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A PRÁTICA DA CAPOEIRA NA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS:
A Hipertensão Arterial em foco
Rafael Souza Figueiredo
Prof. Jalicia Lima Santos Muricy
 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Educação Física para Licenciado em Educação Física (EFL) (EFL0448/8) – Trabalho de Graduação 
01/11/2019
RESUMO
A prática da Capoeira no âmbito da atividade física e saúde representa questão marcada pela carência teórica, frente à densa produção científica linhada a sociologia e as humanidades. A mesma pode gerar benefícios corporais, fruto do estilo de vida ativo e saudável, favorecendo a prevenção de doenças crônicas, como a Hipertensão Arterial. O objetivo deste estudo foi descrever as respostas hemodinâmicas da capoeira na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. Assim, após uma revisão bibliográfica numa perspectiva qualitativa, foi detectada alterações na pressão arterial em capoeiristas e foram identificadas hipotensão pós-exercício. Estes resultados sugerem que para além de uma prática cultural brasileira, a capoeira representa fator de proteção para o sistema cardiocirculatório em pessoas saudáveis. Mais ainda, parece que esta prática, após melhor compreendida, poderá ser recomendada para indivíduos hipertensos, representando mais um mecanismo contributivo para regulação e controle de seus níveis pressóricos, com ou sem o uso de fármacos.
Palavras-chave: hipertensão; prevenção; capoeira
1 INTRODUÇÃO
Este estudo é fruto de implicações acerca das influências da prática da capoeira no âmbito da saúde e qualidade de vida, modalidade com vasta produção científica relacionada às análises humanísticas e sociais.
No entanto, parece aparente a escassez de análises quanto sua interação com a área da saúde, situação fomentadora de interesse relativo à sua representação enquanto atividade integrada ao campo da atividade física e saúde, para além das questões sócio históricas.
Enquanto área temática optou-se pela associação da capoeira e as respostas fisiológicas da sua prática no âmbito da atividade física, e para melhor orientar as escolhas durante a pesquisa, a mesma foi delimitada no seguinte tema: a prática da capoeira na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis: a hipertensão arterial em foco.
A natureza do trabalho é de cunho qualitativo baseado numa revisão bibliográfica capaz de emergir o leitor a reflexão desta prática alocando o praticante de capoeira como um indivíduo com maiores indicadores de saúde e qualidade de vida, simultaneamente distanciado de diversos fatores de risco.
O presente estudo tem como protuberância o empreendimento social que a capoeira representa na sociedade baiana e brasileira. Aceitando que sua prática está relacionada à manutenção de importante história popular, por vezes negligenciada ou mesmo negada. Ainda pode gerar benefícios corporais, fruto do estilo de vida ativo e, portanto, saudável, favorecendo a prevenção e terapia de doenças crônicas, como a Hipertensão Arterial, que assolam a população, como mais um mecanismo de valorização desta arte genuinamente nacional. 
2 HIPERTENSÃO ARTERIAL
A conservação de níveis ideias de pressão parece ter relação direta com estado de saúde das pessoas. O volume sanguíneo investido dentro das artérias determina o aumento ou diminuição dos valores da resistência do fluxo de sangue, operando um conjunto com outros fatores.
Segundo Guyton 1988 p.243 apud Figueiredo 2013 “a pressão arterial é pulsátil porque, a cada batimento cardíaco, uma pequena quantidade de sangue é bombeada pelo coração para a aorta” permitindo que todas os segmentos corporais recebam quantidades suficientes de sangue.
As pessoas que apresentam valores pressóricos que excedem os cálculos tidas como “naturais” são chamados de hipertensos.
O surgimento da discussão quanto aos valores de referência para pressão arterial, se o grau de classificação para hipertensos pode variar, dependendo da idade e do tamanho da pessoa. Indivíduos que apresentarem condições PA sistólicas acima de 135 a 140mmHg e a pressão diastólica superior à 90mmHg pode ser reconhecida como hipertensiva (GUYTON; HALL, 1998).
Com essa elevação da pressão nos vasos podem ocorrer alguns distúrbios fisiológicos capazes de gerar sequelas irreversíveis e ceifando muitas vidas.
Segundo Monteiro & Sobral Filho (2004, p.514) o I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular & o III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial concordara que
�
a hipertensão arterial sistêmica representa uma das maiores causas de morbidade cardiovascular no Brasil e acomete 15% a 20% da população adulta, possuindo também considerável �
prevalência em crianças e adolescentes. Considerada um dos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovasculares, representa alto custo social, uma vez que é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e absenteísmo no trabalho em nosso meio.
