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Apostila criminologia

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INTRODUÇÃO A 
CRIMINOLOGIA 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução 3 
1- Histórico 4 
2- Objeto da Criminologia 6 
3- Criminologia e outras disciplinas 8 
4- As duas grandes etapas da criminologia 13 
5- Escolas Criminológicas 17 
6- Diferença entre Criminologia e Criminalística 32 
Conclusão 41 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
A origem da palavra Criminologia, hibridismo greco-latino, tem a sua criação 
atribuída a Raffaele Garofalo (Itália, 1851-1934), que com ela intitulou sua principal 
obra. Consta, porém, que tal vocábulo já tinha sido empregado anteriormente na 
França, por Topinard (1830-1911). 
Este vocábulo, a princípio reservado ao estudo do crime, ascendeu à ciência geral 
da criminalidade, antes denominada Sociologia Criminal ou Antropologia Criminal. A 
criminologia é uma ciência social, filiada à Sociologia, e não uma ciência social 
independente, desorientada. 
Em relação ao seu objeto — a criminalidade — a criminologia é ciência geral porque 
cuida dela de um modo geral. Em relação a sua posição, a Criminologia é uma 
ciência particular, porque, no seio da Sociologia e sob sua égide, trata, 
particularmente, da criminalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
4 
 
1- HISTÓRICO 
 
As idéias da Criminologia são antigas e remontam desde a antiguidade, senão 
vejamos: 
Sócrates certa vez professou: “ se devia ensinar aos indivíduos que se tornavam 
criminosos como não reincidirem no crime dando a eles a instrução e a formação 
de caráter de que precisavam”. 
 
Platão disse:”...a falta de educação dos cidadãos e má organização do Estado são 
causas geradoras do crime” 
 
Em 1875, a criminologia, que não tinha ainda tal nomenclatura, nasce com o 
médico psiquiatra Cesare Lombroso, que estudou o vínculo ―das características 
físicas do indivíduo com o delito‖. O estudioso é considerado o genitor da 
Criminologia.. 
 
Para o médico italiano, o indivíduo nasceria com predisposição para a prática de 
infrações penais, sendo que tal predisposição é delineada pelas suas 
características físicas. 
Enrico Ferri, aluno de Lombroso, passa a sustentar que ― o criminoso nato carecia 
de certos fatores físico ambientais para desenvolver sua potencialidade criminal‖. 
Em 1894, Rafael Garofalo, utiliza pela primeira vez o termo Criminologia. O 
estudioso definiu delito como ―Ofensa aos sentimentos altruístas fundamentais de 
piedade e probidade, na medida média em que os possua um determinado grupo 
social‖. 
 
Frederico Oliveira nos ensina que a fase eclética da Criminologia ou de Política 
Criminal nasce em 1905, com ―a criação de institutos de Criminologia e de 
gabinetes penitenciários de Antropologia e ainda a formação de organismos 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
5 
 
internacionais que permitem a reunião dos mais famosos tratadistas para discutir, 
em congressos, seus pontos de vista.‖ Ainda citando o festejado autor:‖ 
 
A diferença entre Criminologia e Política Criminal repousa no fato de que esta é 
ramo do Direito Penal e não estuda o delinquente, eis que tal estudo é objeto da 
Criminologia.‖ 
 
Para finalizar: a Criminologia estuda os fatores da criminalidade e o delinquente, 
procurando a maneira de readaptá-lo, enquanto a Política Criminal é ramo do 
Direito Penal e como tal busca a aplicação, pelo Estado, das medidas necessárias 
à repressão e prevenção da criminalidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
6 
 
2- OBJETO DA CRIMINOLOGIA 
 
Segundo o Prof. Frederico Oliveira os objetos da criminologia são o: 
“a) estudo dos fatores individuais (personalidade) e sociais (ambiente) básicos da 
criminalidade mediante investigação empírica. (Hurwitz). 
b) estudo dos fatores básicos e do fenômeno natural da luta contra o crime: 
tratamento e profilaxia”. 
 
O autor Frederico de Oliveira explana de maneira formidável os métodos 
empregados pela Criminologia: 
―No que concerne ao método da Criminologia cabe 
considerar, objetivamente, que a Criminologia, como 
ciência nova, constrói seus métodos das ciências 
naturais ou sociais (...) Os métodos de análise 
utilizados pela Criminologia são: a) relativamente aos 
fatores sociais, os da sociologia; 
b) no concernente aos fatores individuais, os da 
Psicologia Social, do Exame Médico, do Exame 
Psiquiátrico e do Exame Psicológico.(...) 
Os métodos de síntese compreenderiam o estudo das 
constelações de fatores criminais, a verificação das 
hipóteses formuladas como resultado desse estudo, a 
pesquisa do comportamentos pós-pena e o emprego 
das tábuas de prognóstico. 
 
É de se ressaltar que a a finalidade da criminologia se confunde com seu conceito. 
O nobre colega Marcelo Sales França no trabalho ―Personalidades psicopáticas e 
delinquentes: semelhanças e dessemelhanças ―nos ensina: 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
7 
 
 
―De forma direta e precisa, Roberto Lyra diz que a 
Criminologia deve atentar para a orientação tanto da 
Política Criminal – prevenindo diretamente os delitos 
mais relevantes para a sociedade – como da Política 
Social – prevenindo genérica e indiretamente os delitos, 
ou mesmo ações e omissões atípicas, e intervindo 
quando de suas manifestações e efeitos na sociedade. 
Um pouco mais exigente, participante da denominada 
Criminologia Crítica, Orlando Soares enfatiza que a 
verdadeira Criminologia deve, mais do que ter 
consciência das condições criminológicas atuais, 
aplicar concretamente os seus trabalhos a fim de mudar 
o grave panorama criminal que vivenciamos, uma vez 
que a Criminologia Tradicional não fez outra coisa 
senão endossar, legitimar e manter o status quo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
8 
 
3- CRIMINOLOGIA E OUTRAS DISCIPLINAS 
 
Sociologia Criminal 
 
Surge com Enrico Ferri, seu criador e para o estudioso três seriam as causas dos 
crimes: a) biológicas (genética);b) físicas (as condições climáticas) e c) sociais. 
Sempre nos valendo dos ensinamentos do mestre Frederico de Oliveira, o autor 
conceitua a sociologia criminal como sendo ―a ciência que cogita do fenômeno 
social da criminalidade.” 
 
Professor Frederico ainda leciona dizendo que a “Sociologia criminal torna o crime 
como um fato natural da vida em sociedade (...)” 
 
“Hoje a Sociologia Criminal estuda o crime como fenômeno social, mas se sabe 
que é impossível a separação dos fatores exógenos daqueles de ordem individual” 
 
Psicologia Criminal 
A Psicologia Criminal propõe-se desvendar o caráter e as tendências do criminoso, 
indicando os rumos necessários à avaliação de sua periculosidade e estudando a 
incidência do fenomenologia psíquica da Criminalidade. 
 
Psiquiatria Criminal 
A função da Psiquiatria Criminal centraliza-se na terapia uma vez que a profilaxia é 
mais cabível à Psicologia. 
 
Biologia Criminal 
A presente foi fundada por Cesare Lombroso. Também chamada de Antropologia 
Criminal, segundo Guaracy Moreira Filho, ―é a ciência que estuda o homem 
delinquente, a sua constituição física, as causas que o levam a cometer crime‖. 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
9 
 
―Hoje a Antropologia Criminal é o estudo integral da personalidade do delinquente, 
onde não só os fatores endógenos do delito, mas tambémos coeficientes sociais 
que condicionaram ou provocaram a ação criminosa devem ser focalizados e 
equacionados”. 
 
