não seja transferida. 
c) o valor presente dos pagamentos mínimos, no início do arrendamento 
mercantil, totaliza pelo menos substancialmente todo o valor justo do 
ativo arrendado. 
d) os ativos arrendados são de natureza especializada, de tal forma que 
apenas o arrendatáriopossa usá-los sem grandes modificações. 
e) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual 
são atribuídos ao arrendador. 
 
Segundo o CPC 06, a classificação de um arrendamento mercantil 
como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil 
operacional depende da essência da transação e não da forma do 
contrato. 
 
O CPC 06 destaca alguns exemplos de situações que individualmente 
ou em conjunto levariam normalmente um arrendamento mercantil a ser 
classificado como arrendamento mercantil financeiro: 
 
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(a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o 
arrendatário no fim do prazo do arrendamento mercantil; [opção A] 
 
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se 
espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em 
que a opção se torne exercível de forma que, no início do arrendamento 
mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida; 
 
(c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida 
econômica do ativo mesmo que a propriedade não seja transferida; 
[opção B] 
 
(d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos 
pagamentos mínimos do arrendamento mercantil totaliza pelo menos 
substancialmente todo o valor justo do ativo arrendado; e [opção C] 
 
(e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que 
apenas o arrendatário pode usá-los sem grandes modificações. [opção 
D] 
 
Além desses exemplos, o CPC fornece, ainda, indicadores de situação 
que individualmente ou em combinação também podem levar um 
arrendamento mercantil a ser classificado como arrendamento mercantil 
financeiro: 
 
(a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas 
do arrendador associadas ao cancelamento são suportadas pelo 
arrendatário; 
 
(b) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual 
são atribuídos ao arrendatário (por exemplo, na forma de abatimento 
que equalize a maior parte do valor da venda no fim do arrendamento 
mercantil); e [opção E] 
 
(c) o arrendatário tem a capacidade de continuar o arrendamento 
mercantil por um período adicional com pagamentos que sejam 
substancialmente inferiores ao valor de mercado. 
 
Resta-QRV��SRUWDQWR��D�RSomR�³(´��Se os ganhos ou as perdas da flutuação 
no valor justo do valor residual são atribuídos ao arrendador (e não ao 
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arrendatário) estamos diante de um indicativo de arrendamento mercantil 
operacional. 
 
Gabarito: E 
 
 
Momento da classificação 
 
Nos termos do CPC 06, a classificação do arrendamento mercantil deve 
ser feita no início do arrendamento mercantil. 
 
Se em qualquer momento o arrendatário e o arrendador concordarem em 
modificar as disposições do arrendamento mercantil, exceto por 
renovação do contrato, de tal maneira que resulte numa classificação 
diferente do início do arrendamento mercantil, o acordo revisto é 
considerado como um novo acordo durante o seu prazo. 
 
Contudo, as alterações nas estimativas (por exemplo, alterações nas 
estimativas relativas à vida econômica ou ao valor residual da 
propriedade arrendada) ou as alterações nas circunstâncias (por exemplo, 
inadimplência por parte do arrendatário) não originam uma nova 
classificação de um arrendamento mercantil para fins contábeis. 
 
Classificação do arrendamento de terrenos e edifícios 
 
O CPC 06 destaca que quando o arrendamento mercantil contempla tanto 
terreno quanto edifícios, a entidade deve avaliar individualmente cada 
elemento objeto do contrato de arrendamento para fins de 
classificação e enquadramento como arrendamento operacional 
ou financeiro. Nesse sentido, o CPC informa que ao julgar se um dos 
elementos objeto do contrato é um arrendamento operacional ou 
financeiro, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o 
terreno, via de regra, apresenta uma vida útil econômica indefinida. 
 
Ainda sobre essa classificação de edifícios e terrenos, o CPC informa que 
para classificar e contabilizar um arrendamento mercantil de terreno e 
edifícios, os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil (incluindo 
qualquer pagamento inicial, antecipado), sempre que for necessário, 
devem ser alocados no início do período do arrendamento mercantil entre 
os elementos terreno e edifícios na proporção dos valores justos relativos 
das participações no terreno e nas edificações objeto do arrendamento no 
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início do arrendamento mercantil. Se os pagamentos do arrendamento 
mercantil não puderem ser alocados com confiabilidade entre esses dois 
elementos, a totalidade do arrendamento mercantil deve ser classificada 
como arrendamento mercantil financeiro, a não ser que esteja claro que 
ambos os elementos são arrendamentos mercantis operacionais, em cujo 
caso a totalidade do arrendamento mercantil deve ser classificada como 
arrendamento mercantil operacional. 
 
