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APOSTILA SOCIAL CONCURSO CURSO REGULAR FUND HIS MET DO SESO

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SUMÁRIO 
 
1. Introdução ....................................................................................................................... 4 
2. Ideário Católico ................................................................................................................ 5 
3. Matriz Positivista ............................................................................................................. 7 
4. A Renovação Profissional ................................................................................................. 9 
5. O Serviço Social nos anos 80: As tendências Históricas e Teóricas- Metodológicas do Debate 
Profissional. ...................................................................................................................... 11 
6. Os Fundamentos Teóricos Teóricos-Metodológicos do Serviço Social no século XXI ......... 16 
7. As Particularidades dos Fundamentos Teórico-Metodológicos no Serviço Social Brasileiro.
 ......................................................................................................................................... 17 
8. As Teorias Sociais: fontes inspiradoras para o desenvolvimento das ações no Serviço Social
 ......................................................................................................................................... 19 
8.1. O Positivismo .............................................................................................................. 23 
8.2. O Positivismo Sociológico ............................................................................................ 24 
8.3. A Fenomenologia ........................................................................................................ 30 
8.4. O Marxismo ................................................................................................................ 31 
QUESTÕES DE PROVAS....................................................................................................... 41 
GABARITO ......................................................................................................................... 49 
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 50 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
 O tema consiste em explicitar como se constituem e se desenvolvem, no Serviço 
Social brasileiro, as tendências de análise e as interpretações acerca de sua própria 
intervenção e sobre a realidade na qual se movem. 
 Estas tendências derivadas das transformações sociais que peculiarizam o 
desenvolvimento do capitalismo em nossa sociedade, se configuram heterogêneas, são 
permeadas por tensões e confrontos internos. 
 A compreensão teórica metodológica da realidade é fundada no acervo 
intelectual que se constituem a partir das principais matrizes do pensamento social 
e de suas expressões nos diferentes campos do conhecimento humano, é processo que 
se constrói na interação com a sociedade. 
 
De início, o tema consiste da análise sumária do processo de incorporação pela 
profissão: 
✓ Das ideias e conteúdos doutrinários do pensamento social da Igreja Católica, 
e em seu processo de institucionalização pela profissão; 
✓ Das principais matrizes teórico-metodológica acerca do conhecimento da 
sociedade burguesa. 
 
Desenvolver algumas considerações sobre este processo é tentar compreender 
diferentes posicionamentos, lógicas e estratégias, que permeiam a ação profissional do 
Serviço Social, em sua trajetória histórica que persistem até os dias atuais com novas 
expressões. 
 
 
 
 
 
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2. IDEÁRIO CATÓLICO 
 
 O primeiro aspecto é por demais conhecido a relação entre a profissão e o 
ideário católico na gênese do Serviço Social brasileiro no contexto de expansão e 
secularização do mundo capitalista. Relação que vai imprimir à profissão caráter de 
apostolado, fundada em uma abordagem da questão social como problema moral e 
religioso e uma intervenção que prioriza a formação da família e do indivíduo para 
solução dos problemas e atendimento de suas necessidades materiais, morais e sociais. 
 A contribuição do Serviço Social incidirá sobre valores e comportamentos de 
seus clientes na perspectiva de sua integração à sociedade, ou melhor, nas relações 
vigentes. 
 
 
Os referenciais orientadores do pensamento e da ação emergente do Serviço Social tem sua 
fonte na Doutrina Social da Igreja, no ideário franco-belga e de ação social e no pensamento 
de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo e o neotomismo (fins do séc. XIX do 
pensamento tomista, por Jacques Maritain, na França, e pelo Cardeal Mercier, na Bélgica). 
 
 É, portanto, na relação com a Igreja Católica que o Serviço Social brasileiro vai 
fundamentar a formulação de seus primeiros objetivos político-sociais, orientando-se, 
por posicionamentos de cunho humanista conservador, contrários aos ideários liberal e 
marxista na busca de recuperação da hegemonia do pensamento social da Igreja diante 
da questão social. 
 
 
O conservadorismo católico que caracterizou os anos iniciais do Serviço Social brasileiro 
começa, a partir dos anos 40, o seu tecnificado entrar em contato com o Serviço Social norte 
americano e suas propostas de trabalho permeadas pelo caráter conservador da teoria 
social positivista. 
 
 
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 A reorientação da profissão para atender as configurações do desenvolvimento 
capitalista, exige a qualificação sistematizada de seu espaço ocupacional, tendo em 
vista atender ás requisições de um Estado que começa a programar políticas no campo 
social. 
 Nesse contexto, a legitimidade do profissional, expressa em seu assalariamento 
e ocupação um espaço na divisão sócio técnica do trabalho, vai colocar o emergente 
Serviço Social brasileiro diante da matriz positivista, na perspectiva de ampliar 
referencias técnicos para a profissão. 
 Este processo que vai constituir o que Iamamoto (1992:21) denomina de arranjo 
teórico doutrinário, caracterizado pela junção do discurso humanista cristão com o 
suporte técnico-científico de inspiração na teoria social positivista, reitera para a 
profissão o caminho do pensamento conservador (agora pela mediação das Ciências 
Sociais). 
Nem o doutrinarismo, nem o conservadorismo constituem teorias sociais. A 
doutrina caracteriza-se por ser uma visão de mundo abrangente, fundada na fé em 
dogmas. O conservadorismo, como forma de pensamento e experiência prática, é 
resultado de um contra movimento aos avanços da modernidade e, nesse sentido, suas 
reações são restauradoras e preservadoras, particularmente da ordem capitalista. A 
teoria social por sua vez constitui conjunto explicitado totalizante, ontológico, portanto, 
organicamente vinculado ao pensamento filosófico, acerca do ser social na sociedade 
burguesa e a seu processo de constituição e de reprodução. 
 A teoria reproduz conceitualmente o real sentido, portanto, construção intelectual 
que proporciona explicações aproximadas da realidade, deste modo, supõe uma forma 
de auto constituição, um padrão de elaboração: o método é a trajetória teórica, o 
movimento teórico que se observa na explicação sobre o ser social. É o 
posicionamento do sujeito que investiga, diante do investigado, e desta forma é questão 
da teoria social e não problema particular desta ou daquela disciplina. (Netto, 1984:14). 
Cada teoria social é um método de abordar o real. O método é a trajetória teórica 
que se observa na explicação sobre o ser social. É o posicionamento do sujeito que 
investiga, diante do investigado. 
 
 
 
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3. MATRIZ POSITIVISTANo caso do serviço social um primeiro suporte teórico metodológico necessário à 
qualificação técnica de sua prática e a sua modernização vai ser buscada na matriz 
positivista e em sua apreensão manipuladora, instrumental e imediata do ser social. 
 Este horizonte analítico aborda as relações sociais dos indivíduos no plano de suas 
vivências imediatas, como fatos (dados) que se apresentam em sua objetividade e 
imediaticidade. É a perspectiva positivista que restringe a visão da teoria ao âmbito do 
verificável, da experimentação e da fragmentação. Não aponta para mudanças, senão dentro 
da orem estabelecida, voltando-se antes para ajustes e conservação. Particularmente 
em sua orientação funcionalista esta perspectiva é absorvida pelo Serviço Social, 
configurando para a profissão propostas de trabalho ajustadoras e um perfil manipulatório 
voltado para o aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas para a intervenção com a 
metodologia da ação, coma busca de padrões de eficiência, sofisticação de modelos de 
análise, diagnóstico e planejamento: enfim uma tecnificação da ação profissional que é 
acompanhada de uma crescente burocratização das atividades institucionais (Yasbek, 
1984:71). 
 
 
O questionamento a este referencial tem início no contexto de mudanças 
econômicas, políticas, sociais e culturais que expressam, nos anos 60, as novas 
configurações que caracterizam a expansão do capitalismo mundial, que impõem à 
América Latina um estilo de desenvolvimento excludente e subordinado. 
 A profissão assume as inquietações e insatisfações deste momento histórico e 
direciona seus questionamentos ao Serviço Social tradicional através de um amplo 
movimento, de um processo de revisão global, em diferentes níveis: teórico, 
metodológico, operativo e político. 
 Este movimento de renovação que surge no Serviço Social e na sociedade 
latino-americana impõe aos assistentes sociais a necessidade de construção de um 
novo projeto comprometido com as demandas das classes subalternas, 
particularmente expressas em suas mobilizações. 
 
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 É no bojo desse movimento, de questionamentos à profissão, não 
homogêneos e em conformidades com a realidade de cada país que a interlocução 
com o marxismo vai configurar a teoria social de Marx. Embora esta apropriação se 
efetive em tortuoso processo. 
 É no âmbito do movimento de reconceituação e em seus desdobramentos, 
que se definem de forma mais clara e se confrontam diversas tendências voltadas à 
fundamentação do exercício e dos posicionamentos teórico do Serviço Social. 
 Tendências que resultam de conjunturas sociais particulares dos países do 
continente e que levam, por exemplo, no Brasil, o movimento em seus primeiros 
momentos, (em tempos de ditadura militar e de impossibilidade de contestação política) 
a priorizar um projeto tecnocrático modernizador, do qual Araxá e Teresópolis são as 
melhores expressões. 
 
