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Aula 06 – Rochas Magmáticas Rochas Magmáticas São rochas formadas pelo magma expelido da crosta terrestre, resfriado e solidificado. Caracteres macroscópicos para identificação de uma rocha magmática São duras, em geral; São maciças; Fragmentam-se de forma irregular; Não apresentam fósseis no seu interior; Possuem alto teor de feldspatos; Seus cristais estão justapostos; Não apresentam estruturas nem em faixas nem em camadas; Apresentam textura cristalina, vítrea ou vesicular. Feldspato O mais comum dos minerais da crosta terrestre; Formado por silicato de alumínio, potássio, sódio ou cálcio; Mineral de boa clivagem; Tem dureza 6 na escala Mohs; Facilmente decomposto pelo intemperismo químico; Transforma-se em argila. Vesicular Pequeníssimas cavidades de forma esférica, alongadas ou irregulares, que ocorrem nas rochas magmáticas extrusivas ou em lavas, causadas pelo escapamento de gases do magma que as originou. Clivagem Forma pela qual muitos minerais se fragmentam, ao longo de planos paralelos bem definidos. Atividades magmáticas O magma pode apresentar grande mobilidade, logo depois de formado, tendendo a subir ao longo de fissuras da crosta, deslocando ou carregando as rochas vizinhas, podendo, eventualmente, extravasar à superfície sob a forma de lava ou então solidificar-se no interior da crosta. Viscosidade dos magmas Os magmas graníticos são mais viscosos do que os basálticos, já que a viscosidade aumenta com o teor de SiO2 (óxido de silício ou sílica); A viscosidade depende da temperatura e da pressão, diminuindo com o aumento desses fatores. Tipos básicos de atividades magmáticas De acordo com o local em que ocorre a consolidação do magma, para a formação da rocha magmática, existem dois tipos básicos de atividade ígnea: o plutonismo e o vulcanismo. 1) Plutonismo Atividade em que a consolidação do magma ocorre no interior da crosta, dando origem às rochas intrusivas ou plutônicas ou abissais. 2) Vulcanismo Atividade em que o magma irrompe e derrama-se à superfície da crosta sob a forma de lava, para formar as rochas extrusivas ou vulcânicas ou efusivas. Câmaras magmáticas São os espaços no interior da crosta, ocupados pelo magma. No caso dos vulcões, a câmara magmática é ligada ao exterior, através de conduto vulcânico. Câmara magmática Principais critérios de classificação das rochas magmáticas I) Classificação das rochas magmáticas pelo modo de ocorrência Segundo o modo de ocorrência na crosta terrestre, as rochas magmáticas classificam-se em dois tipos: 1) Rocha intrusiva ou plutônica ou abissal Rocha magmática formada pelo resfriamento e consolidação do magma, no interior da crosta terrestre, a grandes profundidades e em grandes massas; Possue formas que dependem da estrutura geológica e da natureza da rocha encaixante ou preexistente em cujas cavidades o magma penetra; Rochas encaixantes São rochas preexistentes e que possuem fendas dentro das quais o magma penetra e se solidifica, formando os corpos intrusivos. Formas produzidas pelas rochas intrusivas ou plutônicas Podem ocorrer de diversos modos, formando corpos intrusivos de formas e tamanhos diferentes e que apresentam relações variadas com as rochas encaixantes ou preexistentes. a) Forma concordante Quando o magma penetra numa rocha e preenche suas cavidades segundo os planos de estratificação ou xistosidade dessa rocha. b) Forma discordante ou transgressiva Quando o magma penetra numa rocha segundo planos ou direções que não correspondem aos de estratificação ou xistosidade dessa rocha. Formas concordantes e discordantes só podem ser distinguidas umas das outras, quando as intrusões magmáticas ocorrerem em rochas de estrutura estratificada, mais ou menos horizontais. 2) Rocha extrusiva ou vulcânica Rocha magmática formada pelo extravasamento, derramamento, resfriamento e consolidação do magma, na superfície da crosta terrestre; Um corpo extrusivo de rocha magmática chama-se derrame. Derrames São corpos magmáticos extrusivos, de forma tabular, que cobrem extensas áreas; A forma e as dimensões dos derrames são consequência da fluidez do magma; A fluidez do magma depende da sua composição química; Magmas pobres em sílica e ricos em ferro e magnésio, como o basalto, são, geralmente, mais móveis e podem atingir grandes distâncias, a partir do local de extravasamento, após se derramarem pela superfície da crosta; Magmas ácidos (ricos em sílica e pobres em ferro e magnésio) são viscosos