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TRAB PENAL 3º-convertido

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NOME: ROSANA MARIA LIMONE RA: 1511402845 
 
1- O que é prisão pena? 
É aquela imposta em virtude de sentença condenatória transitada em julgado, ou 
seja, trata-se da privação de liberdade determinada com a finalidade de executar 
decisão judicial, após o devido processo legal, na qual se determinou o 
cumprimento da pena privativa de liberdade. Não tem finalidade acautelatória, 
nem natureza processual. Trata-se de medida penal destinada á satisfação de 
pretensão executória do Estado. 
2- Quais as outras denominações de prisão provisória e quais suas espécies? 
Prisão sem pena ou prisão processual: trata-se de prisão de natureza puramente 
processual, imposta com finalidade cautelar, destinada a assegurar o bom 
desempenho da investigação criminal, do processo penal ou da futura execução 
da pena, ou ainda a impedir que, solto, o sujeito continue praticando delitos. É 
imposta apenas para garantir que o processo atinja seus fins. Seu caráter é 
auxiliar e sua razão de ser é viabilizar a correta e eficaz persecução penal. 
Prisão civil. O Pacto de São José da Costa Rica e a EC n. 45/ 2004: No tocante à 
prisão civil do depositário infiel, vedada pelo Pacto de San José da Costa Rica e 
admitida pelo art. 5Q, LXVII, da CF, havia uma discussão doutrinária e 
jurisprudencial acerca da hierarquia dos tratados internacionais de proteção dos 
direitos humanos em nosso ordenamento jurídico, tendo por fundamento o art. 
5Q, § 2Q, da CF, o qual estabelece que os direitos e garantias expressos na 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. Acabando com essa celeuma, a EC n. 45/2004 acrescentou o § 3Q ao 
art. 5Q da CF, segundo o qual os tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Prisão administrativa: é aquela decretada por autoridade administrativa para 
compelir o devedor ao cumprimento de uma obrigação. Esta modalidade de 
prisão foi abolida pela atual ordem constitucional. 
Prisão disciplinar: permitida pela Constituição para o caso de transgressões 
militares e crimes militares (CF, art. 5º, LXI). 
Prisão para averiguação: é a privação momentânea da liberdade, fora das 
hipóteses de flagrante e sem ordem escrita do juiz competente, com a finalidade 
de investigação. Além de ser inconstitucional, configura crime de abuso de 
autoridade (Lei n. 4.898/65, art. 3º, a e i). 
3- Quais as prisões em flagrante previstas pela nossa legislação? 
O termo flagrante provém do latim flagrare, que significa queimar, arder. É o 
crime que ainda queima, isto é, que está sendo cometido ou acabou de sê-lo. Na 
conhecida lição de Hélio Tornaghi, flagrante é, portanto, o que está a queimar, e 
em sentido figurado, o que está a acontecer. 
É, portanto, medida restritiva da liberdade, de natureza cautelar e processual, 
consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de 
quem é surpreendido cometendo, ou logo após ter cometido, um crime ou uma 
contravenção. Para José Frederico Marques, flagrante delito é o crime cuja prática 
é surpreendida por alguém no próprio instante em que o delinquente executa a 
ação penal ilícita. Para Júlio Fabbrini Mirabete, flagrante é o ilícito patente, 
irrecusável, insofismável, que permite a prisão do seu autor, sem mandado, por 
ser considerado a certeza visual do crime. 
4- Quais espécies de flagrante ilegais? 
Flagrante próprio (também chamado de propriamente dito, real ou verdadeiro): é 
aquele em que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou 
quando acaba de cometê-la (CPP, art. 302, I e 11). Nesta última hipótese, 
devemos interpretar a expressão "acaba de cometê-la" de forma restritiva, no 
sentido de uma absoluta imediatidade, ou seja, o agente deve ser encontrado 
imediatamente após o cometimento da infração penal (sem qualquer intervalo de 
tempo). 
Flagrante impróprio (também chamado de irreal Ou quase flagrante): ocorre 
quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito, em situação que faça 
presumir ser o autor da infração (CPP, art. 302, I1I). No caso do flagrante 
impróprio, a expressão "logo após" não tem o mesmo rigor do inciso precedente 
("acaba de cometê-la"). Admite um intervalo de tempo maior entre a prática do 
delito, a apuração dos fatos e o início da perseguição. Assim, "logo após" 
compreende todo o espaço de tempo necessário para a polícia chegar ao local, 
colher as provas elucidadoras da ocorrência do delito e dar início à perseguição do 
autor. Não tem qualquer fundamento a regra popular de que é de vinte e quatro 
horas o prazo entre a hora do crime e a prisão em flagrante, pois, no caso do 
flagrante impróprio, a perseguição pode levar até dias, desde que ininterrupta. 
Flagrante presumido (ficto ou assimilado): o agente é preso, logo depois de 
cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele o autor da infração (CPP, art. 302, IV). Não é necessário que haja 
perseguição, bastando que a pessoa seja encontrada logo depois da prática do 
ilícito em situação suspeita. Essa espécie de flagrante usa a expressão "logo 
depois", ao invés de "logo após" (somente empregada no flagrante impróprio). 