2014/FGV/PROJETOS. O Serviço Social nos anos 1940 se reorganiza visando atender às 
novas configurações do desenvolvimento capitalista, que exigiu a qualificação do seu 
espaço sócio ocupacional. Nesse processo, articulam-se novos arranjos teórico-
metodológicos inspirados na (o): 
 
(A) fenomenologia e marxismo. 
(B) estruturalismo e modernização. 
(C) funcionalismo e pós-modernismo. 
(D) psicologismo e desenvolvimentismo. 
(E) humanismo e positivismo 
 
Resposta Correta: Letra E) humanismo e positivismo. 
 
Comentário: O primeiro arranjo teórico-metodológico tem características humanistas (corrente 
filosófica e moral) e positivista (doutrina filosófica, sociológica e política). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. A RENOVAÇÃO PROFISSIONAL 
 
A renovação profissional: vertente modernizadora, a vertente da reatualização do 
conservadorismo e a vertente da intenção de ruptura. 
 O desenvolvimento do debate e da produção intelectual do serviço social brasileiro foi 
resultado das seguintes vertentes que emergiram no bojo do Movimento de Reconceituação: 
✓ Vertente modernizadora (Netto, 1994:164 e ss) caracterizada pela incorporação de 
abordagens funcionalistas, estruturalistas e mais tarde sistêmicas (matriz positivista), 
voltadas a uma modernização conservadora e melhoria do sistema pela mediação do 
desenvolvimento social e do enfrentamento da marginalidade e da pobreza. Na perspectiva 
da integração da sociedade. Os recursos para alcançar estes objetivos são baseados na 
modernização tecnológica e em processo de relacionamentos interpessoais. Estas opções 
configuram um projeto renovador tecnocrático fundado na busca da eficiência e da eficácia, 
que devem nortear a produção do conhecimento e a intervenção profissional. 
✓ Vertente inspirada na fenomenologia que emerge como metodologia dialógica 
apropriando também da visão e pessoa e comunidade de E. Mounier (1936) dirige-se ao 
vivido humano, aos sujeitos e suas vivências, colocando para o Serviço Social a tarefa de 
auxiliar na abertura desse sujeito existente singular, em relação aos outros, ao mundo das 
pessoas (Almeida, 1980:114). Essa tendência que no Serviço Social brasileiro vai priorizar 
as concepções de pessoa, diálogo e transformação social (dos sujeitos) é analisada por 
Netto (1994:201 sós) como uma forma de reatualização do conservadorismo, presente no 
pensamento inicial da profissão. 
✓ Vertente marxista que remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de 
classes e que no Brasil vai configurar-se em seu primeiro momento, como uma aproximação 
ao marxismo sem recursos ao pensamento de Marx. 
 A apropriação da vertente marxista no serviço social brasileiro e latino americano se dão 
com problemas que se caracterizam pelas abordagens reducionistas dos marxismos de manual, 
como também pela influência de cientificismo e do formalismo metodológico (estruturalista) 
presente no marxismo althusseriano (referência a Louis Althusser, filósofo francês cuja leitura 
da obra de Marx vai influenciar a proposta marxista dos anos 60/70 e o método de B.H). Um 
Marxismo equivocado que recusou a via institucional e as determinações social e histórica da 
profissão. É com este referencial precário, mas com posição sociopolítica que a profissão 
questiona sua prática institucional e seus objetivos de adaptação social ao mesmo tempo em 
que se aproxima dos movimentos sociais. 
Inicia-se a vertente comprometida com a ruptura (Neto, 1994:247e ss) com o Serviço Social 
tradicional. 
 
 
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Essas tendências, que configuram para a profissão linhas diferenciadas de fundamentação 
teórico-metodológica, tenderão a acompanhar a trajetória do pensamento e da ação 
profissional nos anos subsequentes ao movimento de reconceituação e se conservarão 
presentes até aos anos recentes, apesar de seus movimentos, redefinições e da busca e 
emergência de novos referenciais dentro do novo milênio. 
 
 
 
2015/CESGRANRIO/PETROBRÁS. O serviço social brasileiro, no contexto da ditadura 
militar, passou a experimentar um processo de renovação que modificou, 
substantivamente, o chamado serviço social tradicional. Sobre quais dimensões essas 
mudanças incidiram? 
 a- Na teoria social elaborada pela profissão 
 b- No lugar da profissão na divisão do trabalho 
 c- No estatuto científico do serviço social 
 d- Nas condições de autonomia profissional 
 e- Nas práticas e nas concepções profissionais 
 
Resposta Correta: Letra e) Nas práticas e nas concepções profissionais. 
Comentário: Nasce neste cenário o processo de renovação da profissão do Serviço Social no 
Brasil, assumindo novas posturas, até então consideradas modernas para o período onde estava 
inserido. Sendo assim, o cenário das teoriasdo Assistente social passa a ser ajustado ao 
contexto socioeconômico da realidade brasileira, configurando mudanças estruturais na 
sociedade e na ideologia do Serviço Social no Brasil. 
 
 
 
 
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5. O SERVIÇO SOCIAL NOS ANOS 80: AS TENDÊNCIAS 
HISTÓRICAS E TEÓRICAS-METODOLÓGICAS DO DEBATE 
PROFISSIONAL 
 
 É com Iamamoto (1982), nos inicios dos anos 80 que a teoria social de Marx 
inicia sua efetiva interlocução com a profissão. Como Matriz teórico-metodológica esta 
teoria apreende o ser social a partir das mediações. Ou seja, parte da suposição de 
que a natureza relacional do ser social não é percebida em sua imediaticidade. 
 Isso porque, a estrutura de nossa sociedade, ao mesmo tempo em que põe o 
ser social como ser de relações, no mesmo instante e pelo mesmo processo oculta a 
natureza dessas relações ao observador (Netto, 1995). Ou seja, as relações sociais são 
sempre mediatizadas por situações, Instituições, etc. que ao mesmo tempo revelam 
/ocultam as relações sociais imediatas. Por isso nesta matriz o ponto de partida é aceitar 
fatos ou dados como indicadores, como sinais, mas não como fundamentos últimos do 
horizonte analítico. 
 Trata-se de um conhecimento que não é manipulador e que apreende 
dialeticamente a realidade em seu movimento contraditório. Movimento no qual e 
através do qual se engendram, como realidade, as relações sociais que configuram a 
sociedade capitalista. 
 
 
É no âmbito da adoção do marxismo como referência analítica que se torna hegemônica no 
Serviço Social do país a abordagem da profissão como componente da organização da 
sociedade. Inserida na dinâmica das relações sociais participando do processo de 
reprodução dessas relações. (Cf Iamamoto, 1982). 
 
 Sob sua influência ganha visibilidade um novo momento e uma nova qualidade 
no processo de recriação da profissão, em busca de sua ruptura com o histórico 
conservadorismo (cf Neto, 1996:111) e do avanço da produção de conhecimentos, 
nos quais a tradição marxista aparece hegemonicamente como uma das referências 
básicas. 
 
 
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Nesta tradição o Serviço Social vai apropriar-se a partir dos anos 80 do pensamento de: 
Antônio Gramsci – abordagens acerca do Estado e da sociedade civil, do mundo dos 
valores, da ideologia, da hegemonia, da subjetividade e da cultura das classes subalternas. 
Agnes Heller e a sua problematização do cotidiano; 
George Lukács e a sua ontologia do ser social fundada no trabalho; 
E.P. Thompson e a sua concepção acerca das experiências humanas; 
Eric John Ernest Hobsbawm – um dos mais importantes historiadores marxistas da 
contemporaneidade. 
 
 O processo de construção da hegemonia de novos referenciais teórico-
metodológico e interventivos, a partir da tradição marxista, para a profissão ocorre em um 
amplo debate, em diferentes formas de natureza acadêmica e/ou organizativa. 
 Trata-se de um debate plural que implica a convivência e o diálogo de diferentes 
paradigmas, mas que supõe uma direção hegemônica. 
PLURALISMO 
 Uma das questões em debate, desde os anos 80, objeto de polêmica e reflexões do 
Serviço Social. Coutinho (1999) problematiza a proposta de hegemonia, ao necessário 
dialogo e no debate de ideias, apontando os riscos de posicionamentos ecléticos (que 
conciliam o inconciliável). 
 
 
 
 
2014/FUNCAB/SEDS-TO. Uma das questões a serem enfrentadas pelo serviço social 
contemporâneo refere-se à denominada crise dos modelos analíticos. O modelo de 
pensamento, produzido historicamente, que se relaciona com os modos mais flexíveis de 
acumulação do capital é a (o): 
 
A-Marxismo. 
B-Pós-modernismo 
C-Teoria crítica 
D-Macroeconomia 
 
Resposta Correta: Letra b) pós-modernismo. 
 
 
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Comentários: Do ponto de vista das referências teórico‐metodológicas a questão primeira que 
se coloca para a profissão já no início da década é o confronto com a denominada “crise" dos 
modelos analíticos, explicativos nas ciências sociais, que buscam captar o que está acontecendo 
no fim de século e as grandes transformações que alcançam múltiplos aspectos da vida social. 
No mundo do conhecimento começam as interferências, não sem conflitos, do denominado 
pensamento pós-moderno, “notadamente em sua versão neoconservadora" que questiona e 
nivela os paradigmas marxista e positivista. "O posicionamento pós-moderno busca resgatar 
valores negados pela modernidade e cria um universo descentrado, fragmentado relativo e 
fugaz. As características da pós-modernidade são produzidas historicamente e se relacionam 
com a emergência de modos mais flexíveis de acumulação do capital." 
 