 
Nota-se que é uma doença que atinge todas as faixas etárias e acomete um déficit considerável nos cofres públicos pelas faltas no trabalho impactando a economia e nos gastos públicos nos serviços de saúde.
Discorrendo em estatísticas mundiais, a cada ano dois bilhões de pessoas tornam-se hipertensas, sendo que desta parte apenas 2/3 dos hipertensos tem conhecimento da doença, com apenas metade sendo tratada e 1/4 com a PA controlada (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2008 apud FIGUEIREDO, 2013).
Entretanto estes números representam um valor significativo na população geral, de modo que os hipertensos quando “conhecendo” a doença já estão de forma avançada levando a outras doenças mais letais e perigosas. Por ser uma doença muitas das vezes assintomáticas o hipertenso só vai descobrir o desregulamento dos níveis pressóricos quando já está em valores de risco, ou então quando já sente alguns dos sintomas.
Sendo com maior valor nas mulheres do que nos homens, tornando-se um grave problema de saúde pública a HA acomete em maior número a população da maior idade tende a estar mais “vulnerável” a desenvolver a doença. 
Em estudo feito por Do Rego et al (2011 p.301) comprovaram que
a hipertensão arterial é o principal fator de risco de morte entre as doenças não transmissíveis e importante problema de saúde pública, onde a consideram como hipertensa, cerca de 70% da população idosa com maior prevalência no sexo feminino, na faixa etária de 70 a 90 anos.
Levando em consideração que os idosos são vulneráveis a outros fatores de risco desenvolvidos pelo descontrole pressórico, pelos níveis socioeconômicos e pelas regiões demográficas distintas que influencia no quesito ambiental.
O tratamento da HA na maioria dos casos é medicamentoso com betabloqueadores que são capazes de regular os níveis pressóricos. Mas tem alguns indivíduos que não precisam entrar com medicação, fazem o tratamento não farmacológico com exercícios físicos e terapias alternativas como as práticas corporais.
O treinamento físico aeróbio reduz a pressão arterial em 75% dos indivíduos
com hipertensão, sendo um componente chave na terapia não farmacológica para
sua prevenção e tratamento. (GOODWIN; HEADLEY; PESCATELLO, 2009 apud PONTES JR et al, 2010). 
Com isso o treinamento aeróbico torna-se mais eficaz no tratamento do que o treino anaeróbico, favorecendo ainda a prevenção das morbimortalidades.
2.1 O TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
Muitos estudos já vêm relatando a importância de uma prática regular de atividades físicas para a manutenção da saúde e do bem-estar. Contudo ainda é detectado um grande número de indivíduos que se encontram em inatividade física o que aumenta os fatores de risco para as doenças crônicas. 
Cunha et al. (2006, p.314) interpretam que “estudos vêm demonstrando a associação benéfica entre a prática regular de atividade física aeróbica e diminuição significativa dos níveis pressóricos dos indivíduos hipertensos”. Fazendo com que haja uma alteração orgânica positivaao indivíduo.
Adicionalmente, o exercício físico tem demonstrado forte influência na redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares, assim como sobrepeso e obesidade, distúrbios do metabolismo lipídico, resistência à insulina e intolerância a glicose (PONTES et al., 2008 apud ________, 2010).
Obviamente que esta prática do exercício físico tem que ser executada com o profissional qualificado para tal objetivo e população especial, já que se encontram em situações de risco.
Após exercícios físicos a depender da intensidade e volume, podem gerar uma redução da pressão nas artérias, que a literatura denomina hipotensão pós-exercícios (HPE).
Essa diminuição dos níveis pressóricos está diretamente relacionada com a intensidade do exercício, da quantidade e da modalidade, que vão determinar a HPE (CUNHA et al., 2006).
 Em indivíduos hipertensos, as reduções na PA e na resistência vascular periférica após uma sessão de exercício aeróbio ocorrem sem aumentos correspondentes na frequência cardíaca, na atividade nervosa simpática e nas concentrações plasmáticas de noradrenalina (CHANDLER; RODENBAUGH; DICARLO, 1998 apud PONTES, 2010).
Percebe-se que a uma vantagem clínica com apenas uma sessão de treino aeróbico, possivelmente num programa de exercício mais longo os resultados serão mais crônicos e consistentes.
