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1459-Texto Artigo-5706-1-10-20170705

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>>Atas CIAIQ2017 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 2 
 
 
1226 
 
A Violência Obstétrica segundo a percepção das mulheres que a 
vivenciaram 
Márcia Regina Cangini Fabbro¹ 
Geovânia Pereira dos Reis Machado² 
 
¹ Enfermeira Obstetra, Professora Associada da Graduação e Pós-graduação em 
Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos 
(UFSCar)/São Paulo/Brasil. Doutorado em Educação e Pós-Doutorado na Universidade de 
Barcelona/Espanha. Líder do Grupo de Pesquisa “Cuidado Interdisciplinar à Saúde da 
Mulher” (CISMu). 
Email: mfabbbro@gmail.com. 
² Enfermeira Obstetra, Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 
Email: geovaniareis@gmail.com 
 
Resumo. Violência obstétrica é um tipo de violência de gênero onde há apropriação do corpo das mulheres 
nos processos reprodutivos, por profissionais da saúde, que prestam assistência desumana, com uso 
excessivo de medicalização e intervenções iatrogênicas em processos naturais. Trata-se de estudo 
qualitativo, cujo objetivo foi compreender, por meio do relato de 9 mulheres e à luz da perspectiva de 
gênero e direitos reprodutivos, a prática desta violência. Baseada na Metodologia Comunicativa Crítica, o 
relato comunicativo e o nível básico de análise foram os instrumentos de coleta e análise dos dados, 
permitindo a identificação dos elementos transformadores e exclusores, elencados nas categorias Mundo 
da Vida e Sistema. Os resultados apontam maior quantidade de elementos exclusores ligados ao sistema e 
menor de elementos transformadores relacionados ao mundo da vida. Concluímos que os relatos anunciam 
e denunciam a violência obstétrica na rede pública de saúde e a violação de direitos humanos. 
 
Palavras-chave: Violação dos direitos humanos, violência obstétrica, violência de gênero, saúde materna. 
 
 
Obstetric Violence according to the perception of the women who experienced it 
 
Abstract. Obstetric violence is a type of gender-based violence where women's bodies are appropriated in 
reproductive processes by health professionals who provide inhumane assistance, overuse of 
medicalization, and iatrogenic interventions in natural processes. It is a qualitative study, whose objective 
was to understand, through the report of 9 women and in the light of the perspective of gender and 
reproductive rights, the practice of this violence. Based on the Critical Communicative Methodology, the 
communicative report and the basic level of analysis were the instruments of data collection and analysis, 
allowing the identification of transforming and exclusionary elements, listed in the World of Life and System 
categories. The results point out a larger number of exclusionary elements linked to the system and less of 
transforming elements related to the world of life. We conclude that the reports announce and denounce 
the obstetric violence in the public health system and the violation of human rights. 
 
Keywords: Violation of human rights, obstetric violence, gender violence, maternal health. 
 
1 Introdução 
 
O "Guia prático: cuidados com o parto normal" (World Health Organization [WHO], 1996), datado de 
1996, foi o primeiro documento que esclarece quais praticas obstétricas não são recomendadas, 
entre elas o uso rotineiro de episiotomia, fórceps, ocitocina, manobra de Kristeller, amniotomia, 
jejum, tricotomia, posições horizontais para o processo de parturição, entre outros procedimentos, 
que por não serem baseados em evidências científicas, tornam a assistência prestada na gravidez, 
parto e pós-parto de baixo risco insegura. Além de, marcar a necessidade de humanização dos 
cuidados de saúde a esta população. Neste sentido, os fatores intervenientes das práticas de 
>>Atas CIAIQ2017 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 2 
 
