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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 1 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 1 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL 1. Introdução Velocidade de hemossedimentação (VHS) é a taxa na qual os eritrócitos precipitam-se em um período de uma hora. É um teste comum na hematologia usado como marcador inespecífico de resposta inflamatória. Quando o sangue colhido em EDTA é aspirado em pipeta adequada e colocado em posição vertical os glóbulos vermelhos tendem a se depositar, ao passo que o plasma se mantem na porção superior. A sedimentação eritrocitária depende da agregação das hemácias e da formação de rouleaux, que é limitada pela carga negativa das hemácias que tendem a se repelir. Numerosas macromoléculas plasmáticas, dentre elas várias proteínas, são carregadas positivamente e, assim, são capazes de neutralizar a carga da superfície eritrocitária, levando à maior agregação das hemácias e à conseqüente formação de rouleaux. Quanto maior e mais assimétrica for a macromolécula, maior seu poder de promover agregação eritrocitária. Em situações normais este fenômeno ocorre gradualmente e em velocidade constante. Nos processos patológicos ligados à lesão ou destruição tecidual, a deposição é mais rápida e com velocidade variável. Dentre as proteínas plasmáticas, o fibrinogênio produz o maior efeito agregante, seguido das globulinas e da albumina. Hemácias macrocíticas sedimentam-se mais rapidamente, enquanto micrócitos sedimentam-se mais lentamente. Hemácias com formas irregulares (poiquilócitos) impedem a formação adequada de rouleaux, diminuindo a VHS. 2. Objetivo Este Procedimento Operacional Padrão foi elaborado pela Seção de Hematologia e tem como produto final a Determinação da Velocidade de Hemossedimentação (VHS) manual. 3. Campos de aplicação Setor de Hematologia. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 2 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 2 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL 4. Referências normativas Resolução n° 302, de 13 de outubro de 2005: dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos. 5. Responsabilidade / competência Médico patologista: avaliação e liberação do exame. Biomédico: avaliação e liberação do exame. Bioquímico: avaliação e liberação do exame. Técnico de patologia clínica: realização do exame. 6. Definições Fenômeno de Rouleaux: É o empilhamento de eritrócitos (como uma pilha de moedas) decorrente da concentração elevada de fibrinogênio ou globulinas. 7. Conteúdo do padrão 7.1 Recursos necessários Material para a punção venosa Pipetas de Westergreen graduadas de 0 a 200 mm de comprimento, com 2,5 mm de diâmetro interno e capacidade de aproximadamente 1,0 mL Suporte próprio para VHS, com rolhas de borracha na base que servem de apoio às extremidades inferiores das pipetas e auxiliam na vedação Peras de borracha para aspiração do sangue Luvas de procedimento Relógio 7.2 Principais passos A. Mnemônico (s): PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 3 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 3 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL VHSE. B. Sinonímia: VHS, VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO. C. Princípio: Quando o sangue colhido em EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético) é aspirado em pipeta de Westergreen e colocado em posição vertical os glóbulos vermelhos tendem a se depositar, ao passo que o plasma se mantem na porção superior. Em situações normais este fenômeno ocorre gradualmente e em velocidade constante. Nos processos patológicos ligados à lesão ou destruição tecidual a deposição é mais rápida e com velocidade variável. Um maior grau de agregação das hemácias reduz a superfície, o que diminui a resistência e favorece uma deposição mais rápida. D. Fase Pré-Analítica: 1. Preparo do paciente: jejum de oito horas (exceto nos casos de urgência); 2. Obtenção da amostra: sangue venoso colhido em EDTA como anticoagulante, através de punção venosa conforme o manual de coleta do laboratório PRS LAB COL 001 – “REALIZAR COLETA DE SANGUE VENOSO”; 3. Armazenamento e estabilidade da amostra: realização do procedimento no menor intervalo de tempo possível (desejável até 4 horas após a coleta); 4. Critérios para rejeição da amostra: i. Alimentação ii. Estase venosa prolongada iii. Ocorrência de coágulos iv. Anticoagulante incorreto v. Tempo prolongado entre a coleta e a execução do exame. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 4 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 4 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL E. Fase Analítica: 1. Procedimento: i. Receber sangue colhido em EDTA, de preferência, em jejum de 8 horas pela manhã; ii. O material a ser utilizado deve estar bem limpo e seco; iii. Com a pipeta de Westergreen, utilizando pera de borracha, aspirar o sangue até a marca “0”; iv. Colocar a pipeta no suporte de modo a permanecer exatamente na posição vertical; v. Marcar o tempo (1 hora) e deixar em repouso à temperatura ambiente; vi. Fazer a leitura em milímetros no nível da separação entre o plasma e as hemácias; vii. Anotaro resultado no mapa de trabalho e afixá-lo no livro interno de registros da seção; viii. Digitar os resultados no Sistema de Informática Laboratorial (SIL). F. Fase Pós-Analítica: 1. Valores de referência: i. Homens: 4 a 10 mm; ii. Mulheres: 4 a 12 mm. NOTA: Vide anexo 1 - Fatores que influenciam a velocidade de hemossedimentação G. Controle de Qualidade 1. Controle de Qualidade Interno: Realiza-se a dosagem no equipamento e a dosagem manual simultaneamente. Os resultados obtidos são comparados entre si, validados por profissionais de nível superior (bioquímicos, médicos e biomédicos) e registrados em tabela específica PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 5 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 5 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL (anexo 2 do POP LAB UGQ - “CONTROLE ALTERNATIVO DA QUALIDADE”), arquivada na pasta de controles manuais. Quando a liberação for somente manual (em caso de defeito ou impossibilidade de uso do equipamento), a análise é realizada por dois examinadores diferentes, os resultados são comparados e validados por profissionais de nível superior (bioquímicos, médicos, biomédicos). Esta avaliação é realizada mensalmente. 2. Controle de Qualidade Externo: O Controle Externo da Qualidade (CEQ) para o teste de VSH é realizado por meio do programa Proficiência em Ensaios Laboratoriais (PELM) através da comparação dos resultados obtidos em amostras de valor conhecido, fornecidas pela empresa Controllab, entre os laboratórios participantes. O ensaio é realizado pelo técnico de patologia clínica do setor e seus resultados são avaliados e reportados a Controllab por profissionais de nível superior. Anualmente são realizadas quatro rodadas de CEQ para VHS. 7.3 Cuidados especiais Os cuidados habituais de segurança devem ser aplicados na manipulação da amostra e dos reagentes conforme o Manual de Biossegurança do laboratório. 8. Siglas CEQ: Controle Externo da Qualidade EDTA: ácido etilenodiamino tetra-acético SIL: Sistema de Informática Laboratorial. SNA: solicitação de nova amostra. VHS: Velocidade de Hemossedimentação PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 6 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 6 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL 9. Indicadores Desempenho no controle externo da qualidade (CEQ) Recoleta (geral, por material impróprio, para confirmação, por acidente e diversas) TAT (Turnaround Time) para testes imediatos e de emergência - HEMATOLOGIA 10. Gerenciamento de riscos Categoria de risco Falhas potenciais geradoras de riscos Evento Ações de prevenção Ações frente ao evento Assistencial Demora no processamento da amostra Resultado incorreto Observar com rigor o tempo de processamento SNA Assistencial Troca de amostra Resultado incorreto Treinamento do setor responsável SNA Assistencial Erro na transcrição do resultado Resultado incorreto Treinamento do setor responsável SNA Assistencial Leitura da reação fora do tempo Resultado incorreto Observar com rigor o tempo de processamento Refazer o exame 11. Referências Carvalho, W.F. Técnicas médicas de hematologia e imuno-hematologia. 7ªed. Belo Horizonte, Artmed, 2002. G. Richard l. Hematologia clínica de Wintrobe. São Paulo, Manole. Lewis, S.M. et all. Hematologia prática de Dacie e Lewis. 9ª ed. São Paulo, Artmed. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 7 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 7 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL Lima, A. O. Métodos de laboratório aplicados à clínica. 8ª ed. São Paulo, Guanabara Koogan, 2001. Vidigal, P.G. Recomendações para o uso da velocidade de hemossedimentação. Ver. Med. Minas Gerais. N°14, p.52-62, 2004. 12. Anexos Anexo 01: Tabela descritiva dos interferentes do exame de VHS Fatores que influenciam a velocidade de hemossedimentação FATORES AUMENTO DA VHS DIMINUIÇÃO DA VHS Analíticos Tubo inclinado Demora em realizar o exame Temperatura > 27 °C Temperatura < 17 °C Estase venosa Medicamentos Heparina Anti-inflamatórios não hormonais Contraceptivos orais Sexo feminino CIVD Idade avançada Hipogamaglobulinemia Gravidez Drepanocitose Diabetes mellitus Policitemia Hipotireoidismo Microcitose Fisiológicos Doença do tecido conjuntivo Anemias hemolíticas e Processos infecciosos diversos Hemoglobinopatias Patológicos Processos inflamatórios diversos Esferocitose Neoplasias Leucocitose extrema (LLC) IRC (estágio final) Obesidade Hipocolesterolemia Dano tecidual (IAM, ACV) Anemia PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP LAB HEM - 006 I - CONTROLE HISTÓRICO REVISÃO DATA Nº PÁGINAS HISTÓRICO ALTERAÇÃO ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 00 22/02/2018 8 de 8 Emissão inicial Clébia Caires Solange Pacheco Ana Marina Campas de Faria ASSINATURA E CARIMBO 8 TÍTULO: DETERMINAR HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS) - MANUAL Fibrinogênio Macrocitose IRC: insuficiência renal crônica; IAM: infarto agudo do miocárdio; ACV: acidente vascular cerebral; CIVD: coagulação intravascular disseminada;LLC: leucemia linfocítica crônica.
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