A reação social à criminalidade e a prevenção do delito 
Acompanhado de Antônio García-Pablos de Molina, meu mestre Luiz Flávio 
Gomes nos ensina que: 
“A resposta tradicional ao problema da prevenção do delito é concretizada em dois 
modelos muito semelhantes: o clássico e o neoclássico. Coincidem ambos em 
supor que o meio adequado para prevenir o delito deve ter natureza "penal" (a 
ameaça do castigo); que o mecanismo dissuasório ou contramotivador expressa 
fielmente a essência da prevenção; e que o único destinatário dos programas 
dirigidos a tal fim é o infrator potencial. Prevenção equivale a dissuasão mediante o 
efeito inibitório da pena. As discrepâncias não são acentuadas. O modelo clássico 
polariza em torno da pena, do seu rigor ou severidade a suposta eficácia 
preventiva do mecanismo intimidatório. Compartilha, ademais, uma imagem 
estandardizada e quase linear do processo de motivação e deliberação. O 
denominado modelo neoclássico, por sua vez, no que pertine à efetividade do 
impacto dissuasório ou contramotivador, confia mais no funcionamento do sistema 
legal, tal como ele é percebido pelo infrator potencial, que na severidade abstrata 
das penas. O centro de atenção se desloca, portanto, da lei ao sistema legal, 
daspenas que o ordenamento contempla à sua efetividade e tudo isso a partir da 
concreta e singular percepção do autor, cujo processo motivacional se torna mais 
complexo.(...) 
 
a) O modelo clássico 
De acordo com uma opinião muito generalizada, o Direito Penal simboliza a 
resposta primária e natural (por excelência) ao delito, a mais eficaz. A referida 
eficácia, ademais, depende fundamentalmente da capacidade dissuasória do 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
10 
 
castigo, isto é, da sua gravidade. Prevenção, dissuasão e intimidação, conforme 
tais idéias, são termos correlatos: o incremento da delinqüência explica-se pela 
debilidade da ameaça penal; o rigor da pena se traduz, necessariamente, no 
correlativo descenso da criminalidade. Pena e delito constituem os dois elementos 
de uma equação linear. Muitas políticas criminais do nosso tempo (leia-se: políticas 
penais), de fato, identificam-se com este modelo falacioso e simplificador que 
manipula o medo do delito, e que trata de ocultar o fracasso da política preventiva 
(na realidade, repressiva) apelando em vão às "iras" da lei. 
O modelo tradicional de prevenção não convence de modo algum, por muitas 
razões. Antes de tudo, a suposta excelência do Direito Penal como instrumento 
preventivo - diante de outras possíveis estratégias - parece mais produto de 
prejuízos ou pretextos defensistas que de uma serena análise científica da 
realidade. Pois a capacidade preventiva de um determinado meio não depende de 
sua natureza (penal ou não penal), senão dos efeitos que ele produz. Convém 
recordar, a propósito, que a intervenção penal possui elevadíssimos custos sociais. 
E que sua suposta efetividade está longe de ser exemplar. A pena, na verdade, 
não dissuade: atemoriza, intimida. E reflete mais a impotência, o fracasso, a 
ausência de soluções que a convicção e energia imprescindíveis para abordar os 
problemas sociais. Nenhuma política criminal realista pode prescindir da pena; 
porém, tampouco cabe denegrir a política de prevenção, convertendo-a em mera 
política penal. Que um rigor desmedido, longe de reforçar os mecanismos 
inibitórios e de prevenir o delito, tem paradoxalmente efeitos criminógenos, é algo, 
de outro lado, sobre o que existe evidência empírica. Mais dureza, mais Direito 
Penal, não significa necessariamente menos crime. Do mesmo modo que o 
incremento da criminalidade não pode ser explicado como conseqüência exclusiva 
da debilidade das penas ou do fracasso do controle social. 
Não faltava razão, portanto, a Beccaria quando sustentava já em 1764 que o 
decisivo não é a gravidade das penas, senão a rapidez (imediatidade) com que são 
aplicadas; não o rigor ou a severidade do castigo, senão sua certeza ou 
infalibilidade: que todos saibam e comprovem - incluindo o infrator potencial, dizia o 
autor - que o cometimento do delito implica inevitavelmente a pronta imposição do 
castigo. Que a pena não é um risco futuro e incerto, senão um mal próximo e certo, 
inexorável. Pois se as leis nascem para ser cumpridas, temos que concordar com o 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
11 
 
ilustre milanês que só a efetiva aplicação da pena confirma a seriedade de sua 
cominação legal. Que a pena que realmente intimida é a que se executa: e que se 
executa prontamente, de forma implacável, e ainda caberia acrescentar a que é 
percebida pela sociedade como justa e merecida. 
 
b) O modelo neoclássico 
Para a denominada escola neoclássica (ou moderno classicismo), o efeito 
dissuasório preventivo aparece associado mais ao funcionamento (efetividade) do 
sistema legal que ao rigor nominal da pena. Seus teóricos, de fato, atribuem a 
criminalidade ao fracasso ou fragilidade daquele, isto é, a seus baixos 
rendimentos. Melhorar a infra-estrutura e a dotação orçamentária do sistema legal 
seria a mais adequada e eficaz estratégia para prevenir a criminalidade: mais e 
melhores policiais, mais e melhores juízes, mais e melhores prisões. Deste modo, 
os "custos" do delito se "encarecem" para o infrator, que desistirá de seus planos 
criminais ao comprovar a efetividade de um sistema em perfeito estado de 
funcionamento. A sociedade, concluem os partidários deste enfoque neoclássico, 
tem o crime que quer ter, pois sempre poderia melhorar os resultados da luta 
preventiva contra ele, incrementando progressivamente o rendimento do sistema 
legal, aperfeiçoando a sua estrutura material e dotação orçamentária, invertendo 
mais e mais recursos em suas necessidades (humanas e materiais); assim se 
poderia sempre esperar e conseguir, de forma sucessiva e ilimitada, mais êxitos e 
melhores resultados. 
Mas este modelo de prevenção tampouco é convincente. 
Para a prevenção do crime, a efetividade do sistema legal é, sem dúvida, 
relevante, sobretudo a curto prazo e com relação a certos setores da delinqüência 
(p. ex. ocasional). Porém, não cabe esperar muito dele. Porque o sistema legal 
deixa intactas as "causas" do crime e atua tarde demais (do ponto de vista 
etiológico), quando o conflito se manifesta (...). Sua capacidade preventiva 
(prevenção primária), em conseqüência, tem alguns limites estruturais 
insuperáveis. A médio ou longo prazo não resolve por si mesmo o problema 
criminal, cuja dinâmica deriva de outras razões. 
Em segundo lugar, e contrariamente ao que com freqüência se supõe, já não 
parece razoável atribuir os movimentos da criminalidade (o incremento ou o 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
12 
 
descenso de seus índices) à efetividade maior ou menor do sistema legal. 
Tampouco a fragilidade deste, sem mais, determina um ascenso correlativo da 
criminalidade (da criminalidade "real", naturalmente, não da "oficial" ou da 
"registrada"), nem uma melhora sensível de seu rendimento reduz na mesma 
proporção os índices de criminalidade. Não existe tal correlação, porque o 
problema é muito mais complexo e obriga a ponderar outras muitas variáveis. Pela 
mesma razão, melhorar progressiva e indefinidamente os resultados da prevenção 
do delito por meio do sistema legal, potencializando o rendimento e a efetividade 
dele, é uma pretensão pouco realista, condenada ao fracasso a médio prazo. 
De uma parte, porque não falta razão, provavelmente, àqueles que invertem a 
suposta relação de causa e efeito, afirmando que não é o fracassodo sistema legal 
(causa) que produz o incremento da delinqüência (efeito), senão este último 
(aumento da criminalidade) que ocasiona a fragilidade e o fracasso do sistema 
legal. De outra parte, porque não podemos confundir a criminalidade "real" e a 
"registrada", supondo erroneamente que os números desta última constituem um 
indicador seguro da eficácia preventiva do sistema legal. Mais e melhores policiais, 
mais e melhores juízes, mais e melhores prisões, dizia a propósito um autor, 
significam mais infratores na prisão, mais condenados, porém não 
necessariamente menos delitos. Uma substancial melhora da efetividade do 
sistema legal incrementa, desde logo, o volume do crime registrado, se apuram 
mais crimes e se reduz a distância entre os números "oficiais" e os "reais" (cifra 
negra). Porém, nem por isso se evita mais crime, nem se produz ou gera menos 
delito em idêntica proporção: só se detecta mais crime. 
(...) É péssima a política criminal que esquece que as chaves de uma prevenção 
eficaz do delito residem não no fortalecimento do controle social "formal", senão 
numa melhor sincronização do controle social "formal" e do "informal", e na 
implicação ou compromisso ativo da comunidade. 
É imprescindível distinguir a "política criminal" da "política penal", se não se quer 
privar de conteúdo e autonomia o próprio conceito de "prevenção", que reclama 
uma certa política criminal (de base etiológica, positiva, assistencial, social e 
comunitária), não fórmulas repressivas ou intimidatórias, meramente 
sintomatológicas, policiais, que não cuidam das raízes do problema criminal e 
prescindem de toda análise científica do mesmo”(Grifei). 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
13 
 