 
1227 
 
assistência ao pré-natal, trabalho de parto, parto, nascimento e amamentação podem influenciar a 
vivência e a experiência das mulheres. Estas práticas inadequadas em obstetrícia têm sido 
denunciadas pelos movimentos de mulheres nas redes sociais e nas ruas em defesa de partos e 
nascimentos fisiológicos e humanizados, que visem o respeito aos direitos sexuais e reprodutivos 
enquanto direitos humanos. Compreendendo o parto e nascimento como eventos sociais e não 
somente biológicos, na sociedade brasileira ainda persistem comportamentos sexistas, sustentados 
por um discurso heterossexualista, e sob essa ótica, gênero e sexualidade são determinados 
biologicamente e não construídos social e culturalmente. Além disso, exibe um panorama de 
desigualdades de gênero, onde situações como violência de gênero e violência obstétrica são 
naturalizadas, banalizadas e/ou invisibilizadas pelos atores desta sociedade (Fundo de Populações 
das Nações Unidas [UNFPA], 2007; Diniz, 2009; Aguiar, Oliveira, 2011; D’Gregório, 2011; Mattar, 
Diniz, 2012; & Aguiar, D’Oliveira, Schraiber, 2013). 
D'Oliveira, Diniz, & Schraiber (2002) categorizaram quatro tipos de violência: negligência, violência 
verbal, violência física e violência sexual. Em 2007, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) 
consolidou o conceito de violência obstétrica na América Latina como um tipo de violência de gênero 
que se caracteriza pela: 
Apropriação do corpo das mulheres durante os processos reprodutivos, pelos profissionais 
de saúde que prestam auxilio desumano com uso excessivo de medicalização e intervenções 
iatrogênicas em processos naturais que envolvem a perda de autonomia e capacidade de 
decidir livremente sobre seus corpos e sua sexualidade, e um impacto negativo sobre a 
qualidade de vida das mulheres (UNFPA, 2007, p. 30). 
As situações de violência institucional também podem se desdobrar em violência obstétrica. De 
acordo com a Polícia Nacional para Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (Brasil, 2011), a 
violência institucional é "a violência praticada por ação ou omissão na prestação de serviços públicos 
de instituições. Isso é perpetuado por profissionais que não asseguram um cuidado humanizado, 
preventivo e reparador de danos" (Brasil, 2011, p. 35). Vale ressaltar que a violência institucional 
pode ocorrer “em função de práticas discriminatórias, sendo as questões de gênero, raça, etnia, 
classe geracional, orientação sexual e religião um terreno fértil para a ocorrência de tal violência” 
(Brasil, 2011, p. 35). Apesar de várias iniciativas do governo brasileiro em melhorar a assistência ao 
parto e nascimento com políticas como o "Programa de Humanização do Parto e do Nascimento" e a 
"Rede Cegonha" (Brasil, 2002, 2014), estudos vem mostrando uma insatisfação crescente de 
mulheres em suas experiências relativas ao parto e ao nascimento. Muitos deles descrevem este 
evento como dominado pelo medo, solidão e dor, realizado em instituições onde as mulheres são 
consideradas secundárias, especialmente as pretas, solteiras e de baixa renda, e a maternidade na 
adolescência é estigmatizada. Desta forma, o direito reprodutivo é transformado em um processo 
hierárquico, refletindo a desigualdade de gênero e a desigualdade na assistência (Diniz, 2009; & 
Mattar, Diniz, 2012). Considerando estes aspectos, a pergunta de pesquisa foi: Quais práticas 
assistenciais configuram violência obstétrica para as mulheres em suas experiências de gestação e 
parto? O objetivo foi identificar se houve a presença de práticas que se configuram em violência 
obstétrica no atendimento às mulheres e, diante disso, como esse fenômeno se manifesta nos 
discursos delas. 
 