Embora ambas as expressões tenham o mesmo significado, a doutrina tem 
entendido que o "logo depois", do flagrante presumido, comporta um lapso 
temporal maior do que o "logo após", do flagrante impróprio. 
Flagrante compulsório ou obrigatório: chama-se compulsório porque o agente é 
obrigado a efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a 
conveniência ou não de efetivá-la. Ocorre em qualquer das hipóteses previstas no 
art. 302 (flagrante próprio, impróprio e presumido), e diz respeito à autoridade 
policial e seus; gentes, que têm o dever de efetuar a prisão em flagrante. Está 
previsto no art. 301, segunda parte, do Código de Processo Penal: as autoridades 
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito. 
Flagrante facultativo: consiste na faculdade de efetuar ou não o flagrante, de 
acordo com critérios de conveniência e oportunidade. Abrange todas as espécies 
de flagrante, previstas no art. 302, e se refere às pessoas comuns do povo. Está 
previsto no art. 301, primeira parte, do Código de Processo Penal: "Qualquer do 
povo poderá prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito". 
Flagrante preparado ou provocado (também chamado de delito de ensaio, delito 
de experiência ou delito putativo por obra do agente provocador): na definição de 
Damásio de Jesus, "ocorre crime putativo por obra do agente provocador quando 
alguém de forma insidiosa provoca o agente à prática de um crime, ao mesmo 
tempo em que toma providências para que o mesmo não se consume". Trata-se 
de modalidade de crime impossível, pois, embora o meio empregado e o objeto 
material sejam idôneos, há um conjunto de circunstâncias previamente 
preparadas que eliminam totalmente a possibilidade da produção do resultado. 
Flagrante esperado: nesse caso, a atividade do policial ou do terceiro consiste em 
simples aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer atitude de 
induzimento ou instigação. Considerando que nenhuma situação foi 
artificialmente criada, não há que se falar em fato atípico ou crime impossível. O 
agente comete crime e, portanto, poderá ser efetuada a prisão em flagrante. 
Flagrante prorrogado ou retardado: está previsto no art.82 da Lei n. 12.850/2013, 
chamada de Lei do Crime Organizado, e "consiste em retardar a interdição policial 
do que se supõe ação pra· ticada por organizações criminosas ou a ela vinculada, 
desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal 
se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e 
fornecimento de informações". Neste caso, portanto, o agente policial detém 
discricionariedade para deixar de efetuar a prisão em flagrante no momento em 
que presencia a prática da infração penal, podendo aguardar um momento mais 
importante do ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de prova. 
Flagrante forjado (também chamado de fabricado, maquinado ou urdido): nesta 
espécie, os policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente, 
colocando, por exemplo, no interior de um veículo substância entorpecente. 
Neste caso, além de, obviamente, não existir crime, responderá o policial ou 
terceiro por crime de abuso de autoridade. 
5- Quais os crimes que admitem a prisão em flagrante? 
Crime permanente: enquanto não cessar a permanência, o agente encontra-se 
em situação de flagrante delito (art. 303). Por exemplo: no crime de sequestro, 
enquanto a vítima permanecer em poder dos sequestradores, o momento 
consumativo se protrai no tempo e, a todo instante, será possível efetivar o 
flagrante. Neste sentido, o STJ: enquanto não cessada a permanência, perdura o 
flagrante ensejador da prisão. 
Crime habitual: em tese, não cabe prisão em flagrante, pois o crime só se 
aperfeiçoa com a reiteração da conduta, o que não é possível verificar em um ato 
ou momento isolado. Assim, no instante em que um dos atos componentes da 
cadeia da habitualidade estiver sendo praticado, não se saberá ao certo se aquele 
ato era de preparação, execução ou consumação. Daí a impossibilidade do 
flagrante. 
Crime de ação penal privada: nada impede a prisão em flagrante, uma vez que o 
art. 301 não distingue entre crime de ação pública e privada, referindo-se 
genericamente a todos os sujeitos que se encontrarem em flagrante delito. 
Crime continuado: existem várias ações independentes, sobre as quais incide, 
isoladamente, a possibilidade de se efetuar a prisão em flagrante. 
6- Quais os procedimentos para o auto de prisão em flagrante? 
São as seguintes as etapas do auto de prisão em flagrante: (i) Antes da lavratura 
do auto, a autoridade policial deve entrevistar as partes (condutor, testemunhas e 
conduzido) e, em seguida, de acordo com sua discricionária convicção, ratificar ou 
não a voz de prisão do condutor. (H) Não se trata, no caso, de relaxamento da 
prisão em flagrante, uma vez que, sem a ratificação, o sujeito se encontra apenas 
detido, aguardando a formalização por meio da ordem de prisão em flagrante 
determinada pela autoridade policial. (ih) O auto somente não será lavrado se o 
fato for manifestamente atípico, insignificante ou se estiver presente, com 
clarividência, uma das hipóteses de causa de exclusão da antijuridicidade, 