4- AS DUAS GRANDES ETAPAS DA CRIMINOLOGIA 
 
A) ETAPA PRÉ-CIENTÍFICA 
A.1) FILÓSOFOS E PENSADORES – Aqui podemos citar Montesquieu, Voltaire, 
Rousseau e Marquês de Beccaria. 
A.2) FISIONOMISTAS – Vem de fisionomia. Os fisionomistas preocupam-se com o 
estudo da aparência externa do indivíduo, ressaltando a inter-relação entre o 
somático (corpo) e o psíquico. Como métodos de estudo, eles visitavam presos e 
realizavam necrópsias (exame do cadáver) 
A.3) FRENÓLOGOS – Os frenólogos estudavam o caráter das pessoas pela 
observação não apenas dos traços fisionômicos, mas também da configuração do 
crânio. 
A.4) PSIQUIATRAS – Felipe Pinel é o pai da psiquiatria moderna. Deu base para 
posteriores estudos relacionando a loucura com o cometimento do crime. Depois 
dos estudos promovidos pelo médico, iniciou-se uma nova concepção psiquiátrica: 
a loucura moral (indivíduo que apresenta nível de conhecimento, mas com 
psicopatologia grave). 
B) CIENTÍFICA 
B1) ANTROPOLOGIA CRIMINAL – Fundada por Cesare Lombroso, com o 
lançamento do livro ―O homem delinquente‖. Nele, Lombroso diz: ―O estudo 
antropológico do homem criminoso deve necessariamente basear-se nas suas 
características anatômicas”. 
Baer (médico das cadeias de Berlim), verificou por meio de inúmeras 
investigações, que os ocupantes das cadeias não distinguem da população não-
criminosa por qualquer sinal particular, e, assim o criminoso nato não existe como 
variedade morfológica da espécie. 
A Criminologia moderna embora não consagre a teoria do criminoso nato, admite a 
hipótese da tendência para a prática de infrações. Reconhecendo que o homem 
pode nascer com uma inclinação para a violência. 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
14 
 
B.2) SOCIOLOGIA CRIMINAL – Como já foi dito, Enrico Ferri é o criador da 
Sociologia Criminal. Classifica o criminoso em: 1) nato, 2) louco, 3) ocasional, 4) 
habitual e 5) passional. 
Rafael Garofalo cria o termo Criminologia. Classifica o criminoso em 1) assassino, 
2) violento ou energético, 3) ladrões ou neurastênicos, 4) cínicos. 
Enquanto na Antropologia Criminal os fatores orgânicos eram os causadores da 
criminalidade; na Sociologia Criminal, os fatores ambientais eram efetivamente os 
mais importantes ocasionadores do delito. 
B.3) POLÍTICA CRIMINAL – A característica primordial deste período é ter 
estabelecido uma espécie de trégua entre aqueles filiados às teorias lombrosianas 
e aqueles crentes na influência exclusiva dos fatores sociais no cometimento do 
crime. A pessoa com predisposição para a prática de infrações poderá se tornar 
um criminoso, desde que esteja colocada em um ambiente apto para que tal fato 
ocorra, por conta da influência do ambiente em que vive. 
As concepções de prevenção primária, secundária e terciária estão abaixo: 
Para a prevenção primária deve-se dar especial relevo para aspectos como, 
a educação, a habitação, o trabalho, a inserção do homem no meio social, a 
qualidade de vida, sendo estes elementos essenciais que contribuem para a 
prevenção do crime, operando sempre a longo e médio prazo, com a especialidade 
de que se dirige a todos os cidadãos e não somente à pessoa do delinquente. O 
campo de atuação se dá em estratégias voltadas para a economia, o social e o 
cultural, para que os cidadãos tenham melhor qualidade de vida e 
consequentemente capacidade social para superar os conflitos cotidianos de forma 
produtiva. Enfim, a melhor qualidade de vida é proporcionalmente influente sobre a 
delinquência. Fala-se em prevenção secundária a atuação onde os conflitos 
criminais podem se manifestar ou exteriorizar. É a atuação de curto e médio prazo 
seletivamente sobre grupos ou subgrupos concretos, que apresentam maiores 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
15 
 
riscos de eclosão de problemas criminais. Basta lembrar-se da política legislativa 
penal e de ações policiais em determinadas localidades, assim como políticas de 
ordenação urbana com escopo de se evitar a criminalidade. Por fim, a prevenção 
terciária se dá sobre um sujeito já identificado como delinquente, naturalmente o 
condenado, recluso, tendo por objetivo evitar que ele reincida novamente em 
práticas criminosas e que se ressocialize para sua volta ao meio social. 
O Estado Democrático de Direito e a prevenção da infração penal 
 
Antonio García-Pablos de Molina e Luiz Flávio Gomes, na obra Criminologia, 
5.ed.rev. e atual.- São Paulo: Revista dos Tribinais, 2007, ensinam: 
 
“O crime não é um tumor nem uma epidemia, senão um 
doloroso "problema" interpessoal e comunitário. Uma 
realidade próxima, cotidiana, quase doméstica: um problema 
"da" comunidade, que nasce "na" comunidade e que deve 
ser resolvido "pela" comunidade. Um "problema social", em 
suma, com tudo que tal caracterização implica em função de 
seu diagnóstico e tratamento 
 
A Criminologia "clássica" contemplou o delito como enfrentamento formal, 
simbólico e direto entre dois rivais - o Estado e o infrator -, que lutam entre si 
solitariamente, como lutam o bem e o mal, a luz e as trevas; é uma luta, um duelo, 
como se vê, sem outro final imaginável que a incondicionada submissão do 
vencido à força vitoriosa do Direito. Dentro deste modelo criminológico, a 
pretensão punitiva do Estado, isto é, o castigo do infrator, polariza e esgota a 
resposta ao fato delitivo, prevalecendo a face patológica sobre seu profundo 
significado problemático e conflitual. A reparação do dano causado à vítima (a uma 
vítima que é desconsiderada, "neutralizada" pelo próprio sistema) não interessa, 
não constitui nem se apresenta como exigência social; tampouco preocupa a 
efetiva "ressocialização" do infrator (pobre pretexto defensista, mito inútil ou 
piedoso eufemismo, por desgraça, quando tão sublimes objetivos fazem abstração 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
16 
 
da dimensão comunitária do conflito criminal e da resposta solidária que ele 
reclama). Nem sequer se pode falar dentrodeste modelo criminológico e político-
criminal de "prevenção" do delito (estricto sensu), de prevenção "social", senão de 
"dissuasão penal". 
A moderna Criminologia, pelo contrário, é partidária de uma imagem mais 
complexa do acontecimento delitivo, de acordo com o papel ativo e dinâmico que 
atribui aos seus protagonistas (delinqüente, vítima, comunidade) e com a 
relevância acentuada dos muitos diversos fatores que convergem e interatuam no 
"cenário" criminal. 
 Destaca o lado humano e conflitivo do delito, sua aflitividade, os elevados "custos" 
pessoais e sociais deste doloroso problema, cuja aparência patológica, epidêmica, 
de modo algum mediatiza a serena análise de sua etiologia, de sua gênese e 
dinâmica (diagnóstico), nem o imprescindível debate político-criminal sobre as 
técnicas de intervenção e de seu controle. Neste modelo teórico, o castigo do 
infrator não esgota as expectativas que o fato delitivo desencadeia. Ressocializar o 
delinqüente, reparar o dano e prevenir o crime são objetivos de primeira 
magnitude. 
Sem dúvida, este é o enfoque cientificamente mais satisfatório e o mais adequado 
às exigências de um Estado "social" e democrático de Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
17 
 
5- ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS 
 
As causas do crime sempre foram objeto de estudo para diversos 
pensadores. 
Platão (428-7 a.C. – 348-7 a.C) sem dúvida foi um deles e, no livro ―As Leis‖, 
descreveu o crime como uma doença, com causas de natureza tríplice, quais sejam: 
as paixões (inveja, ciúme, ambição, cólera, etc.), a procura do prazer e por último a 
ignorância. 
Ainda na mesma obra, Platão descreveu a pena como um remédio, capaz 
de curar o delinquente. No entanto, apontou a chamada ―pena de morte‖ como à 
sanção ideal para os resistentes ou irrecuperáveis ao tratamento penal. 
Guiado pela mesma linha de raciocínio, Aristóteles (384 a.C – 322 a.C), na 
obra ―Ética a Nicómaco‖, descreveu o criminoso como um inimigo da sociedade, que 
deveria ser castigado. Aristóteles via na política o principal fator determinante do 
crime, pois ela atribuía grandes desigualdades e miséria o que gerava a revolta. 
 
 O Iluminismo, Humanitarismo, Liberalismo Burguês ou “Filosofia das Luzes” 
 
Após a Idade Média a Europa vivenciou um período de terror, onde o 
tiranismo, autocratismo e o arbitrarismo dos reis dominavam o Estado. Assim muitos 
inocentes foram cruelmente condenados e castigados, enquanto muitos culpados 
ficaram impunes. As execuções dos culpados aconteciam da seguinte forma, 
segundo ensinamentos de Farias Júnior (1993, p. 25): 
 
As execuções tinham que seguir um ritual de teatralismo e de 
ostentação do condenado à execração e a irrisão pública, as 
carnes eram cortadas e queimadas com líquidos ferventes, os 
membros eram quebrados ou arrebentados na roda, ou 
separados do corpo através de tração de cavalos, o ventre era 
aberto para que as vísceras ficassem à mostra. Todos 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
18 
 
deveriam assistir as cenas horripilantes. O gritar, o gemer, as 
carnes cortadas e queimadas, a expressão de dor, enfim, todas 
as cenas horríveis deveriam ficar vivas na memória de todos. 
 