2 Metodologia 
 
A Metodologia Comunicativa Crítica foi o referencial metodológico que guiou estapesquisa. 
Constitui-se em uma orientação de investigação científica, onde os significados da realidade se 
constroem através da interação entre as pessoas. Utiliza-se de vários aportes teóricos, sendo os 
principais Paulo Freire, em especial com o conceito de Dialogicidade e Jürgen Habermas, por meio da 
>>Atas CIAIQ2017 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 2 
 
 
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Teoria da Ação Comunicativa. Este método foi desenvolvido no CREA/UB, atualmente denominada 
de Comunidade de Pesquisa para Excelência de Todos, localizado na Universidade de 
Barcelona/Espanha (Gómez, Latorre, Sánchez, & Flecha, 2006). Trata-se de um estudo qualitativo, de 
natureza descritiva e exploratória de campo, o qual buscou privilegiar a concepção de sujeitos de 
pesquisa e não de objetos de pesquisa.Diante disto, a Metodologia Comunicativa Crítica propõe uma 
prática de investigação científica onde todos os sujeitos envolvidos nas pesquisas, investigador/a e 
investigado/a são membros ativos e em processo de coparticipação e colaboração na construção da 
pesquisa. Busca valorizar o diálogo igualitário, horizontal e intersubjetivo entre os mesmos, desde a 
estruturação e elaboração do projeto de pesquisa, a formulação da pergunta de pesquisa, da 
introdução, da justificativa, dos objetivos, perpassando pela fase confecção do instrumento de coleta 
de dados, estendendo-se até a fase de análise dos dados (Gómez et al., 2006).Nesta proposta 
metodológica se reconhece o rompimento com o desnível epistemológico e a hierarquia 
interpretativa. Desta forma, o conhecimento científico passa a ser construído através de um diálogo 
horizontal e intersubjetivo, onde desaparecem as expertises e o processo de entendimento passa a 
ser resultado do conhecimento científico do/a investigadoror/a e do conhecimento de experiência 
das pessoas investigadas. Desta fusão de conhecimentos, se reconhece à inteligência cultural, com a 
qual as pessoas participando como sujeitos ativos dos processos sociais, culturais, políticos e 
econômicos do meio em que vivem são capazes de transformar sua realidade (Flecha, 1997; Gómez 
et al., 2006; González, Díez-Palomar, 2009; & Sanmamed, 2013). Em se tratando de um método novo 
na área da saúde, a seguir serão explicitados os caminhos percorridos. 
Etapas da pesquisa: 
1a etapa: Aproximação com as mulheres: diálogos com mulheres e homens nas salas de espera das 
unidades de saúde do município de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, Brasil, com o 
objetivo de divulgar e dialogar sobre o tema violência obstétrica. Neste momento, foi identificada a 
carência de informação sobre o tema entre os profissionais de saúde, além das pessoas da 
comunidade. 
2a etapa: Elaboração de um folder e um cartaz explicativo sobre violência obstétrica, buscando 
fornecer instrumentos de orientação e informação para a comunidade e profissionais de saúde. Este 
material informativo foi distribuído em locais estratégicos como salão de cabeleireira/o, pousadas, 
entre outros locais públicos e também para amigos e parentes. As pessoas responsáveis por estes 
estabelecimentos descritos acima fizeram o primeiro contato com mulheres que haviam passado 
pela experiência da gestação, parto e pós-parto, com o intuito de evitar viés em pesquisa. 
3a etapa: Elaboração do roteiro do relato comunicativo1: para a confecção do roteiro de relato 
comunicativo, a pesquisadora contou com um conselho assessor. Este conselho assessor foi formado 
por pessoas representativas de coletivo, grupos e/ou comunidades que estejam de alguma maneira 
envolvida com os problemas investigados. Estas pessoas com seus conhecimentos, argumentos e 
maneiras de entender a realidade investigada a enriquecem com seu o olhar. Entre suas funções, 
podem ser destacadas: aporte de conhecimentos, revisão crítica de documentos, orientação sobre o 
processo desenvolvido pelo projeto, de modo comunicativo. Podem pertencer ou não aos sujeitos da 
investigação (Gómez et al., 2006, p. 48). O conselho assessor desta pesquisa foi composto por três 
mulheres da comunidade local que não fazem parte amostra das participantes da investigação, uma 
vez que estas mulheres identificavam terem sofrido violência obstétrica. Coletado os relatos destas 
mulheres, por meio de gravador de áudio digital, foram transcritos na íntegra e com fidelidade, feito 
leituras reflexivas e interpretativas buscando extrair significados e a codificação dos discursos das 
mulheres. A partir destes diálogos, emergiram três temas gerais: gestação, trabalho de parto e parto 
 
