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DNA 1- Histórico do DNA 1.1- O experimento de Frederick Griffith (1928) Injetando bactéria do tipo S, que são virulentas, em ratos eles morriam. Injetando bactéria do tipo R, que não é virulenta, não matava os ratos. Bactéria morta do tipo S, mesmo sendo virulentas, estando morta não matava os ratos. Misturando a do tipo S morta e do tipo R, que não é virulenta, matavam os ratos. Isso acontece porque bactérias do tipo R adquiriram a virulência captando restos das bactérias S mortas (através do processo de transformação), causando a morte do rato. O componente químico da célula doadora (bactérias S mortas) que foi usado para transformar a bactéria R em virulenta foi o DNA, seu material genético. 1.2- Avery, MacLeod e McCarthy (1944) Fizeram um experimento, degradando diferentes compostos de cada vez. Quando degradaram DNA, descobriram que ele podia ser o responsável pela transformação. Por o DNA ser uma molécula estática, que naquele tempo não se pensava adquirir funções não era muito estudado. 1.3- Hershey e Case (1952) Conseguiram provar que o DNA era responsável pelo princípio da transformação. 2- Peças estruturais do DNA antes da dupla hélice 2.1- Estrutura química É formado por grupamento fosfato + açúcar (pentose) + base nitrogenada. 2.1.1- Bases Nitrogenadas Purinas: Possuem dois anéis aromáticos. Correspondem à adenina e a guanina. Pirimidinas: Possui apenas um anel aromático. Correspondem à citosina e a timina. A adenina é complementar à timina e citosina é complementar à guanina. Isso acontece pelo seu tamanho, elas se encaixam para que a ligação não destorça a dupla hélice. 2.2.2- Nucleotídeo Desoxiadenosina 5’- fosfato (Adenina ou A) Desoxiguanosina 5’- fosfato (Guanina ou G) Desoxicitidina 5’- fosfato (Citosina ou C) Desoxitimidina 5’-fosfato (Timina ou T) 3- Regras de Chargaff (Complementariedade de Bases) As bases (nitrogenadas) do DNA são complementares. Isso quer dizer que sendo por exemplo, a timina complementar à adenina, suas quantidades são iguais. Bases complementares possuem uma mesma quantidade. - A = T - C = G 4- Análise de difração de raios X do DNA Rosalind Franklin, fazendo experimentos com raios X, descreveu o DNA como “Longo, fino e helicoidal, apresentando duas partes similares que são paralelas.”. Com base no seu resultado, Watson e Cricket sugeriram uma estrutura ao DNA, ganhando o premio Nobel em 1962. 5- Estrutura Tridimensional do DNA Atualmente, sabe-se que o DNA não é exatamente como foi descrito por watson e Cricket. O cromossomo de alguns vírus é fita simples. Há moléculas circulares de DNA (como na mitocôndria). Alguns vírus bacteriófagos possuem DNA linear e circular. Sua estrutura não é uniforme. Orientação dos pares de base varia. Algumas sequencias permitem que a dupla hélice se enrole para o lado esquerdo. Pode haver torção adicional da dupla hélice. 6- Ligação dos Nucleotídeos Os nucleotídeos de uma mesma fita são ligados por ligações fosfodiéster, ligação forte, onde o fósforo de um liga no açúcar da outra, e assim sucessivamente. Por isso há uma orientação importante, o sentido 5’ 3’. Todos os eventos em biologia molecular acontecem nesse sentido. As ligações fosfodiéster também conferem polaridade à cadeia de DNA. Os nucleotídeos em fitas diferentes são ligados por ligações de hidrogênio. As fitas apresentam a mesma geometria helicoidal. O pareamento das bases mantém as fitas unidas com polaridade oposta. A dupla hélice favorece o pareamento das bases. Para que uma base seja exposta, há gasto de energia, isso faz com que a estrutura do DNA fique diferente do normal. Isso acontece para metilação ou reparo. 