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Universidade Federal Fluminense – UFF Curso de Graduação em Administração Pública 1 Disciplina: Auditoria e Controladoria Data: 18/08/2019 Atividade Avaliativa 1: A Improbidade administrativa e o exercício do controle Social no Brasil existem? Fundamente sua resposta. Mínimo de 2 laudas e máximo de 4 laudas (folha A4) O exercício administrativo, seja público ou privado, é antes de seus aspectos técnicos ou práticos uma avaliação do grau ético e moral presente em seus agentes executores. Ainda que as Administrações em si lidem com gerenciamento, liderança e organização de redes, tal estudo irá inevitável e inapelavelmente não tangenciar, mas mergulhar em uma das áreas mais citadas como responsáveis pela demonstração da falibilidade ética humana, a saber, as finanças. A manipulação das verbas relativas às organizações pública em diversos casos é tratada com uma carga legal ampla de defesa ao seu detentor — no caso da gestão pública, todos aqueles com as obrigações tributárias em dia —, a fim de evitar que os agentes não excedam os limites da lei. Quando os gestores executam suas funções dentro dessas delimitações nós contemplamos o que conhecemos como probidade administrativa. Infelizmente, no Brasil, assim como em qualquer outro país dotado de estrutura governamental similar do mundo, presenciamos casos de violações os quais acontecem recorrentemente, isto é, improbidade. Esses eventos permeiam desde as organizações públicas mais simplistas, até o mais alto escalão do governo. Improbidade Administrativa é, portanto, todo ato praticado, que por ferir os princípios da Administração Pública, torna-se ilegal. Podemos tomar como exemplo a ainda recente tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, causada pelo rompimento de uma barragem de rejeitos da atividade mineradora local. Embora os responsáveis pelas operações correntes fossem das indústrias Vale, era a Agência Nacional de Mineração (ANM) a encarregada de efetuar a fiscalização periódica de tal Universidade Federal Fluminense – UFF Curso de Graduação em Administração Pública 2 barragem. A ANM é classificada como Autarquia Federal, assim como vários setores de regularização, e, ao ter seus profissionais questionados acerca da ausência da atividade fiscal, os mesmos alegaram que essa ocorreu devido à falta de verba, ocasionada tanto pela crise financeira, quanto pela concentração de gastos no setor administrativo e escassez dessa importância nas vistorias as quais deveriam ser realizadas. Isso se deu a gestão orçamentária, a qual não priorizou gastos com as citadas barragens desde 2017, conforme afirmou Jucá (2019) em sua reportagem para o site El País. Essa ação configurou um erro relacionado à responsabilidade administrativa, tanto governamental, quanto da própria Agência, a qual ainda disponibilizou números insuficientes de fiscais para tal serviço. Temos também a Operação Lava-Jato, iniciada em 2014, a qual até hoje denunciou uma série de atos contra a Administração Pública Federal. Entre eles, como exemplo, podemos citar a ação judicial movida contra o Partido Progressista (PP), em 2017, devido ao envolvimento investigado e constatado em desvios de verba da Petrobrás, assim como diversos outros casos de agentes e organizações políticas acusadas da mesma violação. A improbidade administrativa compõe em casos semelhantes, por assim dizer, um retorno a práticas governamentais patrimonialistas, onde determinamos uma confusão entre o bem público e o privado por parte de administradores públicos de qualquer escalão, constituindo assim crime, bem como ofensa a moral pública e ao cidadão. A cidadania então deve buscar exercer seus direitos públicos, como também políticos com sabedoria e cautela. A fim de que essa ação possa emergir bem como causar o devido impacto, é necessário que a população busque e tome conhecimento de tais direitos. O que entendemos por Controle Social é o cumprimento do princípio constitucional, isto é, do poderio garantido por lei dado ao povo brasileiro. Teoricamente, compreendemos a sociedade como uma aglomeração de instituições, organizadas e representadas pelos governantes os quais foram escolhidos para fazê-lo. Esse fato torna o agente político um “mordomo social”, pelo que foi instituído e empossado para administrar bens, como também a executar serviços inerentes a vontade social. Universidade Federal Fluminense – UFF Curso de Graduação em Administração Pública 3 Embora nos encontremos nesse ponto democrático, o que vivemos na prática aparenta estranheza à teoria, visto que as massas ainda não compreendem que as autoridades e servidores públicos administram recursos pertencentes à própria sociedade, bem como se submetem a uma incansável busca competitiva de poder maior sobre o país entre os três poderes de nosso Estado. Sendo assim, essa análise nos mostra que o controle social no Brasil aparentemente ocorre de maneira inversa: agentes políticos, em sua maioria, influenciando a sociedade, e não o contrário, fato que apaga esse exercício constitucionalmente garantido. Nesse ponto, vemos amplos casos de crimes contra a Administração Pública no Brasil, os quais precisam ser investigados e punidos, obtendo os recursos suficientes para tal, tendo verificado a necessidade fiscal dessa ação por intermédio da moral humana, como também percebemos a necessidade de converter o controle social brasileiro à Constituição Federal. Referências: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/02/07/politica/1549559820_961591.html
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