1 Trata-se de um diálogo entre o/a investigador/a e o/a investigado/a, o qual tem a intenção de refletir, interpretar, 
compreender a vida cotidiana desta última. Gómez et al, (2006). 
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e pós-parto e amamentação, que guiaram a elaboração do roteiro, o qual guiou a investigadora nos 
diálogos para a coleta de dados. A validação do roteiro se deu por meio da coleta de um relato 
comunicativo piloto, prestado por uma mulher participante da pesquisa que havia passado pela 
experiência de gestação, trabalho de parto e parto, pós-parto e amamentação. 
4a etapa: Definição das participantes e realização do relato comunicativo (individualmente): Os 
critérios de inclusão na amostra foram: mulheres maiores de 18 anos, que haviam passado pela 
experiência de gestação, trabalho de parto, parto, pós-parto e amamentação, que tiveram suas 
assistências financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após a coleta dos dois primeiros relatos, 
as participantes começaram a indicar outras mulheres que tiveram filhos/as pelo SUS e estavam 
dentro dos critérios de inclusão, caracterizando a técnica de coleta de dados em sistema de “Bola de 
Neve”. O tamanho da amostra se deu pela saturação dos temas (dos elementos transformadores e 
dos exclusores) durantes a análise dos dados. As entrevistas foram realizadas em locais definidos 
pelas mulheres, variando desde suas residências, a casa da pesquisadora, um salão de cabeleireiro ou 
café próximo a seus locais de trabalho. Antes da coleta foram seguidos todos os aspectos envolvendo 
Pesquisa com Seres Humanos (Resolução 466/2012). Este encontro foi gravado e posteriormente 
transcrito na íntegra para identificação dos elementos exclusores e/ou transformadores que iriam 
subsidiar o próximo encontro. Para preservar o anonimato, o nome das participantes foi substituído 
por nomes de pedras preciosas, escolhidas pelas próprias mulheres. 
5a etapa: Análise intersubjetiva: após a gravação, foi realizada a transcrição do relato na íntegra, 
feito uma sistematização e classificação dos recortes de narrativas. Posteriormente, ocorria o 
segundo encontro, com a finalidade de consensuar com as mulheres quais trechos de seus relatos 
haviam sido elementos transformadores ou exclusores em suas experiências de gestação, trabalho 
de parto, parto, pós-parto e amamentação. A análise de dados utilizou o nível básico de análise 
proposto pela Metodologia Comunicativa Crítica, em que os elementos transformadores e exclusores 
elencados foram distribuídos nas categorias pré-estabelecidas pelo método: Mundo da Vida e 
Sistema. Mundo da vida refere-se a todos os conhecimentos e experiências de cada sujeito 
adquiridas ao longo do percurso de suas vidas. E Sistema se refere às instituições, sistema de 
organizações, assim como diretrizes reguladoras, entre outras (Gómez et al., 2006; & Habermas, 
2012), conforme quadro abaixo: 
 
Quadro 1. Nível básico de análise: categorias e elementos. 
 Sistema Mundo da vida 
Elementos 
exclusores 
n1 n2 
ElementosTransformadores 
n3 n4 
 