Por volta dos séculos XVII e XVIII na Europa, houve grande crescimento da 
burguesia classe que detinha o comando do desenvolvimento do capitalismo da 
época. A brutalidade do rei e a crueldade com que os condenados eram castigados 
não agradavam os burgueses o que causou conflitos entre os burgueses e a 
nobreza. Tais conflitos originaram o iluminismo. 
 
Os principais pensadores iluministas originalmente foram: 
 
O filósofo inglês John Locke (1632 – 1704) considerado o pai do iluminismo, 
que escreveu o livro ―Ensaio Sobre o Entendimento Humano‖. O jurista francês 
Charles de Montesquieu (1689 – 1755), que escreveu ―O Espírito das Leis‖, onde 
defendeu a separação dos três poderes do Estado. François-Marie Arouet, mais 
conhecido como Voltaire (1694 – 1778), filósofo francês que críticava a extremismo 
religioso, o clero católico e os detentores do poder da época, escritor do livro ―Ensaio 
Sobre os Costumes‖. Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778), também filósofo 
francês, foi um defensor assíduo da burguesia e um grande inspirador das ideias da 
revolução francesa, escreveu vários livros dentre eles ―O Contrato Social‖ e 
―Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens‖. E os filósofos 
franceses Denis Diderot (1713 – 1784), e Jean Le Rond D'Alembert(1717 – 1783) 
elaboraram juntos a "Enciclopédia ou Dicionário Racional das ciências, das Artes e 
dos Ofícios", composta de 33 volumes publicados, pretendia reunir todo o 
conhecimento humano disponível, que se tornou o principal vínculo de divulgação de 
suas ideias naquela época. 
 
Por sua vez, Della Porta (1535 – 1616) autor da obra ―A Fisionomia 
Humana‖, observou através do estudo de cadáveres de vários criminosos concluiu, 
que através dos dados fisionômicos de uma pessoa pode-se deduzir seus 
caracteres psíquicos. 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
19 
 
Cesare Bonesana, Marquês De Beccaria 
 Não obstante a todos esses pensadores que defendiam a ideia de que o homem 
deveria conhecer a justiça. É evidente que o iluminismo ganhou força no ano de 
1764 com a publicação da obra ―Dei Delitti e Delle Pene‖ do italiano Cesare 
Bonesana, Marquês de Beccaria (1738 – 1794). Segundo Dias e Andrade (1997, p. 
08), Beccaria fundamentou: 
 
[...] legitimidade do direito de punir, bem como definir os 
critérios da sua utilidade, a partir do postulado contratual. 
Serão ilegítimas todas as penas que não revelem da 
salvaguarda do contrato social (sc., da tutela de interesses de 
terceiros) e inúteis todas as que não sejam adequadas a obviar 
às suas violações futuras, em particular as que se revelem 
ineficazes do ponto de vista da prevenção geral. 
 
Seguindo os mesmos autores, Dias e Andrade ( 1997, p. 09), Beccaria 
defendeu ainda que: 
 
O homem atua movido pela procura do prazer, pelo que as 
penas devem ser previstas de modo a anularem as 
gratificações ligadas a pratica do crime. Em conexão com isto, 
sustentou Beccaria a necessidade, como pressuposto da sua 
eficácia preventiva, de que as sanções criminais fossem certas 
e de aplicação imediata. 
 
 Escola Clássica ou Iusnaturalismo 
 
A denominação ―Escola Clássica‖ foi dada pelos criadores da Escola 
Positivista. 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
20 
 
A Escola Clássica se difundiu por toda a Europa através de escritores, 
pensadores e filósofos que adotaram as teses e ideias de Beccaria. Os principais 
escritores dessa corrente doutrinaria foram: Gian Domenico Romagnosi (1761 – 
1835) na Itália, Jeremias Bentham (1748 – 1832) na Inglaterra e na Alemanha Paul 
Johann Anselm Ritter Von Feuerbach (1775 – 1833) na Alemanha. A partir destes 
autores vários outros escreveram sobre o crime no âmbito da Escola Clássica. 
Segundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 176), os autores 
do iusnaturalismoidealizavam o crime: 
 
[...] fato individual, isolado, como mera infração à lei: é a 
contradição com a norma jurídica que dá sentido ao delito, sem 
que seja necessariamente uma referencia à personalidade do 
autor (mero sujeito ativo do fato) ou à sua realidade social, para 
compreendê-lo. O decisivo é o fato não o autor. A 
determinação sempre justa da lei, igual para todos e acertada, 
é infringida pelo delinquente em uma decisão livre e soberana. 
 
No que diz respeito à pena a Escola Clássica apresentava três teorias. 
Absoluta: que via a pena como exigência de justiça.Relativa: que lhe apontava que 
lhe apontava um fim pratico de prevenção geral e especial. E por fim a mista que 
resultava da fusão das duas primeiras. 
 
A fisionomia e a frenologia da Escola Clássica foram abordadas pelo 
suíço Johann Kaspar Lavater (1741 – 1801), guiou seus estudos nas obras do 
italiano Della Porta, preocupou-se com a aparência externa do individuo, ou seja, 
entre o corpo e o psíquico. Tanto Lavater quanto para Della Porta adotaram a 
seguinte teoria, ―quando se tem duvida entre dois presumidos culpados, condena-se 
o mais feio‖. 
 
Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 179), Lavater sustentava que: 
 
[...] existe uma correlação entre determinadas qualidades do 
individuo e os órgãos ou partes do corpo onde se supõe que 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
21 
 
têm sua sede e concentração física e as correspondentes 
potências humanas. A vida intelectual podia ser observada na 
fronte (testa); a moral e sensitiva nos olhos e no nariz; a animal 
e vegetativa no mento (maxilar inferior). 
 
De acordo com Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 179), Lavater defendia que o 
delinquente ―de maldade natural‖ se diferenciava das demais pessoas por 
características físicas tais como: 
 
[...] nariz oblíquo em relação com o rosto, que é disforme, 
pequeno e amarelo; não tem a barba pontiaguda; olhos 
grandes e ferozes, brilhantes sempre iracundos (coléricos), as 
pálpebras abertas, ao redor dos olhos pequenas manchas 
amarelas e, dentro, pequenos grãos de sangue brilhante com 
fogo, envolvidos por outros brancos, círculos de um vermelho 
sombrio rodeiam a pupila, olhos brilhantes e pérfidos e uma 
lagrima colocada nos ângulos inferiores; as sobrancelhas 
rudes, as pálpebras direitas, a mirada feroz e às vezes 
atravessada. 
 
Apesar da grande contribuição da Escola Clássica para a criminologia, essa 
apresentava falhas por não indagar as ―causas‖ do comportamento criminoso. Eis 
que para ela a principal origem do delito era a livre decisão de seu autor em cometê-
lo. 
 
 Escola Positiva ou Escola Italiana 
 No século XIX notou-se a falência das ideias Iluministas tanto pelo crescente 
aumento da criminalidade e diversidade de crimes que se criaram quanto pelas altas 
taxas de reincidência. 
Assim ano de 1876, foi publicada a primeira edição do livro ―L’Uomo delinquente‖ 
escrita pelo médico italiano Cesare Lombroso (1835 – 1909), dando inicio assim, a 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
22 
 
Escola Positiva Italiana. Lombroso teve como discípulos Enrico Ferri (1856 – 1929) e 
Rafael Garófalo (1851 – 1934) que foram de fundamental importância para os 
estudos da criminologia. 
 
É evidente que os três escreveram sobre a criminologia. No entanto, é interessante 
ressaltar que cada um deles estudou a criminologia de uma óptica diferente. Sendo 
que Lombroso atribuiu à criminologia o fator antropológico, Ferri por sua vez atribuiu 
a criminologia as condições sociológicas do criminoso, enquanto Garófalo atribuiu a 
criminologia o fator psicológico. 
 
A Antropologia de Cesare Lombroso 
 Além do livro ―L’Uomo delinquente‖ Lombroso escreveu outros tantos sobre esse 
tema, entre eles ―La Donna delinquente, la prostituta e la donna normale‖ (1859), 
―Genio e degenerazione‖ (1908) e ―Crime: It’s Causes and Remedies‖ (1913). 
A principal tese da teoria de Lombroso foi sem sombra de duvidas a do criminoso 
atávico, que havia sido criada anteriormente por Charles Robert Darwin (1809 – 
1882) e foi por ele desenvolvida e ampliada. O criminoso atávico (nato), para 
Lombroso seria um homem menos civilizado que os demais membros da sociedade 
em que vive, sendo representado por um enorme anacronismo, ou seja, esses 
indivíduos reproduzem física e mentalmente características primitivas do homem. 
Essas deduções basearam-se em pressupostos de que os comportamentos 
humanos são biologicamente determinados. 
 
