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Seminário II - respostas

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Seminário II
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
Questões
Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos, evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I).
Para classificar os tributos é necessário estabelecer critérios classificatórios, os quais estão expressamente estabelecidos na CF/88. Para isso, adotamos como critérios de classificação dos tributos, a vinculação estatal, a destinação do produto arrecadado e a restituição.
Entende por ser vinculado o tributo quando a sua hipótese de incidência está relacionada a um acontecimento que envolva uma atuação do Estado. O tributo ele pode ser vinculado de forma direta, quando sua base de cálculo é o custo efetivamente da atuação estatal, ou indireta, quando a base de cálculo é a medida dos efeitos dessa atuação. Por sua vez, os tributos não vinculados são aqueles que cuja hipótese de incidência é um acontecimento alheio a atuação do Estado e sim aspectos inerentes ao contribuinte, por isso sua base de cálculo é justamente o fato praticado pelo mesmo, como por exemplo, auferir renda.
Por tributo vinculado, entende-se aquele tem o produto de sua arrecadação ao custeio de despesas, investimentos, próprios do Estado. Esse critério classificatório é de extrema relevância para classificar os tributos e definir as espécies tributárias, uma vez que é um critério adotado pela própria Constituição Federal, tanto no art. 167, inciso IV, vedando assim a destinação da receita dos impostos, como nos artigos que versam sobre as contribuições e o empréstimo compulsório. A Constituição é clara ao determinar que as contribuições e o empréstimo compulsório devem ter uma destinação específica. Assim, sendo um critério expressamente adotado pela CF/88, jamais poderá deixar de ser atendido, o que leva a crer que o art. 4º do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal, uma vez que veda a destinação como critério classificatório dos tributos.
Já o último critério de classificação diz respeito a previsão legal da restituição do valor arrecadado ao contribuinte, em um período de tempo determinado.
Com base nos critérios acima mencionados, classificamos os tributos em 5 espécies, quais sejam, impostos, taxas, empréstimos compulsórios, contribuições de melhoria e contribuições.
Imposto é todo tributo cuja sua hipótese de incidência não está vinculada a uma atividade estatal, o produto de sua arrecadação não pode ter uma destinação específica (art. 167, IV, CF) e não é restituível.
As taxas são tributos vinculados a uma atividade do Estado, o produto de sua arrecadação tem destinação e não são restituíveis.
Os empréstimos compulsórios, por sua vez, são tributos não vinculados a uma atividade estatal, o produto de sua arrecadação deve ser destinado ao custeio da despesa específica que legitimou sua criação e são restituíveis, dentro do prazo determinado.
Já as contribuições de melhoria são vinculadas a uma atividade do Estado, não possuem destinação específica (não são destinadas ao custeio da obra, uma vez que, a mesma já está finalizada, e, por conseguinte, paga) e não são restituíveis.
Por fim, as contribuições são tributos cuja a hipótese de incidência não está vinculada a uma atividade estatal, possuem uma destinação específica e não são restituíveis.
Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).
Taxa é um tributo cobrado em razão da prestação, da colocação a disposição de serviços públicos, específicos e divisíveis, ou do exercício do poder de polícia, pelo Estado, o que implica dizer que sua hipótese de incidência está vinculada a uma contraprestação estatal (atividade do Estado), motivo pelo qual, sua base de cálculo deve ser proporcional à atuação do Estado, deve exibir a intensidade de sua atuação. O produto arrecadado com a cobrança das taxas deve ter uma destinação específica e não possui previsão legal de restituição ao contribuinte.