3 Resultados 
 
As participantes da pesquisa foram nove mulheres que tiveram sua experiência do parto e 
nascimento em um município do interior do estado de São Paulo/Brasil, cuja assistência foi 
financiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As mulheres que relataram suas experiências tinham a 
idade de 23 à 37 anos, em relação a escolaridade quatro mulheres possuíam nível superior completo, 
uma superior incompleto e, quatro ensino médio completo. Em relação aos dados obstétricos, cinco 
mulheres tiveram uma gestação, duas mulheres 3 gestações e, uma mulher duas gestações; entre as 
9 mulheres e suas gestações, encontramos 8 nascimentos de partos por cesárea, apenas dois partos 
normais. Em relação à cor da pele, quatro mulheres se declaram negras, uma parda e, quatro 
mulheres brancas. Em relação aos dados socioeconômicos, oito mulheres pertencem à classe média 
baixa e uma mulher a classe média alta. A seguir, apresentamos alguns recortes dos relatos das 
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mulheres identificados como elementos exclusores relacionados, tanto ao Mundo da Vida como 
Sistema e que foram mais citados: 
Elementos exclusores: Maus tratos, procedimentos inadequados no parto e discriminação de raça 
está associada à categoria de análise Sistema. 
[...] Cheguei sozinha, cheguei sem todos os documentos do pré-natal, baseado nisso eles 
pré-conceberam uma imagem de mim e a partir disto eles definiram o tratamento que eu 
merecia, e eu tenho plena consciência que isso contou demais. Se eu fosse uma mulher 
branca, loira, e chegasse vestida do mesmo jeito, eu teria um tratamento diferente [...] me 
encaminharam para uma sala de pré-parto, onde eu tomei um banho, me colocaram um 
avental, me colocaram em uma cama, onde eles pediram para que eu ficasse sempre de 
barriga para cima, a cada contração eu tinha que fazer força e eu não podia gritar, sempre 
que eu gritava, a enfermeira que ficou responsável por aquela sala, ela me mandava calar a 
boca, que quando eu fiz eu não gritei, e já que agora eu fiz, tinha que aguentar, porque na 
hora foi bom, então agora eu tenho que aguentar [...] (Diamante). 
Elemento exclusor - Isolamento e frustração está ligada a categoria de análise Mundo da Vida: 
[...] A minha gravidez não foi planejada, eu descobri que estava grávida já entrando no 6º 
mês de gestação e eu tinha acabado de trocar de curso na Faculdade, então como eu 
morava fora de casa, eu decidi que aquela gestação seria minha, eu não compartilharia com 
ninguém, então ninguém ficou sabendo de minha gravidez [...] acho que foi a etapa mais 
difícil da minha vida inteira, [...] (Diamante). 
Elemento exclusor - Falta de Orientação está ligado a categoria de análise Sistema: 
[...] eu fiquei sabendo depois que tinha tido uma parada cardiorrespiratória através do meu 
ginecologista que trabalha no hospital e lá dentro eu fiquei sabendo só que tinha dado uma 
complicação, só isso [...] Depois, todo mundo sumiu, eu procurava, perguntava para as 
enfermeiras, elas diziam que não podiam me responder que eu tinha de falar com o médico 
de plantão. O médico de plantão nunca estava, quando ele aparecia, que eu ia atrás para 
perguntar, ele falava que não podia falar comigo naquela hora, então ninguém nunca me 
dava a resposta. Tudo que eu tive de informação, foi na segunda vez que eu estive 
internada, aí uma enfermeira falou para mim, eu vou te contar o que eu sei, mas você não 
fala que foi eu que te contei [...]. (Opala). 
Os resultados apontam que os elementos exclusores mais citados foram: maus tratos e frustração, 
falta de orientação profissional, insatisfação com o serviço, procedimentos inadequados no parto, 
falta de apoio à amamentação, privação de acompanhantes, discriminação de classe e raça, todos 
relacionados com o sistema. Em relação ao mundo da vida os mais citados foram: cultura da dor de 
parto, isolamento e frustração. Os elementos transformadores foram: apoio familiar, 
empoderamento, busca pessoal por informações, vínculo mãe-bebê, consciência de luta coletiva, 
todos relacionados com o mundo da vida. Os elementos transformadores associados ao sistema 
foram: apoio profissional, satisfação e segurança com atendimento, presença do acompanhante e 
apoio na amamentação. 
 