 
 No espaço acadêmico, na pós-graduação, o Serviço Social brasileiro: 
✓ Desenvolveu-se na pesquisa acerca da natureza de suas intervenções, de seus 
procedimentos, de sua formação, de sua história e, sobretudo acerca da realidade 
social, política, econômica e cultural onde se insere como profissão na divisão social 
e técnica do trabalho; 
✓ Avançou na compreensão do estado capitalista, das políticas sociais, dos 
movimentos sociais, do poder local, dos direitos sociais, da cidadania, da 
democracia, do processo de trabalho, da realidade institucional; e de outros temas. 
✓ Enfrentou o desafio de repensar a assistência social, colocando como objeto de suas 
investigações 
 
 
 
 Para Iamamoto o debate quanto aos fundamentos do Serviço Social, nas três últimas 
décadas, centrou-se nos seguintes eixos temáticos: 
 
(a) o resgate da historicidade da profissão, seja na reconstituição de sua trajetória na 
formação histórica da sociedade brasileira, seja na explicitação das particularidades 
históricas de sua inserção da divisão social e técnica do trabalho; 
(b) a crítica teórico-metodológica tanto do conservadorismo quanto da vulgarização 
marxista, introduzindo a polêmica em torno das relações entre história, teoria e método no 
Serviço Social, que hoje vem recebendo influxos da chamada crise dos paradigmas e do 
pensamento pós-moderno (Netto, 1996); 
 
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(c) a ênfase na política social pública, no campo das relações entre o Estado e a sociedade 
civil, com especial atenção para a seguridade social e, nela, para a política de assistência 
 
social e de saúde; 
(d) o debate teórico e político sobre a questão social: interpretações e expressões no país; 
(e) o debate sobre a ética e o projeto profissional; 
(f) o debate sobre a reestruturação produtiva e a centralidade do trabalho nas alterações no 
mercado de trabalho, nas formas de consumo da força de trabalho e no perfil dos 
trabalhadores, considerando suas incidências no trabalho do assistente social; 
(g) o debate sobre o exercício profissional: trabalho, ideologia ou práxis. 
 
 
 
 
2014/ COSEAC/UFF. Segundo a análise de Iamamoto (2007), o serviço social brasileiro, a 
partir dos anos 80, registra um processo de ruptura de caráter teórico e prático-político 
com a herança conservadora. Nesse contexto, os debates sobre os fundamentos do 
serviço social estiveram presentes através de alguns eixos temáticos. Dentre eles, 
destacam-se: 
 
a) a metodologia e a ideologia do trabalho profissional, com ênfase na teoria crítica. 
b) a construção da esfera pública e a defesa das políticas sociais ligadas ao Estado. 
c) a cidadania e a democracia na construção de um novo projeto profissional. 
d) o resgate da historicidade da profissão, a crítica teórico-metodológica e a ênfase na política 
social pública. 
e) a apropriação de novas vertentes teóricas e o aprofundamento das discussões sobre a 
formação do Estado brasileiro. 
 
Resposta Correta: Letra d) o resgate da historicidadeda profissão, a crítica teórico-
metodológica e a ênfase na política social pública. 
 
 
Autores contemporâneos da profissão chamaram de “maturidade acadêmica e 
profissional do Serviço Social” (Netto, 1996), que procurou definir novos requisitos para o 
status da competência profissional. Iamamoto (2004), após realizar uma análise dos desafios 
colocados para o Serviço Social nos dias atuais, apontou 03 dimensões que devem ser do 
domínio do Assistente Social. 
 
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✓ Competência ético-política – o Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática 
se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – 
relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um 
posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que 
possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores 
ético-morais que sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no Código 
de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93)5, e que assumem 
claramente uma postura profissional de articular sua intervenção aos interesses dos setores 
majoritários da sociedade; 
✓ Competência teórico-metodológica – o profissional deve ser qualificado para conhecer a 
realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se 
necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a dinâmica da 
sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu 
movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais; 
Competência técnico-operativa – o profissional deve conhecer, se apropriar, e sobretudo, criar 
um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais 
junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas, Organizações Não-
governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualificada no 
mercado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto 
pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica da realidade social. 
 
Essas três dimensões de competências nunca podem ser desenvolvidas separadamente 
– caso contrário, cairemos nas armadilhas da fragmentação e da despolitização, tão presentes 
no passado histórico do Serviço Social (Carvalho & Iamamoto, 2005). 
Articular essas três dimensões coloca-se como desafio para os profissionais de 
Serviço Social. A necessidade da articulação entre teoria e prática, investigação e 
intervenção, pesquisa e ação, ciência e técnica não devem ser encaradas como 
dimensões separadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS TEÓRICOS-
METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL NO SÉCULO XXI 
 
A exposição sobre o tema parte da análise dos significados dos fundamentos 
teórico-metodológicos no âmbito da acumulação capitalista, uma abordagem através 
das dimensões que são o lapso da compreensão do significado do serviço social. 
Diante de toda a complexidade da sociedade contemporânea, o serviço social, 
ao legitimar-se enquanto uma especialização inserida na divisão sociotécnica do 
trabalho, chama a atenção para a questão. 
Portanto, pensando em desenvolver um debate a partir das questões da 
praticidade, o presente texto vem desenvolver uma reflexão a partir dos fundamentos 
teórico-metodológicos da profissão, pontuados nas concepções: 
O atual quadro sócio histórico não se reduz a um pano de fundo para 
que se possa, depois, discutir o trabalho profissional. Ele atravessa e conforma 
o cotidiano do exercício profissional do assistente social, afetando as suas 
condições e as relações em que se realiza o exercício profissional, assim como 
a vida da população usuária dos serviços sociais. A análise crítica desse quadro 
requer um diagnóstico mais complexo sobre os processos sociais e a profissão 
neles inscrita (IAMAMOTO, 2007, p. 76). 
Por fim, para que se possa compreender o significado da ação social, é preciso 
discutir o quadro do desenvolvimento contemporâneo do capitalismo, nas suas mais 
diversas crises, as quais fazem parte da dinâmica deste modelo societário, ou seja, nos 
aportes do capitalismo monopolista. 
 
 
 
 
 
 
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7. AS PARTICULARIDADES DOS FUNDAMENTOS TEÓRICO-
METODOLÓGICOS NO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO 
 
A compreensão do serviço social como resultado do confronto da relação entre 
o Estado e Sociedade, no âmbito da divisão internacional do trabalho, fruto de 
determinantes macrossociais, inscrito na divisão sociotécnica do trabalho e nas 
relações de propriedade, vêm sendo palco de um profundo e amplo referencial 
bibliográfico, acompanhada de inúmeros estudos, no qual seu agente vem buscando 
uma compreensão das particularidades desta profissão no Brasil. 
Na contemporaneidade, podem-se visualizar diferentes transformações 
societárias, advindas da relação entre estado e sociedade, submetidos à ordem do 
capital, principalmente as forças sociais e políticas, que vêm interferindo no cenário 
mundial, consequentemente nos espaços profissionais dos assistentes sociais, onde se 
amplia o conservadorismo mascarado nas controvérsias desta realidade. 
 
 
O serviço social nos anos 80 e 90, após o seu processo de renovação, através de um 
aporte crítico dialético, (re) desenha seu objeto de trabalho, que são as manifestações e 
expressões da questão social. 
 
A questão social é um conjunto das expressões das desigualdades 
sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a 
intermediação do Estado, que este, por ora, é provocado por uma tensão de 
conflitos pelas classes subalternas a implantar direitos civis, sociais e políticos e 
aos direitos humanos. É neste terreno de disputas que os assistentes sociais são 
chamados para realizar a sua intervenção profissional, a qual o objeto concreto 
são os programas focalistas de combate à pobreza, que muitas vezes passam a 
ser caso de polícia pelas repressões como os sujeitos são tratados (IAMAMOTO, 
2012). 
Diante destes desafios, é preciso que o profissional disponha de clareza teórica 
e estratégias políticas, apoiado em um olhar sobre as novas expressões da questão 
social, que se transmutam nas demandas sociais. Isso requer um posicionamento 
diferenciado na concretização da ação profissional, ou seja, um patamar inovador no 
uso dos aspectos teórico-metodológicos. 
 