devendo-se atentar que, nessa fase, vigora o princípio do in dubio pro societate, 
não podendo o delegado de polícia embrenhar-se em questões doutrinárias de 
alta indagação, sob pena de antecipar indevidamente a fase judicial de apreciação 
de provas; permanecendo a dúvida ou diante de fatos aparentemente criminosos, 
deverá ser formalizada a prisão em flagrante. (iv) Nos termos do art. 306, caput, 
do CPP, a autoridade policial deve comunicar imediatamente o lugar onde a 
pessoa se encontre presa ao juiz competente, ao Ministério Público e à sua família 
ou alguém indicado (CF, art. 5º, LXIII, 2ª parte). A comunicação imediata da prisão 
também deve ser feita ao Ministério Público. O advérbio de tempo 
imediatamente quer dizer logo em seguida, ato contínuo, no primeiro instante 
após a voz de prisão. Em tese, isso deveria ser feito antes mesmo de se iniciar a 
lavratura do auto, por qualquer meio disponível no momento, desde que eficaz 
(telefone, fax, mensagem eletrônica etc.). Na prática, Porém, tal comunicação 
acabará sendo feita somente ao final do prazo de conclusão do auto, que é de 
vinte e quatro horas. Não foi esse, no entanto, o intuito da lei, devendo o Poder 
Judiciário e o Ministério público estruturarem sistema de plantão à noite e aos 
feriados. (v) Durante a elaboração do flagrante, será tomado o depoimento do 
Condutor (agente público ou particular), que é a pessoa que conduziu o preso até 
a autoridade. Em seguida, a autoridade colherá, desde logo sua assinatura, 
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega de preso (CPP, art. 304, 
caput). O condutor não precisa aguardar a oitiva das testemunhas, o 
interrogatório do acusado e a consequente lavratura do auto de prisão para 
lançar a sua assinatura e ser liberado. Trata-se da aplicação do princípio 
constitucional da eficiência, previsto no art. 37, caput, da CF, visando à maior 
celeridade. O condutor, normalmente um policial militar que se viu obrigado a 
deixar, provisoriamente, sua atividade de policiamento preventivo ostensivo, para 
apresentar o preso ao delegado de polícia, poderá ser dispensado logo após ser 
ouvido. Assim, a autoridade policial, após colher sua oitiva, estará autorizada a 
entregar-lhe cópia do termo, bem como o recibo de entrega do preso, liberando-o 
do compromisso burocrático de aguardar a finalização do, em regra, demorado 
procedimento. (vi) Não deve ser admitida, em hipótese alguma, a transferência do 
preso pelo condutor a terceiro, que não tomou parte na detenção, sendo vedada 
a chamada prisão por delegação. Somente o condutor, qualquer que seja, policial 
ou não, pode fazer a apresentação. Evidentemente, se o policial atendeu à 
ocorrência e ajudou a efetuar a prisão, pode ele assumir a condição de condutor. 
(vii) Após a oitiva e dispensa do condutor, com fornecimento do recibo de entrega 
do preso, serão ouvidas as testemunhas, presenciais ou não, que acompanharam 
a condução, no número mínimo de duas, admitindo-se, porém, que o condutor 
funcione como primeira testemunha, o que significa a necessidade de ser ouvido, 
além dele, somente mais uma (cf. RT, 665 :297). No caso de crime de ação privada 
ou pública condicionada à representação do ofendido, deve ser procedida, 
quando possível, a oitiva da vítima. Após cada depoimento, serão colhidas as suas 
respectivas assinaturas. A testemunha lançará sua assinatura logo em seguida ao 
seu depoimento, em termo próprio, devendo ser imediatamente liberada. (viii) Na 
falta de testemunhas presenciais da infração, deverão assinar o termo com o 
condutor pelo menos duas pessoas que tenha testemunhado a apresentação do 
preso à autoridade (as chamadas testemunhas de apresentação, instrumentais ou 
indiretas, cujo depoimento serve apenas para confirmar a apresentação do preso 
para a formalização do auto). (ix) As partes, condutor e testemunhas, serão 
inquiridas separadamente, em termos próprios e separados uns dos outros, 
reunindo-se tudo, ao final, no momento de formação do auto de prisão em 
flagrante. Assim, cada uma dessas partes poderá ser dispensada tão logo encerre 
sua oitiva. (x) A autoridade policial deverá zelar para que fique assegurada a 
incomunicabilidade entre as testemunhas, de sorte que uma não ouça o 
depoimento da outra, assim como não deverá ser permitido qualquer contato 
entre condutor ou testemunha que já tenha falado e aquelas que aguardam 
inquirição, preservando-se, desse modo, o correto esclarecimento dos fatos. (xi) 
Em seguida à oitiva das testemunhas, proceder-se-á ao interrogatório do acusado 
sobre a imputação que lhe é feita (CPP, art. 304), devendo alertá-lo sobre o seu 
direito constitucional de permanecercalado (CF, art. 52, LXIII). O acusado será 
interrogado em termo próprio, antes da lavratura do auto de prisão. (xii) Somente 
após a oitiva dos condutores, testemunhas, vítima e apresentado, o auto será 
lavrado pelo escrivão e por ele encerrado, devendo ser assinado pela autoridade e 
o conduzido, observando-se que condutor, testemunhas e, eventualmente, vítima 
já tiveram as suas assinaturas coletadas em termo próprio. Ao redigir o auto de 
prisão em flagrante, a autoridade policial cuidará de reunir as peças 