4 Discussão 
 
A Organização Mundial de Saúde (WHO, 1996) está designando como maus-tratos e abusos na 
assistência a saúde da mulher em processo reprodutivo todas as situações que envolvem abuso 
verbal, abuso físico, abuso psicológico, abuso sexual, negligência, desrespeito, descaso e que geram 
insatisfação nas mulheres com a sua própria experiência e com o atendimento prestado no ciclo 
gravídico-puerperal. De acordo com UNFPA (2007) e D’Gregório (2011) estes atos e atitudes 
caracterizam formas de violência obstétrica na assistência. Isto mostra a necessidade de reflexão de 
>>Atas CIAIQ2017 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 2 
 
 
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que os direitos reprodutivos são desrespeitados, negligenciados, exercidos de forma hierarquizada, 
de acordo com maior poder aquisitivo, sociopolítico e cultural (Mattar, Diniz, 2012; Ávila, 2003; & 
Berquó, 2003). 
A falta de orientação está associada à comunicação ineficaz, negação ao diálogo, privação de 
informações relativas ao estado geral de saúde das mães e de seus bebês, e podem trazer diversos 
prejuízos na qualidade da assistência durante o ciclo gravídico-puerperal. Alguns estudos de revisão 
sistemática baseados em evidências científicas trazem que à assistência ao primeiro, segundo e 
terceiro período do parto fica prejudicada, devido às mulheres não terem recebido orientações 
adequadas, em especial, aquelas relacionadas aos sinais de trabalho de parto ativo e, que chegam às 
instituições hospitalares antes que este tenha se instalado. Isto normalmente ocasiona um maior uso 
de medicalização, intervenções e instrumentalização do parto normal, assim como também aumenta 
a taxa de ocorrência de cesarianas, e elevam a taxa a de morbimortalidade materna e perinatal 
(Diniz, 2009; & Amorim, Porto, Souza, 2010). 
Os procedimentos inadequados no parto estão relacionados à medicalização, instrumentalização do 
parto normal e cascata de intervenções iatrogênicas, as quais podem ser observadas, por meio de 
procedimentos como: punção venosa sem necessidade, amniotomia artificial, administração de 
ocitocina sintética e soluções glicosadas (soro glicofisiológico ou soro glicosado), tricotomia, jejum, 
enteroclisma, não permitir livre deambulação no primeiro período do parto, obrigar a mulher a parir 
em posições horizontais, episiotomia, o clampeamento precoce do cordão umbilical, entre outros. 
Estas práticas que são realizadas no trabalho de parto e parto foram naturalizadas como de rotina, 
normais e necessárias, mas são consideradas desnecessárias e até danosas, do ponto de vista das 
evidências científicas. Além de, caracterizar-se como situações de violência obstétrica no trabalho de 
parto, parto, pós-parto (UNFPA, 2007; Diniz, 2009, Amorim, Porto, Souza, 2010; D’Gregorio, 2011; 
Brasil, 2002, 2014; & Organização Mundial de Saúde [OMS], 2014). 
A presença do acompanhante, apoio profissional, apoio da família, apoio das amigas estão 
associados a eventos e experiências positivas para as mulheres, em especial, para as que se 
encontram em processo de parturição. Segundo estudos da área e revisões sistemáticas, o 
acompanhante e apoio à mulher em parturição estão relacionados à melhor qualidade do 
atendimento prestado, menores índices de intervenções iatrogênicas, de analgesia farmacológica, de 
partos instrumentalizados e de cesarianas, além demostrarem melhores desfechos maternos e 
perinatais. Também está associada a maior satisfação materna com sua experiência de parto e 
nascimento de seus filhos/as; bem como, a privação do/da acompanhante proporciona situações 
inversas às descritas acima (Diniz, 2009; Amorim et al., 2010; Salgado, 2012; Salgado, 2013; Brasil, 
2002; Brasil, 2014; & Leal, Pereira, Domingues, Filha, Dias, Nakamura-Pereira, Bastos, Gama, 2014). 
Pesquisas apontam que o apoio na amamentação, o contato pele a pele, amamentação na primeira 
hora de vida desencadeia o aumento da produção de leite, acelera a dequitação da placenta, 
aumenta a velocidade da involução uterina, reduz o sangramento puerperal, e promove 
estabelecimento do vínculo mãe-bebê precoce; que proporcionará melhor desenvolvimento 
emocional, cognitivo, social durante a vida desta criança. A falta de apoio na amamentação, que se 
manifesta pela ausência de contato pele à pele ao nascer, amamentação na primeira hora de vida, 
negligência mediante a solicitação de auxílio materno expõe à mulher a violência obstétrica na 
amamentação (UNFPA, 2007; D’Gregório, 2011; & Salgado, 2012, 2013). 
Vale lembrar o que propõe o documento: “Ley organica sobre el derecho de las mujeres a una vida 
libre de violencia”, em seu artigo 51 que estabelece atos constitutivos de violência obstétrica como 
aqueles executados por profissionais de saúde, que consistam em: 1. Não atender de maneira 
oportuna e eficaz as emergências obstétricas; 2. Obrigar a mulher a parir em posição supina e com as 
pernas levantadas, existindo outros meios necessários para a realização do parto vertical; 3. 
Dificultar o contato precoce da/do recém-nascida/o com mãe, sem causa médica justificada, 
>>Atas CIAIQ2017 >>Investigação Qualitativa em Saúde//Investigación Cualitativa en Salud//Volume 2 
 