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 Todavia, para compreender os fundamentos do serviço social, na atual 
conjuntura política, é preciso reconhecer que as funções históricas, teóricas e 
metodológicas na profissão fazem parte de um único conjunto, conforme 
contemplados nas diretrizes curriculares, com maior aprofundamento feito pela 
ABEPSS. 
Assim sendo, se nesta mesma tese, defende-se tal posição, no desenvolver da 
aplicabilidade da disciplina, em um campo prático, ainda é necessário reforçar a ideia 
de como se pode explicar, mesmo que sinteticamente a questão da abordagem 
metodológica, reconhecendo que seu cariz é reforçado pelas dimensões teórico-
metodológicos, ética-políticas e técnica-operativas, na compreensão marxista. 
Os fundamentos teórico-metodológicos do serviço social podem ser explicados, 
a partir do olhar dos métodos, técnicas e instrumentos utilizados pelo profissional, no 
exercício diário de sua função, no qual, com um posicionamento direcionado ao 
projeto ético-político, este, diante das manifestações e expressões da questão social, 
e numa abordagem crítico-dialética, o profissional deve decidir qual a melhor forma de 
aplicá-lo,em um posicionamento retido na práxis profissional. 
Por ora, reconhece-se que tal concepção é verdadeira, na formação profissional 
dos discentes do curso de serviço social, é válida a vertente reconhecida, mesmo que 
empiricamente, estes recebam diante de sua caminhada pela formação, um conteúdo 
motriz, capaz de impulsioná-los para a atuação em quaisquer lócus dos espaços sócios 
profissionais existentes e que ainda necessitam dos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. AS TEORIAS SOCIAIS: FONTES INSPIRADORAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES NO SERVIÇO SOCIAL 
 
Nos últimos anos, principalmente no processo conhecido pela categoria como 
de "reconceituação do serviço social", a categoria, mesmo que muitos não 
reconheçam as ideias expressas, estas vêm direcionando as críticas a questão da 
metodologia. Nesta mesma vertente, exponho que não se trata aqui de retomar a 
questão do metodologismo no âmbito da profissão, mas expor que diante de um estudo 
preliminar, tem-se que compreender a questão dos fundamentos metodológicos 
do serviço social a partir de três elementos complementares: Método, Técnica e 
Instrumentos. 
As questões dos métodos são discutidas e estudadas por grande parte da 
categoria, expressando-se em três principais correntes: Positivismo, Marxismo e 
Fenomenologia entre outras, que são tidas pela profissão ao longo do seu processo de 
ruptura com o conservadorismo. 
A vertente positivista, em uma abordagem prática, aparece no bojo 
profissional, como sendo uma prática imediatista, ou seja, uma resposta dada 
imediatamente às diversas expressões e manifestações da questão social, vertente 
também conhecida como "vertente modernizadora", caracteriza-se pela incorporação 
de abordagens funcionalistas, estruturalistas e, mais tarde, sistêmicas, voltadas a 
uma modernização conservadora (NETTO, 2005, p. 164). 
Esta vertente, na contemporaneidade, passou por algumas modificações. Os 
assistentes sociais retiraram de seu conteúdo, pontos que justificam algumas práticas 
coerentes, mesmo que esteja no subjetivo da ação profissional, a questão do progresso 
é vista de forma fragmentada. Parafraseando o professor Dr. José Paulo Netto no ultimo 
seminário de serviço social promovido pela editora Cortez, os aspectos do progresso 
social é preciso debatê-los na atualidade. Nesta mesma perspectiva, 
[...] a teoria centraliza-se na análise dos indivíduos e grupos cujas 
atitudes e comportamentos estão defasados em relação aos parâmetros 
exigidos pela sociedade industrial. Neste nível de interpretação trata-se, em 
última instância, da aquisição de um conjunto de padrões referentes ao processo 
de modernização. 
 
 
20 
 
 
 
 
A vertente marxista, essa perspectiva também ingressa como referência teórica a ser 
considerada no universo de discussão teórica da profissão por ocasião do Movimento de 
Reconceituação nas décadas de 60 e 70. Sendo uma fonte inspiradora pelas teorias capital 
versus trabalho, principalmente no reconhecimento da questão social, como sendo o foco 
central das situações problemáticas que encontram o público alvo do trabalho do serviço 
social. 
 
 
[...] “o marxismo é a filosofia insuperável do nosso tempo”. Enquanto as 
condições nas quais o marxismo se debruçou permanecerem o capitalismo, o 
marxismo continuará sendo o instrumento analítico mais adequado, mais 
poderoso, mais abrangente, mais percuciente para revelar esse mundo. É um 
instrumento adequado ao seu objeto, que é a análise da realidade capitalista. 
Enquanto o capitalismo existir, nas suas formas, nas suas consequências, o 
marxismo continuará sendo o mais importante instrumento analítico de 
intervenção. Instrumento de crítica e autocrítica de visualização e de superação 
dessa realidade. As fontes do pensamento de Marx são constituídas por uma 
concepção de mundo e método que é a filosofia dialética, na qual se percebe 
que tudo que existe é um permanente devir, uma permanente superação, um 
permanente movimento (PAULA, 1995, p. 30). 
Assim sendo, remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de 
classes, introduzindo novas reflexões e compromissos para os assistentes sociais. 
Claramente rompe com a herança conservadora das concepções teóricas e 
metodológicas que não permitiam a crítica radical das relações econômicas e sociais 
vigentes. 
 
2014/CESPE/SUFRAMA. A respeito da história e das influências teórico-metodológicas do 
serviço social no Brasil, julgue o item a seguir. A influência da teoria social de Marx na 
categoria profissional vincula-se à compreensão de que as relações sociais são sempre 
mediatizadas por situações e instituições que revelam/ocultam relações sociais imediatas. 
Certo / Errado 
 
21 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: A partir da década de 1980 e 1990 é destacado o protagonismo do Serviço Social 
crítico. Ou seja, a teoria social de Marx passa a ser articulada de maneira mais efetiva com a 
profissão, por intermédio, inicialmente, das análises de Iamamoto em 1982 no livro Relações 
sociais e Serviço Social no Brasil, teoria que apreende o ser social a partir de mediações. 
Portanto, os fatos e dados passam a ser vistos como indicadores, e não como fundamentos do 
horizonte analítico. Isto é, as relações sociais são sempre mediatizadas por situações, 
instituições que ao mesmo tempo revelam/ocultam as relações sociais imediatas. Assim sendo, 
remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de classes, introduzindo novas 
reflexões e compromissos para os assistentes sociais. Claramente rompe com a herança 
conservadora das concepções teóricas e metodológicas que não permitiam a crítica radical das 
relações econômicas e sociais vigentes. 
 
 
 
A vertente fenomenológica estava presente nas primeiras formulações teóricas do 
Serviço Social no Brasil, ingressando no universo de discussão teórica da profissão por 
ocasião do denominado Movimento de Reconceituação nas décadas de 60 e 70, cujo cunho é 
centrado no vivido e nas vivências dos sujeitos, rompendo, assim, com as formas de controle, 
ajuda, adaptação, cooptação e desajustes, situando-se como uma proposição inovadora e de 
orientação psicossocial. Apresenta uma metodologia baseada na tríade: diálogo, pessoa e 
transformação social. 
 
 
 
2013/AOCP/Colégio Pedro II. Segundo José Paulo Netto (2005), o recurso da 
fenomenologia foi inicialmente utilizado pela perspectiva: 
a) da transformação. 
b) da atualização. 
c) modernizadora. 
d) da intenção de ruptura 
e) da reatualização do conservadorismo. 
 
 
22 
 
Resposta Correta: Letra e) da reatualização do conservadorismo. 
 
Comentário: A vertente inspirada na fenomenologia, que emerge como metodologia dialógica, 
apropriando‐se também da visão de pessoa e comunidade de E. Mounier (1936) dirige‐se ao 
vivido humano, aos sujeitos em suas vivências, colocando para o Serviço Social a tarefa de 
"auxiliar na abertura desse sujeito existente, singular, em relação aos outros, ao mundo de 
pessoas. ” Esta tendência que no Serviço Social brasileiro vai priorizar as concepções de pessoa, 
diálogo e transformação social (dos sujeitos) é analisada por Netto (1994) como uma forma de 
reatualização do conservadorismo presente no pensamento inicial da profissão. 
 
Por fim, estas vertentes estão presentes no desenvolvimento da ação social 
dos profissionais, e é preciso um olhar diferenciado e dinâmico no escolher destes 
para concretizar a prática operativa do serviço social, onde diante de toda a 
complexidade do sistema vigente, requer um melhor rigor teórico na seleção dos 
mesmos, vistos que as suas ações são polarizadaspelos interesses das classes 
burguesas, neste mesmo sentido reproduz, pela mesma atividade, interesses 
contrapostos que convivem em tensão. Responde tanto a demandas do capital como 
do trabalho e só pode fortalecer um ou outro pela mediação de seu oposto. Participa 
tanto dos mecanismos de dominação e exploração como, ao mesmo tempo dá resposta 
às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora e da reprodução do 
antagonismo nesses interesses sociais, reforçando as contradições que constituem o 
móvel básico da história (IAMAMOTO, 2012). 
No breve estudo, pode-se visualizar que o serviço social se renovou no âmbito 
da sua interpretação teórico-metodológica e política, adequando as exigências do 
seu tempo, como se pode visualizar no desenvolver dos princípios e valores contidos 
no seu Código de Ética de 1993, seja pela construção de uma nova ordem societária, 
como também pelo novo modo de operacionalizar suas ações profissionais, onde aguça 
a crítica à hegemonia da configuração social. 
Outros pilares de fomentação encontram-se na Lei de Regulamentação da 
profissão e nas diretrizes curriculares que conseguem materializar um projeto de 
formação que vem sendo construído coletivamente, avançando na qualificação das 
múltiplas e diferenciadas expressões da questão social como objeto de trabalho dos 
assistentes sociais. 
 