Por fim, o CPC 06 destaca que a mensuração separada dos elementos 
terreno e edifícios não é exigida quando os interesses do 
arrendatário tanto com o terreno quanto com os edifícios forem 
classificados como propriedade de investimento. 
 
Bem... com isso fechamos tudo o que devemos saber sobre a classificação 
dos arrendamentos. 
 
ARRENDAMENTO MERCANTIL NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO 
ARRENDATÁRIO 
 
Orientação Inicial: trata-se de um ponto bastante exigido do CPC 06 
e também o mais complexo, pois envolve contabilização. A maioria das 
bancas não exigem a contabilização. Porém, se você estiver se 
preparando para provas da FCC, dê total atenção à contabilização, pois é 
muito (muito mesmo!) exigido. Preparado(a)? Então, segure-se, pois 
YDPRV�³GHWRQDU´� 
 
Arrendamento mercantil financeiro 
 
Reconhecimento inicial 
 
Segundo o CPC 06, no reconhecimento inicial de um arrendamento 
mercantil financeiro, deve-se no início do prazo registrá-lo como ativo e 
passivo, ou seja, o direito de uso do bem ficará registrado no ativo e a 
dívida assumida no passivo. 
 
O valor a ser registrado deve ser igual ao valor justo da 
propriedade arrendada ou, se inferior, ao valor presente dos 
pagamentos mínimos do arrendamento mercantil. 
 
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Observe que aqui o CPC adota o Princípio da Prudência, empregando certo 
grau de precaução a fim de não superestimar os ativos. Vamos ver um 
exemplo bem simples. 
 
Exemplo: Arrendamento Mercantil Financeiro de um veículo no valor de 
R$ 40.000,00 a ser pago em 60 prestações de R$ 750,00. O arrendatário 
possui a opção de compra ao final do contrato por R$ 3.000,00. 
 
D ± Veículo (imobilizado) ................................................... 40.000 
D ± Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) ..... 8.000 
C ± Leasing a pagar (passivo) ............................................. 48.000* 
* (750 x 60) + 3.000 = 48.000 
 
O CPC 06 destaca que a taxa de desconto a ser utilizada no cálculo do 
valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil deve 
ser: 
 
Æ a taxa de juros implícita no arrendamento mercantil, se for 
praticável determinar essa taxa; 
 
Æ a taxa incremental de financiamentodo arrendatário, se não for 
praticável determinar a taxa de juros implícita. 
 
Quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário devem ser 
adicionados à quantia reconhecida como ativo. Custos diretos iniciais 
são frequentemente incorridos em relação às atividades específicas de 
arrendamento mercantil. Tais custos, como os de negociação e os de 
garantia de acordos de arrendamento mercantil, se identificados como 
diretamente atribuíveis às atividades executadas pelo arrendatário para 
um arrendamento mercantil financeiro, devem ser adicionados ao 
montante reconhecido como ativo. 
 
Ademais, o CPC 06 alerta que não é adequado que os passivos originados 
da contabilização de ativos arrendados sejam apresentados nas 
demonstrações contábeis como dedução dos ativos arrendados. Os 
passivos devem ser segregados em circulante e não circulante, a 
depender do prazo de pagamento das parcelas. Além disso, deve-se 
separar no seu registro o valor dos encargos financeiros a transcorrer 
como conta redutora da dívida. Esses encargos devem ser reconhecidos a 
cada período (Princípio da Competência), durante o prazo do 
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arrendamento como uma despesa financeira, de forma a produzir uma 
taxa de juros periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo. 
 
Vamos ver como esse ponto do reconhecimento inicial dos arrendamentos 
mercantis financeiros já foi explorado em prova. 
 
 
 
 
14. (FCC/Analista de Gestão/Contabilidade/SABESP/2014) Em uma 
aquisição de ativo por meio de um contrato de arrendamento mercantil 
financeiro, na data de início do contrato de arrendamento, a empresa 
arrendatária 
a) deve registrar um ativo pelo valor presente das obrigações assumidas 
ou pelo valor justo nesta data, dos dois o menor valor. 
b) deve registrar um ativo pelo valor presente das obrigações assumidas 
ou pelo valor justo nesta data, dos dois o maior valor. 
c) deve registrar um ativo pelo valor correspondente à soma das 
obrigações assumidas. 
d) não deve fazer qualquer registro. 
e) deve registrar um ativo pelo custo incorrido. 
 