 
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negando-lhe a possibilidade de carregá-la/lo no colo e amamentá-la/lo imediatamente ao nascer; 4. 
Alterar o processo natural do parto de baixo risco, mediante ao uso de técnicas de aceleração do 
trabalho de parto, sem o consentimento voluntário, expresso e informado da mulher e 5. Praticar 
parto por via cesariana, existindo condições para o parto natural, sem obter o consentimento 
voluntário, expresso e informado da mulher [...]. (UNFPA, 2007, p. 52). 
Apesar de não ter sido trabalhado o recorte racial nesta pesquisa, encontramos discriminação de 
raça entre seus resultados, o que coloca a necessidade de discutir e refletir, tanto a discriminação e 
racismo como o racismo institucional. O racismo institucional se caracteriza pelo fracasso coletivo do 
sistema, instituições e/ou organizações em prestar um serviço adequado e profissional às pessoas 
em razão de sua cor, cultura ou origem étnica. Manifesta-se na forma de discriminação em virtude 
de preconceitos, na forma de tratamento grosseiros, desrespeitosos, falta de atenção que colocam 
determinados grupos étnico-raciais em condições de estereótipos e desvantagens, ou melhor, em 
desigualdade de acesso e redução na qualidade dos atendimentos prestados baseados na raça e cor 
das mulheres quando buscam assistência a sua saúde (López, 2012; & Prestes, 2013). Isto se 
caracteriza em violência institucional (Brasil, 2011), o que constitui um tipo de violência obstétrica. 
Além de tudo o que o foi exposto acima, foi evidenciado nos relatos a discriminação de classe na 
assistência ao parto, nascimento e pós-parto nas maternidades, por meio de atendimentos 
diferenciados conforme a classe social, constituindo-se em ato violento contra a mulher, e neste 
período específico, caracteriza violência obstétrica, contrariando acordos internacionais sobre 
direitos reprodutivos. De acordo com a convenção de Belém do Pará, desde 1979, na Assembleia 
Geral das Nações Unidas aprovou-se: prevenir, punir, erradicar todas as formas de discriminação e 
violência contra mulher. E traz em seu artigo 1º: “entender-se-á por violência contra a mulher 
qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou 
psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada” (Organização dos Estados 
Americanos [OEA] 1994; Diaz, Cabral, Santos, 2004; & Ventura, 2004). 
Portanto, todos os elementos exclusores discutidos acima incidem e caracterizam situações de 
violência obstétrica, desrespeito aos direitos reprodutivos e sexuais, violação de direitos humanos 
fundamentais. Além disso, inserem a mulher em condições de submissão e subordinação ao período 
gravídico-puerperal, conduzindo-nos a uma reflexão sobre as relações poder e desigualdade de 
gênero na saúde e que foram construídos e perpetrados historicamente em nossa sociedade. 
 
