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Elementos de Mineralogia e Petrologia Aula 2 Substância cristalina e sistemas cristalinos Substância cristalina Substância cristalina: átomos dispostos em posições regulares no espaço. Rede + Base Rede: estrutura geométrica Base: distribuição dos átomos em cada ponto da rede. Rede + Base = Estrutura cristalina Estrutura cristalina Célula unitária Unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional. Rede cúbica de face centrada. Sistemas cristalinos Os tipos de redes cristalinas tridimensionais foram agrupados em 7 sistemas cristalinos de acordo com os 7 tipos convencionais de células unitárias: Cúbico, ortorrômbico, tetragonal, monoclínico, romboédrico, triclínico e hexagonal. ➔ Sistemas cristalinos: representação cartesiana com os eixos x, y e z e os ângulos , e , entre os eixos. Sistemas cristalinos Sistemas cristalinos Sistemas cristalinos - cúbico Sistema cúbico - NaCl Sistemas cristalinos - ortorrômbico Sistemas cristalinos - tetragonal Sistemas cristalinos - monoclínico Sistemas cristalinos – romboédrico Sistemas cristalinos – triclínico Sistemas cristalinos – hexagonal Sistemas de índices ➔ A posição de um ponto numa rede cristalina é definida, num sistema de coordenadas cartesianas, em termos do número de parâmetros de rede em cada direção. ➔ As coordenadas são escritas como as três distâncias, separadas por vírgula: ax, ay, az. Sistemas de índices Planos cristalinos Índices de Miller: utilizado para descrever o conjunto de planos existentes em um cristal. ➔ Equação do plano: x/a + y/b + z/c = 1 onde a, b e c são pontos de interceptação do plano com os eixos x, y e z. ➔ Como a, b e c podem ser menores do que 1 ou infinito no caso do plano ser paralelo a um eixo, adota-se o inverso dos valores de a, b e c: h=1/a, k=1/b, l=1/c (h k l). Planos cristalinos Planos (0 1 0) São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face) Cortam um eixo: y em 1 e os eixos x e z em . 1/ , 1/1, 1/ . Planos cristalinos Planos (1 1 0) São paralelos ao eixo z. Cortam dois eixos: x e y. 1/1, 1/1, 1/ . Planos cristalinos Planos (1 1 1) Cortam os três eixos cristalográficos. 1/1, 1/1, 1/1. Defeitos cristalinos Definição: Imperfeição do reticulado cristalino. Ruptura da regularidade da rede. Imperfeições cristalinas Defeitos cristalinos: imperfeições que ocorrem no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver irregularidades na “posição dos átomos” e no “tipo de átomos”. Tipo e número de defeitos dependem: Do material. ƒDa “história” de processamento do material. ƒDo meio ambiente. Imperfeições cristalinas Defeitos modificam o comportamento (mecânico, elétrico, químico, ótico) do material. Através da introdução de defeitos, controlando o número e o arranjo destes, é possível desenvolver novos materiais com as características desejadas. Exemplo: Dopagem em semicondutores - Imperfeições criadas para alterar o tipo de condutividade em determinadas regiões do material. Imperfeições cristalinas - importância DEFEITOS INTRODUÇÃO SELETIVA CONTROLE DO NÚMERO ARRANJO Permite desenhar e criar novos materiais com a combinação desejada de propriedades Defeitos cristalinos - Classificação Defeitos puntiformes (associados com uma ou duas posições atômicas): lacunas e átomos intersticiais. Defeitos de linha (unidimensionais): discordâncias. Defeitos cristalinos - Classificação Defeitos bidimensionais (fronteiras entre duas regiões com diferentes estruturas cristalinas ou diferentes orientações cristalográficas): contornos de grão, interfaces, defeitos de empilhamento, superfícies livres. Defeitos volumétricos (tridimensionais): poros, trincas e inclusões. Defeitos puntiformes Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real estão sempre vibrando. Quanto maior a energia térmica, maior será a chance de átomos sair de suas posições, deixando um vazio em seu lugar. Dentro da rede cristalina existem inúmeros interstícios, espaços vazios