anteriormente produzidas. (xiii) No caso de alguma testemunha ou o ofendido 
recusarem-se, não souberem ou não puderem assinar o termo, a autoridade 
pedirá a alguém que assine em seu lugar, depois de lido o depoimento na 
presença do depoente (CPP, art. 216). (xiv) Se o acusado se recusar a assinar, não 
souber ou não puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas 
(instrumentárias) que tenham ouvido a leitura, na presença do acusado (art. 304, 
§ 3Q ) . A antiga redação do art. 304, § 32, exigia que a leitura tivesse ocorrido na 
presença do acusado, condutor e testemunhas. (xv) Encerrada a formalização do 
auto, a autoridade policial deverá, no prazo máximo de vinte e quatro horas, 
remetê-lo à autoridade judiciária para as providências previstas no art. 310 do 
CPP: relaxamento da prisão, se ilegal; conversão do flagrante em prisão 
preventiva; ou concessão de liberdade provisória com ou sem fiança. Importante 
ressaltar que a lei fala em dois momentos distintos. Em primeiro lugar, deve ser 
feita a comunicação da prisão ao juiz, ao Ministério Público e à família do preso 
ou pessoa por ele indicada. Esse primeiro momento encontra-se disciplinado em 
dispositivo próprio, que é o art. 306, caput, do CPP, o qual é explícito: lia prisão de 
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente 
7- Quais os sujeitos do flagrante? 
(i) Sujeito ativo: é a pessoa que efetua a prisão. Segundo o Código de Processo 
Penal, "qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes 
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito" (art. 301). 
Na primeira hipótese, surge um caso especial de exercício de função pública pelo 
particular, excepcionando a regra de que o Estado somente pode praticar atos de 
coerção à liberdade, por meio de seus órgãos. Denomina-se flagrante facultativo, 
porque o particular não está obrigado a efetuar a prisão. No segundo caso, o 
flagrante é compulsório, estando a autoridade policial e seus agentes obrigados a 
agir. (ii) Sujeito passivo: é o indivíduo detido em situação de flagrância. Pode ser 
qualquer pessoa. Não podem ser sujeitos passivos de prisão em flagrante: os 
menores de 18 anos, que são inimputáveis (CF, art. 228; CP, art. 27); os 
diplomatas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções internacionais; 
o presidente da República (CF, art. 86, § 3Q); o agente que socorre vítima de 
acidente de trânsito (Código de Trânsito Brasileiro - Lei n. 9.503/97, art. 301); 
todo aquele que se apresentar à autoridade, após o cometimento do delito, 
independentemente do folclórico prazo de vinte e quatro horas, uma vez que não 
existe flagrante por apresentação (cf. posição do STF, RT, 616/400). Todavia, nada 
impede que, por ocasião da apresentação espontânea do agente, cabe seja 
decretada a prisão preventiva, desde que presentes os seus requisitos próprios, 
ou imposta, pelo juiz, outra medida cautelar alternativa à prisão (CPP, art. 282, § 
6Q ). 
8- Na hipótese de apresentação espontânea do infrator, é possível a prisão em 
flagrante? Justifique. 
Não existe. A autoridade policial não poderá prender em flagrante a pessoa que 
se apresentar espontaneamente, de maneira que não se pode falar em flagrante 
por apresentação. Isso porque o art. 304, caput, do CPP dispõe que apresentado o 
preso à autoridade competente. Como se vê, a lei pressupõe que o sujeito seja 
apresentado pelo condutor, não empregando a expressão "apresentando-se". 
Deste modo, deixou de prever a possibilidade de prisão daquele que se apresenta 
à autoridade policial, não havendo óbice, porém, para que seja imposta a prisão 
preventiva ou temporária, quando for o caso. 
9- Em que momento é possível a decretação da prisão preventiva? 
Prisão processual de natureza cautelar decretada pelo juiz em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo criminal, antes do trânsito em julgado da 
sentença, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os 
motivos autorizadores. 
10- Quais os requisitos da prisão preventiva? 
A prisão preventiva é modalidade de prisão provisória, ao lado do flagrante (ver 
comentário acima) e da prisão temporária. Possui natureza cautelar e tem por 
objetivo garantir a eficácia do futuro provimento jurisdicional, cuja natural 
demora pode comprometer sua efetividade, tornando-o inútil. Trata-se de medida 
excepcional, imposta somente em último caso (CPP, art. 282, § 6Q). Nesse 
sentido: "A prisão provisória é medida de extrema exceção. Só se justifica em 
casos excepcionais, onde a segregação preventiva, embora um mal, seja 
indispensável. Deve, pois, ser evitada, porque é uma punição antecipada" (RT, 
531/301). Seus pressupostos são: necessidade, urgência e a insuficiência de 
qualquer outra medida coercitiva menos drástica, dentre as previstas no art. 319 
do CPP. 
11- Quais os pressupostos da prisão preventiva? 
(i) prova da existência do crime (prova da materialidade delitiva); (ii) indícios 
suficientes da autoria. Trata-se da conhecida expressão fumus bani iuris, sendo 
imprescindível a demonstração da viabilidade da acusação. Não se admite a 
prisão preventiva quando improvável, à luz do in dubio pro societate, a existência 
do crime ou a autoria imputada ao agente. 
 