Assim, sendo o atavismo tanto físico quanto mental, poder-se ia identificar, valendo-
se de sinais anatômicos, aqueles indivíduos que estariam hereditariamente 
destinados ao crime. Ainda, reduziu o crime a um fenômeno natural, pois 
considerava o criminoso como um indivíduo primitivo e doente. Dessa forma ele 
rejeitava uma definição estritamente legal a respeito do criminoso. 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
23 
 
Para suas deduções sobre o criminoso examinava o crânio de criminosos 
conhecidos, onde costumava encontrar, conforme ensinado por Garcia; Molina; 
Gomes (2002, p.193): 
 
[…] uma grande série de anomalias atávicas, sobretudo uma 
enorme fosseta occipital média e uma hipertrofia do lóbulo 
cerebeloso mediano (vermis), análoga à que se encontra nos 
vertebrados inferiores”. E baseou o “atavismo” ou caráter 
regressivo do tipo criminoso no exame do comportamento de 
certos animais e plantas, no de tribos primitivas e selvagens de 
civilizações indígenas e, inclusive, em certas atitudes da 
psicologia infantil profunda. De acordo com o seu ponto de 
vista, o delinquente padece uma serie de estigmas 
degenerativos comportamentais, psicológicos e sociais (fronte 
esquiva e baixa, grande desenvolvimento dos arcos 
supraciliais, assimetrias cranianas, fusão dos ossos atlas e 
occipital, grande desenvolvimento das maças do rosto, orelhas 
em forma de asas, tubérculos de Darwin, uso frequente de 
tatuagens, notável insensibilidade à dor, instabilidade afetiva, 
uso frequente de um determinado jargão, altos índices de 
reincidência, etc.). 
 
Do ponto de vista tipológico defendeu a classificação do criminoso em seis 
categorias: criminoso nato (atávico), louco moral (doente), epilético, ocasional, 
passional, e louco. 
Lombroso ainda fazia uma inter-relação entre a criminalidade atávica, 
loucura moral e epilepsia, que segundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 193): 
 
[...] o criminoso nato é um ser inferior, atávico, que não 
evolucionou, igual a uma criança ou a um louco moral, que 
ainda necessita de uma abertura ao mundo dos valores; é um 
individuo que, ademais, sofre alguma forma de epilepsia, com 
suas correspondentes lesões cerebrais. 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
24 
 
 
Lombroso buscava, entre outras coisas, estabelecer uma divisão entre o 
―bom‖ e o ―mau‖ cidadão, buscando nos maus patologias, para justificar a pena 
como meio de defesa da sociedade. 
 
A Sociologia Criminal de Erico Ferri 
 Ferri se sobressaiu nos estudos sobre criminologia através dos fatores sociológicos. 
Ao contrário do que defendia Lombroso, não acreditava que o delito era produto 
exclusivo de patologias individuais. Entendia que a criminalidade originava-se de 
fenômenos sociais. Assim defendeu as causas do crime como sendo individuais ou 
antropológicas (constituição orgânica e psíquica do individuo, características 
pessoais como raça, idade, sexo, estado civil, etc.) físicas ou naturais (clima, 
estação, temperatura, etc.) e sociais (opinião pública, família, moral, religião, 
educação, alcoolismo, etc.). 
 
Segundo Garcia; Molina; Gomes (2002, p. 196): 
 
[...] o cientista poderia antecipar o numero exato de delitos, e a 
classe deles, em uma determinada sociedade e em um número 
concreto, se contasse com todos os fatores individuais, físicos 
e sociais antes citados e fosse capaz de quantificar a 
incidência de cada um deles. Porque, sob tais premissas, não 
se comete um delito mais nem menos (lei da “saturação 
criminal”). 
 
Ferri defendia também, a teoria dos ―substitutivos penais‖, pois para ele a pena, por 
si só, seria ineficaz, se não viesse precedida ou acompanhada das oportunas 
reformas econômicas, sociais, etc., orientadaspor uma analise cientifica e 
etimológica do delito. Para ele os pilares dessa reforma seriam a Psicologia Positiva 
(defendida por Garófalo), a Antropologia Criminal (apontada por Lombroso) e a 
Estatística Social. 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
25 
 
Quanto à tipologia, Ferri acreditava na existência de seis categorias de delinquentes: 
nato, louco, habitual, ocasional, passional e involuntário ou imprudente. Mas apesar 
das tipologias, acreditava na combinação da vida cotidiana e nas características de 
diferentes tipos em uma mesma pessoa. 
 
Sustentou ainda, a tese da pena indeterminada e da indenização da vítima como 
medida de caráter penal. 
 
O marco em sua carreira foi à publicação do livro ―Sociologia Criminale‖ (1892). 
 
A Psicologia Positiva de Rafael Garófalo 
 Por sua vez, Garófalo foi o primeiro autor da Escola Positiva, a utilizar a 
denominação ―Criminologia‖, tal nome foi dado ao livro ―Criminologia‖ publicado no 
ano de 1885. Além deste Garófalo escreveu outro de importância semelhante, tais 
como: ―Ripparazione e vittime Del delitto‖ (1887) e ―La supertition socialiste‖ (1895). 
Em suas obras preocupava-se com a definição psicológica do crime, eis que 
defendia a teoria do ―crime natural‖, para definir os comportamentos que afrontam os 
sentimentos básicos e universais de piedade e probidade em uma sociedade. Para 
ele a ausência desses sentimentos no delinquente o conduziriam ao crime. 
Segundo Dias e Andrade (1997, p. 17): 
 
A sua obra ficou assinalada pela tentativa de definição dum 
conceito <<sociológico>> de crime, capaz de satisfazer as 
exigências de universalidade que a criminologia deveria 
respeitar para justificar o qualificativo de crime. 
 
Garófalo acreditava ainda, que o criminoso tinha um déficit na esfera moral da 
personalidade, de base endógena, e uma mutação psíquica, transmissível 
hereditariamente e com conotações atávicas e degenerativas. 
Com relação à tipologia, definiu quatro categorias de delinquentes: o assassino, o 
criminoso violento, o ladrão e o lascivo. Entendia que as penas deveriam servir 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
26 
 
como castigos e ter como referência as características particulares de cada 
criminoso. 
 
A Sociologia Criminal ou Escola Franco-Belga 
 No século XIX em Bruxelas (1892) no 3º Congresso Internacional de Antropologia 
Criminal, que ocorreu o desequilíbrio da Escola Positiva e começou a se consolidar 
a Sociologia Criminal. Os principais estudioso dessa nova linha de estudos a 
respeito da criminologia foram: Alexandre Lacassagne (1843 a 1924), 
Émile Durkheim (1858 a 1917) e Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796 a 1874). 
A sociologia criminal baseia-se nos estudos do ambiente (miséria, ambiente moral e 
material, a educação, a família, etc.), para a caracterização do criminoso e assim do 
crime. A partir da concepção de que o ambiente é um fator determinante da 
criminalidade, começou a aplicar-se e desenvolverem os métodos e os instrumentos 
próprios da sociologia criminal, nomeados métodos clássicos a recolha e 
interpretação de dados estatísticos. 
 
No fim do século XIX iniciou-se a Criminologia Socialista, que entendia como 
explicação do crime como egoísmo, que nasce a partir da natureza da sociedade 
capitalista. Para esses autores, o desaparecimento ou redução sistemática do crime 
aconteceria a partir do momento em que fosse instaurado o socialismo. Dias e 
Andrade (1997, p. 27) salientam que: 
 
A representação do capitalismo como um sistema virado para a 
obtenção do lucro e a competição, propício ao exacerbamento 
do egoísmo e hostil ao florescimento dos sentimentos de 
altruísmo e solidariedade. O capitalismo tornaria, por isso, os 
homens mais individualistas e << mais propensos à prática do 
crime>>. 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
27 
 
Criminologia Nova ou Criminologia Crítica 
 No ano de 1960 ocorreu a mais arrebatadora virada no estudo da criminologia. 
Esses estudos surgiram de um conjunto de perspectivas, tais como: 
o labeling approach(perspectiva interacionalista), a etnometodologia e a criminologia 
racial. 
O labeling approach reporta-se ao delinquente ou até mesmo ao crime propriamente 
dito e ao sistema de controle. Essa linha de raciocínio se pergunta: por que 
determinadas pessoas são tratadas como criminosos, quais as consequências 
desse tratamento e qual a fonte de sua legitimidade. Essa perspectiva sofre a 
influencia do interacionalismo simbólico, ou seja, de que o delinquente apenas de 
difere do homem normal pela estigmatização que sofre. O labeling approach ainda, 
rejeita o pensamento determinista e os modelos estruturais e estatísticos do 
comportamento do delinquente. 
 