e, por isto, não formam derrames; ao contrário, acumulam-se nas proximidades do orifício de extravasamento, formando edifícios ou estruturas vulcânicas. Rochas intrusivas e extrusivas Corpos magmáticos intrusivos ou plútons São rochas magmáticas intrusivas que se consolidaram nas profundidades; São massas de rocha magmática procedentes de grandes profundidades, que se encaixaram entre as rochas suprajacentes, consolidando-se por resfriamento, antes de chegarem à superfície; Formam uma intrusão, geralmente de grandes dimensões, com até vários quilômetros de espessura, dentro da rocha encaixante; Na maioria das vezes, o magma se solifica a profundidades de até 10 km, fazendo com que os plútons sejam visíveis apenas nos casos em que todo o manto de rocha que os cobria tenha sido eliminado pela erosão. Tipos de corpos intrusivos 1) Os corpos intrusivos mais comuns são: sill, lacólito e dique. 2) Os corpos intrusivos de grandes dimensões mais comuns são: batólito e lapólito. Classificação dos corpos intrusivos quanto à forma geométrica A classificação dos corpos intrusivos refere-se apenas à sua forma geométrica e não à sua formação litológica; Normalmente, os corpos intrusivos são mais resistentes à erosão do que a própria rocha encaixante, sobressaindo-se na topografia do terreno em relação à rocha encaixante. a) Formas ou corpos concordantes São as formas que ocorrem na intrusão magmática, quando o corpo intrusivo ocupa os espaços entre os planos de estratificação da rocha encaixante e mantém a mesma forma da estrutura da rocha preexistente. As principais formas concordantes são: Sill, Lacólito, Lapólito e Facólito. Sill (soleira) São corpos intrusivos concordantes, laminares, extensos e pouco espessos, com a forma de uma tábua na posição quase horizontal ou com a forma ligeiramente lenticular, quando vistos em corte, provenientes da consolidação do magma que penetrou as camadas da rocha encaixante, em posição, aproximadamente, horizontal; Possue superfícies paralelas; Sua espessura varia de alguns centímetros até muitas centenas de metros; É produzido por magma pouco viscoso, para penetrar entre os planos de estratificação da rocha encaixante; No interior do Brasil, encontram-se vários sills de diabásio, no interior de rochas sedimentares. Lacólito (lakkos = cisterna) São corpos intrusivos concordantes com a forma de uma lente plano-convexa, quando vistos em corte, com a curvatura voltada para cima; Podem ter até 300 m de espessura e 5000 m de comprimento; O magma deve ser mais viscoso, para ter condições de formar massas intrusivas em forma de lente, na rocha encaixante. Lapólito (lopos = bacia) São corpos intrusivosconcordantes com a forma de uma bacia de grandes dimensões, quando vistos em corte, que se acumulam dentro de estratos sedimentares de dobras sinclinais, preenchendo a depressão da sinclinal. Facólito São corpos intrusivos concordantes, com a forma de lente, quando vistos em corte, que se acumulam no interior de estratos sedimentares de dobras anticlinais, preenchendo a reentrância da anticlinal. Corpos intrusivos Corpos intrusivos Dobra sinclinal (concavidade para cima) É a dobra de uma rocha com a concavidade voltada para para cima (semelhante ao que ocorre com uma parábola do 2º grau com a concavidade voltada para cima). Dobra anticlinal (concavidade para baixo) É a dobra de uma rocha com a concavidade voltada para baixo (semelhante ao que ocorre com uma parábola do 2º grau com a concavidade voltada para baixo). Dobra sinclinal e dobra anticlinal Esquema de uma sequência de dobras: sinclinal (syncline) (à esquerda) e anticlinal (anticline) (à direita) Foto de uma sequência de dobras: sinclinal (à esquerda) e anticlinal (à direita) Corpos intrusivos A – Câmara magmática B – Dique C – Lacólito E – Sill 2 – Xenólito Xenólito Fragmentos de rocha, envolvidos por uma rocha maior, durante a formação e o endurecimento desta; Podem ser arrastados ao longo da orla de uma câmara magmática. b) Formas ou corpos discordantes São as formas que ocorrem na intrusão magmática, quando o corpo intrusivo ocupa os espaços entre as fendas da rocha encaixante, porém, discordam dos planos de estratificação e não mantêm a mesma forma da estrutura da rocha preexistente, pois cortam em ângulo as camadas da rocha encaixante e alteram a forma das fendas da mesma; As principais formas discordantes são: Dique, Veio, Neck, Batólito e Stock. Dique São corpos intrusivos discordantes, laminares, extensos, pouco