12- Quais os fundamentos da prisão preventiva? 
(i) Garantia da ordem pública: a prisão cautelar é decretada com a finalidade de 
impedir que o agente, solto, continue a delinquir, não se podendo aguardar o 
término do processo para, somente então, retirá-lo do convívio social. Nesse caso, 
a natural demora da persecução penal põe em risco a sociedade. É caso típico de 
periculum in mora. (ii) Conveniência da instrução criminal: visa a impedir que o 
agente perturbe ou impeça a produção de provas, ameaçando testemunhas, 
apagando vestígios do crime, destruindo documentos etc. Evidente aqui o 
periculum in mora, pois não se chegará à verdade real se o réu permanecer solto 
até o final do processo. Embora a lei utilize o termo conveniência, na verdade, 
dada a natureza excepcional com que se reveste a prisão preventiva (CPP, art. 
282, § 62-), deve-se interpretá-la como necessidade, e não mera conveniência. (iii) 
Garantia de aplicação da lei penal: no caso de iminente fuga do agente do distrito 
da culpa, inviabilizando a futura execução da pena. Se o acusado ou indiciado não 
tem residência fixa, ocupação lícita, nada, enfim, que o radique no distrito da 
culpa, há um sério risco para a eficácia da futura decisão se ele permanecer solto 
até o final do processo, diante da sua provável evasão. (iv) Garantia da ordem 
econômica: o art. 86 da Lei n. 8.884/94 (Lei Antitruste), incluiu no art. 312 do CPP 
esta hipótese de prisão preventiva. Trata-se de uma repetição do requisito 
"garantia da ordem pública". (v) Descumprimento da medida cautelar imposta: 
havendo o descumprimento de qualquer das medidas cautelares previstas no art. 
319 do CPP, poderá o juiz: (i) substituí-la por outra medida; (ii) impor 
cumulativamente mais uma; (iii) e, em último caso, decretar a prisão preventiva 
(CPP, art. 312, parágrafo único).Trata-se aqui da prisão preventiva substitutiva ou 
subsidiária, a qual somenteserá decretada excepcionalmente, quando não cabível 
a substituição da medida cautelar descumprida por outra providência menos 
gravosa (CPP, art. 282, § 6Q ). 
13- Quais as condições de admissibilidade da prisão preventiva? 
A prisão preventiva somente será admissível dentro de nosso panorama 
constitucional, quando demonstrada a presença dos requisitos a tutela cautelar. 
A medida é excepcional e, mesmo justificado o periculum in mora não será 
imposta, contanto que possível outra medida menos invasiva ao direito de 
liberdade, dentre as elencadas no rol do art. 319 do CPP. 
14- Discorra sobre a revogação e nova decretação da prisão preventiva. 
Revogação: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no decorrer do processo, 
verificar falta de motivo para que subsista (CPP, art. 316). Da decisão que indeferir 
ou revogar a prisão preventiva, cabe recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, V). 
A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre 
motivada, diante do princípio constitucional da motivação das decisões judiciais. 
Não basta ao juiz simplesmente indicar as razões do Ministério Público. Nesse 
sentido, STJ, RHC 12.4.93. Por outro lado, não tem sustentação a tese de que a Lei 
n. 9.271/96, ao modificar a regra contida no art. 366 do Código de Processo Penal, 
recriou o instituto da prisão preventiva obrigatória. Ante seu caráter excepcional, 
deverá sempre ser fundamentada e condicionada à comprovação do periculum in 
mora. 
15- Fale sobre a duração da prisão preventiva. 
Já com relação aos prazos máximos, a prisão preventiva não poderá ultrapassar 
180 dias, se decretada no curso da investigação ou antes da sentença 
condenatória recorrível; ou de 360 dias, se decretada ou prorrogada por ocasião 
da sentença condenatória recorrível. 
16- Quais as formalidades no cumprimento do mandado de prisão? 
A Constituição Federal, no art. 5º, LXI, postula que "ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei”. 
17- Discorra sobre a prisão preventiva domiciliar. 
O art. 318 do CPP prevê seis hipóteses em que o juiz poderá substituir a prisão 
preventiva pela domiciliar: (i) agente maior de 80 anos; (ii) extremamente 
debilitado por motivo de doença grave; (iii) imprescindível aos cuidados de pessoa 
menor de 6 (seis) anos ou com deficiência; (iv) gestante; (v) mulher com filho de 
até 12 (doze) anos de idade incompletos; (vi) homem, caso seja o único 
responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. O 
parágrafo único do mencionado artigo exige prova idônea de qualquer dessas 