Nos treinamentos neuromusculares a redução da RVP ocorre por conta de substâncias que são despejadas na circulação. Um estudo ainda demonstra que, o exercício contra resistência pode proporcionar HPE em pessoas normotensas e hipertensas devido às substâncias endoteliais que atuam na redução da resistência vascular (POLITO; FARINATTI, 2006). 
Porém, Nogueira et al. (2012 p. 591) relatam que “para que a HPE tenha importância clínica, é necessário que ela tenha magnitude importante e perdure por um período superior a 24 horas, subsequente a finalização do exercício físico”.
3 A CAPOEIRA E OS SEUS BENEFÍCIOS NA PREVENÇÃO DAS DCNT
A Capoeira representa uma arte genuína da nossa cultura, pode ser encontrada como dança, luta jogo, brincadeira entre outras representações. Na literatura cientifica e não cientifica esta aparece representando diversas perspectivas de uma mesma prática.
Neste aspecto Areias (1984, p.8) indica que a
capoeira é música, poesia, festa, brincadeira, diversão e, acima de tudo, uma arma de luta, manifestação e expressão do povo, do oprimido e do homem em geral em busca da sobrevivência, liberdade e dignidade.
Esta atividade é mais que um jogo, pode representar uma filosofia de vida, com o mestre passando sua sabedoria, de maneira oral, ao aluno, numa visão verdadeira de viver a vida baseada na malandragem (malícia para melhor viver) do negro.
Segundo a ACMS (1998) apud Carneiro e Garcia Júnior (2009 p. 18) “os quatro componentes da saúde resistência aeróbica, flexibilidade, a força e a composição corporal são integralmente desenvolvidas na prática da capoeira, adicionando ainda o equilíbrio, a agilidade e a potência”.
A capoeira por si só é uma atividade de agilidade, tomando como partida a sua história (repressora), a mandinga, a filosofia na qual os movimentos soam com ânsia de liberdade. Segundo Lussac (2009 p. 3) “Através da agilidade desenvolvida na arte-luta, o indivíduo ganha facilidade para se locomover de forma rápida e eficiente, podendo surpreender o capoeirista com quem joga e aqueles que observam o jogo na roda”. O autor ainda reforça que, o mesmo vai facilitar e muito no momento da “vadiagem”.
Que a capoeira seja praticada com por cada vez mais adeptos do mundo, mas que seja respeitado os mestres mais antigos do presente e passado, e que valorizem a dimensão mágica e sagrada da capoeira, que encontram nela uma filosofia de vida (SILVA; HEINE, 2008). Os autores ressaltam a importância de manter-se a oralidade e a tradição da ancestralidade contida na arte, valorizando os antepassados e fortalecendo a cultura afro-brasileira.
Por ser uma atividade física de ritmo intenso e variado a uma melhora significativa em algumas valências físicas como a resistência cardiorrespiratória. No que diz respeito à resistência Cunha (2003) apud Lussac (2009 p.6) diz que ela “no jogo da Capoeira é utilizada quando o capoeirista joga durante um período relativamente longo sem interrupções”.
A fim de atender as demandas do músculo ativo em atividade naquele exercício o corpo sofre alterações no sistema cardiovascular e respiratório, na medida em que essas ações são repetidamente realizadas há uma melhora no desempenho do músculo (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004). As alterações no sistema orgânico causado pelo exercício físico trazem uma resposta fisiológica significativamente benéfica.
Segundo ALMEIDA, 1986; BARBIERI, 1993; DOWNEY, 2008 apud MONTEIRO, et al 2015 “a capoeira, como as demais modalidades que apresentam caráter marcial, exige movimentos combinados e sucessivos, executados em todas as direções, em alta velocidade, e até em apoio invertido”.
Esta luta não se limita somente as características ao exercício físico, mas sim com a sua história, por ser a rainha do nosso folclore e a ser o único esporte genuinamente brasileiro (CARNEIRO; GARCIA JR, 2009). No entanto, aparecer com orgulho e satisfação esta arte-luta de ser “legitimamente” nacional trazendo elementos característicos africanos, mas com origem no Brasil, fortalecendo a cultura popular e a diversidade regional brasileira.
Diante disto, fica clara a importância desta arte no contexto nacional, como uma ferramenta capaz de educar e transformar a vida de muitas pessoas, promovendo um bem-estar físico e exercendo um método de padrão de um estilo de vida ativo e saudável.