espessos, com a forma de um tubo na posição quase vertical e que preenchem uma fenda de uma rocha preexistente; Os diques podem ter a forma de anel, circular ou radial (forma de raio); Sua espessura varia de alguns centímeteros até centenas de metros; Seu comprimento é variável; No sul do Brasil, existem diques de diabásio e pegmatito, com quilômetros de comprimento; Às vezes, a rocha que formou o dique é mais resistente que a rocha encaixante. Corpos intrusivos Dique em forma anelar, penetrando a rocha encaixante (faixa preta circundando a rocha encaixante) Dique em forma anelar, penetrando a rocha encaixante (faixa escura, circundando a rocha encaixante) Dique em forma radial, penetrando a rocha encaixante (tubos escuros, quase verticais, estendendo-se pela rocha encaixante) Veio São corpos intrusivos discordantes produzidos pela injeção de magma em fraturas menores e menos regulares que os diques; Às vezes, possui apenas alguns milímetros de espessura e são encaixados no interior de uma massa rochosa ou rocha. É formado, em geral, por minerais diferentes daqueles que estão presente na rocha encaixante; Forma-se, quando constituintes minerais transportados por uma solução aquosa que atravessa a rocha, por percolação, são depositados por precipitação dos minerais. Veio de quartzo (alto relevo na cor bege), devido à meteorização da rocha encaixante Neck (pescoço) São corpos intrusivos discordantes, cilíncricos, verticais. O estudo da litologia de formação dos necks mostra que são condutos vulcânicos de lavas de antigos vulcões cuja parte superior sofreu erosão. Neck Neck, com a parte superior erodida Batólito São corpos intrusivos discordantes, formados por grandes massas de rocha magmática, com formato bastante irregular, consolidado em profundidade, que cortam as estruturas das rochas discordantes e afloram à superfíce terrestre, por efeito da erosão da rocha encaixante, em uma área de, pelo menos, 100 km2. Os batólitos não têm, a princípio, uma delimitação de profundidade, extendendo-se, gradativamente, até a zona da rochas fundidas, a grandes profundidades. Batólito Batólito Stock São batólitos que afloram à superfície terrestre em uma extensão menor que 100 km2. Observações: 1) A classificação acima refere-se apenas à forma geométrica do corpo intrusivo, e não à sua litologia formadora. 2) Normalmente, os corpos intrusivos são mais resistentes à erosão que a rocha encaixante. Por isto, os corpos intrusivos se sobressaem à rocha encaixante, na superfície da crosta. Stock Stock II) Classificação das rochas magmáticas pela textura A textura de uma rocha é analisada em uma escala muito pequena e trata da relação entre os tipos de minerais que formam as rochas e as dimensões desses minerais. A análise da textura é feita, em geral, com o auxílio de uma lupa ou de um microscópio. Os três principais parâmetros de definição da textura de uma rocha magmática são: grau de cristalização, tamanho dos cristais e tamanho e relação dos cristais. 1) Grau de cristalização da rocha Segundo o grau de cristalização, as rochas magmáticas classificam-se em: a) totalmente cristalizada; b) parcialmente cristalizada; c) não cristalizada ou vítrea. 2) Tamanho dos cristais Segundo o tamanho dos cristais, as rochas magmáticas classificam-se em: a) Fanerítica Quando os minerais constituintes podem ser vistos a olho nu; São rochas plutônicas, provenientes do resfriamento lento do magma, no interior da crosta. Rocha fanerítica b) Afanítica Quando os minerais constituintes formam partículas tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu; São rochas vulcânicas, provenientes do resfriamento rápido do magma, na superfície da crosta. Rochas afaníticas 3) Tamanho e relação dos cristais Segundo a relação mútua entre os cristais, as rochas magmáticas classificam-se em: a) Equigranulares Quando os cristais têm, aproximadamente, o mesmo tamanho. b) Inequigranulares Quando os cristais apresentam dimensões diferentes. Neste caso, existe um tipo particular de textura bastante comum, chamada textura porfirítica. Textura porfirítica Textura na qual existem cristais maiores e mais bem formados, envolvidos por um aglomerado de minerais bem menores, geralmente, afaníticos; Pode ocorrer em rochas plutônicas ou vulcânicas. Rocha inequigranular porfirítica Textura porfirítica de granito, vendo-se cristais maiores envolvidos por cristais menores Textura porfirítica de granito, vendo-se cristais maiores envolvidos por cristais menores III) Classificação