O objetivo etnometodologia é entrar no cotidiano dos participantes de determinada 
sociedade e descobrir as regras e os rituais que eles assumem como garantidos 
para se assegurar. 
 
A criminologia radical, por sua vez, apresentou um desenvolvimento das premissas 
do interacionalismo em um sentido oposto ao da etnometodologia, eis que crítica 
sistematicamente tanto o interacionalismo como a própria etnometodologia. Nesse 
sentido Dias e Andrade (1997, p. 27) observam que: 
 
As normas penais passaram a serem vistas dentro de 
perspectivas de pluralismo axiológico/conflito, como expressão 
do domino de um grupo ou classe Em resumo o direito criminal 
passa agora a ser encarado como um instrumento nas mãos 
de moral entrepreneurs ou serviço dos interesses dos 
detentores do poder. 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
28 
 
A criminologia nova ou crítica, de modo sistemático e original, confronta as 
aquisições das teorias sociológicas sobre crime e controle social com os princípios 
da ideologia e da defesa social. 
 
Como se observa criminologia crítica apresentou uma mudança de foco do autor de 
crime para o contexto social no qual ele se insere propenso às relações de poder de 
ordem macro e microssocial, à estigmatização e ao etiquetamento, à reação social e 
à criminalização anterior e posterior ao delito. 
 
 
A Criminologia no Brasil 
 
Foi nas ultimas décadas do século XIX que a criminologia começa a ganhar força no 
Brasil. Sendo João Vieira de Araújo (1844 – 1922) o maior recepcionador no país 
das ideias sobre criminologia expostas pelo médico italiano Cesare Lombroso. 
 
No entanto, Tobias Barreto (1839 – 1889), foi o primeiro crítico brasileiro de Cesare 
Lombroso, pois segundo ele pelos princípios dados por Lombroso, seria preciso 
recolher ao hospital a humanidade inteira. Segundo Lyra e Araújo Júnior (1990, p. 
80), Barreto escreveu sobre o criminoso: 
 
O criminoso é fato natural sujeito a outras leis que não as leis 
de liberdade e o homem é todo feito à imagem, não de Deus, 
porém da natureza. Pregou a reforma do homem pelo homem 
mesmo, acrescentando que “não se corrige o homem, 
matando-o ou aviltando”. 
 
Silvio Romero (1851 – 1914), por sua vez estudou os tipos étnicos, os caracteres 
das coletividades, a alma dos grupos, as índoles individuais, moldadas nos vícios 
ambientais, os e os vincos deixados nos espíritos pela atmosfera social. Segundo 
Lyra e Araújo Júnior (1990, p. 84), Romero definia o bem como: 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
29 
 
 
O bem é uma flor do cérebro do próprio homem; a fisiologia é a 
alma da psicologia; o homem tem afeição do meio que habita 
pela tirania dos fatos exteriores; há uma espécie de paralisia 
moral ou intelectual determinada pela ignorância, os criminosos 
saem das prisões três vezes piores; assim como há ideias com 
a cor da bílis, existem atos com a cordo sangue; o homem é o 
que ele come. 
 
Já Clóvis Beviláqua (1859 – 1944), publicou no ano de 1896 a primeira obra sobre 
criminologia, denominada ―Criminologia e Direito‖, onde ele retratou a criminologia 
no Estado do Ceará em relação ao tempo e à população, a distribuição geográfica 
dos crimes, etc.. 
Euclides da Cunha (1866 – 1909) foi o primeiro estudioso sobre criminologia a 
aplicar a Sociologia Criminal no Brasil. Cunha ainda comparou a teoria de Lombroso 
a uma topografia psíquica. Escrito do livro ―Os Sertões‖ (1902), examinou as causa 
da denominada por ele ―delinquência sertaneja‖, que segundo Lyra e Araújo Júnior 
(1990, p. 94) ele eram: 
 
Vastas galerias de indivíduos que são índices ou sumários de 
um meio [...] como feixes de fatos, cada um com seu rótulo, 
sua rubrica inapagável e eterna [...]. Cada indivíduo é um 
resumo, um compêndio. E todos são reais e apanhados em 
flagrante. São cristalizações humanas obtidas por quatrocentos 
anos de labutar em meia-cultura. 
 
Euclides da Cunha ainda, revelou que fatores naturais ou sociais retardam ou 
interrompem o desenvolvimento mental, criam à loucura do deserto, excitam a 
fraqueza irritável das gentes supersticiosas e incultas predispostas ao desafogo 
máximo das paixões. 
 
Nina Rodrigues (1862 – 1906), uma das receptoras da teoria lombrosiana no Brasil. 
Foi considerada pelo próprio Lombroso apostolo da Antropologia Criminal na 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
30 
 
América do Sul. Criadora da teoria da criminalidade étnica defendia que na em uma 
mesma sociedade, poderiam ser encontradas raças em diferentes fases de evolução 
(moral e jurídica). Acreditava ainda, que a civilização era boa para os brancos e má 
para os negros. 
 
Acreditava que para o Brasil deveria ser criado quatro tipos de códigos penais, para 
que assim, pudesse atender às diversidades principalmente as de clima e raça. 
 
Nina como Lombroso também costumava estudar crânios, sendo que começou seus 
estudos por meio de experiências com o ―exame do crânio de Lucas‖. 
 
Afrânio Peixoto (1876 – 1947) foi um crítico assíduo da concepção de Durkhein e 
Lacassagne, costumava dizer que, conforme ensinamentos de Lyra e Araújo Júnior 
(1990, p. 94): 
 
A sociedade tem os criminosos que merece; o meio social é o 
caldo de cultura da criminalidade; o micróbio é o criminoso que 
só tem importância quando encontra o caldo que o faz 
fermentar. 
 
Peixoto defendia ainda, que o código penal deveria ser reescrito de tempos em 
tempos. 
Júlio Pires Porto-Carrero (1887 – 1937), costumava dizer que a Pedagogia destruirá 
a Penologia. Segundo Lyra e Araújo Júnior (1990, p. 101), costumava dizer que: 
 
Determinar o destino a dar ao criminoso, de um ponto de vista 
humano, do verdadeiro ponto de vista do interesse social. O 
homem que delinquiu continua a ser homem, como qualquer de 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
31 
 
nós, que não estamos livres de um dia também cair nas malhas 
da lei. 
Luis Carpenter (1876 – 1957) foi o primeiro estudioso da criminologia a aplicar suas 
visões criminológicas ao Direito Militar. Escreveu os livros ―O Velho Direito Penal 
Militar Clássico e as Ideias Modernas da Sociologia Criminal‖ (1914). 
Descreveu os segundo ele denominados crimes propriamente militares, as 
contravenções disciplinares e os chamados crimes impropriamente militares 
(entidades bifrontes, híbridas, da cintura para cima crime comum, da cintura para 
baixo crime militar). 
O presidente da Sociedade Brasileira de Criminologia foi Evaristo de Moraes (1871 – 
1939). Sobre criminologia escreveu os livros ―Crianças Abandonadas e Crianças 
Criminosas‖ (1900); ―Teoria Lombrosiana do Delinquente‖ (1902); ―Ensaios de 
Patologia Social‖ (1921); ―Criminalidade da Infância e da Adolescência (1927); 
―Criminalidade Passional‖ (1933) e ―Embriaguez e Alcoolismo‖. 
Joaquim Pimenta (1886 – 1963), estudava o alcoolismo como fonte direta da 
criminalidade e as lutas das famílias e sua persecução na sociedade sertaneja. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
32 
 
6- DIFERENÇA ENTRE CRIMINOLOGIA E CRIMINALÍSTICA 
Criminalística é uma ciência que se utiliza do conhecimento de outras ciências para 
poder realizar o seu mister, qual seja, o de extrair informações de qualquer vestígio 
encontrado em um local de infração penal, que propiciem a obtenção de conclusões 
acerca do fato ocorrido, reconstituindo os gestos do agente da infração e, se 
possível, identificando-o. 
(...) É uma ciência que objetiva a individualização e a identificação dos vestígios 
materiais relacionados aos delitos em geral, valendo-se das suas próprias regras e 
metodologias e do conhecimento das demais ciências, a fim de saber o que 
aconteceu, a maneira como se desenvolveu os fatos e quem cometeu o crime.‖ 
Espíndula, 2007 
A criminalística é definida por Aurélio (2004) como ―Ciência auxiliar do Direito Penal, 
a qual tem por objeto a descoberta de crimes e a identificação de seus autores.‖ Os 
objetos presentes na cena de um crime possuem características gerais e 
específicas, que quando analisadas por técnicas cientificamente comprovadas ou 
caracterizadas, podem proporcionar dados suficientes para a identificação de um 
crime e criminoso. 
A nomenclatura Criminalística, às vezes, é associada como sinônimo de ciências 
forenses. Criminalística é uma palavra derivada do alemão kriminalisticI, que 
engloba os diversos aspectos dos métodos científicos e tecnológicos aplicados a 
investigação e resolução de matérias legais. Criminalística é uma área da ciência 
forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades 
criminais (Houck e Siegel, 2006). No entanto, muitos autores consideram os 
criminalistas, os cientistas forenses ou como é denominado aqui no Brasil, peritos 
criminais. 
Criminalística é a profissão e a disciplina científica diretamente relacionada ao 
reconhecimento, a identificação, a individualização e a avaliação da evidência física 
pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais. Um criminalista utiliza o 
princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir informações da 
cena do crime e da evidência física (Gialamas, 2001). 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
33 
 