situações. Importante ressaltar que a terceira hipótese não se refere ao agente 
cuja presença seja imprescindível aos cuidados do próprio filho deficiente ou 
menor de 6 anos, mas aos cuidados de qualquer pessoa, abrindo bastante o leque 
de possibilidades e exigindo por parte do juiz cautela para coibir fraudes. 
18- Quais as hipóteses de cabimento da prisão temporária 
Nos termos do art. 313 do CPP, a prisão preventiva somente podera ser decretada 
nas seguintes hipóteses: (i) crimes dolosos punidos com pena privativa de 
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos: o critério não é mais pena de 
reclusão ou detenção, mas quantidade de pena cominada. Ficaram excluídas 
infrações graves, cuja sanção máxima prevista não excede a quatro anos, como o 
sequestro e cárcere privado na forma simples (CP, art. 148, caput); furto simples 
(CP, art. ISS, caput) e satisfação de lascívia mediante presença de criança ou 
adolescente (CP, art. 218-A), dentre outras; (H) condenação por outro crime 
doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do 
caput do art. 64 do CP: mesmo que a pena máxima cominada seja igualou inferior 
a quatro anos, caberá a prisão preventiva. Basta a condenação por outro crime 
doloso, com sentença transitada em julgado, e desde que não tenha ocorrido a 
prescrição da reincidência (mais de cinco anos entre a extinção da pena anterior e 
a prática do novo crime); (iH) crime que envolva violência doméstica e familiar 
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, 
para garantir a execução das medidas protetivas de urgência: a Lei n. 
11.340/2006, Lei Maria da Penha, já previa a prisão preventiva nos casos de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. O Código de Processo Penal, em 
sua nova redação, ampliou o cabimento para as hipóteses de vítima criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência; (iv) quando houver 
dúvida sobre a identidade civil da pessoa; ou quando esta não fornecer elementos 
suficientes para esclarecê-la: pouco importa a natureza do crime ou a quantidade 
da pena. A Lei n. 12.037/2009 prevê as situações em que, embora apresentado o 
documento de identificação, a identificação criminal é autorizada e deve servir de 
parâmetro para configuração da presente hipótese. A nova redação não fala mais 
em réu ou indiciado vadio. Feita a identificação, o sujeito deverá ser colocado 
imediatamente em liberdade. As hipóteses previstas na Lei n. 12.037/2009, em 
seu art. 3º, e que deverão servir de parâmetro de avaliação para a decretação da 
prisão preventiva são as seguintes: (i) o documento apresentar rasura ou tiver 
indício de falsificação; (ii) o documento apresentado for insuficiente para 
identificar cabalmente o indiciado; (iii) o indiciado portar documentos de 
identificação distintos, com informações conflitantes entre si; (iv) constar de 
registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; (v) o estado 
de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do 
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres 
essenciais. Houve alteração da Lei n. 12.037/2009 pela Lei n. 12.654/2012, 
regulamentando a hipótese de colheita de material biológico para a obtenção do 
perfil genético (DNA). 
19- Quais os procedimentos da prisão temporária? 
(i) Base legal: a prisão temporária foi editada pela Medida Provisória n. 111, de 24 
de novembro de 1989, posteriormente substituída pela Lei n. 7.960, de 21 de 
dezembro de 1989. (ii) Conceito: prisão cautelar de natureza processual destinada 
a Possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito 
policial. (iii) Decretação: só pode ser decretada pela autoridade judiciária. (iv) 
Fundamentos: a prisão temporária pode ser decretada nas situações previstas 
pelo art. 1º da Lei n. 7.960/89. São elas: imprescindibilidade da medida para as 
investigações do inquérito policial; indiciado não tem residência fixa ou não 
fornece dados necessários ao esclarecimento de sua identidade; fundadas razões 
da autoria ou participação do indiciado em qualquer um dos seguintes crimes: 
homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado (com os acréscimos operados pela 
Lei n. 11.106/2005 ao art. 148 do CP), roubo, extorsão estupro, atentado violento 
ao pudor; rapto violento (art. 219 do CP, revogado pela Lei n. 11.106/2005), 
epidemia com resultado morte, envenenamento amento de água potável ou 
substância alimentícia crimes Contra o sistema financeiro. 
 