4 MATERIAL E MÉTODOS
	O presente estudo tem como base uma revisão bibliográfica com uma coleta de dados nas bases acadêmicas científicas, Scielo e Revista Motricidade com os descritores Hipertensão, Capoeira e Prevenção a Saúde. Um estudo de natureza qualitativa com um desenho voltados para as populações especiais com foco na prevenção e promoção a saúde. Os dados foram fichados e citados neste estudo que durou aproximadamente 30 dias de execução e análise dos dados. O s critérios de exclusão que houveram na busca dos dados foram os artigos que não tinham como foco de estudo a hipertensão no exercício físico como tratamento e prevenção a saúde.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
	O presente artigo tem como resultado através do aporte teórico, das análises realizadas e dos dados obtidos considera-se que a prática da capoeira como exercício físico regular é capaz de resultar numa melhora significativa nos níveis da pressão arterial, favorecendo o paciente de Hipertensão e prevenindo aqueles que a praticam essa arte macial brasileira.
Os resultados mostraram que assim como a prática da capoeira favorece o hipertenso como também tem outras atividades esportivas que já vem sendo pesquisadas e que tem trazido dados positivos a manutenção da saúde.
Este efeito hipotensor da PA na prática da capoeira pode reforçar o que Whelton et al (2002) apud Esteves et al (2010) dizem, eles sugerem que uma redução da PAS em 3mmhg pode significar uma proteção contra eventos cardiovasculares, pois uma redução da PAS em 3mmhg significa uma diminuição de 5-9% do risco cardiovascular, 8-14% de infarto e 4% das causas gerais de morte.
Ferreira et al. (2005) usaram o ciclismo indoor (CI), que tem sido muito utilizado nas academias pelo seu benefício da melhora da função cardiorrespiratória para verificar as respostas hemodinâmicas. Verificou-se uma ligeira variação na pressão arterial sistólica, mas na pressão diastólica houve alterações significativas em relação ao ciclismo aquático (CA).
A depender das variações das atividades físicas a variação das respostas hemodinâmicas favorecem o sistema cardiovascular sejam elas na pressão diastólica quanto na sistólica.
Já Cunha et al. (2006), pesquisou com indivíduos hipertensos a caminhada e analisaram um efeito hipotensivo pós exercício em sessões constantes e variadas em todosos momentos de recuperação quando comparados com os valores de repouso pré-exercício, baixando os valores da PAS em até 18mmhg, entre o 5º minuto e o 60º minutos de recuperação pós-exercício.
Isto causa uma melhora no sistema cardiovascular significativo levando uma qualidade de vida para o indivíduo e um tratamento eficaz e com ótimo custo benefício.
Esse mecanismo provoca diminuição do débito cardíaco e na resistência vascular periférica, resultando em menor pressão arterial em repouso. As respostas cardiovasculares que advém da prática da capoeira (por ser uma atividade aeróbica) contribuem para o trabalho do músculo esquelético, o equilíbrio, sustentação, resistência e força (PEDREIRA; MORGAN-MARTINS, 2008).
 Algumas aptidões físicas tornam-se mais aprimoradas com a prática da capoeira principalmente o equilíbrio no qual o praticante fica de cabeça invertida em muitos momentos ou então apoiados em um dos membros. 
A duração da prática do exercício está relacionada com a quantidade de resultados hipotensor da PA, quanto mais longo a duração do exercício maior será a queda pressórica.
O estudo de Forjaz et al. (1998) demonstrou que a duração da queda dos níveis pressóricos provocada pelo exercício físico contínuo depende da duração do mesmo, isto é, o exercício físico dinâmico com duração de 45min provoca queda pressórica mais acentuada e duradoura que o exercício com duração de 25min.
Algumas alterações no estilo de vida, com a inclusão do exercício físico, podem evitar o aumento progressivo da PA e das doenças cardiovasculares. Uma vez que estudos com indivíduos normotensos apontam que, aos 55 anos, estes apresentarão 90% de risco de desenvolver hipertensão arterial, e que desta forma, os pré-hipertensos (PAS 120-139 mmhg ou PAD 80-89 mmhg), exigirão modificações no estilo de vida. (DO REGO, et al 2011).
Além da capoeira outros exercícios têm mostrado eficácia na prática da HPE, por ser também uma atividade aeróbica a natação é uma atividade benéfica para esta população. Os mesmos resultados obtiveram Esteves et al (2010) só que, com o público diferente, indivíduos homens pré-hipertensos ativos com no mínimo dois anos de prática de natação. A queda da PAS foi significante nos momentos de duas horas após a sessão de natação.