23 
 
Mesmo diante destas mudanças, existem muitas questões que necessitam ser 
reconstruídas e inseridas nas agendas profissionais, principalmente no tratamento dos 
fundamentos teórico-metodológicos, que caracterizam as intervenções profissionais de 
natureza crítica, pois no trato as manifestações e expressões da questão social, o 
serviço social detém de atribuições e competências específicas para responder às suas 
demandas concretas e subjetivas. 
 
 POSITIVISMO | FENOMENOLOGIA | MARXISMO 
 
 
8.1. O Positivismo 
 
Augusto Comte é considerado o fundador do positivismo. Isso se dá devido 
ao fato de Comte realizar a conversão da visão de mundo positivista em um sistema 
conceitual que tende à defesa da ordem estabelecida. 
Constituído enquanto corpo teórico sistematizado, no final da primeira metade 
do século XIX, o positivismo passou a ser a forma de explicar o funcionamento do 
mundo, melhor aceita pela classe dominante, pois foi organizado com base nos 
progressos que a ciência e a técnica haviam alcançado até então. Dessa forma, essa 
concepção se apresentava alicerçada na crença da ciência enquanto instrumento capaz 
de oferecer a solução para os problemas da humanidade. 
Daí resulta também um dos principais pressupostos dessa teoria, que é o 
cientificismo e a neutralidade científica. O investigador deve viver o real, tentar 
entendê-lo e explicá-lo, porém, sem se deixar influenciar pelo espírito de seu tempo. 
Para Comte o pensamento teria que ser totalmente positivo. Isto é, eliminado 
todo o conteúdo crítico de sua análise, os cientistas descobririam as leis da sociologia. 
E como consequência, a partir de seu método positivo, o cientista deveria se consagrar 
teórica e praticamente a defesa da ordem social. 
O positivismo em Comte e seus sucessores tem uma conotação política 
conservadora, contrária ao que consideram “negativismo” perigoso das doutrinas 
críticas, destrutivas, subversivas e revolucionárias da Revolução Francesa e do 
Socialismo. 
 
24 
 
Comte formulou uma teoria social, a que, num primeiro momento, denominou 
Física Social. Afirma ele: 
“A física Social é uma Ciência que tem por objetivo o estudo dos fenômenos 
sócias, considerados no mesmo espírito que os fenômenos astrônomos, físicos, 
químicos e fisiológicos. ” 
 
8.2. O Positivismo Sociológico 
 
O positivismo constitui a corrente filosófica que ainda atualmente mantém o 
domínio intelectual no seio das Ciências Sociais. 
 
 
Teses básicas do positivismo: 
a. A realidade se constitui naquilo que nossos sentidos podem perceber; 
b. As Ciências Sociais e as Ciências Naturais compartilham de um mesmo fundamento lógico e 
metodológico, elas se distinguem apenas no objeto de estudo; 
c. Existe uma distinção fundamental entre fato e valor: a ciência se ocupa do fato e deve buscar 
se livrar do valor. 
 
 
Hipótese central 
 
A sociedade humana é regulada por leis naturais que atingem o funcionamento 
da vida social, econômica, política e cultural de seus membros. Portanto, as ciências 
sociais, para analisar determinado grupo ou comunidade, têm que descobrir as leis 
invariáveis e independentes de seu funcionamento. 
O cientista deve se comportar frente a seu objeto de estudo- a sociedade, 
qualquer segmento ou setor dela - livre de juízo de valor, tentando neutralizar, para 
conseguir objetividade, na sua própria visão de mundo. 
Na prática, a postura positivista advoga uma ciência social desvinculada da 
posição de classe, dos valores morais e das posições políticas dos 
cientistas. Denominam “pré-juízos”, “pré-conceitos”, “pré-noções” ao conjunto de 
valores e opções a serem transpostos para que ele faça ciência (Durkheim: 1978, 46). 
 
 
 
 
25 
 
Émile durkheim (1858-1917) 
 
No campo da sociologia foi Émile Durkheim quem primeiro fundamentou 
as possibilidades teórico-metodológicas do positivismo para compreensão da 
sociedade. Reconhecendo-se como discípulo de Comte, Durkheim se aplicou a pensar 
a especificidade do objeto da sociologia, relacioná-las com outras ciências e lançar 
fundamentos de um método para a pesquisa social. 
 Para ele o escopo da sociologia é estudar fatos que obedeçam às leis 
invariáveis, de forma objetiva e neutra. Os “pré-juízos” e as “pré-noções” 
provenientes da ideologia e da visão de mundo do sociólogo têm que ser combatidos e 
eliminados do trabalho através de regras do método científico: “a sociologia não é nem 
individualista e nem socialista”. 
 Durkheim insiste, com todo rigor, que a sociedade é um fenômeno moral, na 
medida em que os modos coletivos de pensar, perceber, sentir e agir incluem elementos 
de coerção e obrigação, constituindo-se assim uma consciência coletiva que se 
expressa na religião, na divisão do trabalho e nas instituições. 
Sua preocupação foi criar um método que pudesse descrever os fatos sociais, 
classificá-los com precisão e de forma independente das ideias do cientista sobre a 
realidade social. 
 
 
Para ele, a tarefa do cientista é: 
a. Descrever as características dos fatos sociais; 
b. Demonstrar como eles vêm a existir; 
c. Relacioná-los entre si; 
d. Encontrar sua organicidade 
e. Tentar separar as “representações” dos fatos dadas pelas ideias que fazemos deles, da “coisa-
real”. 
 
 
 
Durkheim distingue as categorias do “senso comum” como sendo os conceitos 
usados pelos membros da sociedade para explicar e descrever o mundo em que vivem; 
e os conceitos científicos que descrevem, classificam, explicam, organizam e 
correlacionam os “fatos sociais” de forma “objetiva”. Insiste que as causas dos fatos 
 
26 
 
sociais devem ser buscadas em outros fatos sociais e não na teologia ou nos indivíduos 
(1978, 73-161). 
Por “fato social”, Durkheim entende “toda maneira de fazer, fixada ou não, 
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior” ou ainda “o que é geral no 
conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, 
independente das manifestações individuais” (1978,92s). 
Para descobrir as regularidades, Durkheim e os positivistas em geral invocam a 
imagem do organismo humano, enfatizando os termos “estrutura” e “função”, 
“morfologia” e “fisiologia” que diferenciam maneiras de fazere de ser cristalizadas, 
onde apenas a diferença de grau distingue essa ordem de fatos observáveis interligados 
(1978,90-93). 
 
 
 
Alguns conceitos fundamentais elaborados por Durkheim: 
 
✓ Solidariedade (laços que unem os indivíduos entre si) como fundamento da sociedade; 
✓ A divisão do trabalho produz dois diferentes tipos de solidariedade: mecânica (sociedade 
primitiva, baixa diferenciação entre os indivíduos), orgânica (alta diferenciação e 
interdependência entre os indivíduos ocorrem na sociedade complexa); 
✓ Consciência coletiva: são as crenças e sentimentos comuns aos membros de uma 
sociedade, sendo um sistema autônomo que persiste (embora possa modificar-se) no 
tempo, unindo as gerações. Envolve dimensões morais da mentalidade. 
✓ Moral ("um sistema de normas de conduta que prescrevem como o sujeito deve conduzir-
se em determinadas circunstâncias") é vista como fonte e fim da sociedade. A moral é 
derivada da sociedade, assim como a religião e a ciência, tendo fins similares de coesão 
e organização social.   
✓ E o conceito de anomia (desregramento ou dissolução social) é entendido como 
derivado de uma crise na moralidade da época. 
 
 
Uma obra clássica: O Suicídio (1895) 
 
✓ Suicídio como fato social, não psicológico; 
✓ Estudo, por meio de análise estatística (suicídio como coisa), que busca 
compreender relações entre variáveis (grupos religiosos, sexo, profissões etc.) 
e extrair disso uma explicação social do fenômeno; 
 
27 
 
 
Refuta tese patológica (por meio da análise estatística) e elabora uma tipologia de 
três tipos de suicidas:  
✓ Egoísta - em função da melancolia, depressão, desamparo social; 
✓ Altruísta - forma de cumprir um dever social - (religião, moral, militar...); 
✓ Anômico - relacionado com a situação de   desregramento social, ou seja, a 
anomia (o rompimento do equilíbrio moral) que caracterizaria a sociedade 
moderna.   
 
O positivismo sociológico domina ainda hoje as Ciências Sociais, porém é 
alvo de muitas críticas. O primeiro problema que surge a partir da concepção 
positivista é a constatação de que os seres humanos não são simples forma, tamanho 
e movimentos: possuem uma vida interior que escapa à observação primária. Daí 
a dificuldade na prática de pesquisa da “neutralidade” e da “objetividade”. 
A história do positivismo tem revelado que a concepção que se julga 
independente dos juízos de valor se encaminhou na prática para a utilização dos termos 
de tipo matemático e um deles é a linguagem das variáveis. A consequência foi 
o desenvolvimento rápido de métodos de pesquisa de base estatística, tais como 
amostragem, escala, métodos de análise de dados (como a regressão, a correlação 
e técnicas as multivariadas). 
 
