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No atual Código Tributário Nacional brasileiro existem três tipos principais de tributos, cada um destinado para diferentes áreas de utilização, quais sejam: impostos, taxas e contribuições sociais. Além desses, a Constituição Federal de 1988 ainda trata de mais duas espécies de tributos, que são as contribuições de melhoria e o empréstimo compulsório. O Sistema Tributário Nacional brasileiro atualmente em vigor é considerado um dos mais complexos do mundo. Sua estrutura é mundialmente conhecida por ser extensa e complicada, tanto na apuração dos tributos como em sua carga tributária. O funcionamento do Sistema Tributário Nacional é baseado na arrecadação de tributos, cujo objetivo é financiar as atividades Estatal, bem como a execução de melhorias nos serviços prestados à população, investimentos em infraestruturas e pagamentos dos salários dos servidores. Esses tributos podem ser recolhidos diretamente pelo Estado ou indiretamente, quando o cidadão adquire um produto ou utiliza algum serviço, sejam eles de empresas privadas ou públicas. A complexidade do funcionamento emerge por conta da não unificação das leis tributárias. Por exemplo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é de competência estadual, no entanto, cada Estado tem sua própria legislação sobre o ICMS o que acaba criando 27 legislações, cada uma tratando especificamente de um dos mais complexos impostos no país. Elevando essa pluralidade de legislações agora com o imposto municipal, o ISS (Imposto Sobre Serviços). O Brasil possui cerca de 5600 municípios e cada um com sua legislação específica sobre o tributo. Ademais, existem os tributos federais, sob competência da União. O resultado é uma gigantesca legislação voltada unicamente para o Sistema Tributário Nacional. Além da vasta legislação dos tributos no Brasil, as empresas ainda precisam definir a forma de tributação de sua receita com base em três tipos de regimes de tributação destinados a empresas: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. Tais regimes diferem a forma cálculo e recolhimento dos tributos e cada um possui sua particularidade, como exigências para enquadramento. Simples Nacional: pequenas e médias empresas que tenham faturamentos até R$ 4.800.000,00 por ano e se enquadrem na lista de atividades previstas no Simples Nacional podem ingressar neste regime. A tributação neste regime é, em tese, mais simples e branda se comparada aos outros regimes, mas, mesmo para quem se enquadre, é necessária a análise de diversos fatores antes de efetivamente decidir por sua opção. Lucro Presumido: Regime indicado para empresas que faturem até R$ 78 milhões ao ano e que não se enquadrem nas atividades do Simples Nacional. A forma de tributação não é unificada e sua principal característica é o cálculo do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) com base em um lucro estimado. Além disso, o regime de apuração do PIS e da COFINS deve se dar pela sistemática da cumulatividade, sem possibilidade de apuração de créditos. Lucro Real: no Lucro Real, enquadram-se somente empresas com atividades específicas. A tributação do IRPJ e da CSLL aqui é fixa, com base no lucro efetivo, possibilitando-se a dedução de despesas operacionais. PIS e COFINS são calculados pelo regime da não-cumulatividade, permitindo-se a apuração de créditos. Quem possui faturamento acima de R$ 78 milhões anuais também é obrigado a se enquadrar nesse regime. Conforme todo o exposto, evidencia-se que o Brasil tem a estrutura de impostos mais complexa do planeta. São inúmeras as formas de tributação. Há cerca de doze impostos e dezenas de taxas e contribuições que contemplam uma infinidade de regras que até o mais experiente dos tributaristas tem dificuldade para assimilar. Por isso, tem sido necessário uma reforma no sistema tributário, reforma tributária a qual vem sendo postergada há cerca de vinte anos no Brasil. Atualmente, quando se discute a reforma tributária, fundamentos como eficiência dos mecanismos de arrecadação, equidade, custos, incidências e combate à sonegação têm estado em primeiro plano. Esses pontos devem ser priorizados na construção de uma estrutura de impostos justa e que estimule a produção. A PEC 45/2019 é uma proposta de emenda constitucional que busca promover uma grande transformação no sistema tributário brasileiro cujo objetivo é de substituir um modelo tributário julgado como ineficiente por um sistema eficiente e cooperativo, através da substituição de cinco tributos atuais por um único imposto sobre bens e serviços (IBS). Os tributos que serão substituídos pelo IBS são o imposto sobre produtos industrializados (IPI); imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS); imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS); contribuição para o financiamento da seguridade social (Cofins); e contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). O IBS terá as características de um bom imposto sobre o valor adicionado (IVA), modelo utilizado pela maioria dos países para a tributação do consumo de bens e serviços. O modelo apresentado busca simplificar totalmente o sistema tributário brasileiro, mas sem reduzir a autonomia dos Estados e Municípios, que manteriam o poder de gerir suas receitas através da alteração da alíquota do IBS. O IBS traz inúmeras vantagens de ordem tributária. A fiscalização torna-se mais simples; os critérios de taxação ficam mais transparentes; os custos por parte do poder público, e também os custos do setor privado vinculados às exigências tributárias, tornam-se menores. A simplificação do processo fiscal é evidente quando toda a arrecadação se concentra em um único tributo, incidente sobre uma única base.
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