entre os átomos, nos quais é possível alojar outros átomos. Impurezas presentes na rede cristalina. Defeitos puntiformes Lacunas ➔ Lacunas (vacancy): Ausência de um átomo em um ponto do reticulado cristalino. Posições da rede que deveriam estar ocupadas por átomos, mas estão vazias. ➔ Podem ser formadas durante a solidificação ou como resultado de vibrações atômicas. ➔ A existência de uma vacância promove o deslocamento dos átomos circunvizinhos de suas posições regulares. Defeitos puntiformes: Interstícios ➔ Interstícios: posições da rede cristalina que regularmente estão vazias, mas são ocupadas por átomos. ➔ Introdução do átomo entre as posições regulares da rede produz o deslocamento dos átomos regulares para abrir espaço para o átomo intersticial. ➔ Grande distorção do reticulado cristalino. ➔ Auto-intersticial: é um átomo que ocupa um interstício da estrutura cristalina. Defeitos puntiformes Lacunas e Auto-intersticiais Lacuna auto-intersticial Defeitos puntiformes Átomo intersticial pequeno Átomo intersticial grande gera maior distorção na rede Defeitos puntiformes: Impurezas Impureza: presença na rede de um átomo não pertencente à rede regular. Podem ocupar diferentes posições: Posições regulares da rede: IMPUREZA SUBSTITUCIONAL (substituir um átomo regular). Posições intersticial da rede: IMPUREZA INTERSTICIAL. Defeitos puntiformes: Impurezas Ligas Metálicas Impurezas são adicionadas intencionalmente com a finalidade: - aumentar a resistência mecânica - aumentar a resistência à corrosão - Aumentar a condutividade elétrica Defeitos puntiformes: Impurezas Impureza substitucional Impureza intersticial Tipos de impurezas Tipo de impureza depende do tamanho: Impurezas do mesmo tamanho ou maiores do que os átomos regulares tendem a ser SUBSTITUCIONAIS. Impurezas menores do que os átomos regulares tendem a ser INTERSTICIAIS. Defeitos em linha (lineares) Imperfeições da rede que ocorrem ao longo de uma linha: discordâncias. Exemplo: Discordância em cunha ou aresta. As discordâncias deformam localmente a rede. Defeitos em linha (lineares) Também chamados de discordâncias. Defeitos lineares ou unidimensionais em torno do qual alguns átomos estão desalinhados. As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais). Defeitos lineares são associados principalmente à deformação mecânica. A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e ruptura dos materiais. Defeitos em linha (lineares) Imperfeições da rede que ocorrem ao longo de uma linha: discordâncias. Exemplo: Discordância em cunha ou aresta. As discordâncias deformam localmente a rede. Discordância em cunha ou aresta Discordância em cunha ou aresta Defeitos bidimensionais Interface: contorno entre duas fases diferentes. Contornos de Grão: contornos entre dois cristais sólidos da mesma fase. Superfície Externa: superfície entre o cristal e o meio que o circunda. Defeitos bidimensionais Contornos de grão Contornos de grão Os átomos próximos aos contornos (a) não possuem uma distância de equilíbrio ou arranjo definido. Grãos e contornos de grão em uma amostra de aço inoxidável ferrítico (b). Defeitos bidimensionais Contornos de grão Contornos de grão: desalinhamento das redes dos grãos adjacentes. Região de maior concentração de defeitos e ligações desfeitas. Atuam como barreiras ao movimento de discordâncias e caminhos de propagação de trincas. Defeitos bidimensionais Defeitos de Empilhamento: ocorre nos materiais quando há uma interrupção na sequência de empilhamento, por exemplo na sequência ABCABCABC.... dos planos compactos dos cristais CFC. Defeitos bidimensionais Defeitos de empilhamento Defeitos volumétricos Apresentam-se em escalas maiores em relação aos defeitos anteriores. Defeitos introduzidos nos processos de fabricação e afetam fortemente as propriedades dos produtos. Exemplos: inclusões, poros, trincas. Defeitos volumétricos trincas Defeitos volumétricos poros
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