Sociologia – Max Weber (1864-1920) 
 
Max Weber era alemão. Obras Principais: A ética protestante e o espírito do 
capitalismo (1905) e economia e sociedade, publicação póstuma (1922). 
Na sociologia foi Max Weber quem estabeleceu as bases teórico-
metodológicas da Ciência Compreensiva. Contra os princípios do positivismo, ele 
diz que: 
“A sociologia exige um ponto de vista especifico já que os fatos de que se ocupa 
implicam um gênero de causação desconhecido das ciências da natureza”. 
 
Sua definição de Sociologia passou a ser marco para essa corrente, dentro 
das Ciências Sociais: 
 
 
28 
 
“E uma ciência que se preocupa com a compreensão interpretativa da 
ação social, para chegar à explicação causal de seu curso e de seus 
efeitos. Em ação está incluído todo o comportamento humano quando e 
até onde a ação individual lhe atribui um significado subjetivo. A ação 
neste sentido pode ser tanto aberta quanto subjetiva (...). A ação é social 
quando, em virtude do significado subjetivo atribuído a ela 
pelos indivíduos, leva em conta o comportamento dos outros e é 
orientada por ele na sua realização (Weber, 1964, 33). 
 
Weber retoma aqui o tema central das Ciências Sociais, a relação entre o 
indivíduo e sociedade que os sociólogos necessariamente têm que tratar dos 
significados subjetivos do ato social. 
Weber quer dizer que a sociedade é fruto de uma inter-relação de atores 
sociais, onde as ações de uns são reciprocamente orientadas em direção às ações dos 
outros. 
 
 
 
Segundo Weber, a sociologia requer uma abordagem diferente das ciências da natureza, 
e isso se consegue através de: 
✓ A pesquisa empírica a fim de fornecer dados que deem conta das formulações teóricas; 
✓ Tais dados derivam de algum modo da vida dos atores sociais; 
✓ Os atores sociais dão significados a seus ambientes sociais de forma extremamente 
variada; 
✓ Eles podem descrever, explicar e justificar suas ações que são sempre motivadas por 
causas tradicionais, sentimentos afetivos ou não racionais. 
 
Para Weber a conduta social se apresenta em quatro formas ou categorias: 
 
✓ A conduta tradicional, relativas às antigas tradições; 
✓ A conduta emocional, reação habitual ou comportamento dos outros, expressando-se 
em termos de lealdade ou antagonismo; 
✓ A conduta valorizada, agindo de acordo com o que os outros indivíduos esperam de 
nós; 
✓ A conduta racional-objetiva, que consiste em agir segundo um plano concebido em 
relação à conduta que se espera dos demais. 
 
 
 
29 
 
 
A sociologia compreensiva em Weber nos diz que as realidades sociais são 
construídas nos significados e através deles e só podem ser identificadas na linguagem 
significativa da interação social. 
Weber propõe para conseguir compreender a realidade social dois 
princípios metodológico: 
a. Neutralidade de valor; 
b. A construção do tipo ideal; 
Partindo do princípio de que a história humana se constitui de “constelações 
singulares”, do “caso concreto”, o autor propõe a teoria dos tipos ideais como 
instrumento racional e teórico de aproximação da realidade. 
Os “tipos-ideais” não existem empiricamente, são artifícios criados pelo cientista 
para ordenar os fenômenos, para indicar suas articulações e seu sentido. Sintetizam e 
evidenciam os traços típicos, originais de determinado fenômeno tornando-o inteligível. 
O tipo ideal é um guia para a pesquisa empírica, pois serve (por comparação) 
para conduzir o cientista numa realidade complexa. 
Weber constrói vários tipos ideais sendo os mais conhecidos, a ética protestante 
e o espírito do capitalismo, a burocracia, e as formas de dominação. Sua intenção ao 
propor esse instrumento metodológico de compreensão da realidade é tornar as 
Ciências Sociais rigorosas e fidedignas, mas de uma perspectiva diferente da 
abordagem positivista. 
Através de sua tentativa de “objetividade” que se concretiza na construção dos 
tipos ideais e na crença de isenção de valores durante o processo de pesquisa, Weber 
reencontra-se com Durkheim. 
Cai na malha do idealismo que prevê a verificação e a validade a partir dos 
métodos e técnicas e os crê isentos de ingerência dos valores tanto históricos, 
provenientes de seu processo de produção, quanto pessoais referentes à ideologia do 
investigador. 
Weber é considerado um clássico da sociologia e sua influência se estende por 
várias abordagens teóricas. Com relação ao campo qualitativo, em duas correntes de 
pensamento encontramos o peso da sua contribuição, embora cada uma delas conserve 
seu esquema conceitual peculiar: a fenomenologia sociológica e a Etnometodologia. 
 
 
 
 
30 
 
 
8.3. A Fenomenologia 
 
 
A Fenomenologia é considerada, dentro das Ciências Sociais, a Sociologia da Vida 
Cotidiana. A fenomenologia sociológica apresenta: 
a) uma crítica radical ao objetivismoda ciência, na medida em que propõe a subjetividade como 
fundante do sentido; 
b) uma demonstração da subjetividade como sendo constitutiva do ser social e inerente ao 
âmbito da auto-compreensão objetiva; 
c) a proposta da descrição fenomenológica como tarefa principal da sociologia. 
 
 
Na fenomenologia há um curioso desconhecimento dos fenômenos 
estruturais e uma ausência de discussão sobre questões do poder, da dominação, 
da força, da estratificação social. Sua abordagem atomiza a realidade como se 
cada ato ou grupo constituísse um mundo social independente. 
Para os fenomenólogos, são os pequenos grupos como a família, as entidades 
religiosas, as associações voluntárias, os responsáveis, pelas identidades dos 
indivíduos, pela sua estabilidade e por seu sistema de significados, na medida em que 
os integra uma visão de mundo compartilhada. 
 
 
Contrapõem-se ao positivismo nos mais diferentes aspectos: 
 
✓ À ambição dessa teoria de construir explicações totalizantes e invariáveis como nas ciências 
naturais /a fenomenologia afirma que a vida humana é essencialmente diferente e só pode ser 
compreendida através do mergulho na linguagem significativa da interação social; 
✓ À separação entre fatos sociais e valores no positivismo/ a fenomenologia diz que a linguagem, 
práticas, coisas e acontecimentos são inseparáveis. E a linguagem é essencial para que a 
realidade seja do jeito que é, isto é, a realidade é a própria vida cotidiana nos indivíduos onde 
eles se comunicam, concordam, discordam justificam-se, negam ou criam; 
✓ A pretensão de construir conhecimentos objetivos e neutros/ a fenomenologia diz que só há 
conhecimento subjetivo, pois é o homem que imprime leis ao real, e o ato de conhecimento 
reúne o observador e o observado, ambos possuidores de significados pelo próprio homem; 
 
31 
 
✓ À coerção da sociedade sobre o indivíduo/ a fenomenologia proclama a liberdade do ator social 
que através de sua história biográfica e em inter-relação com seus semelhantes, cria 
significados e constrói sua realidade; 
✓ Desta forma a fenomenologia proclama e absolutiza o componente ético na relação da ciência 
com a sociedade. 
 
 
Diz que o conhecimento deve estar sempre submetido a exigências morais, pois 
ele é uma forma dentre as possíveis de confirmação da realidade. E ao contrário do 
positivismo que confere primazia ao reinado da ciência, a fenomenologia advoga sua 
submissão aos princípios da ética e da moral de determinada sociedade. 
A principal crítica marxista é de que a estrutura social é captada de forma 
unilateral pela fenomenologia. Ao enfatizar a autonomia dos indivíduos, dos pequenos 
grupos, dos sistemas de crenças e valores, os fenomenólogos desconhecem as bases 
sociais dos valores e crenças e o caráter de totalidade, historicamente construído das 
relações de dominação econômica, política e também ideológica do sistema capitalista. 
 
8.4. O Marxismo 
 
KARL MARX 
 
Fundador do materialismo histórico, Karl Marx (1818-1883), na realidade um 
filósofo social e economista, contribuiu para o desenvolvimento da Sociologia, 
salientando que as relações sociais decorrem dos modos de produção (fator de 
transformação da sociedade), numa tentativa de elaborar uma teoria sistemática da 
estrutura e das transformações sociais. Sua Obra principal: O capital (1867-1895). 
 
 
 
 
O postulado básico do marxismo é o determinismo econômico, segundo o qual o fator 
econômico é determinante da estrutura do desenvolvimento da sociedade. 
 