Serviço público é todo serviço prestado pelo o Estado, ou por quem este designar, sob o regime predominantemente público, que acarrete um benefício, proveito, utilidade ou vantagem ao particular. No caso das taxas esse serviço deve ser específico e divisível. Entende-se por serviço específico aquele que o critério pessoal da regra matriz de incidência conseguir determinar um número de sujeitos passivos, e por serviço divisível aquele que se consegue identificar a fração individualizada utilizada pelo contribuinte. O serviço colocado a disposição só será específico se o contribuinte tirar proveito sem a necessária utilização, se puder identificar o sujeito passivo sem ter a necessidade de utilização do serviço e se puder destacar em unidades autônomas de intervenção, utilidade ou necessidade pública. Já poder de polícia, segundo art. 78 do CTN, é toda atividade estatal que limita exercícios dos direitos individuais em prol do interesse coletivo.
O Supremo Tribunal Federal tem entendido que basta a existência de um órgão fiscalizador, estruturado e em pleno funcionamento para legitimar a cobrança da taxa de poder de polícia, não sendo necessária a efetiva fiscalização para se materializar o tributo, uma vez que a CF/88 não exige a efetivação do poder de polícia, sendo tal requisito necessário apenas na taxa de utilização de serviços públicos.
Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447). Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI, VII e, Ag.Rg. no RE 429.664 no site www.stf.jus.br). E os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII).
Taxa e preço público ambos remuneram os serviços públicos. No entanto, o preço público é a remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento ou locação de bens públicos, efetivado por meio de contrato e não imposta compulsoriamente, é necessário haver um contrato, ainda que tácito ou de adesão, dando a quem pretende celebrá-lo a liberdade de contratar ou não. O preço público, ou tarifa, possuem caráter remuneratório, isto é, os valores arrecadados devem ser destinados aprimoramento e desempenho dos serviços que ele incide. Para criação da tarifa não é necessária a existência de uma Lei. Já as taxas estão submetidas ao regime jurídico tributário e impostas compulsoriamente.
O STF diferencia taxa de preço público em razão da essencialidade do serviço público, entendo por haver 3 tipos de serviços:
Serviços públicos propriamente estatais: serviços que somente o Estado pode prestar, o Estado atua no exercício de sua soberania, por isso são serviços indelegáveis e remunerados mediante taxa, sendo cobrados apenas com a utilização efetiva do serviço;
Serviços públicos essenciais ao interesse público: são serviços essenciais a comunidade ou coletividade prestados por particulares, podem ser remunerados mediante tarifa ou taxa, dependendo da Lei que disciplinar os serviços público, ser for obrigatório, será remunerado por taxa, se não for obrigatório, será remunerado por tarifa.
Serviços públicos não essenciais: são serviços delegáveis, prestados exclusivamente ao interesse do contribuinte e remunerados por tarifa.
Assim sendo, os serviços de energia elétricae telefone por serem serviços públicos não essenciais e de utilização não compulsória devem ser remunerados mediante preço público, já o serviço de água e esgoto, é um serviço público essencial e, portanto, será remunerado por taxa ou tarifa a depender se a Lei instituiu o serviço como de utilização compulsória (taxa) ou não (tarifa).
Os serviços que, embora prestados pelo Estado, são suscetíveis de prestação pelo particular em regime concorrencial são remunerados mediante tarifa, não se sujeitando ao regime jurídico tributário.
Em que consiste o princípio da referibilidade das taxas? Há necessidade do valor exigido referir-se a uma parcela do serviço prestado? Caso isso não seja verificado, é possível a restituição? No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua resposta o exemplo das taxas judiciais – vide anexos IX, X e XI)
A taxa é um tributo vinculado, o que implica dizer que depende de uma atuação do Estado para essa espécie tributária possa ser exigida. Nisso consiste o princípio da referibilidade das taxas, isto é, o particular recebe um benefício e em contrapartida remunera o Estado por isso.
A base de cálculo das taxas deve ter como base a participação do estado no serviço prestado e o custo que lhe acarreta, não necessariamente a parcela do serviço prestado. Havendo dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado deve-se ter um parâmetro e fixar alíquotas mínimas e máximas.