Traduzindo do inglês forensic science – ciência forense – termo mais comumente 
utilizado para definir a ciência relacionada aos estudos judiciais, ou melhor, a ciência 
forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa, lugares e coisas que 
envolvem atividades criminais, na qual diferentes disciplinas assistem na 
investigação de casos criminais e civis. Como profissão, seria aquela composta por 
cientistas cujo trabalho é responder questões para a corte por intermédio de 
informações e testemunhas (Houck e Siegel, 2006). 
No Brasil, o termo mais comumente utilizado é o de perícias criminais, mas o termo 
ciências forenses também pode ser utilizado, mas para definir o estudo das 
questões judiciais que envolvem casos criminais e civis, e não somente a criminal. 
Para um melhor entendimento acerca das perícias criminais, se fazem necessários o 
entendimento e a diferenciação da mesma com a perícia cível. Dessa maneira, 
serão explicados a seguir alguns conceitos básicos da perícia cível e criminal: 
Segundo o Código de Processo Civil (Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73) em seu 
artigo 420. ―A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação‖. Silva (1999) 
define que as perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos 
técnicos à justiça e França (2001) como ―um ato pelo qual a autoridade procuraconhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de uma questão 
judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação‖. 
A perícia é requisitada pela autoridade que legalmente estiver conduzindo o 
inquérito e a ação judicial, como o juiz, que poderá ou não nomear um perito 
(França, 2001; Espíndula, 2007). O perito nomeado deverá possuir os 
conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. As perícias mais 
frequentes são realizadas no foro civil e criminal. 
A palavra Criminologia deriva do latim ―crimen‖ (delito) e do grego ―logos‖ 
(tratado). Em resumo, seria o ―Tratado do Crime‖. Foi utilizada, pela 1ª vez, em 
1885, pelo italiano Rafael Garófalo (designando-a como a ―ciência do crime‖), 
contudo, já havia sido muito estudada e utilizada (embora não com esta 
denominação) pelos igualmente italianos Cesare Lombroso e Enrico Ferri. 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
34 
 
Para alguns, a Criminologia é o estudo do homem que delinque. Definindo a 
criminologia como o tratado do delito, confundi-laemos com o Direito Penal, que 
trata do delito, do delinqüente e da pena. Aliás, qualquer matéria sobre 
criminalidade deve abranger esses três elementos. 
A Criminologia, como não poderia deixar de ser, não é definida de maneira 
uniforme, existindo muitas e variadas definições. 
- Nelson Hungria: ―Criminologia é o estudo experimental do fenômeno crime, para 
pesquisar-lhe a etiologia e tentar a sua debelação por meios preventivos ou 
curativos‖. 
- Jean Merquiset: ―Criminologia é o estudo do crime como fenômenos social e 
individual e de suas causas e prevenção‖. 
- Kinberg: ―Criminologia é a ciência que tem por objeto não somente o fenômeno 
natural da práticado crime, como também o fenômeno da luta contra o crime‖. 
- Edwin H. Sutherland: ―Criminologia é um conjunto de conhecimentos que 
estudam o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do 
delinqüente, sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo‖. 
Trata, pois, a Criminologia, da aplicação das ciências sociais e humanas no 
controle e ressocialização do criminoso, com vistas á prevenção da delinquência. A 
partir dessas afirmações, é possível e verdadeiro dizer-se que o fim último da 
Criminologia é a promoção do homem ou a ascenção da condição humana. Poder-
se-ia enumerar diversos outros conceitos de Criminologia que foram formulados 
pelos mais variados autores. 
Porém, na análise de Newton Fernandes e Valter Fernandes todos os conceitos 
até hoje formulados pecam por não incluírem na Criminologia o estudo da vítima, 
também denominado de vitimologia, uma vez que, a Criminologia se ocupa não 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
35 
 
apenas do crime e do criminoso, mas, igualmente, da vítima. Assim, na definição 
desses dois autores, ―Criminologia é a ciência que estuda o fenômeno criminal, a 
vítima, as determinantes endógenas e exógenas, que isolada ou cumulativamente 
atuam sobre a pessoa e a conduta do delinquente, e os meios laborterapêuticos ou 
pedagógicos de reintegrá-lo ao agrupamento social‖. 
Em sentido lato, a Criminologia vem a ser a pesquisa científica do fenômeno 
criminal, das suas causas e características, da sua prevenção e do controle de sua 
incidência. A Criminologia é a ciência que pesquisa: as causas e concausas da 
criminalidade; as manifestações e os efeitos da criminalidade e da periculosidade 
preparatória da criminalidade; a política a opor, assistencialmente, á etiologia da 
criminalidade e á periculosidade preparatória da criminalidade. 
Em resumo: ―Criminologia é o estudo do crime, do criminoso, da vítima e das 
causas e fatores da criminalidade‖. 
Das várias colocações até agora feitas, verifica-se que a Criminologia representa: 
a) o estudo dos fatores individuais (personalidade) e sociais (ambiente) básicos da 
criminalidade; b) o estudo dos fatores básicos e do fenômeno natural da luta contra 
o crime (tratamento e profilaxia), objetivando a ressocialização do delinqüente e a 
prevenção da criminalidade. 
Assim, podemos dizer que o objeto da Criminologia é: ―O estudo do fenômeno 
natural, considerando os fatores individuais (personalidade) e os fatores sociais 
(ambiente), e ao mesmo tempo, a luta contra o crime, levando em conta a 
necessidade de ressocialização do delinqüente (tratamento) e de prevenção do 
crime (profilaxia)‖. 
Em resumo, o objeto da Criminologia é, pois, o crime e o criminoso, o que a 
confunde, muitas vezes, com o Direito Penal, já que este também tem por objeto o 
crime e o criminoso. Já chegou-se até mesmo a firmar que a Criminologia seria 
apenas uma parte do Direito Penal, portanto, dependente deste. Sabe-se, contudo, 
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36 
 
que embora o Direito Penal e a Criminologia estudem ambos o crime, são duas 
ciências autônomas e independentes, e o enfoque dado por uma e por outra, 
relativamente ao delito, é diferente. 
O Direito Penal tem por objeto o crime como uma regra anormal de conduta, contra 
o qual estabelece o gravame, o castigo, a punição. O Direito Penal é, por assim 
dizer, a ciência de repressão social ao crime, através de regras punitivas que ele 
mesmo elabora. O seu objeto, portanto, é o crime como um ente jurídico, e como 
tal, passível de sanções. 
Já a Criminologia é uma ciência que tem por objeto a incumbência de não só se 
preocupar com o crime, mas também de conhecer o criminoso, montando 
esquemas de combate á criminalidade, desenvolvendo meios preventivos e 
formulando empenhos terapêuticos para cuidar dos delinqüentes a fim de que eles 
não venham a reincidir. 
Enquanto o Direito Penal é uma ciência normativa, de repressão social contra o 
delito, através de regras jurídicas coibitórias cuja transgressão implica em sanções, 
a Criminologia é uma ciência causal-explicativa, essencialmente profilática, visando 
o oferecimento de estratégicas, por intermédio de modelos operacionais, de molde 
a minimizar os fatores estimulantes da criminalidade, bem como, o emprego de 
táticas estribadas em fatores inibidores do conjunto do crime. O Direito Penal se 
preocupa com as ações e omissões que constituem delito e á Criminologia importa 
saber as causas pelas quais devam ser consideradas como delitos. 
Conseqüentemente, a primeira diferença entre o Direito Penal e a Criminologia, é 
que enquanto o primeiro nos indica que os atos merecem uma pena, a segunda 
nos indica a causa desses atos. Como segunda diferença, temos que considerar 
que, enquanto ambas as ciências estudam o delinqüente, o Direito Penal só indaga 
o grau de responsabilidade do mesmo (autor, co-autor, partícipe); enquanto que á 
Criminologia interessa conhecer o homem delinquente, aspecto que mais tem 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
37 
 