O homem, para satisfazer suas necessidades, atua sobre a natureza, 
criando relações técnicas de produção. Todavia, essa atuação não é isolada: na 
produção e distribuição necessárias ao consumo, o homem relaciona-se com outros 
 
32 
 
seres humanos dando origem as relações de produção. O conjunto dessas relações 
leva ao modo de produção. Os homens desenvolvem as relações técnicas de produção 
através do processo de trabalho (força humana e ferramentas), dando origem as forças 
produtivas que, por sua vez geram um determinado sistema de produção (distribuição, 
circulação e consumo de mercadorias); o sistema de produção provoca a divisão de 
trabalho (proprietários e não proprietários das ferramentas de trabalho ou dos meios de 
produção) e o choque entre as forças produtivas e o proprietário dos meios de produção 
determina a mudança social. 
Para Marx, a sociedade divide-se em infraestrutura e supre estrutura. 
A infraestrutura é a estrutura econômica, formada das relações de produção e forças 
produtivas. A superestrutura divide-se em dois níveis: o primeiro, a estrutura jurídica 
política, é formada pelas normas e leis que correspondem a sistematizações das 
relações já existentes; o segundo, a estrutura ideológica (filosofia, arte e religião et.), 
justificativa do real, é formada por um conjunto de ideias de determinadas classe social 
que através de sua ideologia defende seus interesses. Sendo 
a infraestrutura determinante, toda mudança social se origina das modificações nas 
forças produtivas e relações de produção. 
De acordo com esta teoria, Marx, juntamente com Engels, chegou a uma 
classificação de sociedades segundo o tipo predominante de relações de produção: a 
comunidade tribal, a sociedade asiática, a cidade antiga, a sociedade germânica, a 
sociedade feudal, a sociedade capitalista burguesa (comercial; manufatureira e 
industrial; financeira e colonialista) e a sociedade comunista sem classes que se 
instalaria através da ditadura do proletariado). 
 
 
A obra de Marx é coerente com o princípio básico de sua metodologia de investigação 
científica: tem a marca da totalidade. Esse caráter de abrangência, que tenta a partir de uma 
perspectiva histórica, cercar o objeto do conhecimento através da compreensão de todas as 
mediações e correlações, constitui a riqueza, a novidade e a propriedade da dialética marxista 
para explicação do social. 
 
 
 
O princípio da união dos contrários abrange as totalidades parciais e as totalidades 
fundamentais. Isso significa perceber que existe uma relação dialética: 
 
 
33 
 
a) entre os fenômenos e sua essência, entre as leis e o fenômeno; 
b) entre o singular e o universal; 
c) entre a imaginação e a razão; 
d) entre base material e a consciência; 
e) entre teoria e prática; 
f) entre objetivo e subjetivo; 
g) entre indução e dedução; 
 
 
Dentro da perspectiva marxista como sociologia do conhecimento, os princípios 
fundamentais que explicam o processo de desenvolvimento social, podem ser 
resumidos nos termos MATERIALISMO HISTÓRICO E MATERIALISMO DIALÉTICO. 
Enquanto materialismo histórico representa o caminho teórico que aponta 
a dinâmica do real na sociedade, a dialética refere-se ao método de abordagem 
deste real. 
Esforça-se para entender o processo histórico em seu dinamismo, 
provisoriedade e transformação. Busca apreender a prática social empírica dos 
indivíduos em sociedade (nos grupos de classes sociais) e realizar a crítica da 
ideologia. 
Lowy afirma que devemos preservar o que há de essencial no pensamento 
marxista, o seu caráter histórico, “o historicismo é o centro, o elemento motor, a 
dimensão dialética e revolucionária do método” (Lowy:1986,26). 
Marx tomando a história como centro, tem um diálogo com os que ele 
denomina “materialistas vulgares”, os contrapõe aos “ideólogos alemães, e critica 
ambos: “Para os materialistas vulgares a produção real da vida aparece como não 
histórica, ao passo que o histórico é mostrado à vida 
comum supraterrestre” (1973, 27). 
Um exame do prefácio Contribuição à Crítica da Economia Política- nos mostra 
que a expressão “material” em Marx é usada para designar as condições primárias da 
vida humana. Suas expressões: “vida material”, “condições materiais de existência”, 
“forças materiais de produção”, “transformação das condições materiais de produção” 
estão relacionadas com uma historiografia. Visam promover uma interpretação 
científica das transformações sociais que baixam do céu para a terra, isto é, 
das ideias como fonte, para o homem-natureza-sociedade como geradores. Neste 
sentido sua historiografia é uma “sociologia histórica”. 
 
 
34 
 
 
São dois os conceitos fundamentais que resumem materialismo dialético, 
conceitos que carregam um alto grau de totalidade: 
 
Modo de produção e Formação Social. 
 
➢ Modo de Produção: 
a) uma estrutura global formada por estruturas regionais (ou instâncias), ou seja, uma 
estrutura econômica, uma estrutura jurídica-política; uma estrutura ideológica; 
b) uma estrutura global na qual existe sempre uma estrutura regional que domina os 
demais. Esta dominância de qualquer uma das instâncias se dá historicamente; 
c) uma estrutura global na qual é sempre o nível econômico que determina as outras 
instâncias. 
Modo de Produção é um conceito abstrato formal que não existe na 
realidade, mas pretende ser um modelo teórico de aproximação da realidade. 
A ele Marx associa o de Formação Social que se refere ás dimensões dinâmicas 
das relações sociais concretas numa sociedade dada. 
 
➢ Formação Social se constitui uma unidade complexa de articulação das várias 
instâncias da organização social que pode conter vários modelos de produção, 
entre as quais um é dominante e determina os outros. Pode ser entendida como a 
realidade que se forma processualmente na história, seja ela mais ou menos 
organizada ou institucionalizada, macro ou micro sociológico. 
O estudo de uma formação social inclui tanto as mudanças e transformações 
como as permanências e suas formas estruturais. É dentro do conceito abrangente de 
Formação Social que podemos analisar uma determinada sociedade, o 
desenvolvimento das forças produtivas e a relações sociais de produção; as classes 
sociais básicas e as lutas de classe; a divisão do trabalho; as formas de produção, 
circulação e consumo de bens; a população; as migrações; o Estado; o 
desenvolvimento da Sociedade civil; as relações nacionais e internacionais de comércio, 
de produção e de dominação; as formas de consciência real e possível dos diferentes 
grupos sociais e por fim o “modo de vida”, conceito que em Marx está vinculado a 
“modo de produção”. 
 
 
 
35 
 
A Sociologia Marxista 
 
Marx nas Ciências Sociais e no mundo social 
 
O pensamento de Marx tende ao holístico, suas ideias tiveram enorme 
impacto nas Ciências Sociais – constituindo-se numa das fontes mais importantes da 
Sociologia assim como na política e em vários outros âmbitos intelectuais e sociais.  
 
A dialética de Hegel. 
 
Talvez a influência mais significativa no pensamento de Marx seja a do filósofo 
Hegel (1770-1831) que postulava a dialética como um movimento histórico e um método 
de apreensão do conhecimento; 
Na dialética hegeliana a compreensão dos fenômenos ocorre pela captura 
intelectual de uma unidade dialética, que só pode ser vislumbrada em algo (por 
exemplo, o “finito”) se o seu oposto (o “infinito”) também for articulado à reflexão. 
O pensamento dialético operaria a partir da “tese” e da “antítese”, em busca de 
uma “síntese”, que seria um raciocínio superior, mas ainda passível de superação nesse 
movimento contínuo da reflexão entre o particular e a totalidade; 
Marx funda seu método de análise, o chamado materialismo 
histórico (ou materialismo dialético histórico) na crítica (e potencial superação) ao 
“idealismo” da posição de Hegel. 
Isso porque enquanto para Hegel haveria uma Ideia Absoluta que regeria a 
marcha rumo à sua própria realização, entre teses/antíteses e contínuas sínteses 
provisórias, para Marx são os homens historicamente situados que fazem esse 
movimento. 
 
 
 
O materialismo histórico dialético 
Em termos sintéticos, para Marx, o “ideal” nasce do material, da realidade que os homens 
vivem (daí o “materialismo”), situado na história (o “histórico”), realizando-se em lutas 
(contradições) sociais que – em sua trajetória histórica – possuem um caráter “dialético”; Desse 
modo: “Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar as 
contradições constitutivas da vida social que resultam na negação e superação de determinada 
 
36 
 
ordem” (Oliveira e Quintaneiro, 2002, 29); É por isso que se nota que na essência do método 
marxista de análise está a contradição. 
 
 
Superestrutura e infraestrutura social 
 
De acordo com o ponto de vista materialista de Marx, o elemento primordial da 
realidade social é o modo como os homens produzem suas condições de existência, ou 
seja, a base econômica da sociedade.  
E esta base é o fundamento das instituições políticas e sociais do Estado, bem 
como das diferentes estruturas ideológicas de uma sociedade (arte, política, filosofia, 
religião, direito etc.); assim, segundo o conhecido esquema marxista, 
as ideias (superestrutura) derivam, em última análise, da base material de uma 
sociedade (infraestrutura); e as ideias dominantes em qualquer época são as da classe 
dominante, procurando manter sua dominação. 
 
 
 
Modos de produção e mudança social 
 
Para compreender como Marx vê o desenvolvimento histórico, é importante detalhar mais 
a noção de “base econômica”. Esta é constituída de determinadas relações sociais de produção e 
forças produtivas, que possuem determinado estágio de desenvolvimento conforme a época.  
A ideia de “forças produtivas” resume os elementos essenciais à produção (tecnologia, 
instrumentos, matéria-prima etc.) e as “relações sociais de produção” dizem respeito ao modo como 
os meios de produção são distribuídos e o produto é apropriado; 
Da conjunção entre certa organização de forças produtivas e relações sociais de produção 
resulta determinado modo de produção (por exemplo, o capitalismo) e é a partir da sucessão entre 
modos de produção que se dá a mudança histórica, segundo Marx. 
 
 
A “luta de classes” como motor (e lei) da história 
 
Se for a sucessão entre os modos de produção que gera a mudança histórica e 
social, o que faz com que um modo de produção supere outro? 
 