20- Qual o prazo da prisão temporária? 
O prazo para prisão temporária é de 5 dias nos casos de crime comum, sendo 
prorrogáveis pelo mesmo período, comprovada extrema necessidade, já nos casos 
de crimes hediondos, o prazo para este tipo de prisão cautelar é de 30 dias sendo 
prorrogáveis por igual período, comprovada extrema necessidade. 
21- Sobre as medidas cautelares alternativas, fale sobre: 
a- Espécies: Nostermos do art. 282, I e lI, do CPP, deverá ser observado o 
princípio da proporcionalidade para a decretação da prisão preventiva, sopesado 
por meio de dois requisitos: necessidade e adequação. (i) Necessidade. Qualquer 
providência de natureza cautelar precisa estar sempre fundada no periculum in 
mora. Não pode ser imposta exclusivamente com base na gravidade da acusação. 
Maior gravidade não pode significar menor exigência de provas. Sem a 
demonstração de sua necessidade para garantia do processo, a prisão será ilegal. 
(ii) Adequação. A medida deve ser a mais idônea a produzir seus efeitos 
garantidores do processo. Se a mesma eficácia puder ser alcançada com menor 
gravame, o recolhimento à prisão será abusivo. O ônus decorrente dessa grave 
restrição à liberdade deve ser compensado pelos benefícios causados à prestação 
jurisdicional. Se o gravame for mais rigoroso do que o necessário, se exceder o 
que era suficiente para a garantia da persecução penal eficiente, haverá violação 
ao princípio da proporcionalidade 
b- Fiscalização: monitoração eletrônica (inciso IX): quanto a esta medida cautelar, 
mencione-se que o novo Diploma Legal constitui um grande avanço em relação à 
Lei n. 12.258/2010 (que trata do monitoramento eletrônico de condenado), pois 
possibilitou que esse sistema tecnológico fosse utilizado antes da sentença penal 
condenatória, isto é, no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público (art. 282, § 
2Q ), não se restringindo mais às hipóteses prescritas na lei anterior. 
 
