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Hanseníase Introdução Hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa que afeta principalmente a pele, os olhos e os nervos. Possui alta infectividade e baixa patogenicidade – isto é, infecta muitas pessoas, no entanto, poucas adoecem. A maior ou menor resistência à doença parece ligada a fatores genéticos. O período de incubação da doença é extremamente prolongado e variável, indo de alguns meses a alguns anos. Além do homem, a lepra pode afetar também outros animais, como macacos, coelhos, ratos e tatus. Os registros mais antigos da doença datam 1350 A.C. A doença se apresenta em quatro formas clínicas: indeterminada, tuberculóide ou paucibacilar (com poucos bacilos), borderline ou dimorfa e lepromatosa ou multibacilar (com muitos bacilos). Quando não se sabia a causa da doença nem a forma de tratamento, os pacientes eram isolados até morrerem. No Brasil, até 1962, a política visava afastar os portadores da doença ao obrigá-los a se isolar em leprosários e queimar todos seus pertences. Em 1873 o pesquisador Gehard Amauer Hansen descobriu o causador da doença, o Mycobacterium Leprae, logo a descoberta levou seu nome. Tipo de bactéria A Mycobacterium leprae pertence à ordem ActinomyceIalis e família Mycobaderiaceae. Possui a forma de um bastão reto ou levemente encurvado. É uma bactéria gram-positivo e resistente a ambientes ácidos e alcoólicos, e parasita celular obrigatório, ou seja, precisa estar dentro de uma célula para se reproduzir. A reprodução ocorre pelo processo de divisão binária e é muito lenta, durando de 12 a 14 dias. Tipo de bactéria Sua parede celular possui cerca de 20 nm de espessura e sua estrutura química é semelhante a de outras micobactérias, ou seja, constituída de peptideoglicanos entrelaçados e ligados a cadeias polissacarídeas, que servem de suporte para os ácidos micólicos. Além da parede celular, o bacilo apresenta uma estrutura mais externa denominada cápsula. Da mesma forma como se observa ern outras espécies de micobactérias patogênicas, a superfície externa do leprae é caracterizada pela presença de uma grande quantidade de componentes lipídicos, os quais são provavelmente responsáveis pela "zona elétron transparente"e pelo aspecto espumoso do material visto no interior dos macrófagos de pacientes virchovianos. Tipo de bactéria A composição lipídica da membrana celular ainda não está totalmente caracterizada, porém, existem evidências indicando a presença de fosfolipídeos característicos de membrana, que são encontrados em espécies cultiváveis de micobactérias O citoplasma é eletrodenso contendo estruturas comuns a organismos gram positivos. Células de Schwann O bacilo Mycobacterium Leprae, afeta muitas células com funções importantes, como por exemplo, as células de Schwann, que são células do sistema nervoso periférico, responsáveis pelo suporte aos neurônios, por formarem a bainha de mielina, o que faz o impulso nervoso passar mais rápido. Células de Schwann Como a Mycobacterium Leprae afeta as células de Schwann? Invasão: O bacilo tem facilidade de afetar o SNP, com seu alvo principal as células de Schwann, que é o nicho ideal para seu crescimento, visto que, oferece proteção contra o sistema imune. A invasão é por meio da adesão do bacilo à membrana da célula. O glicolipídeo fenólico PGL-1, encontrado apenas na M. Leprae inicia a união com a célula de schwan, aderindo a laminina-2, que é a matriz proteica extra -celular existente na lâmina basal das células de schwann, sendo assim, ingerida para um ambiente perfeito para seu crescimento. Células de Schwann Como a Mycobacterium Leprae afeta as células de Schwann? Efeitos: Quando ocorre a invasão pelo bacilo, este altera a expressão gênica, fazendo com que a função da célula de schwann, que é produzir a mielina, seja inibida. Células de Schwann Como a Mycobacterium Leprae afeta as células de Schwann? Efeitos: As pesquisas mostram que as células de schwann são capazes de apresentar o antígeno para TCD4, então