 
37 
 
Segundo Marx, isso ocorre devido à luta de classes. A luta de classes seria o 
motor da história, sendo um conceito que permitiria compreender o passado e o futuro 
da humanidade (até a síntese final que seria o “comunismo”). A luta de classes pode 
ser definida como as relações de antagonismo existentes entre classes sociais (a 
dominante e a explorada), que levam a uma superação dialética no plano da história, 
em outro estágio. 
São exemplos de situações de lutas de classe (e correspondentes modos de 
produção): escravos e patrícios na Antiguidade (escravismo), servos e senhores feudais 
(feudalismo), trabalhadores e capitalistas (capitalismo). Grosso modo, no esquema 
dicotômico apresentado, a classe dominante é a proprietária dos meios de produção, ao 
contrário da classe explorada. 
É no sentido exposto que Marx afirma no Manifesto Comunista que toda história 
humana tinha sido a história da luta de classes, na qual a classe explorada era a agente 
de mudança.  
 
A crítica do capitalismo em Marx 
 
Marx dedicou grande parte de sua obra – principalmente seu trabalho mais 
elaborado, O Capital (Livro 1 – 1867) – à análise do capitalismo.De um lado, Marx reconhecia o caráter revolucionário, dentro da história 
humana, desse modo de produção e o papel da burguesia no mesmo. De outro lado, 
criticava os aspectos alienantes e anti emancipação humana que observara, 
afirmando que o estágio de superação do capitalismo e consequentes relações sociais 
– via luta de classe – seria a posterior sociedade sem classes do “comunismo” (após a 
“ditadura do proletariado” e o socialismo que a vitória dos explorados pelo capitalismo 
produziria). 
Um dos pontos criticados por Marx no capitalismo era a alienação que o 
sistema produzia no trabalhador, já que este: Não se reconhecia nos produtos que 
elaborava; (Perdia o domínio em relação às condições do trabalho que poderia sequer 
ser compreendido pelo ele), sendo sua energia mental e física sugada por atividades 
que não lhe diziam respeito; e por fim, o capitalismo fazia com que o trabalho humano 
– o que distingue os homens dos animais – não fosse livre, passando a ser algo apenas 
ligado à sobrevivência. 
Assim, Marx acreditava que a existência humana se degradava, em função 
do capitalista só reconhecer o homem enquanto um ser a explorar. Ao não reconhecer 
 
38 
 
a humanidade de todos os homens, o próprio burguês estaria desumanizando-se. Por 
isso, a transformação no modo de produção (rumo ao socialismo) também emanciparia 
o capitalista. 
 
A “mais-valia” e o “fetichismo da mercadoria” 
 
O capitalismo, para Marx, era o reino da mercadoria, sendo esta uma 
categoria central desse sistema, e toda mercadoria possuiria dois tipos de valor: 
Valor de uso, correspondente ao tipo de necessidade a que ela responde (comer, vestir 
etc.); 
 Valor de troca, que é derivado do tempo de trabalho socialmente necessário para 
produzir a mercadoria. 
Assim, no mercado do capitalismo, as trocas são regidas por essa abstração do 
trabalho humano (o “valor de troca”) e, mesmo, do valor de uso. 
Como para Marx o trabalho é a única fonte de geração do valor, e o 
trabalhador vende sua força de trabalho (uma mercadoria) por um valor menor do que 
aquele que cria, essa diferença gera a “mais valia” que é apropriada pelo capitalista, 
tornando-se parte da riqueza do mesmo. Essa taxa de exploração do trabalhador é 
mascarada pela ideologia igualitária do capitalismo. 
Ao mesmo tempo, a ideologia capitalista, segundo Marx, obscurece a relação 
(homens/trabalho) que existe na troca de mercadorias, alienando os homens de suas 
reais relações (humanas) no mercado. 
Desse modo, parece a muitas pessoas que as mercadorias possuem vida 
própria, uma relação mágica entre si. Isso é o que Marx chamou de o “fetichismo da 
mercadoria”, que faz com que os valores pareçam uma propriedade natural das 
coisas. 
“Através da forma fixa em valor-dinheiro, o caráter social dos trabalhos privados 
e as relações entre os produtores se obscurecem. É como se um véu nublasse a 
percepção da vida social materializada na forma dos objetos, dos produtos do 
trabalho e de seu valor” (Oliveira e Quintaneiro, 2002, 55). 
 
 
O marxismo como teoria crítica revolucionária 
 
Ao dedicar-se à crítica do capitalismo a obra marxista buscou afirmar-se como um meio 
para a tomada de consciência necessária para o fim da exploração capitalista, ou seja, uma 
 
39 
 
teoria voltada à práxis. O fim do capitalismo, que traria em si seus elementos de superação, seria 
inevitável, segundo o modelo histórico marxista, e o grupo social que mudaria a realidade seria 
aquele em situação de antagonismo com a burguesia dominante: o proletariado.  
É famosa, como uma síntese do que imaginava ser a tarefa de sua filosofia, a frase de 
Marx: “os filósofos até agora apenas interpretaram o mundo, de vários modos; agora é 
preciso transformá-lo”. 
 
 
Fundamentos históricos, teórico-metodológicos do serviço social 
 
POSITIVISMO 
 Apreensão manipuladora, instrumental e imediata do ser social; 
 Aborda as relações sociais dos indivíduos e suas vivências imediatas, como 
fatos (dados) que se apresentam em sua objetividade e imediaticidade; 
 Restringe a visão de teoria ao âmbito do verificável, da experimentação e da 
fragmentação; 
 Volta-se para ajustes e conservação. 
 
FUNCIONALISMO 
 Propostas de trabalhos ajustadoras; 
 Perfil manipulatório; 
 Aperfeiçoamento de instrumentos e técnicas; 
 Metodologia da ação; 
 Busca de eficiência, satisfação de modelos de análise, diagnóstico e 
planejamento; 
 Tecnificação da ação profissional 
 Crescente burocratização 
 Aumento as atividades institucionais 
 
FUNCIONALISMO, ESTRUTURALISMO – (POSITIVISMO) 
 Vertente modernizadora: abordagem funcionalista, estruturalista e sistêmica da 
matriz positivista; 
 Modernização tecnológica; 
 Integração da sociedade; 
 
40 
 
 Relacionamentos interpessoais; 
 Configurações de um projeto renovador tecnocrático na busca da eficiência e da 
eficácia. 
 
FENOMENOLOGIA 
 Metodologia dialógica; 
 Visão de pessoa e comunidade de E. Mounier (1936) - dirigido ao vivido humano; 
sujeitos e vivências; 
 Netto (1994) analisa como forma de naturalização do conservadorismo presente 
no pensamento inicial da profissão. 
 
MARXISMO 
 A consciência da inserção da sociedade de classe; 
 No primeiro momento aproximação do Marxismo sem o recurso ao pensamento 
de Marx; 
 Vertente comprometida com a ruptura do Serviço Social tradicional e 
conservador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE PROVAS 
 
1. 2014/FGV/PROJETOS. O Serviço Social nos anos 1940 se reorganiza visando 
atender às novas configurações do desenvolvimento capitalista, que exigiu a 
qualificação do seu espaço sócio ocupacional. Nesse processo, articulam-se 
novos arranjos teórico-metodológicos inspirados na (o): 
 
A) fenomenologia e marxismo. 
B) estruturalismo e modernização. 
C) funcionalismo e pós-modernismo. 
D) psicologismo e desenvolvimentismo. 
E) humanismo e positivismo 
 
2. 2015/CESGRANRIO/PETROBRÁS. O serviço social brasileiro, no contexto da 
ditadura militar, passou a experimentar um processo de renovação que modificou, 
substantivamente, o chamado serviço social tradicional. Sobre quais dimensões 
essas mudanças incidiram? 
 a) Na teoria social elaborada pela profissão 
 b) No lugar da profissão na divisão do trabalho 
 c) No estatuto científico do serviço social 
 d) Nas condições de autonomia profissional 
 e) Nas práticas e nas concepções profissionais 
 
3. 2014/FUNCAB/SEDS-TO. Uma das questões a serem enfrentadas pelo serviço 
social contemporâneo refere-se à denominada crise dos modelos analíticos. O 
modelo de pensamento, produzido historicamente, que se relaciona com os 
modos mais flexíveis de acumulação do capital é a (o): 
 
a) Marxismo. 
b) Pós-modernismo 
c) Teoria crítica 
d) Macroeconomia. 
 
 
42 
 
4. 2014/ COSEAC/UFF. Segundo a análise de Iamamoto (2007), o serviço social 
brasileiro, a partir dos anos 80, registra um processo de ruptura de caráter teórico 
e prático-político com a herança conservadora. Nesse contexto, os debates sobre 
os fundamentos do serviço social estiveram presentes através de alguns eixos 
temáticos. Dentre eles, destacam-se: 
 
a) a metodologia e a ideologia do trabalho profissional, com ênfase na teoria crítica. 
b) a construção da esfera pública e a defesa das políticas sociais ligadas ao Estado. 
c) a cidadania e a democracia na construção de um novo projeto profissional. 
d) o resgate da historicidade da profissão, a crítica teórico-metodológica e a ênfase na 
política social pública. 
e) a apropriação

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