5 Conclusões 
 
Apesar das limitações da pesquisa como a amostra reduzida analisada e a pesquisa ser realizada em 
uma cidade identificou-se a presença de situações de violência obstétrica no desenvolvimento das 
práticas de assistência ao parto e nascimento, dado que as análises nos apontam que o sistema se 
encontra "contaminado" por normas e rotinas, os quais são realizados sem discussão prévia ou 
consentimento informado da mulher. Estas práticas costumam ser denominadas como cascata de 
intervenções, e são obsoletas de acordo com a prática obstétrica baseada em evidências científicas. 
Isto evidencia que os elementos exclusores ligados ao sistema, ou seja, as instituições de saúde 
prevalecem, embora se deva ressaltar que o sistema é conduzido pela atuação de sujeitos; os quais 
podem ser "contaminados" com práticas punitivas, desrespeitosas, discriminatórias, entre outras, o 
que caracteriza os maus tratos no atendimento e fazem parte, muitas vezes, dos aprendizados 
informais adquiridos nos ambientes de trabalho. De acordo com a percepção das mulheres, os 
elementos transformadores estão mais relacionados ao mundo da vida, o qual é constituído pelo 
meio em que as pessoas vivem e se relacionam com suas experiências e conhecimentos. 
Concluímos que o sistema tem contribuído pouco para uma assistência digna e qualidade durante a 
gestação, parto e pós-parto, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e podemos inferir ainda, 
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pela prática profissional das autoras, que não se trata de um fenômeno isolado e restrito as mulheres 
e cidade investigada. As instituições em geral, com exceção de algumas importantes iniciativas que 
tem buscado um modelo humanizado de atendimento as mulheres no ciclo gravídico-puerperal2; 
ignoram os direitos reprodutivos como direitos humanos e discriminam, de acordo com a classe 
social, etnia e não raro, por se declararem solteiras. Ademais, a pesquisa destaca a desorganização 
do sistema de saúde na assistência de saúde materna e infantil, que neutraliza as propostas de 
humanização e as recomendações da Rede Cegonha e da Organização Mundial da Saúde, o que 
representa uma violação aos direitos reprodutivos como direitos humanos fundamentais. 
Do ponto de vista das contribuições do método para as metodologias qualitativas, o percurso 
metodológico, ao privilegiar uma participação efetiva de quem vivência o fenômeno no próprio 
processo de construção da pesquisa permitiu, em especial as mais vulneráveis social, econômica, 
politicamente e com pouco poder de entoar suas vozes, denunciar e reivindicar seus direitos. Por 
meio do diálogo igualitário, que não nivela, não reduz um ao outro, abre espaço a superação das 
situações limites em que os homes se acham quase coisificados, parafraseando Freire. Neste cenário, 
a superação das desigualdades sociais, das desigualdades de gênero, da violência de gênero, mais 
especificamente, em nosso enfoque de pesquisa, a violência obstétrica poderia ser denunciadae 
desnaturalizada e a assistência seria redefinida em humanização, um processo a ser construído e 
conquistado por meio da busca de nossa vocação ontológica e histórica como seres humanos em 
“ser mais” e de nos humanizar, quer como profissional de saúde ou como gestores em saúde. 
 
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http://dab.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf > 
 
2 Podemos citar, por exemplo, o Hospital Sofia Feldman, um hospital público, não governamental, que oferece 
atendimento de excelência à comunidade, em especial à mulher e a criança, para a clientela universalizada, dentro de um 
Sistema de Saúde regionalizado e hierarquizado, trabalhando em parceria com a comunidade e com eficazes mecanismos 
de controle social e a Casa Ângela, que é um Centro de Parto Humanizado que oferece assistência humanizada ao parto 
natural em ambiente acolhedor e respeitoso. Ambos disponíveis em: http://www.sofiafeldman.org.br/o-hospital/ e 
http://www.casaangela.org.br/ (respectivamente). 
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