Excelente questão teórica para fixarmos o conhecimento que estudamos 
acima. 
 
No reconhecimento inicial de um arrendamento mercantil financeiro, 
deve-se registrá-lo como ativo e passivo, ou seja, o direito de uso do bem 
ficará registrado no ativo e a dívida assumida no passivo. O valor a ser 
registrado deve ser igual ao valor justo da propriedade arrendada 
ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos do 
arrendamento mercantil. 
 
Gabarito: A 
 
Mensuração Subsequente 
 
Pessoal, aqui vamos transcrever toda a teoria do CPC e, posteriormente, 
vamos ver como as bancas exploram o assunto, ok? Vocês vão ver que na 
prática é bem mais fácil do que parece. 
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Nos termos do CPC 06, os pagamentos mínimos do arrendamento 
mercantil devem ser segregados entre encargo financeiro e redução do 
passivo em aberto, ou seja, deve-se separar no registro o valor dos 
encargos financeiros a transcorrer como conta redutora da dívida. 
 
O encargo financeiro deve ser apropriado a cada período durante o prazo 
do arrendamento mercantil (Princípio da Competência) de forma a 
produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo 
remanescente do passivo. 
 
Logo, pode-se afirmar que a mensuração do encargo financeiro deve 
corresponder ao cálculo exponencial e pro rata, isto é, os juros são 
compostos e determinados em função da decorrência do tempo, conforme 
ensina a doutrina. 
 
No caso de haver pagamentos contingentes, estes devem ser 
contabilizados como despesa nos períodos em que são incorridos, não 
alterando, portanto, o valor do registro inicial do ativo e do passivo. 
 
Como no registro inicial do arrendamento mercantil financeiro o bem foi 
lançado no ativo, se este ativo for passível de depreciação ou 
amortização, deve-se proceder ao seu cálculo e contabilização. 
 
Nesse sentido, o CPC 06 orienta que a política de depreciação 
(amortização) para os ativos arrendados depreciáveis (amortizáveis) deve 
ser consistente com a política dos demais ativos depreciáveis 
(amortizáveis) sobre os quais se detenha a propriedade e a depreciação 
reconhecida deve ser calculada de acordo com o CPC 27 ± Ativo 
Imobilizado, ou para o caso de amortização, de acordo com o CPC 04 ± 
Ativo Intangível. 
 
Além disso, quanto ao prazo da depreciação (amortização), o CPC 06 
destaca que o valor depreciável de ativo arrendado deve ser alocado a 
cada período contábil durante o período de uso esperado em base 
sistemática consistente com a política de depreciação que o arrendatário 
adote para os ativos depreciáveis de que seja proprietário. 
 
Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a 
propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve ser 
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totalmente depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da 
sua vida útil, o que for menor. 
 
Se houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a 
propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o período de uso 
esperado é a vida útil do ativo. 
 
O CPC 06 informa que raramente a soma da despesa de depreciação do 
ativo e da despesa financeira do período é igual ao pagamento da 
prestação do arrendamento mercantil durante o período, sendo, por isso, 
inadequado simplesmente reconhecer os pagamentos da prestação do 
arrendamento mercantil como despesa. Por conseguinte, é improvável 
que o ativo e o passivo relacionado sejam de valor igual após o começo 
do prazo do arrendamento mercantil. 
 
Por fim, o CPC 06 destaca que para determinar se um ativo arrendado 
está desvalorizado, a entidade deve aplicar o CPC 01 ± Redução ao 
Valor Recuperável de Ativos. Logo, fique alerta para o fato de que o 
CPC 01 é aplicável aos arrendamentos mercantis. 
 
Vamos ver um exemplo doutrinário extraído do Manual de Contabilidade 
Societária (FIPECAFI), o qual adaptamos para fins didáticos: 
 
$�HPSUHVD� ³'HWRQDQGR� WXGR´� (arrendatária) contratou no início do mês, 
na forma de arrendamento, um veículo. As características do contrato 
são: 
 
x Valor da contraprestação mensal, vencível no final de cada mês = 
R$ 1.000,00; 
x Prazo de arrendamento = 36 meses 
x Valor residual a ser pago ao final do 36º mês = R$ 120,00 
x Taxa de juros implícita no contrato = 1,03679% ao mês 
x Vida útil do veículo = 5 anos 
x Valor justo = R$ 32.000,00 
x Valor Presente = R$ 30.000,00 
 
Sabe-se que o contrato transfere substancialmente os riscos e benefícios 
ao arrendatário. 
 
Vamos efetuar a contabilização. 
 