 
Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização imobiliária? Nesta última hipótese, haveria violação ao princípio da irretroatividade? E se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização imobiliária? (Vide anexos XII e XIII).
A contribuição de melhoria (i) tem como requisitos para a sua instituição a conclusão de uma obra pública e a valorização imobiliária, decorrente da obra, dos imóveis circunvizinhos, devendo observar certos limites para sua cobrança, quais sejam, global e individual. Assim, o ente tributante só poderá ser ressarcido no custo total da obra (limite global), sem jamais arrecadar mais que o valor da obra, já o contribuinte, por sua vez, só poderá ser cobrado pela valorização individual de cada imóvel (limite individual).
O ente público responsável pela obra deverá aprovar (ii) Lei específica instituidora da contribuição de melhoria que pretende cobrar, observando alguns requisitos mínimos, antes do início da obra. Ao final da obra, deverá ser realizada uma nova avaliação imobiliária a fim de apurar a valorização decorrente, publicando em seguida edital com o demonstrativo de custos e as valorizações de cada imóvel, fixando-se prazo a partir do qual será iniciada a cobrança. Caso a Lei que instituísse o tributo fosse posterior a conclusão da obra e por consequência, a valorização imobiliária, estaria violando o princípio da irretroatividade, uma vez que, abarcaria fatos geradores anteriores a sua criação.
Ressalta-se que a Lei a qual institui a contribuição de melhoria deve ser anterior a obra, no passo que, o lançamento do tributo (cobrança) só poderá se dar com a finalização da obra, isto porque, somente com a conclusão se concretiza uma das hipóteses de incidência do tributo, isto é, a valorização imobiliária. No entanto, poderá ser exigido, excepcionalmente no momento em que se pode confirmar a valorização decorrente da obra, ou seja, quando a obra estiver parcialmente concluída e já se pode apurar a valorização imobiliária dela decorrente, somente o laudo comprovando a perspectiva dos gastos não é admissível, sendo necessário também a comprovação da valorização imobiliária decorrente da obra.
Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie? Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? A regra-matriz de incidência tributária do adicional é distinta do imposto adicionado? (Vide anexos XV e XVI e XVII).
Trata-se de uma contribuição, uma vez que, não se vincula a uma atividade estatal, incidindo sobre a circulação de mercadorias, serviços e produtos industrializados de natureza supérflua e é destinado ao Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza. Assim, estaríamos diante de um novo tributo, da espécie contribuição e não de um adicional, pois a Constituição Federal não veda a criação de contribuição residual com fato gerador e base de cálculo iguais as dos impostos, a vedação é para que seja instituída contribuição cujo fato gerador ou base de cálculo sejam idênticos aos de contribuição já existente.
A regra-matriz de incidência tributária do “adicional” e do imposto adiciona se difere unicamente pois a base de cálculo será o valor estipulado do “imposto” adicionado mais o valor estipulado no novo tributo.
Agência reguladora nacional, pela cobrança anual da Taxa de emissão e renovação de certificado de licença, arrecada dez vezes mais do que o custo total da fiscalização. Ao receber o quantum arrecadado, a União destina o recurso “a maior” para outros fins. O contribuinte tem direito a repetição da taxa, vez que o valor arrecadado é superior ao custo da prestação estatal tomada como hipótese de incidência? E se, ao invés de taxa, fosse uma contribuição social?
Como já dito anteriormente, as taxas são tributos vinculados a uma atividade do Estado, cujo o produto de sua arrecadação possui uma destinação específica, qual seja, o custeio de tais atividades estatais e sua base de cálculo deve ser proporcional a intensidade da participação do Estado. Desta forma, o Estado agiu de forma errônea ao arrecadar acima do valor do custo total da fiscalização, cabendo ao contribuinte o direito a restituição dos valores pagos a maior, nos termos do art. 165 do CTN.
O mesmo se aplicaria caso fosse uma contribuição social, tributo não vinculado, mas que possui uma destinação específica.

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