das rochas magmáticas pela estrutura As estruturas são vistas a olho nu; Podem ser observadasno campo ou em amostras grandes; Não possuem uma subdivisão sistematizada; São mais facilmente visíveis nas rochas vulcânicas ou extrusivas. Tipos de estruturas das rochas magmáticas As estruturas das rochas magmáticas podem ser: a) Estruturas vesiculares e amigdalóides Ocorrem em rochas vulcânicas, que apresentam pequenas cavidades com formas esféricas ou com outras formas, originadas pela expansão dos gases do magma, quando ocorre sua efusão (extravasamento do magma quente na superfície da rocha); Estruturas vesiculares São as que apresentam vazios (vesículas); Estruturas amigdaloidais São as que apresentam vazios preenchidos por minerais secundários. Rocha vulcânica com estrutura vesicular, vendo-se as cavidades formadas por bolhas de gases dissolvidos no magma Rocha vulcânica com estrutura vesicular, vendo-se as vesículas formadas por bolhas de gases dissolvidos no magma Rocha vulcânica com estrutura amigdaloidal, vendo-se as cavidades preenchidas por minerais Basalto com estrutura amigdalóide preenchida com minerais b) Estruturas em bloco (block lava) e em brechas de fluxo (flow breccias) Nessas estruturas, a porção superficial de derrames se apresenta com a forma de blocos envoltos por lava ou por materiais secundários, como arenito, calcita, etc. As rochas com estas estruturas chamam-se brechas basálticas. Por outro lado, lavas muito fluidas se solidificam, formam superfícies e crostas mais lisas ou apresentam rugas e sinais de fluxo semelhantes aos observados em piche derretido, e se chamam estruturas cordadas. Rochas ígneas plutônicas (intrusivas) A cristalização ocorre na profundidade da crosta terrestre. Rochas ígneas vulcânicas (extrusivas) A cristalização ocorre na superfície da crosta terrestre. Ambas são formadas pela consolidação e resfriamento do magma. Magma em processo de resfriamento na superfície da crosta Derrames Porções de rochas vulcânicas que chegam à superfície, através de fendas profundas, e que extravasam, formando extensos lagos de lava, que se solidificam. Derrame c) Estruturas fluidais São originadas de lavas viscosas; Aparentam um aspecto de fluxo magmático laminar da massa ígnea, onde se nota a orientação de minerais e vesículas, representando o fluxo da lava antes da consolidação; Apresentam faixas escuras, formadas de biotita, alternadas com faixas claras. Possuem cristais grandes, alinhados, de modo concordante, com as faixas escuras e claras. Estrutura fluidal, vendo-se gandes cristais e vesículas, alinhados na vertical, de modo concordante, com o fluxo magmático laminar Estrutura fluidal, vendo-se gandes cristais e vesículas, alinhados na horizontal, de modo concordante, com o fluxo magmático laminar d) Estruturas de fraturação primária São fraturas que ocorrem, quando as rochas magmáticas se solidificam; Podem formar diversos sistemas de fraturas paralelas; Apresentam formas de colunas ou de prismas ou horizontais; IV) Classificação das rochas magmáticas pela composição mineralógica e química São dois os parâmetos básicos para a classificação de uma rocha, embora os limites quantitativos sejam diferentes para os tipos de rochas, nos dois casos. 1) Critérios químicos Resultam da dosagem de um ou mais elementos tomados como parâmetros; O principal parâmetro químico é a quantidade de sílica contida na rocha. Classificação das rochas magmáticas pela quantidade de sílica a) Rochas ácidas Contém mais de 65% de sílica. b) Rochas intermediárias Contém de 55% a 65% de sílica. c) Rochas básicas Contém de 45% a 54% de sílica. d) Rochas ultrabásicas Contém menos de 45% de sílica. 2) Critérios mineralógicos A composição mineralógica é um critério fundamental, para a classificação das rochas magmáticas. Para isto, os minerais mais importantes são: quartzo, feldspatos, minerais ferromagnesianos (anfibólio e piroxênio), e biotita. O quartzo e os feldspatos são de cor clara e os minerais ferromagnesiamos e a biotita são de cor escura. Conforme a predominância destes minerais, a cor das rochas pode variar entre tonalidades claras ou escuras, mescladas com tonalidades rosadas, avermelhadas, acinzentadas, esverdeadas, etc. Principais rochas magmáticas As principais rochas magmáticas são: Andesito, Basalto, Diabásio, Diorito, Gabro, Granito, Riolito, Sienito, Ultramáfica. Figuras de algumas rochas magmáticas Granito Basalto Arenito
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