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Observe que há transferência substancial dos riscos e benefícios ao 
arrendatário. Logo, estamos diante de um arrendamento mercantil 
financeiro. 
 
Além disso, no arrendamento mercantil financeiro, o reconhecimento 
inicial é feito pelo valor justo ou pelo valor presente dos 
pagamentos, dos dois o menor. Assim, vamos usar o valor de 30.000 
e não 32.000. 
 
Usando-se os dados do exemplo temos o seguinte cenário (não se 
preocupe... na hora da prova você não vai precisar ter esse trabalho, 
ok?): 
 
Data Dívida de 
ArrendamentoPagamento 
Mensal 
Despesa de 
Juros 
Redução da 
Dívida 
A B C D E 
Na 
contratação 
30.000,00 
1 29.311,04 1.000,00 311,04 688,96 
2 28.614,93 1.000,00 303,89 696,11 
3 27.911,61 1.000,00 296,68 703,32 
4 27.200,99 1.000,00 289,38 710,62 
5 26.483,01 1.000,00 282,02 717,98 
6 25.757,58 1.000,00 274,57 725,43 
7 25.024,63 1.000,00 267,05 732,95 
8 24.284,09 1.000,00 259,45 740,55 
9 23.535,86 1.000,00 251,78 748,22 
10 22.779,88 1.000,00 244,02 755,98 
11 22.016,06 1.000,00 236,18 763,82 
12 21.244,32 1.000,00 228,26 771,74 
13 20.464,58 1.000,00 220,26 779,74 
14 19.676,75 1.000,00 212,17 787,83 
15 18.880,76 1.000,00 204,01 795,99 
16 18.076,51 1.000,00 195,75 804,25 
17 17.263,93 1.000,00 187,42 812,58 
18 16.442,92 1.000,00 178,99 821,01 
19 15.613,40 1.000,00 170,48 829,52 
20 14.775,28 1.000,00 161,88 838,12 
21 13.928,47 1.000,00 153,19 846,81 
22 13.072,87 1.000,00 144,41 855,59 
23 12.208,41 1.000,00 135,54 864,81 
24 11.334,99 1.000,00 126,58 873,42 
25 10.452,51 1.000,00 117,52 882,48 
26 9.560,88 1.000,00 108,37 891,63 
27 8.660,01 1.000,00 99,13 900,87 
28 7.749,79 1.000,00 89,79 910,21 
29 6.830,14 1.000,00 80,35 919,65 
30 5.900,95 1.000,00 70,81 929,19 
31 4.962,14 1.000,00 61,18 938,82 
32 4.013,58 1.000,00 51,45 948,55 
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33 3.055,19 1.000,00 41,61 958,39 
34 2.086,87 1.000,00 31,68 968,32 
35 1.108,51 1.000,00 21,64 978,36 
36 0,00 1.120,00 11,49 1.108,51 
Somatório 36.120,00 6.120,00 30.000,00 
Legenda: 
B = B - E 
C = valor definido no contrato de arrendamento 
D = dívida x a taxa 
E = Pagamento efetuado (coluna C) - despesa de juros (coluna D) 
 
 
O lançamento da operação é o seguinte: 
 
D ± Ativo Imobilizado (veículos arrendados) ... 30.000,00 
D ± Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante) ... 3.244,32 
D ± Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo não circulante) ... 2.875,68 
C ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante) ... 12.000,00 
C ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo não circulante) ... 24.120,00 
 
Observe que o Imobilizado fica mensurado pelo valor presente calculado 
da mesma forma que o Passivo. Entretanto, nele é evidenciado o valor do 
compromisso total assumido pela arrendatária (R$ 36.120,00) menos o 
valor dos juros contabilizados na conta retificadora - Encargos Financeiros 
a Transcorrer (R$ 6.120,00 = R$ 36.120,00 - R$ 30.000,00) lançada no 
passivo. 
 
A segregação dos juros (R$ 6.120,00) em circulante (R$ 3.244,32) e não 
circulante (R$ 2.875,68) deve corresponder à despesa financeira a ser 
reconhecida pelo Regime de Competência, cuja mensuração deve ser feita 
com utilização do cálculo exponencial e pro rata, isto é, os juros são 
compostos e determinados em função da decorrência do tempo. Nesse 
exemplo foram considerados como curto prazo os primeiros 12 meses do 
contrato, portanto, de acordo com o quadro anterior, a soma dos juros 
das primeiras doze parcelas totaliza R$ 3.244,32 ficando o restante 
registrado no longo prazo. 
 