6.1- Metilação do DNA Acontece para que determinados genes não sejam expressos a todo momento. Mesmo que a enovelação do DNA reprima alguns genes de serem expressos, há genes da eucromatina que devem ter expressão controlada, então há metilação. A enzima DNA metiltransferase adiciona um grupamento metila nas citosinas das regiões promotoras (que fazem o controle e o início da transcrição para que o gene seja transcrito). As regiões promotoras são ricas em CG. 6.2- Reparo O que varia de um reparo para outro são as diferentes enzimas, dependendo do local e do dano. 6.2.1- Reparos Livre de Erros São baseados na complementariedade de bases e envolve falhas em apenas uma das fitas. 6.2.1.1- Reparo x Grupamento Metila Reparo livre de erros Quando há em uma dupla hélice nucleotídeos errados. Por exemplo: há duas purinas paralelas, causando distorção no DNA. Para saber qual nucleotídeo errado deve ser trocado, o mecanismo de reparo através de uma enzima detecta a fita parental, que está marcada por metila, e daí saberá que o nucleotídeo pertencente à fita nova está errado. Outras enzimas retiram não só o nucleotídeo, mas um pedaço da fita. A DNA polimerase insere os nucleotídeos complementares e a ligase faz a ligação das fitas. 6.2.1.2- Reparo por excisão de nucleotídeos Reparo livre de erros. Ocorre quando algum grupamento químico se liga erradamente ao DNA, causando distorção da fita. O reparossomo indica o local e promove a abertura da fita. Enzimas reconhecem e retiram aquele grupamento químico que está ali por engano junto com um pedaço do DNA. A DNA polimerase insere as bases complementares e a ligase faz a ligação das fitas. É livre de erros, porque a DNA polimerase insere as bases complementares, complementado a fita parental. 6.2.1.3- Reparo Reversão Direta Quando duas pirimidinas se soltam da hélice e se unem formando dímeros. A enzima fotoliase remove os dímeros T – T ou C – C. Causado pela radiação UV na pele. Se não for reparado esse tipo de alteração pode causar mutação, gerando danos sérios. 6.2.1.4- Reparo após replicação Durante o processo de replicação, quando a DNA polimerase insere os nucleotídeos , formando a segunda fita, ela volta no sentido 3’ 5’ para conferir que inseriu o nucleotídeo correto. Essa volta de 3’ para 5’ é chamada de atividade exonuclease. 6.2.2- Reparos não baseados na complementariedade Ambos os filamentos da dupla hélice são danificados e a complementaridade não pode mais ser explorada. Raios X, raios gama, podem causar quebra bifilamentar. 6.2.2.1- Junção de pontas não homólogas Quebra dos dois filamentos do DNA em células que pararam de se dividir. Uma enzima faz o ajuste “aparando as pontas” e depois essas pontas se juntam. É muito ruim para a célula porque uma parte do DNA é perdido. Pode ser que por causa do dano a célula entre em apoptose, mas, pode ser também que ela continue viável e se multiplicando, podendo causar câncer. 6.2.2.2- Recombinação homóloga É livre de erros. Quebra de dois filamento do DNA quando a célula está se dividindo. O material genético está duplicado, podendo então que seja copiado de uma molécula de DNA para outra. Este reparo só é possível quando a célula está em divisão 6.2.4- Doenças Causadas por falhas no sistema de reparo Xeroderma Pigmentoso: Causa lesões degenerativas na pele. A pessoa tem muitas sardas que podem evoluir para cânceres de pele. As enzimas que fazem o reconhecimento do dano que a radiação UV faz no DNA não funcionam, fazendo com que o dano não seja reparado e permaneça quando a célula se replicar. Síndrome de Cockayne: Há uma mutação nos genes que codificam proteínas envolvidas no sistema de reparo de excisão de nucleotídeos. Anemia de Fanconi: Falha no sistema de reparo. Causa estatura baixa, anomalias no esqueleto, cardíacas e renais e fracasso de medula óssea. É um tipo de leucemia. Ataxia telangiectasia: Falha gene que codifica a proteína quinase, que é importante na regulação do sistema de reparo.
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