c- Duração 
 
d- Detração 
 
e- Requisitos 
f- Escolha da medida 
 
g- Vedação à aplicação da medida 
 
h- Cumulação substituição e revogação 
 
i- Momento processual e iniciativa 
 
j- Recursos 
 
22- O que é prisão especial? 
prisão especial. requisitos legais atendidos. ausência de constrangimento ilegal: 
habeas corpus. advogado. prisão provisória. sala de estado-maior. prerrogativa de 
classe. recolhimento em distrito policial. cela que não atende a requisitos legais. 
situação demonstrada por documentos e reconhecida pelo superior tribunal de 
justiça em outro processo. dilação probatória. desnecessidade. prisão domiciliar 
deferida: "1. habeas corpus impetrado contra acórdão do superior tribunal de 
justiça que, em reclamação, rejeitou o argumento de inobservância da ordem 
deferida no hc 15.873-st] em favor do paciente, advogado, a fim de que fosse 
transferido para local condizente com as prerrogativas legais da classe. 
 
23- O que é liberdade provisória? 
Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o 
transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas 
obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante do descumprimento 
das condições impostas. 
24- Discorra sobre liberdade provisória no contexto das infrações de menor 
potencial Ofensivo 
(i) Obrigatória: trata-se de direito incondicional do acusado, não lhe podendo ser 
negado e não está sujeito a nenhuma condição. E casa das infrações penais às 
quais não se comina pena privativa de liberdade e das infrações de menor 
potencial ofensivo (desde que a parte se comprometa a comparecer 
espontaneamente à sede do juizado, nos termos da Lei n. 9.099/95, art. 69, 
parágrafo único). (ii) Permitida: ocorre nas hipóteses em que não couber prisão 
preventiva. Assim, ausentes os requisitos que autorizam a decretação da aludida 
prisão, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as 
medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, observados os critérios 
constantes do art. 282 do mesmo Diploma (art. 321 do CPP). (iii) Vedada: não 
existe. É inconstitucional qualquer lei que proíba o juiz de conceder a liberdade 
provisória, quando ausentes os motivos autorizadores da prisão preventiva, 
pouco importando a gravidade ou a natureza do crime imputado. Nesse sentido, 
em boa hora, a Lei n. 11.464/2007 revogou a proibição de liberdade provisória 
para os crimes hediondos, prevista no art. 22, lI, da Lei n. 8.072/90. 
 
25- Sobre a fiança, fale sobre: 
a- Conceito: Consiste na prestação de uma caução de natureza real destinada a 
garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu ou indiciado. Não se 
admite a de natureza fidejussória, ou seja, mediante a apresentação de um fiador, 
devendo ser prestada por meio de dinheiro, joias ou qualquer objeto que tenha 
valor. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, 
da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for 
condenado (CPP, art. 336, caput). 
b- Legitimidade para arbitrar: Arbitramento da fiança: critérios para a concessão 
Levam-se em conta a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna do 
agente, a sua vida pregressa e as circunstâncias indicativas de sua periculosidade 
(CPP, art. 326). O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder e 
poderá ser dispensada, reduzida em até dois terços ou aumentada em até mil 
vezes, se assim recomendar a situação econômica do agente (CPP, art. 325, § 1Q). 
c- Valor: (i) por depósito: consiste no depósito de dinheiro, pedras, objetos ou 
metais preciosos e títulos da dívida pública. No caso do pagamento em cheque, 
cabe à autoridade avaliar a conveniência de sua aceitação, justificando-a 
detalhadamente. Frise-se que esta hipótese é excepcional e somente admitida em 
situações extremas; (ii) por hipoteca: desde que inscrita em primeiro lugar. 
d- Quem pode pagar a fiança: O acusado ou terceiros em favor dele 
e- Reforço da fiança: Será exigido quando a fiança for tomada, por engano, em 
valor insuficiente, quando inovada a classificação do delito ou quando houver 
depreciação do valor dos bens hipotecados ou caucionados (CPP, art. 340)· 
f- Objeto da fiança: Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao 
credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. ... As 
dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será 
demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal 
devedor. 
g- Obrigações do afiançado: Comparecer perante a autoridade policial ou 
judiciária sempre que for intimado; Não mudar de endereço sem permissão da 
autoridade; Não ausentar-se da comarca por mais de 8 dias sem a prévia 
autorização; Comparecer em todos os atos processuais. Art. 327 e 328 do CPP 
h- Quebra da fiança: Consoante a nova redação determinada ao art. 341 do CPP, 
julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (i) regularmente intimado para 
ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; (ii) deliberadamente 
praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (iii) descumprir medida 
cautelar imposta cumulativamente Com a fiança; (iv) resistir injustificadamente a 
ordem judicial; (v) praticar nova infração penal dolosa (vide também CPP, art. 
328). 
 
i- Cassação da fiança: A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será 
cassada em qualquer fase do processo (CPP, art. 338). Também será cassada 
quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na 
classificação do delito (CPP, art. 339). 
j- Restituição da fiança: Após o trânsito em julgado da Ação Penal é possível pedir 
a restituição da fiança, de acordo com o artigo 337 do Código de Processo Penal. 
O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da 
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. 
k- Perda da fiança: Ocorrerá quando o acusado, se condenado, não se apresentar 
para dar o início do cumprimento da pena definitivamenteimposta (CPP, art. 344) 
l- Recursos: Os recursos terão efeito suspensivo somente nas hipóteses que 
declara: “Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da 
fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 
581”.

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