quando isso ocorre, as células estão sujeitas a morte por citotoxidade pelos clones dos linfócitos, assim sendo danificadas ou destruídas a longo prazo. Também foi descoberto in vitro que as células expressam o TLR2, ocorrendo a apoptose depois da sua ativação com lipopeptídeo sintético M. Leprae. Tipos de hanseníase Indeterminada - Fase inicial da doença que espontaneamente se evolui para cura, por conta do sistema imunológico do indivíduo ser capaz de combater a bactéria. Tuberculóide ou paucibacilar - A hanseníase paucibacilar é a forma mais benigna e localizada, que ataca os indivíduos com alta resistência ao bacilo de Hansen. O sistema imunológico não consegue destruí-lo, porém também não permite que se espalhe pelo corpo. Borderline ou dimorfa - Forma intermediária da doença que resulta de uma imunidade também intermediária. Acomete os nervos próximos as lesões, podendo ocorrer neurites agudas de grave prognóstico. Multibacilar, lepromatosa ou virchowiana - Formam-se várias lesões avermelhadas, elevadas, e, em casos graves, há o aparecimento de nódulos que podem ser deformantes. Os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas, dormência e fraqueza muscular Sintomas Os sinais e sintomas principais são: manchas pardas na pele, às vezes pouco visíveis e de limites imprecisos (lepros em grego quer dizer manchas na pele); sensação de formigamento nas extremidades; insensibilidade térmica, à dor e ao tato, nessas áreas, o que pode ocorrer também em áreas da pele aparentemente normais; ausência da secreção de suor nessas áreas; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular, etc. Sintomas Manchas pardas na pele, às vezes pouco visíveis e de limites imprecisos Caroços. Mutilação Transmissão Por ser uma micobactéria, ela se aloja nas vias respiratórias. Muitas pessoas pensam que a Lepra é transmitida pelo toque. Transmissão Mas na verdade, ela é transmitida pelas vias respiratórias, que eliminam os bacilos através deste aparelho. Ela é transmitida de forma rara lenta gradual, ou seja,é necessário que haja um contato muito íntimo, próximo e prolongado para que a pessoa infectada com a Hanseníase consiga transmitir essa bactéria para outras pessoas. Tratamento O tratamento costuma ser feito com uma associação de medicamentos antibióticos para combater o agente causador da enfermidade, livrando o organismo de uma vez por todas da sua presença. Também é comum a indicação de esteroides, que têm o poder de simular efeitos hormonais, o que ajuda a reduzir os quadros inflamatórios típicos da doença, além de acelerar o crescimento de novos tecidos, reparando lesões. O tratamento é feito por um longo período, com o mínimo de 6 meses e muitas vezes ultrapassando um ano, sempre com consumo de remédios e acompanhamento de um médico especialista. O tratamento é fornecido gratuitamente nas unidades de saúde pública. Prevenção Naturalmente, ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase .Uma importante medida de prevenção é a informação sobre os sinais e sintomas da doença, pois, quanto mais cedo for identificada, mais fácil e rápida ocorrerá a cura. Uma outra medida preventiva, é a realização do exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG nas pessoas que vivem com os portadores desta doença Desta forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida . Conclusão Trabalho realizado por: Leandro Silva Débora Drummond Matheus D’Almeida Thábata Rosse Andréia Campello Fontes: https://minutosaudavel.com.br/o-que-ehanseniase-lepra-sintomas-tratamento-etransmissao/ https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=3IwBIc_tMnE http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000500008 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962008000400010https://pt.wikipedia.org/wiki/Mycobacterium_leprae http://www.bioeticapr.org.br/ - artigo sobre A HISTÓRIA DA HANSENÍASE: O IMPACTO BIOLÓGICO E SOCIAL http://www.scielo.br/pdf/abd/v84n5/v84n05a08.pdf sciencephotolibrary.com
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