preocupado as escolas filosóficas, ou seja, trata de compreender a personalidade 
do homem delinquente. 
Assim, no que se refere ao crime, a Criminologia tem toda uma inequívoca 
atividade de verificação, de análise da conduta antissocial, de pesquisa das causas 
geradora do delito, e do efetivo estudo e tratamento do criminoso, na expectativa 
de que ele não se torne recidivista. O objeto da criminologia é o delito isolado, a 
criminalidade como fenômeno comunitário, além das causas do crime como 
fenômeno individual e o embate contra a delinquência. Por conseguinte, o homem 
somente diz respeito ao objeto da criminologia quando é o homem delinquente, 
antes não. Porque delinquente o homem e as causas porque o faz, são as matérias 
essenciais com que preocupa a Criminologia. Exato afirmar, então, que o Direito 
Penal e a Criminologia trabalham em cima da mesma matéria prima, mas a forma 
de operação,de elaboração do trabalho, é bem diferenciada, o que torna legítimo 
concluir que o objeto de uma ciência não é o mesmo da outra. Estas diferenças 
não significam que ambas as disciplinas não 10 possam entender-se; pelo 
contrário, completam-se, pois estão unidas por uma finalidade única, que é 
conhecer e estudar o delinquente. A Criminologia não é, pois, um capítulo do 
Direito Penal, porque é essencialmente biológica, experimental e dedutiva, 
enquanto que o Direito Penal é uma ciência normativa e valorativa. A Criminologia 
vem injetando no Direito Penal um sentido biológico. A paixão irresistível, a força 
coercível, a coação, o louco ou alienado, etc, são conceitos médico-biológicos da 
Criminologia adotados pelo Direito Penal. É o que se tem denominado ―o sentido 
biológico do Direito Penal‖. 
Método 
Em seu livro Criminologia Biológica, Sociológica e Mesológica, ensina Vitorino 
Prata Castelo Branco: ―Em geral, método é o meio empregado pelo qual o 
pensamento humano procura encontrar a explicação de um fato, seja referente á 
natureza, ao homem ou á sociedade‖. E prossegue: ―Só o método científico, isto o 
é, sistematizado, por observações e experiências, comparadas e repetidas, pode 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
38 
 
alcançar a realidade procurada pelos pesquisadores‖. Diz, ainda, Vitorino Prata: ―O 
campo das pesquisas será, na Criminologia, o fenômeno do crime como ação 
humana, abrangendo as forças biológicas, sociológicas e mesológicas que o 
induziram ao comportamento reprovável, etc.‖. 
Analisando-se, ainda que perfunctoriamente, as palavras deste gabaritado 
criminólogo, deflui, que em termos de pesquisas criminológicas, dois seriam os 
métodos utilizados: a) biológico; b) sociológico. 
De fato, quando o referido autor fala em forças sociológicas e mesológicas, no 
fundo significam a mesma coisa, ou seja, algo ligado ao meio ambiente, ao meio 
social. Abordando o assunto em sua obra Manual de Criminologia, Israel Drapkin, 
argumenta dizendo, inicialmente, que a Criminologia efetivamente usa os métodos 
biológico e sociológico. E, como não poderia deixar de ser a uma disciplina que 
estuda o crime como um fato biopsicosocial e o criminoso, a Criminologia não fica 
adstrita a um só terreno científico, porque este não teria, por si só, o condão de 
conseguir explicar o fenômeno delinquencial e a vasta caudal de causas 
delituógenas, dentre elas aquelas de natureza social, biológica, psicológica, 
psiquiátrica, etc. Por isso, a Criminologia constrói seus métodos, mas também, se 
utiliza dos métodos de outras ciências. 
Logo, a nova metodologia criminológica vai assentar-se na constituição da equipe 
criminológica – ―team work‖ – (médico, psiquiatra, psicólogo, assistente social, 
educador, enfermeiro, etc., que tenham recebido treinamento criminológico). Os 
métodos de análise utilizados pela Criminologia são: a) relativamente aos fatores 
sociais, os da Sociologia; b) relativamente aos fatores individuais, os da Biologia, 
Psicologia, Psiquiatria, Endocrinologia, etc. 
A criminologia como ciência 
Genericamente, considera-se ciência o conjunto de conhecimentos relativos á um 
determinado objeto, em especial os obtidos mediante a observação, a experiência 
INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 
 
 
 
39 
 
dos fatos e um método próprio. Para os filósofos, há dificuldades e divergências 
acerca do que deve ser considerado ciência. Muitos exigem que para uma 
disciplina de conhecimentos poder ser considerada uma ciência, 12 deve ter um 
objeto específico, seguir um método determinado e ter uma aplicação universa. 
Em decorrência disso, discute-se se a Criminologia seria ou não uma ciência, sob 
a alegação de que não possui objeto, não tem um método determinado, tampouco 
é universal. Para os que não consideram a Criminologia como ciência, esta carece 
de objeto, porquanto estuda o delito, que pertence ao Direito Penal. Porém, 
sabemos que não é bem assim, pois como visto, ambas as disciplinas enfocam o 
delito de ângulos diferentes. 
Com relação ao método, os contrários afirmam não ser a Criminologia uma ciência, 
por não ter um método determinado, uma vez que ela se vale de dois métodos, o 
biológico e o sociológico. Abordando o assunto em sua obra Manual de 
Criminologia, Israel Drapkin argumenta dizendo, inicialmente, que a Criminologia 
efetivamente usa os métodos biológico e sociológico e exemplifica: ―se a Biologia é 
uma ciência, não há razão para que não o seja a Criminologia, que usa o seu 
método‖. E acresce: ―A Criminologia usa o método experimental, naturalístico, 
indutivo, para o estudo do delinqüente, o que não basta para conhecer as causas 
da criminalidade. 
Por isso, recorremos aos métodos estatísticos, históricos e sociológicos‖. O fato da 
Criminologia usar vários métodos pode tirar-lhe a categoria de ciência? É claro que 
não. A Criminologia não é um campo de conhecimento empírico, que vive a 
carecer de método científico para a comprovação de suas experiências e 
experimentos. Ao contrário, ao invés de um, a Criminologia possui dois métodos de 
trabalho: o biológico e o sociológico. Por último, aqueles que negam o caráter 
científico à Criminologia, que esta não é universal, pois o que num país pode ser 
estabelecido como uma verdade incontestável, noutro poderá ser diferente, a ponto 
de existirem as chamadas Criminologia nórdica, européia, americana, etc., que 
guardariam aspectos diferentes entre si. 
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Contudo, quanto á condição de não universalidade da Criminologia, para ser 
considerada uma ciência, de recordar que, em Congresso Internacional de 
Criminologia realizado há menos de 20 anos em Belgrado, no país então chamado 
Iuguslávia, consensuou-se o seguinte: ―A delinqüência é um fenômeno social 
complexo que tem suas próprias leis e que aparece num meio sociocultural 
determinado, não podendo ser tratada com regras gerais, mas particulares a cada 
região‖. Diante disso, é oportuno citar ainda uma vez Vitor ino Prata, que 
reconhecendo a condição de ciência da Criminologia, sublinha: ―Embora o homem 
seja o mesmo em qualquer parte do mundo, os crimes têm características 
diferentes em cada continente, devido á cultura e á história própria de cada um. 
Há, pois, uma Criminologia brasileira, como uma Criminologia chinesa, uma 
Criminologia iuguslava, enfim, uma Criminologia própria de cada raça ou 
nacionalidade‖. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 
 
CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto, podemos concluir que a criminalidade hoje em dia, vem 
aumentando consideravelmente, o que gera muita insegurança a sociedade em 
geral. Os fatores que levam a esse aumento podem ser chamados como 
biopsicossociais. 
Em contrapartida, percebe-se que houve uma evolução, na história do pensamento 
humano no que se refere aos delitos e as penas. Assim, as penas que anteriormente 
eram cruéis e degradantes, passaram a ser mais justas, eis que o que se busca hoje 
em dia é dissuadir a pratica de crimes e ressocialização dos criminosos. 
Ainda, não podemos dizer que o Estado finalizou seu intento, mas caminha 
gradativamente para isso. Podemos perceber que a tendência atual, em alguns 
casos, considerados menos graves, é à substituição da pena privativa de liberdade 
por outras opções menos aflitivas, como as multas. 
A jornada é longa e árdua, mas não podemos negar a evolução que ocorreu, ainda á 
que se modificar muitas coisas, mas estamos no caminho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mídia e Sistema Penal no Capitalismo Tardio – Nilo Batista 
Penas Perdidas – Louk Hulsman 
Em Busca das Penas Perdidas – Eugênio Raul Zaffaroni 
O Inimigo do Direito Penal – Eugênio Raul Zaffaroni 
Criminologia – Eugênio Raul Zaffaroni 
Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal – Alessandro Baratta 
Microfísica do Poder – Michel Foucault

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