6 CONCLUSÃO
O que foi concluído do presente artigo foram contribuições positivas que a prática da capoeira traz para o paciente hipertensivo na sua prática e pelas respostas fisiológicas positivas, principalmente no sistema cardiovascular e da pressão arterial. O exercício físico tem sido um ótimo aliado para o tratamento não farmacológico do indivíduo, amenizando os riscos e o sua longevidade. 
O exercício físico aeróbico junto com os outros procedimentos de tratamento para a hipertensão como a alimentação equilibrada favorece em muitos indivíduos. Esta luta genuína que por muitos anos ficou marginalizada na nossa sociedade agora é capaz de salvar vidas e colaborar de forma segura e eficiente na promoção a saúde de muitas pessoas. A capoeira rompe fronteiras na sua vertente com foco na saúde, especificamente no combate as doenças crônicas não transmissíveis doenças essas que assolam milhares de pessoas por ano.
Conforme visto na discussão os resultados assemelham-se bastante com o que já vem sendo pesquisados, claro que cada pesquisa tem as suas limitações, públicos e objetivos diferentes. Mas, a identificação da HPE é marcada como foco nos mais diversos esportes, principalmente os de caráter aeróbico.
Estes resultados comprovam que a prática da capoeira pode ser recomendada para indivíduos normotensos, pela sua queda da PA abaixo dos níveis de repouso ocasionando um importante fator na prevenção de doenças cardiovasculares.
Importante ressaltar a continuidade das pessoas investigarem mais esta temática neste contexto científico, para assim poder legitimar esta manifestação artística genuinamente brasileira, a fim de obtermos outros parâmetros fisiológicos para esta atividade física.
Para os hipertensos a prática da capoeira pode trazer grandes benefícios, já que foi evidenciado a HPE. Para dar continuidade neste estudo, eles poderão tornar-se o próximo público a ser investigado, a fim de evidenciar se haverá hipotensão neste grupo específico.
REFERÊNCIAS
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CARNEIRO, N. H. GARCIA JÚNIOR, J. R. Efeitos Da Pratica Da Capoeira Adaptada Para Terceira Idade. Colloquium Vitae, v.1, n.1, p.17-24, 2009.
CUNHA, G. et al. Hipotensão pós-exercício em hipertensos submetidos ao exercício aeróbio de intensidades variadas e exercício de intensidade constante. Revista Brasileira Medicina Esporte, v.12, n.6, p.313-317, 2006.
DO REGO, Adriana Ribeiro de O. N. et al. Pressão Arterial após Programa de Exercício Físico Supervisionado em Mulheres idosas hipertensas. Revista Brasileira Medicina do Esporte. v. 17, n. 5, p. 300-304, 2011.
ESTEVES, Leandro M. Z. S., et al. Respostas Cardiovasculares Pós-Exercício de Natação. Revista Brasileira Medicina Esporte. v. 16, n. 6, p. 418-421, 2010.
FERREIRA, Andreia C. et al. Comparação das Respostas Hemodinâmicas entre o Ciclismo Indoor e Aquático. Arquivos em Movimento. v.1, n.2, p. 29-38, 2005.
FORJAZ, Cláudia Lúcia de M, et al. A Duração do Exercício Determina a Magnitude e a Duração da Hipotensão Pós-Exercício. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. v. 70 n. 2, p. 99-104, 1998.
GUYTON, A. C., HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica e suas doenças. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 1998.
________, A. C., M. D. Fisiologia Humana. 6ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1988.
FIGUEIREDO, Rafael Souza. Efeito hipotensor pós-exercício de uma sessão de capoeira em adultos saudáveis. 2013.51f. Monografia. UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Jacobina, 2013.
LUSSAC, Ricardo Martins Porto. As qualidades físicas agilidade, resistência e descontração na Capoeira. Lecturas Educación Física y Deportes. v. 14, n.137, 2009.
MONTEIRO, A. D. et al. Tempo de reação de escolha de capoeiristas iniciantes e experientes. Rev Bras Ciênc Esporte. 2015;37(4):395-399.
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NOGUEIRA, I. C., et al. Efeitos do exercício físico no controle da hipertensão arterial em idosos: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Geriatria. Gerontologia. Rio de Janeiro, 2012. Vol. 15, nº 3. P 587-601.
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