Vamos ver como fica a contabilização subsequente ao final do 1º mês: 
 
D ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante) 
C ± Disponibilidades ... 1.000,00 
(pelo pagamento da primeira prestação) 
 
D ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo não circulante) 
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C ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo circulante) ... 1.000,00 
(pelo decurso do tempo) 
 
D ± Despesa Financeira 
C ± Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante) ... 311,04 
(pelo reconhecimento da despesa financeira) 
 
D ± Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo circulante) 
C ± Encargos Financeiros a Transcorrer (passivo não circulante) ... 220,26 
(pelo decurso do tempo) 
D ± Despesa de Depreciação 
C ± Depreciação acumulada (veículos arrendados) ... 500,00 
(pela depreciação do bem) 
 
Observações: 
 
a) Para o cálculo da depreciação, assumiu-se que o valor residual, após a 
vida útil de 5 anos, será igual a zero, porque esse veículo terá um uso 
totalmente fora do comum. Se, por exemplo, o valor residual do veículo 
tivesse sido fixado em R$ 5.000,00 a depreciação mensal seria de R$ 
416,67, ou seja, R$ 25.000,00 divididos por 60, que é a quantidade de 
meses prevista como vida útil desse veículo. 
 
b) Adicionalmente, a despesa financeira foi efetivamente reconhecida pro 
rata e pelo cálculo exponencial, daí por que se transferiram do longo para 
o curto prazo R$ 220,26 correspondentes aos juros relativos ao décimo 
terceiro mês. 
 
Bem... agora vamos ver como essa contabilização já foi explorada em 
provas. Conforme comentamos inicialmente, a FCC é a banca que mais 
explora o assunto, geralmente seguindo esse mesmo padrão abaixo. 
 
 
15. (FCC/Analista de Gestão/Contabilidade/SABESP/2014) Em 
01/01/2013, a empresa Full S.A. adquiriu um caminhão pipa por meio de 
arrendamento mercantil financeiro. O caminhão será pago em 4 
prestações anuais, iguais e consecutivas de R$ 50.000 cada, vencendo a 
primeira em 31/12/2013. Na data da aquisição o valor justo era R$ 
170.000 e o valor presente das prestações era R$ 173.000. 
 
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Sabendo que a taxa efetiva de juros era de 6,83% ao ano, que a vida útil 
do caminhão pipa era 10 anos e que a empresa pretende ficar com o bem 
no final do contrato, a empresa Full S.A. reconheceu, no ano de 2013, 
uma despesa 
a) financeira de R$ 13.660. 
b) financeira de R$ 11.611. 
c) financeira de R$ 11.816. 
d) de depreciação de R$ 17.300. 
e) financeira de R$ 7.500. 
 
Excelente questão para estudarmos a contabilização dos arrendamentos 
mercantis financeiros. 
 
Primeiramente, devemos saber que no arrendamento mercantil 
financeiro, o reconhecimento inicial é feito pelo valor justo ou pelo 
valor presente dos pagamentos, dos dois o menor. 
 
Assim, vamos usar o valor de 170.000 e não 173.000. Sendo 4 
prestações x 50.000,00 = 200.000,00 devemos efetuar o seguinte 
registro: 
 
D ± Ativo imobilizado (veículos arrendados)........................... 170.000,00 
D ± Encargos Financeiros a transcorrer (redutora passivo)....... 30.000,00 
C ± Arrendamento financeiro a pagar (passivo) ................... 200.000,00 
 
Observe que reconhecemos um ativo em 01/01/2013 no valor de 
170.000,00 e um passivo de igual valor, conforme determina o CPC 06. 
 
Para calcular a despesa financeira, devemos multiplicar o valor inicial 
(nesse caso o valor justo) pela taxa efetiva fornecida pela questão: 
 
170.000,00 x 6,83% = 11.611,00 
 
Para o cálculo da depreciação, sabemos que a vida útil do caminhão é de 
10 anos. Sendo assim, a depreciação anual será de: 
 
170.000/10 = 17.000 ao ano. 
 
Dúvida de aluno: 
 
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Não consigo entender os lançamentos anuais referentes as despesas 
financeiras, no valor de R$ 11.611,00, pois se eu creditar encargos 
financeiros (passivo) e debitar despesa financeira (no resultado) em R$ 
11.611,00 no primeiro ano, quais serão os lançamentos nos anos 
seguintes? Questiono isso, pois o valor que tenho em encargos financeiros 
a transcorrer (passivo - R$ 30.000,00) é menor que o valor das minhas 
despesas financeiras anuais (R$ 11.611,00 X 4 = R$

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